Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 20 de março de 2012

Cerra vai aparecer no Fantástico ? O Kamel vai deixar ?



Amigo navegante envia os seguintes documentos:

Paulo,


No domingo a Fantástico mostrou a reportagem que um repórter se fazia passar como gestor de compras de um hospital.


A matéria está sendo repercurtida em todos os programas da Globo.


O fato novo é que uma das empresas envolvidas na reportagem tem longa relação com o Serra.


O nobre Senador Alvaro Dias está recolhendo assinaturas para promover uma CPI sobre as denúncias, mas a coisa pode acabar caindo no colo do Serra, de acordo com este texto dos Amigos de Presidente Lula


TV Globo detona José Serra sem querer, ao revelar outro esquema sanguessuga com ambulâncias



O programa Fantástico da TV Globo (de 18/3/2012), montou uma reportagem onde um repórter se passava por gestor de compras do hospital de pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (com autorização do hospital), e emitiu cartas-convite para contratação de serviços a algumas empresas.


O repórter gravou reuniões com representantes das empresas onde eles combinam resultados de licitações superfaturadas, pagando propina sobre os contratos……


O Fantástico não falou, mas as empresas foram escolhidas a dedo pela produção por já estarem envolvidas em escândalos de corrupção anteriormente (o que não invalida a reportagem).


Cortina de fumaça… que explodiu no colo de Serra


A denúncia montada atende ao interesse público e é válida a iniciativa do programa em desmascarar empresas corruptas. Só cabe estranhar a TV Globo levar ao ar essa matéria sobre corrupção que não se consuma (pois era uma encenação), e não noticiar os casos de corrupção consumados da semana, como as relações do “professor”-bicheiro Carlinhos Cachoeira com o senador Demóstenes Torres (DEM/GO) e com o governo de Marconi Perillo (PSDB/GO)…..


Parece até cortina de fumaça para encobrir o escândalo Carlinhos Cachoeira. (Que pode desabar no colo dos genéricos do Cerra – PHA)


A suspeita se reforça quando o Jornal Nacional reeditou a notícia na segunda-feira, acrescentando a informação de que a oposição ao governo federal fala em pedir uma CPI da saúde para investigar.


O problema é que a fumaça vai toda em direção a José Serra.


Outro esquema Sanguessuga?


A base governista deve assinar em peso essa CPI, pois será mais um capítulo da Privataria Tucana, misturado com sanguessuga 2.


E a primeira convocação deve começar pelas raízes do esquema, convocando José Serra (PSDB/SP) para explicar os contratos assinados entre o Ministério da Saúde (quando Serra era ministro), e a empresa Toesa Service Ltda. (uma das denunciadas pelo Fantástico), para oferecer serviços de ambulância terceirizados aos hospitais federais no Rio de Janeiro.


Eis alguns contratos firmados pela TOESA com o Ministério da Saúde, durante a gestão de José Serra:



Os contratos acima são apenas uma amostra. Num levantamento completo aparecem bem mais contratos.


A pergunta que não quer calar é: as negociações desses contratos quando Serra era ministro foram daquele jeito que o Fantástico mostrou?


Quando Serra assumiu a prefeitura de São Paulo, a Toesa foi atrás


Bastou José Serra ocupar a prefeitura de São Paulo em 2005, para a Toesa Service inaugurar filial em São Paulo, atendendo “já de início a Prefeitura” (nas palavras da própria empresa):


E continuou contratada pela prefeitura na gestão de Gilberto Kassab:



Ministério Público investiga empresa no mensalão do DEM


Depois de atender José Serra, a Toesa também abriu filial no Distrito Federal para atender o ex-governador José Roberto Arruda (ex-DEM) e de seu então secretário de saúde Augusto Carvalho (PPS). Estava envolvida no esquema do mensalão do DEM. Arruda e Carvalho gastaram por mês com a Toesa (sem licitação) mais do que gastaram com o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, apoiado pelo Ministério da Saúde) no ano todo de 2009.



A Toesa também responde processo no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, está envolvida em irregularidades em Natal (RN) e é investigada pelo Ministério Público de Goiás.



