Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Justiça, tucanos e privataria. Isso é Pinheirinho. E o Brasil !

A Justiça mandou invadir.

A PM de São Paulo e de Alckmin/Nahas prontamente atendeu.

E baixou o pau !

A Justiça Federal bem que tentou impedir.

Mas foi esmagada por superior tribunal.

A prefeitura tucana de São José dos Campos se esqueceu de cobrar o imposto que Nahas devia.

E se lixou para os pobres que moravam em Pinheirinho.

Virem-se !

A posse de Nahas sobre as terras é um mistério profundo.

Quem mandou matar a família de alemães ?

De quem Nahas comprou a área ?

Quem grilou a área ?

O PiG (*) – aí Ali Kamel se notabiliza, como sempre – trata a invasão como se fosse um ataque de vândalos – ou seja, a culpa é dos pobres.

Por que a prefeitura tucana não excutou a dívida de Nahas ?

Nahas foi encarcerado na companhia de Daniel Dantas na Operação Satiagraha.

Compartilharam uma suíte do PF Hilton, onde entraram devidamente algemados.

Assim se desenha o circuito virtuoso da elite brasileira: a Justiça, a Privataria Tucana, os tucanos e a PM.

A arena em que tudo isso se trava é o território independente de São Paulo, República que, como se sabe, venceu de forma indiscutível a Guerra da Secessão de 1932.

Pinheirinho é o Brasil tucano.

Onde os viciados em crack são conduzidos a Auschwitz.

O Brasil tucano é onde habitam, como diz o Fernando Brito, no Tijolaço, os “flagelados da Justiça”.

Viva o Brasil !

(E os ovos sobraram para o Kassab, o vice do Cerra …)


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

O vídeo-síntese que desmente Globo, Estadão, Veja e PSDB

Posted by eduguim


Desde o último domingo, cenas de violência da Polícia Militar contra flagelados do Pinheirinho vão se sucedendo através de fotos e vídeos cada vez mais reveladores. Todavia, três dos maiores veículos da imprensa escrita nacional tratam de ignorar tais provas, fazem defesa ardorosa do governo paulista e acusam PT e PSTU de ansiar por mortes e de acirrar os ânimos.
O Estadão, por exemplo, chegou ao absurdo de afirmar – não sugerir, eu disse afirmar – que os dois partidos de oposição ao governo Alckmin “colocaram mulheres grávidas e crianças na linha de frente do conflito”, apesar da profusão de depoimentos sobretudo das mães de família em prantos afirmando que foram atacadas a bombas, junto com seus filhos – muitos de colo –, dentro de casa.
Leia, abaixo, esse editorial odioso, falso como uma nota de três reais, cometido pelo Estadão. Prossigo em seguida.
—–
O ESTADO DE SÃO PAULO—–
24 de janeiro de 2012
Editorial
Confronto esperado
A desocupação de uma área de 1,3 milhão de metros quadrados em São José dos Campos, determinada pela Justiça estadual e realizada na manhã de domingo pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM), seguiu rigorosamente o roteiro elaborado pelos movimentos sociais para ganhar as manchetes dos jornais e obter visibilidade política. Conhecida como Pinheirinho, a área pertence à massa falida da empresa Selecta, do Grupo Naji Nahas. Invadida em 2004, ela se converteu numa comunidade controlada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), cujos líderes diziam viver lá cerca de 1,5 mil famílias, num total de 6 mil pessoas.
Para dificultar o acesso ao local, os invasores ergueram barricadas com paus, que depois incendiaram, e colocaram idosos, grávidas e crianças na primeira linha de resistência. Por sua vez, a PM empregou na operação um blindado, além de 220 viaturas, 100 cavalos, 40 cães e 2 helicópteros, dando aos movimentos sociais pretexto para veicular pela internet notas de protesto descrevendo a operação de reintegração de posse como um “massacre” de pobres e desabrigados, que teria deixado “mortes” e um “rastro de destruição”.
Os invasores atiraram pedras contra policiais, incendiaram uma escola pública, uma biblioteca e oito veículos – entre eles dois carros de reportagem – e ainda tentaram impedir o tráfego na Via Dutra, o que obrigou a PM a intervir novamente. Na madrugada de segunda-feira, alguns manifestantes tentaram jogar um coquetel molotov num depósito de gás e num posto de saúde.
Terminado o embate – que resultou em 1 homem ferido à bala, 8 manifestantes com escoriações e 18 pessoas presas, acusadas de vandalismo – os líderes do MTST passaram a acusar a PM de ter exorbitado. Também criticaram o governador Geraldo Alckmin com o coro de sempre. Dirigentes da OAB, por exemplo, afirmaram que a ordem para a reintegração de posse expedida pela Justiça estadual foi ilegal. O advogado dos invasores, Antonio Ferreira, foi baleado na virilha, no joelho e nas costas com balas de borracha. E o senador Eduardo Suplicy alegou ter ficado “surpreso” com a operação. “A cada telefonema que recebo, ouço relatos de abusos por parte da polícia, jogando bombas”, disse ele.
O comando da PM, no entanto, anunciou que a operação foi inteiramente gravada, alegou que o “fator surpresa” foi crucial para a desocupação da área, afirmou que os moradores não ofereceram resistência e responsabilizou militantes de pequenos partidos da esquerda radical – que nem mesmo moram na área invadida – pelo entrevero. Uma semana antes, vários invasores e militantes posaram para cinegrafistas e fotógrafos equipados com capacetes de motociclistas, porretes, escudos de latão e canos de PVC – além de máscaras, para não serem identificados.
Por trás desse lamentável episódio, estão dois partidos que há muito tempo se digladiam para tentar desalojar o PSDB das principais prefeituras do Vale do Paraíba, região onde Alckmin iniciou sua carreira política. Um deles é o PT. Não foi por acaso que, entre as pessoas feridas com escoriações, uma se apresentou como assessor da Presidência da República. Sob o pretexto de intermediar uma solução pacífica, políticos petistas da região acenaram com a possibilidade de o governo federal ajudar na desapropriação da área, financiando um programa habitacional. O outro partido é o PSTU, que prega a substituição do Estado capitalista pelo ” marxismo revolucionário”.
Sem qualquer relevância no plano eleitoral, o PSTU é atuante nos meios sindicais, exercendo influência entre os metalúrgicos e os químicos no Vale do Paraíba, uma das regiões mais industrializadas do País. A exemplo do que ocorreu com o PT, em seus primórdios, o PSTU tem o apoio de movimentos sociais que se especializaram em invadir propriedades particulares para obter na mídia um espaço desproporcional à sua representatividade política. O confronto em São José dos Campos, iniciado com o descumprimento de uma ordem judicial, faz parte dessa estratégia.

