Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 19 de maio de 2015

Brasil e China quebram o monopólio do Canal do Panamá Não é só ligar à China, mas a toda a Ásia !

Olha lá: o FHC daria o dedo mindinho da mão esquerda para estar nessa foto com a gente!


O PiG deve estar paralisado entre a perplexidade e o ressentimento, com o sucessoretumbante  da visita do primeiro-ministro chinês Li Keqiang.

O PiG foi apanhado de calças curtas em seu sentimento neo-colonial e, tivesse lido os jornais e agências chinesas, desde sábado, saberia que o Governo chinês não vinha ao Brasil cumprir uma formalidade diplomática.

O PiG joga o jogo da Copa: não vai ter Copa !

Ele torce pelo fracasso.

E teve China.

O anuncio da ferrovia Transcontinental, que vai levar o Brasil e a China ao Peru pelo interior do Brasil – ou seja, carregar grãos e manufaturas nas composições – é de superior importância estratégica.

Que os colonistas neo-coloniais, desses que vão à festa do Man of the Year não conseguem captar.

Por que ?

Porque a Transcontinental vai tirar o monopólio do Canal do Panamá !

Há cem anos, o presidente americano Woodrow Wilson realizou a o sonho de Theodore Roosevelt e chegou ao Pacifico sem precisar vir ao Rio e a Buenos Aires.

Ir de Nova York à Califórnia sem vir ao Rio …

(O que foi uma tragédia para o Rio…)

Cem anos depois, Brasil e China resolvem ligar o Atlântico à Ásia em cima de trilhos e com comida em cima !

Não só à China, mas, vejam bem ! – a toda a Ásia !

É uma revolução !

Ah !, não vai ficar pronto, dirão o dos chapéus e a Urubóloga.

Claro, não vai ficar pronto como a reforma do Maracanã, como Itaipu, a ferrovia Norte-Sul e Belo Monte  !

Ah !, dirão os céticos, mas a China tenta rasgar o território da Nicarágua e construir lá em cima, nas barbas dos americanos, uma alternativa ao Canal do Panamá.

Sim, mas qual a segurança institucional que a Nicarágua pode oferecer, ali, na marca do penalty dos americanos ?

Aqui, não. 

Aqui tem Supremo, Moro, Vara de Guantánamo, Executivo, Legislativo, Cunha e PiG 100% contra !

E o Brasil sobrevive, institucionalmente !

Além disso, é bom ressaltar que a Caixa e o Banco Industrial e Comercial da China tem um prazo de 60 dias para definir empreendimentos de infra-estrutura que serão financiados ou dinamizados a partir de um capital conjunto de US$ 50 bilhões.

É mais do que dinheiro para investimento direto e, sim, recursos que podem ser uma alavanca para levantar recursos.

Outro ponto estratégico central nesse conjunto de acordos foi um up-grade na operação para ao lançamento de satélites.

O empreendimento começa a sair da troca de Ciência e Tecnologia para a fase propriamente comercial.

Os dois países passarão, breve, a  vender satélites e a tecnologia para lançá-los.

O PiG vai se armar para anunciar amanhã, quarta-feira 20/5, que “não vai ter Copa”.

“Os chineses prometem, mas não entregam.”

“Mas, quanto é que os chineses vão despejar aqui ?”

“Com números ?”

O briefing realizado pelo Itamaraty e transmitido pela NBR não foi suficientemente claro para explicar o óbvio:

1) não tem um numero que some tudo;

2) não tem um numero que reúna tudo porque são acordos que estão por se definir e que podem mobilizar mais recursos do que os previstos agora;

3) como chegar a um número se não se sabe quais são as parcelas ?

4) quanto vai custar a Ferrovia Transoceânica ? Nem a Urubóloga e sua furiosa equipe produtora de gráficos mortíferos seria capaz de calcular.

Portanto, virem-se, podia dizer o embaixador Graça Lima !

Os colonos não mudam.

Os colonistas são contra o Brasil !

Simples !

E, no Brasil, os colonistas e os jornalistas são piores que os patrões – diz o Mino carta.