Em tempo: Empresas denunciadas pelo Fantástico fizeram negócios no Governo Lula/Dilma. Com uma diferença. O Ministro Alexandre Padilha cancelou os contratos e mandou a Polícia Federal atrás. Já o Ministro da Saude José Cerra (o melhor da História deste país, na opinião de Nelson Johnbim …)  … o que fez ele ? – PH

Em tempo2: quanto tempo os telejornais da Globo – todos ! – dedicarão às atividades da Toesa no Ministério e na Prefeitura do Cerra ? – PHA

Paulo Henrique Amorim

Redescobrindo a pobreza nos EUA

 

Há 50 anos, os estadunidenses, ou ao menos os não-pobres entre eles, “descobriram” a pobreza, graças a um livro de Michael Harrington que falou sobre a existência de uma "Outra América". Cinquenta anos depois, uma nova descoberta da pobreza está muito atrasada. E se olharmos bem de perto, teremos de concluir que a pobreza não é, afinal, uma aberração cultural ou uma falha de caráter, como a "cultura da pobreza" sustentou nos EUA. A pobreza é a falta de dinheiro. O artigo é de Barbara Ehrenreich.

Faz exatamente 50 anos desde que os estadunidenses, ou pelo menos os não-pobres entre eles, “descobriram” a pobreza, graças ao envolvente livro de Michael Harrington, The Other America (A Outra América). Se atualmente esta descoberta parece um pouco exagerada, como a “descoberta” de Colombo da América, foi porque os pobres, de acordo com Harrington, estavam tão “escondidos” e “invisíveis” que foi preciso a imprensa de esquerda fazer uma cruzada para descobri-los.

O livro de Harrington chocou uma nação que até então se orgulhava de sua ausência de classes e até mesmo queixava-se dos efeitos da riqueza abundante. Ele estimava que um quarto da população vivia na pobreza – negros dos bairros pobres, brancos da região de Apalaches, trabalhadores agrícolas e os americanos idosos entre eles. Os estadunidenses não poderiam mais vangloriar-se, como o Presidente Nixon fez em seu “debate doméstico” com o primeiro ministro soviético Nikita Khrushchev em Moscou apenas três anos antes, sobre os esplendores do capitalismo americano.

Ao mesmo tempo que deu seu soco no estômago, The Other America também ofereceu uma visão diferente da pobreza, que parecia destinada a confortar os que já estavam confortáveis. Os pobres eram diferentes do resto de nós, alegou, radicalmente diferentes, e não apenas no sentido de que eles foram privados, prejudicados, mal alojados ou mal alimentados. Eles sentíam-se diferentes, pensavam diferente, e buscavam estilos de vida caracterizados por uma visão estreita e pela intemperança. Como Harrington escreveu “Existe... uma linguagem dos pobres, uma psicologia dos pobres, uma visão de mundo dos pobres. Ser pobre é ser um estrangeiro em seu próprio país, para crescer em uma cultura que é radicalmente diferente da que domina a sociedade”.

Harrignton realizou um trabalho tão bem feito ao fazer os pobres parecerem “diferentes” que quando li seu livro em 1963 não reconheci nele meus próprios antepassados e familiares. Tudo bem, alguns deles levavam vidas desordenadas pelos padrões da classe média, envolvendo bebida, brigas e filhos fora do casamento. Mas eles também eram trabalhadores e em alguns casos ferozmente ambiciosos - qualidades que Harrington parecia reservar para os economicamente privilegiados.

De acordo com ele, o que distinguia os pobres era sua singular “cultura da pobreza”, conceito que pegou emprestado do antropólogo Oscar Lewis, que o obteve a partir de seus estudos a respeito de moradores de favelas mexicanas.

A cultura da pobreza deu a The Other America um toque moderno acadêmico, mas também deu ao livro uma mensagem dupla e conflitante: "Nós" - os leitores sempre presumivelmente ricos - precisávamos encontrar alguma forma para ajudar os pobres, mas também precisávamos entender que havia algo errado com eles, algo que não podia ser curado por uma simples redistribuição da riqueza. Pense em um liberal fervoroso que encontra um mendigo, e é movido por pena pela óbvia miséria do homem, mas se recusa a oferecer um trocado - uma vez que o mendigo pode, afinal, gastar o dinheiro em bebida.