A autenticidade dos depoimentos em vídeos, áudios e fotos, deveria bastar – são protagonizados por cidadãs brasileiras tomadas pelo desespero. Aliás, o material tem sido largamente reproduzido aqui. Todavia, um desses vídeos sintetiza a operação e a conduta da Polícia Militar comandada pelo governador Geraldo Alckmin, como se vê na sequência de fotos que encima este post.
Quem não viu esse vídeo-síntese aqui ou em algum outro blog pode assisti-lo logo abaixo enquanto reflete que em qualquer país em que não existam categorias de cidadãos cenas como essas provocariam, no mínimo, um escândalo de dimensão nacional, além de fazerem rolar muitas cabeças no governo do Estado, caso não degolassem o próprio governador.







Pessoas que gostariam de ser cachorros

Pensei em não escrever este texto porque aquele que se enquadra em uma das duas situações que descreverei poderia se magoar. Então me dei conta de que eu também poderia começar o texto dizendo que não é porque uma pessoa se encaixa em uma situação que ela não pode se encaixar na outra, que não magoa e até exalta quem nela se encaixa.
Também pensei em não escrever porque não estou certo de que a contraposição de situações que formularei tem um significado real. Contudo, acabei me rendendo ao texto porque a inquietude não amaina – pelo contrário, aumentou até que eu não resistisse mais.
No último domingo – que, no dia em que escrevo, também pode ser chamado de ontem – ocorreram duas grandes manifestações na avenida Paulista. Uma pela manhã e a outra, à tarde.
A primeira foi em prol dos direitos dos animais domésticos e a segunda, em prol dos direitos dos animais humanos – as famílias do bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos. Aqueles homens, mulheres, crianças, velhos e seus animais de estimação foram expulsos de suas casas sob bombas, balas e cacetadas. E depois jogados no meio da lama.
A primeira manifestação (por animais), segundo a Polícia Militar, reuniu 5 mil pessoas e a segunda (por seres humanos), 500 pessoas. Não sei se a comparação é boa, mas é inquietante: a solidariedade a animais tirou dez vezes mais gente de casa em um domingo do que a solidariedade a seres humanos.
Como participei da manifestação da tarde na Paulista e como resido próximo à sua extremidade sul, ao fim do ato público fui caminhando pela avenida pois estava curioso quanto ao que ocorrera durante a manhã. No caminho, fui conversando com donos de bancas de jornal e ambulantes. Perguntei se a manifestação da manhã atraíra os transeuntes.
Fiz essa pergunta porque a manifestação da tarde não atraiu ninguém. Pelo contrário: as pessoas que passavam lançavam olhares desconfiados ou até reprovadores contra quem estava “parando o trânsito”. Por isso, fiquei surpreso com as respostas que recebi dos comerciantes da avenida: a manifestação pelos animais atraíra adesões dos transeuntes.
Coincidência? Claro que pode ser. Mas o que me inquietou foi a idéia assustadora, deprimente, surreal de que pode não ser, pois talvez os animais domésticos sejam mais considerados por alguns entre os seus defensores  – e é claro que não por todos –  do que aqueles seres humanos despossuídos e esquecidos pela sociedade.
Seja como for, não duvido de que existam muitas pessoas jogadas pelas ruas deste país que prefeririam ser animais de estimação.

