Salários sobem, mas O Globo só vê o que cai.
quinta-feira, 13 maio, 2010 às 18:50
Foi exatamente assim que aconteceu hoje, e você vai ver em detalhes como foi.
O Globo deveria ter dado uma olhada mais atenta no estudo para poder contextualizar melhor a informação que divulga. O rendimento real médio do trabalho realmente cai significativamente em 2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, mantém a trajetória descendente em 2003, embora bem menos acentuada, quando Lula administrava a herança maldita, e chega a seu ponto mais baixo em 2004, quando atinge um mínimo de R$ 850. A partir daí, o rendimento do trabalho inicia uma trajetória de crescimento até chegar próximo de R$ 1.000, bem superior ao nível pré-governo Lula.
É importante refrescar a memória dos jornais que em 2002 a inflação fechou o ano em 12,93%, seu índice mais alto desde 1995, pelo terror espalhado pelos tucanos sobre as ameaças de um governo Lula e a perspectiva de quebras de contratos. O dólar chegou a quase R$ 4 e o risco Brasil passou dos 2.400 pontos, muito acima dos picos que atingira na crise da Rússia e na desvalorização do real de 1999.
Inflação alta deteriora salários e esse crescimento exagerado se refletiu sobre todo o ano de 2003. Só a partir de 2004 o governo pode começar a agir para recuperar a renda do trabalho, que vinha perdendo para a inflação. O crescimento da renda média do trabalho após 2004, por sinal, recupera a queda do início da década.
Também melhoraram os rendimentos dos trabalhadores pardos e negros (que o Ipea chama de não brancos), das mulheres, do trabalho na zona rural (acima da média nacional) e na região Nordeste, que foi de quase 20% contra 2% do Sudeste.
O que o estudo do IPEA revela é que a dinâmica introduzida pelos aumentos do salário mínimo tem sido favorável aos mais pobres, o que junto com o crescimento da economia e a queda do rendimento dos trabalhadores mais qualificados resultou na queda da desigualdade de renda do rendimento do trabalho.
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