Em sua defesa, Harrington não quis dizer que a pobreza foi causada por o que ele chamou de tendências distorcidas dos pobres. Mas ele certamente abriu as comportas para essa interpretação. Em 1965, Daniel Patrick Moynihan – um liberal esporádico e um dos companheiros de bebida de Harrington na famosa taberna no Cavalo Branco no vilarejo de Greenwich – jogou a culpa da pobreza do centro da cidade no que ele viu como sendo a estrutura precária da “Família Negra”, abrindo caminho para décadas de culpabilização das vítimas. Poucos anos depois do Relatório Moynihan, Edward C. Banfield urbanologista de Harvard, que passou a servir como um conselheiro de Ronald Reagan, sentiu-se livre para afirmar que:

“As vidas individuais de classe baixa de momento a momento... impõem ao governo seu comportamento. Ele é portanto radicalmente imprudente: o que ele não pode consumir imediatamente ele considera sem valor... [Ele] tem uma percepção frágil, atenuada de si mesmo.”

Nos casos mais difíceis, opinou Banfield, o pobre pode ter de ser cuidado em “semi-instituições”... E aceitar certa vigilância e supervisão de um semi-assistente-social-semi-policial.

Na era Reagan, a "cultura da pobreza" tornou-se o ponto nevrálgico da ideologia conservadora: a pobreza não foi causada por baixos salários ou pela falta de empregos, mas por más atitudes e estilos de vida defeituosos.
Os pobres eram imorais, promíscuos, mais propensos aos vícios e crime, incapazes de demonstrar gratidão, ou possivelmente até mesmo de ajustar um despertador. A última coisa que poderia ser confiada a eles era dinheiro. Na verdade, Charles Murray argumentou em seu livro Losing Ground em 1984, que qualquer tentativa de ajudar os pobres com as suas circunstâncias materiais só teria a consequência inesperada de aprofundamento da sua depravação.

Por isso, foi em um espírito de justiça e até mesmo compaixão que Democratas e Republicanos se uniram para reconfigurar programas sociais para curar, não a pobreza, mas a “cultura da pobreza”. Em 1996, a administração Clinton promulgou a regra “One Srike” banindo das moradias públicas qualquer pessoa que cometesse um crime. Poucos meses depois, o benefício foi substituído por Assistência Temporária a Famílias Carentes (TANF) que na sua forma atual fornece assistência financeira disponível apenas para aqueles que têm emprego ou são capazes de participar da política de trabalho imposta pelo governo.

Em mais uma concessão para a teoria da “cultura da pobreza” o projeto inicial de reforma do bem-estar destinou 250 milhões de dólares em cinco anos para o “controle de natalidade” para mães solteiras pobres. (Este projeto de lei, deve ser salientado, foi assinado por Bill Clinton).

Ainda hoje, mais de uma década depois, e há quatro anos em um grave declínio econômico, como as pessoas continuam a cair das classes médias para a pobreza, a teoria mantém sua força. Se você é carente, você necessita de correção, supõe-se; portanto, os que recebem a Assistência Temporária são frequentemente instruídos a melhorar suas atitudes e os candidatos aos crescentes programas da rede de segurança são submetidos a testes de drogas.

Legisladores em 23 estados estão considerando testar as pessoas que se candidatam para tais programas como: treinamento de trabalho, vale-alimentação, habitação pública e assistência de aquecimento doméstico. E na teoria de que os pobres são suscetíveis a abrigar tendências criminosas, os requerentes de programas de segurança estão sendo cada vez mais submetidos à impressão digital e pequisas computadorizadas de mandados pendentes.

O desemprego, com suas amplas oportunidades de “malandragem”, é outra condição obviamente suspeita, e no ano passado 12 estados cogitaram a exigência de testes de urina como condição para receber benefícios de desemprego. Tanto Mitt Romney quanto Newt Gingrich sugeriram teste de drogas como condição para todos os benefícios do governo, presumivelmente incluindo a Seguridade Social. Se a vovó insistir em tratar sua artrite com maconha, ela poderá ter que passar fome.