O MAIOR DÉFICIT É O DÉFICIT DE DEMOCRACIA


'É O HORROR': leia na coluna de Maria Inês Nassif, editora de Política de Carta Maior, a análise da reordenação de forças conservadoras por trás das operações 'Sofrimento e Dor', na Cracolândia, e do ataque medieval contra os moradores de 'Pinheirinho' (nesta pág.) ** HOJE: 4ª feira,25-01,16 horas, no FSM, 'A Privataria Tucana'**debate no Sindicato dos Bancários de Porto Alegre**mesa: Amaury Ribeiro Jr**Maria Inês Nassif**Luiz Gonzaga Belluzzo** 'Carta Maior/Cursos & Debates': "O crepúsculo neoliberal, o horizonte da esquerda e o déficit de democracia" ** 5ª feira, dia 26, às 9h, auditório da Ajuris, Porto Alegre** mesa: Luiz Gonzaga Belluzzo, Mario Búrkún, Samuel Pinheiro Guimarães, e Ignacio Ramonet.
O déficit de democracia é a agenda obrigatória dos dias que correm. Em 'Pinheirinho', na praça Tahrir, na praça do Sol, na praça Syntagma ou no parque Zucotti é disso que se trata. Por isso também será uma das referências centrais a pontuar as mesas temáticas do Fórum Social Temático, iniciado nesta 3ª feira, em Porto Alegre. (LEIA MAIS AQUI)


Caso Pinheirinho expõe diferenças PT-PSDB que chegam à Justiça

Despejo truculento de milhares de sem-teto em São Paulo provoca protestos e mostra divergências 'de método' entre governo federal petista e tucanos paulistas. Brasília tentou solução negociada, mas São Paulo agarrou-se à legalidade. Guerra de liminares indica que diferenças se manifestam até no Judiciário. Para deputado, questão social ainda é 'caso de polícia'.

BRASÍLIA – A violenta expulsão de 1,6 mil famílias pobres e sem moradia de uma área privada na cidade de São José dos Campos (SP) deflagrou protestos pelo país nesta segunda-feira (23). E explicitou diferenças “de método” entre o governo federal petista e administrações tucanas em São Paulo que chegam até mesmo ao, em tese, neutro Poder Judiciário, palco de uma guerra de ações e liminares nos últimos dias.

O centro da polêmica é um terreno de uma empresa falida do especulador Naji Nahas, ocupado há sete anos por milhares de sem-teto que o transformaram praticamente em um bairro, conhecido como Pinheirinho. Em julho do ano passado, a juíza Marcia Faria Mathey Loureiro, que é da Justiça paulista e atua em São José dos Campos, mandou devolver o terrreno à empresa Selecta.

A reintegração de posse foi executada neste domingo (22), em ação conjunta da Polícia Militar paulista e da guarda municipal de São José. Saldo parcial até esta segunda (23): três desaparecidos, 32 presos, centenas de feridos, quase seis mil desalojados e protestos em cerca de 15 cidades brasileiras.

“O que ocorreu no Pinheirinho foi um verdadeiro estado de exceção. Uma truculência absurda da polícia do estado e da guarda municipal”, disse Antonio Donizete Ferreira, um dos advogados do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

O advogado é parte diretamente interessada no assunto e, portanto, pode-se dizer que tem opinião parcial. Mas e quem se envolveu com a polêmica por outras razões, como achar que o caso - e a causa - valia à pena, como viu o episódio?

“Essa desocupação é o próprio retrato do Brasil, que ainda trata as questões sociais como caso de polícia”, afirmou o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), que tentou intermediar negociações quando o caso começou a esquentar, no início do ano.

“Esse não é o nosso método, do governo federal”, disse o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Para o ministro, é incompreensível que o local tenha se transformado numa "praça de guerra" por uma desocupação que só interessava a um “grande especulador”.