Não aceitam que o Canal do Panamá venha a perder o monopólio.

Porque, para eles, o que interessa é vestir smoking para ver o Príncipe da Privataria falar em pseudo-inglês e defender os interesses americanos, no Waldorf-Astoria.

Nem a embaixada americana leva mais eles a sério.

É a turma que acha que os irmãos Wright é que inventaram o avião.

Inclusive o jatinho do João Dória …………………….

Paulo Henrique Amorim

A autoridade moral de Fernando Henrique Cardoso - II


Sem anestesia, FHC tirou dinheiro da área social e aumentou o desemprego com o pacote fiscal de 1998. E ainda assim quer falar de 'estelionato eleitoral'?

Maria Inês Nassif

reprodução


Por razões que qualquer pedaço amarelado de jornal da época indicam, é difícil entender a lógica do PSDB e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, segundo a qual o pesadíssimo ajuste fiscal feito nos primeiros dias após as eleições de outubro de 1998 foi um ato louvável, e as medidas anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff no ano passado, nas mesmas condições, são estelionato eleitoral.
 
Em 1998, o mundo tinha acabado de enfrentar a crise russa, com grande repercussão sobre o Brasil, que empurrou seus sérios problemas cambiais com a barriga até que FHC vencesse a disputa pela reeleição, apesar das fragilidades externas do país, e jogou o país na recessão.
 
No ano passado, Dilma, logo após o pleito que a reconduziu ao cargo, anunciou um corte drástico de despesas e investimentos do governo e reduziu gastos com alguns programas sociais – e, ao que tudo indica, paralisou também o país – sob o argumento de que a crise internacional, que o Brasil dribla desde 2008, havia, enfim, atingido a economia brasileira com intensidade.
 
A semelhança entre ambos é que os dois ajustes foram feitos seguindo o be-a-bá da ortodoxia e jogaram ainda mais para baixo uma atividade econômica já deprimida.
 
A diferença entre ambos é que o Brasil de FHC não tinha gordura, estava à beira da bancarrota e sequer teve escolha: seguiu à risca o receituário do FMI porque precisava desesperadamente da ajuda de U$ 41 bilhões que o FMI, outros organismos internacionais e países desenvolvidos condicionavam à aplicação dos famosos remédios amargos que, segundo o receituário neoliberal tão caro ao então presidente e sua equipe econômica, eram necessários, um preço a ser pago para entrar no clube do mundo globalizado.
 
Em 1998, sequer houve escolha: ou era isso, ou o Brasil quebrava. O clima beirava ao pânico. Tanto que, em 29 de janeiro de 1999, uma sexta-feira negra, boatos sobre a situação econômica do país provocaram uma corrida aos bancos. O governo teve que decretar feriado bancário na segunda-feira para evitar o pior. (“Agora, sob nova direção: FMI assume política econômica e impõe pesada recessão para conter a inflação e a queda do Real”, Isto É, 10/2/1999).
 
No caso de Dilma, embora haja uma justa discussão se o pacote fiscal foi amargo demais para o tamanho da doença, existe o fato inegável de que o Brasil não vai quebrar – e vai precisar de muito ataque especulativo ao país, como os que já ocorreram, para tornar o Brasil próximo ao que era na crise de 1998. Naquele ano, as reservas internacionais brasileiras eram de US$ 34 bilhões e cairiam para US$ 23,9 bilhões no ano seguinte. O Brasil fechou o ano passado com US$ 374,1 bilhões de reservas.
 
O que não é crível, no caso atual, é que o ex-presidente FHC, que considerou como remédio necessário o arrocho fiscal de 1998, venha dizer do pacote de Dilma que “estão operando sem anestesia” para uma plateia de empresários, em 29 de maio passado. Provavelmente, o mesmo público que, 17 anos atrás, pagava pelos danos do pacote de FHC. No final de agosto de 1998, um grupo de empresários e o então sindicalista Paulinho da Força foram ao vice-presidente Marco Maciel para alertá-lo dos efeitos colaterais do pacote (“Principal temor é o desemprego”, O Estado de S. Paulo, 8/10/1998). Não haviam conseguido chegar em FHC ou no seu ministro da Economia para apresentarem as queixas.
 