Como Michael Harrington julgaria os atuais usos da teoria da “cultura da pobreza” que ele tanto popularizou? Trabalhei com ele na década de 1980, quando fomos co-presidentes do Socialistas Democráticos da América, e suspeito que ele sentiria-se desapontado, se não mortificado. Em todas as discussões e debates que tivemos, ele nunca dirigiu sequer uma palavra depreciativa para os necessitados e para isso, proferiu a expressão “cultura da pobreza”. Maurice Isserman, biógrafo de Harrington, disse-me que ele provavelmente agarrou-se a isso em primeiro lugar, só porque " ele não queria soar como um estereotipado agitador marxista preso aos anos trinta."

A artimanha – se é que pode-se chamar assim – funcionou. Michael Harrington não protestou no anonimato. Na verdade, seu livro tornou-se um bestseller e uma inspiração para a batalha de Presidente Lyndon Johnson contra a pobreza. Mas ele havia fatalmente remendado a “descoberta” da pobreza.

No entanto, o que os estadunidenses ricos encontraram em seu livro, e em todas as ásperas críticas conservadoras que o seguiram, não foi o pobre, mas uma nova forma agradável de pensar em si mesmos – disciplinados, cumpridores da lei, sóbrios e concentrados. Em outras palavras, não pobres.

Cinquenta anos depois, uma nova descoberta da pobreza está muito atrasada. Desta vez, teremos de levar em conta não só os estereótipos dos cidadãos sem-teto de Skid Row e Apalaches, mas o direito dos moradores de subúrbios privados de resgatar suas hipotecas, trabalhadores do setor de tecnologia desempregados, e o cada dia maior exército americano de trabalhadores pobres. E se olharmos bem de perto, teremos de concluir que a pobreza não é, afinal, uma aberração cultural ou uma falha de caráter. A pobreza é a falta de dinheiro.

(*) Barbara Ehrenreich é a autora de Nickel and Dimed: On (Not) Getting By in America (agora em uma edição de aniversário de 10 anos com novo epílogo).

Fonte
http://www.tomdispatch.com/blog/175516/tomgram%3A_barbara_ehrenreich%2C_american_poverty%2C_50_years_later/

Tradução: Isabela Garcia e Lucia Dal Corso.

Receita conservadora mantém economia inglesa estagnada

 

A realidade se chocou com a teoria que justificava o draconiano ajuste anunciado em outubro de 2010 pela necessidade de inspirar confiança nos investidores e evitar que o Estado substituísse a iniciativa privada. A economia cresceu um pálido 0,8% no ano passado, com salários congelados no setor público, aumentos diminutos no setor privado e uma taxa de desemprego de 8,4%. O primeiro ministro David Cameron anunciou nesta segunda que privatizará as estradas do Reino Unido “para reparar anos de degradação da infraestrutura”. O artigo é de Marcelo Justo.

Londres - As duas chaves mestras da coalizão conservadora-liberal democrata – o ajuste e o investimento privado – não tiraram o Reino Unido da estagnação. Em uma tentativa de reviver o dinamismo do setor privado e evitar que a economia caia em sua segunda recessão em três anos, o primeiro ministro David Cameron anunciou nesta segunda-feira que privatizará as estradas do Reino Unido “para reparar anos de degradação da infraestrutura nacional”. Com o mesmo objetivo, ele anunciou semana passada um programa especial governamental para estimular o moribundo setor da construção. São medidas pontuais. A estratégia no médio prazo ficará clara quarta-feira quando o ministro de Finanças, George Osborne apresentar sua proposta de orçamento na Câmara dos Comuns.

A realidade se chocou com a teoria da coalizão que justificava o draconiano ajuste anunciado em outubro de 2010 pela necessidade de inspirar confiança nos investidores e evitar que o Estado substituísse a iniciativa privada. A economia cresceu um pálido 0,8% no ano passado, com salários congelados no setor público, aumentos diminutos no setor privado e uma inflação que supera os 4%.

Para piorar, a agência de classificação de risco Fitch se somou na semana passada à agência Moody e reduziu o prognóstico econômico do Reino Unido de “estável” para “negativo”. Esta avaliação foi um golpe para um governo que justificou o ajuste pela necessidade de manter a graduação creditícia AAA que garante empréstimos com menores taxas de juro. As chances disso acontecer hoje são apenas de 50%, segundo o “City AM”, diário editado pela City de Londres.