Desde o início do ano, a Secretaria Geral participava de negociações que buscavam achar um caminho que impedisse o despejo – o governo federal estava disposto a comprar o imóvel para usá-lo em seu programa de moradias populares.

Como a desocupação já era iminente desde o início de 2012, a Secretaria tinha um representante no local no momento da ação policial. Paulo Maldos, secretário nacional de Articulação Social, sentiu a desocupação na pele – levou um tiro de bala de borracha.

“Em uma situação como a de Pinheirinho, você tem dois caminhos: construir políticas públicas ou apelar para a violência policial e a exclusão social”, disse Maldos, acrescentando que prefeitura e governo de São Paulo, ambos comandados por políticos do PSDB, optaram pelo segundo.

“Na sexta, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, se comprometeu pessoalmente, em reunião da qual participei, a realizar as obras de infra-estrutura necessárias. No sábado, o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury, foi à minha casa dizer que mudaria o Plano Diretor do município para transformar a área em residencial. E na madrugada de domingo, sem nenhum aviso prévio, eles realizam essa ação absurda”, disse o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que também tentou intermediar negociações.

A opção tucana teve, contudo, respaldo judicial em decisões cujos protagonistas também se revelam de alguma forma influenciado por “métodos” - logo, a inclinações políticas. A juíza que determinou a reintegração de posse, Marcia Loureiro, é da Justiça de São Paulo, cuja estrutura depende do governo estadual, desde 1995 sob controle do PSDB.

Em 16 de janeiro, o militante MTST José Nivaldo de Melo entrou com ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) tentando cassar a decisão de Marcia Loreiro. No mesmo dia, o presidente do STJ, Ari Pargendler, negou o pedido. Pargendler está na corte desde 1995, por nomeação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que é do PSDB.

No dia seguinte, os sem-teto decidiram recorrer diretamente à Justiça federal em São José dos Campos. No dia 20, o Tribunal Regional Federal (TRF) em São Paulo, que por ser federal é composto de magistrados indicados pelo governo federal, concedeu uma liminar contra o despejo. Entendeu que o governo federal é parte interessada, e portanto quem deve decidir é a Justiça Federal. O que não impediu a operação de despejo, porém.

Ainda durante o domingo, enquanto a reintegração ocorria, a Advocacia Geral da União, cujo comando também é resultado de indicação do governo federal, insistiu com o STJ para que aceitasse tirar o caso da Justica paulista e mandar à federal. Nesta segunda (23), Ari Pargendler negou o pedido outra vez. Argumentou que o governo federal não é parte envolvida diretamente.

Diante das negativas do STJ, a Associação Democrática por Moradia e Direitos Sociais de São José dos Campos entrou nesta mesma segunda (23) com uma ação na última e máxima corte do país, o Supremo Tribunal Federal (STF), para que decida de vez que instância judicial, afinal, tem a competência para julgar o caso Pinheirinho.

Mas mesmo que o STF decide contra o despejo, pode ser tarde demais. “É muito difícil imaginar que, após uma desocupação como esta, o governo consiga desapropriar a área”, disse Ivan Valente. “A tendência é que os especuladores imobiliários que dominam a região valorizem tanto o terreno que ficará impraticável para o governo adquiri-la. Mas uma solução terá que ser encontrada com urgência.”

A aquisição da área pelo governo federal para destinação posterior requer primeiro que o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), mude a lei da cidade e mude a atual classificação da área, que hoje é “industrial”.


 

Jornal Nacional usa lobistas para atacar Dilma

No domingo, dia 22, todos os jornais deram a notícia:

Brasil tem menos de 1% de domicílios na classe E

Pela primeira vez a classe E, a base da pirâmide social, representa menos de 1% dos 49 milhões de domicílios existentes no País.

Isso significa que o número de brasileiros em situação de pobreza extrema teve uma drástica redução nos últimos dez anos, conforme apontam duas pesquisas de consultorias que usaram metodologias distintas...


Nas segunda-feira, dia 23, o Jornal Nacional não deu a notícia de que a pirâmide social virou um losango.



E ainda arranjou uma pesquisa de valor duvidoso para inventar "notícia ruim", feita por um instituto lobista de grandes empresas que sempre querem escapar de pagar impostos (a equipe do instituto é composta de advogados tributaristas).

O amigo leitor José Lopes foi quem captou, e nos conta a história:

O JN produziu uma matéria picareta  sobre o retorno que os cidadãos obtêm, ou não obtêm, para os impostos que eles pagam, em cada país.