Naquele ano, o IEDI (Instituto de Estudos do Desenvolvimento Industrial), em documento, diagnosticava que “as políticas de juros, cambial e tributária condenam as empresas ao desaparecimento”.
 
O governo FHC chegou a anunciar um “mutirão anticrise”, a disponibilização de linhas de crédito para empresas em dificuldade, segundo a Folha de S. Paulo para “compensar os efeitos das altas taxas de juros na economia e atenuar a recessão”. Mas, segundo o jornal, sem grandes chances de concretização, pois “falta dinheiro nas principais instituições oficiais de crédito”. “O BNDES deverá reduzir em 1999 seu orçamento de investimentos”, informa o jornal. (“Falta dinheiro para o mutirão anticrise”, Folha de S. Paulo, 27/01/1999).
 
Da parte de FHC, não teve anestesia nem remédio para dor. Depois dos cortes de outubro de 1998, em fevereiro seguinte o governo anunciou um corte adicional (“Governo decide cortar mais R$ 1 bilhão só no 1o. bimestre”, FSP, 20/2/1999). Sem Novalgina, FHC resolve reduzir “Outras despesas de custeio, que incluem os gastos em projetos sociais do governo federal”. O anúncio foi feito no mesmo dia em que era divulgado o resultado do PIB de 1998 pelo IBGE, de 0,15%, perdendo apenas para o posterior ao Plano Collor, em 1992, que provocou um crescimento negativo do PIB de 0,54% (“PIB tem o pior resultado em seis anos”, FSP, 20/2/1999).
 
O jornal Folha de S. Paulo, em 21 de fevereiro de 1999, deu na manchete que “País tem 5% do desemprego mundial”. Na página de dentro (a 7 do Caderno Dinheiro) informava que não apenas o ajuste fiscal do governo, mas o próprio modelo econômico do modelo FHC, havia levado o Brasil a um quarto lugar mundial em número de desempregados. “O crescimento recente da participação brasileira no desemprego mundial começou quatro anos atrás, em 1995. Não por acaso, o desemprego acompanha o aumento da abertura do país aos produtos importados”. Era a âncora cambial do governo FHC produzindo os seus efeitos. Sem anestesia.
 
Também sem nenhum conforto para a dor, os preços dos produtos básicos chegaram à estratosfera. “Cesta básica sobe e bate recorde no real”, anunciou a Folha de S. Paulo, em sua edição de 23/02/1999. Onze dias depois, era a vez de mais más notícias: “Desemprego bate recorde em SP” (FSP, 3/3/1999). Segundo o IBGE, a Região Metropolitana de São Paulo atingia a maior taxa de desemprego desde 1983, de 9,18% da população economicamente ativa.
 
Dois dias depois, os jornais anunciavam que o novo presidente do Banco Central, Armínio Fraga, no dia de sua posse, promoveu um aumento de juros para 45% ao ano, a unificação das taxas em uma única, a Selic, e o início do regime de metas de inflação – herança imposta aos sucessores de FHC. No mesmo dia, sem anestesia, o governo aumentou os derivados de petróleo em 11,5%. Esperou a campanha eleitoral passar. (“Juros sobem para conter a inflação; combustível terá aumento de 11,5%”, FSP, 05/03/1999).
 
Ainda no mês de março, e já como resultado das medidas fiscais restritivas, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) anunciou a redução de 0,71% no nível de emprego industrial do Estado (“Indústrias fecham 11,6 mil vagas em fevereiro em SP”, FSP, 11/03/1999). Na edição do dia 14, a FSP informa que “o PIB vai cair de 3,5% a 4% em 1999” segundo o FMI, previsão que “embute o recuo de 8% na produção industrial” (“Indústria tem pior queda com o FMI”, FSP, 14/3/1999).  
 
Esses são apenas exemplos da autoridade moral de FHC para se tornar o porta-voz das críticas a Dilma. Quem quiser mais, basta ler jornais velhos.
 

AÉCIO COBRA QUEM ROUBOU, QUEM MANDOU E QUEM CALOU