A saída para essa enrascada econômica é uma espécie de keynesianismo de direita: o Estado intervém para que o setor privado faça um grande negócio com seu investimento na obra pública estimulando a economia com a criação de emprego. No caso das estradas, as empresas privadas que vencerem a licitação terão que efetuar um pagamento inicial e receberão uma remuneração anual do Estado para a manutenção das estradas e a reparação de pontes. Segundo o governo, não poderão cobrar pedágio para pagar o investimento e terão que demonstrar à agência reguladora a qualidade da manutenção das estradas e uma redução no congestionamento de tráfico. Mas o primeiro ministro David Cameron admitiu que estava se estudando a cobrança de pedágio pelo investimento em novas estradas. A Associação de Motoristas advertiu que o plano “vai conduzir à privatização das estradas”.

O plano para estimular o mercado da habitação, fundamental na dinâmica econômica britânica desde os anos do thatcherismo, tem a mesma dose de generosidade estatal com o setor privado. O governo, em conjunto com a Federação da Construção, vai garantir os empréstimos bancários para os que quiserem adquirir sua primeira moradia. A medida diminuirá drasticamente o depósito exigido e as taxas de juros permitindo que cerca de 100 mil pessoas, atualmente excluídas, tenham acesso ao mercado imobiliário.

O prato forte das medidas é esperado para esta quarta-feira com o orçamento. Em meio à profusão de versões está claro que o plano de “consolidação fiscal”, eufemismo para ajuste, seguirá adiante. O problema é que hoje todos os setores estão pedindo à coalizão uma estratégia pró-crescimento. O governo está apontando para uma redução de impostos para os mais ricos para que se produza o mítico efeito cascata ou distribuição de riqueza por meio de um aumento do investimento e do consumo. Em um momento em que o governo proclama aos quatro ventos que “estamos todos juntos no ajuste”, esta redução é politicamente explosiva.

O ministro de Finanças, George Osborne, quer compensá-la com o anúncio de um combate à evasão e sonegação fiscal e com uma elevação do patamar a partir do qual se paga impostos. Ele passaria de 8.105 libras para 10.000 libras. Segundo a coalizão este novo patamar favorecerá os mais necessitados. Segundo o Instituto de Estudos Fiscais, a terceira parte mais pobre da sociedade não ganha nada com o anúncio, já que suas receitas estão abaixo desse índice. O mesmo ocorre com os pensionistas.

“O custo desta medida será de mais de 5 bilhões de libras e os mais favorecidos serão os 20% mais ricos da população que receberão uma nova dádiva fiscal”, disse o analista Polly Toynbee, no The Guardian. Para além do debate, é pouco provável que estas medidas sejam o estímulo econômico de que o Reino Unido necessita para sair do pântano quando ainda faltam por executar meio milhão de demissões no setor público e o desemprego atinge 8,4% da população.

Tradução: Katarina Peixoto

A crise interna no PSDB

luisnassif,

Do Blog de Agenor Bevilacqua Sobrinho
Antropofagia tucana ou como as penas voam no boxe interno do PSDB

Nada como um dia após o outro.
Tucanos sem maquiagem assombram canal de televisão, mas esclarecem os incautos sobre o caráter de ideias reacionárias.
Espetáculo de antropofagia tucana demonstra a decomposição do PSDB e revela como a fratura exposta das oposições é decorrente da falência das políticas neoliberais defendidas por elas.
A vanguarda do atraso, diante do abismo, toma decisão sábia. Dá um passo à frente.
Melhor para o país, que credencia e referenda políticas públicas de distribuição de renda, de inclusão e de hegemonia de interesses populares.
Vamos trabalhar cada vez mais para que as bandeiras de democratização política e social se aprofundem e afastem o Brasil de sua situação de desigualdades gritantes e injustiças intoleráveis.
Transformar o país em espaço de prosperidade e dignidade para todos é a tarefa inadiável e diária dos que compartilham valores de solidariedade e equidade.