A lista dos países o JN não mostrou.

“Em média, 35% da riqueza produzida no Brasil vai parar nas mãos do governo.” - Disse o narrador.

 A matéria omitiu os governos estaduais e municipais que também cobram impostos.

Enquanto lia, Bonner parecia que estava tendo um orgasmo. Ridícula aquela pose de “eu sou o bonzão, o poderoso!”.

O JN não informou uma vez sequer o nome do Instituto e, em que data foi feita a pesquisa. 

A identificação do tal instituto (IBPT) que ficou no anonimato na maior parte da entrevista, só foi identificado através de caracteres (piscou) na imagem do diretor do tal Instituto.

Fiquei tão revoltado com a matéria, com sua distorção, falta de transparência e manipulação que, assim que acabou o JN corri para o computador para ver a pesquisa no site do tal Instituto. Pasmem; a tal pesquisa, segundo o site, foi divulgada em 2009, o que foi omitido pelo JN.

O IBPT relacionou trinta países e colocou o Brasil na trigésima posição, mas, não mostrou o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de cada país e nem os seus PIBs (Produto Interno Bruto) e nem o que arrecadaram em tributos. Colocou os EUA nas primeiras posições, o que é duvidoso, uma vez que em 2009 os EUA não tinham sequer projetos na saúde que beneficiassem sua população.

Fiz um breve comentário sobre a lisura da pesquisa e saí do site.

Minutos depois retornei ao site do Instituto e não consegui entrar, o site estava fora do ar.

Uma hora mais tarde tentei novamente, o site voltou, mas, a matéria já não estava mais no site. Tinha sido retirada.

Causa-me espécie uma matéria que diz : “Pelo segundo ano seguido, o Brasil ficou em último lugar, bem atrás de vizinhos como Uruguai e Argentina”, ou seja, sem elementos transparentes para que se possa conferir a veracidade dos fatos.

O JN abriu espaço para o governo falar.

“O Ministério da Fazenda informou que os impostos são devolvidos para a sociedade e que um reflexo disso é a redução da taxa de pobreza de 26% em 2002 para 12% em 2010. Segundo o ministério, o Índice de Desenvolvimento Humano da ONU não reflete os avanços do Brasil porque não capta as mudanças estruturais de cada país.”

Vejam só senhores. O JN desperdiça mais de 10 minutos criticando o governo com base em uma pesquisa de um Instituto que ninguém sabe de onde veio e, concede apenas 15 segundos para contestação Lá atrás, na matéria, colocou no ar uma senhora com uma criança no colo com a seguinte narração em off: “A futura pagadora de impostos nem desconfia. O brinquedo, as roupas, o lanche. Em tudo a mãe de Rafaela paga imposto. Em média, 35% da riqueza produzida no Brasil vai parar nas mãos do governo.”

“Está muito pequena ainda, mas ainda vai pagar muito imposto na vida”, diz a dona de casa Andrea Gan.

Pura manipulação não é Bonner? Usam até o sofisma de colocar uma dona de casa com uma criança no colo para melhor iludir nosso povo.

Completo com mais alguns detalhes de como estas pesquisas apresentam esses números de forma picareta:

A pesquisa não mostrou elevada carga tributária dos países com maior IDH do mundo, os escandinavos.

Escondeu que o Brasil tem uma carga tributária líquida por habitante de cerca de US$ 1,5 mil, considerada pequena para os padrões de outros países. Os EUA tem uma carga de mais de US$ 6 mil por habitante.

Também não explicou os mecanismos de devolução de dinheiro à sociedade, que cada país pratica, o que distorce completamente a validade do estudo.

A carga tributária bruta no Brasil é cerca de 35% do PIB, sim. Mas essa é a carga tributária bruta, não a carga tributária líquida, que atinge apenas cerca de 14% do PIB, o que para um país como o Brasil, não é grande.

Isso porque na realidade o governo fica com apenas cerca de 14% do total arrecadado para oferecer serviços à sociedade com saúde, educação, segurança, investimentos diversos em infraestrutura, etc., o que é insuficiente.

O resto é devolvido à população sob a forma de:
- pagamentos previdenciários;
- transferências com programas sociais, como o Bolsa Família;
- pagamento de juros (sim, esse dinheiro não fica "no governo", ele volta para os aplicadores em fundos de renda fixa, bancos e investidores, inclusive para o Bradesco que patrocina o telejornal).
- subsídios a empresas, incentivos fiscais, crédito agrícola, etc;

Isso é o que precisa ser discutido com honestidade.

JN. Um dia a casa cai. Já vimos gigantes maiores caírem.