Serra diz que a palavra dele, falada ou escrita, não vale nada

“Eu não assinei nada em cartório. Isso é folclore. Houve um debate, uma entrevista. O pessoal perguntou: ‘Se o senhor for eleito prefeito vai sair para se candidatar à Presidência?’ Eu disse que não. ‘Então assina aqui.’ Eu assinei um papelzinho. Não era nada…”



A “surpresa” todos sabiam, menos o jornal

 

Quando a gente fala aqui do péssimo nível do jornalismo econômico brasileiro não está se referindo, em geral, à qualidade dos jornalistas, mas à transformação das editorias em máquinas de propaganda política.
Escrevi no Tijolaço, o quanto era ridículo dizer que o Banco Central estava “pressionado” a baixar juros.
Como é evidente que o BC, em nome do Estado brasileiro, é quem define quanto o Estado brasileiro vai pagar de juros, ser “pressionado” a pagar menos é um paradoxo.
Se fosse “inflação em alta pressiona BC a aumentar juros”, bem. Mas o contrário?
Ontem foi O Globo que, além de repetir a dose, cria um curioso – e revelador – clima conspiratório em torno da redução dos juros.
“Um dia após a divulgação de que a economia brasileira cresceu só 2,7% em 2011, o Comitê de Política Monetária (Copom) aprovou uma redução de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, que ficou agora em 9,75%. Mas a decisão não foi unânime. A medida foi aprovada por cinco votos a dois. Os dissidentes queriam cortar apenas 0,5 ponto, como apostava a maior parte dos analistas econômicos.”
“Os dissidentes”, observem só…Parece que são pobres perseguidos dos países da antiga Cortina de Ferro, não é? Lutando, em nome dos princípios do liberalismo contra uma feroz ditadura, os dissidentes queriam garantir a liberdade de uma taxa completamente diferente: 0,25%!!
E depois, diz que “a maior parte dos analistas econômicos” previa um corte de 0,5%… Que maior parte? Onde? Há dias, e até mesmo neste modesto blog aqui,  antecipava-se corte de 0,75%. Todos os jornais fizeram o mesmo e os mercados futuros de juros já tinham essa projeção…
O mercado sabia, apenas não queria, e já por diversas vezes se apontou aqui que as “projeções” das instituições financeiras – diretamente interessadas em que estes índices fiquem o mais alto possível – são eivadas de parcialidade. Tanto que, em qualquer análise séria, não há como explicar que se “pagasse o mico” de prever no dia 2 de março  um Índice de Preços ao Consumidor da Fipe de 0,45%, quando os resultados semanais que a instituição publicava há mais de um mês não chegavam a isso e, pior, caíam fortemente.
Todos eles sabem que a inflação de fevereiro virá abaixo das “previsões” oficiais de 0,46% que espelham no Boletim Focus, para o qual o Banco Central coleta as “previsões” do mercado.
Mas, hoje, teremos uma nova “surpresa”…

Por: Fernando Brito

TV CULTURA, UMA NOVA PRIVATARIA EM CURSO

* Atentado anti-semita na França encurrala o discurso xenófobo de Sarkozy** a praticamente um mês das eleições presidenciais, de 22 de abril, o conservador está empatado com o socialista François Hollande, com cerca de 28% das intenções de voto ** Mélenchon, da Frente de Esquerda, continua em trajetória ascendente, com 11,5%, na última enquete Ipsos (leia mais na reportagem do correspondente em Paris, Eduardo Febbro, nesta pág).
 
A crise da TV Cultura, de São Paulo, alinha-se a um processo corrosivo que, por quase três décadas, hostilizou, desdenhou e induziu ao sucateamento tudo o que não fosse mercado. Sua longa agonia, portanto, está longe de ser um problema apenas financeiro ou técnico. Aqueles que decretaram a irrelevância da esfera pública na construção da sociedade brasileira e de seu desenvolvimento não poderiam jamais ter um projeto coerente de emissora de televisão, voltada para os interesses gerais da cidadania.Esse é o cerne de uma montanha-russa de crises e improvisações que agora ensaia um novo divisor. Ao conceder, unilateralmente, a uma corporação midiática, caso da Folha de São Paulo, 30 minutos semanais na grade da emissora, em horário nobre, o que se sugere é mais um golpe de apropriação da esfera pública pela endogamia de interesses que não são os da sociedade. O desatino da TV Cultura tem que ser interrompido. Não é fazendo de seu sinal um anexo do 'jornalismo amigo' produzido na Barão de Limeira que esse objetivo será alcançado. (Joaquim Palhares, diretor de Redação  Carta Maior; leia a íntegra do editorial aqui) 

O Barão quer programa na TV Cultura !
Abaixo a Privataria


Saiu no site do Barão de Itararé:

Barão de Itararé solicita espaço na TV Cultura


publicado em 19 de março de 2012


A entidade encaminhou nesta segunda-feira, 19 de março, ofício ao presidente-diretor da Fundação Padre Anchieta solicitando audiência para discutir a abertura de editais com o objetivo de selecionar programas para a emissora. O Centro de Estudos Barão de Itararé já manifestou interesse em participar do processo seletivo.


O ofício reitera que “é missão inalienável da TV pública garantir a diversidade e a pluralidade informativa e cultural, abordando temas de interesse social e local, garantindo a projeção da comunidade em que está inserida para dar visibilidade a questões que, na maioria das vezes, não têm espaço nos veículos comerciais”.


É neste sentido que se insere o pedido do Barão de Itararé: garantir espaços na programação da TV Cultura “para a produção independente proveniente das experiência de grupos sociais”.


Transparência e participação social


No ofício encaminhado pelo Barão de Itararé, a entidade solicita que a Fundação Padre Anchieta adote critérios transparentes para abrir espaços na sua programação à produção independente. “As entidades/movimentos/produtoras interessadas – entres as quais o Barão de Itararé já se apresenta –, que manifestarem interesse, poderiam pleitear um espaço na programação da emissora, a ser concedido a partir de métodos e critérios transparentes. O Barão e estas entidades seriam inscritas por edital público e a seleção dos programas apresentados seria feita através de pitching”.


A iniciativa foi debatida durante reunião realizada em São Paulo com outras organizações, blogueiros e jornalistas e faz parte de uma série de medidas de uma campanha em defesa do caráter público da TV Cultura.


Privataria da Cultura


A solicitação feita pelo Barão de Itararé vai no sentido oposto das recentes negociações entre a Fundação Padre Anchieta e empresas de comunicação paulistas, entre as quais a Folha de S.Paulo – que já estreiou programa na emissora – a, Estadão, Valor Econômico e Veja que foram feitas sem transparência e afrontando o caráter público da TV Cultura.


“A cessão de espaços na grade da programação da TV Cultura para empresas de comunicação privadas como a Folha é um desrespeito ao caráter público da emissora que é um patrimônio do povo paulista. E, infelizmente, esta é apenas mais uma das várias medidas que os governos tucanos  vêem adotado para desmontar a TV, dilapidar seu patrimônio e descaracterizar sua missão. O que eles vinham fazendo de forma disfarçada agora está sendo feito escancaradamente: a privatização da TV Cultura”, afirma Renata Mielli, secretária geral do Centro de Estudos Barão de Itararé.


Por isso, várias organizações de luta pela democratização da comunicação, blogueiros, jornalistas, intelectuais e movimentos sociais paulistas estão lançando a campanha contra a Privataria da Cultura.


A campanha está organizando um ato político em defesa da Cultura e lançando um manifesto no qual denuncia as principais investidas tucanas contra a emissora e enumera algumas reivindicações.


A reunião que organizou a campanha contou com a presença do Centro de Estudos Barão de Itararé, da Altercom, Intervozes, os jornalistas Paulo Henrique Amorim, Luiz Carlos Azenha, Rodrigo Vianna, Gilberto Maringoni, o professor Laurindo Lalo Leal Filho, o diretor da Carta Maior, Joaquim Palhares e o diretor da revista Caros Amigos, Wagner Nabuco.

No manifesto as entidades denunciam:


- mais de mil demissões;


- extinção de programas (Zoom, Grandes Momentos do Esporte, Vitrine, Entrelinhas, Cultura Retrô, Login) e tentativa de extinção do Manos e minas;


- aniquilação das equipes da Rádio Cultura e estrangulamento da equipe de jornalismo;


- enfraquecimento da produção própria de conteúdo, inclusive dos infantis;


- entrega, sem critérios públicos, de horários na programação para meios de comunicação privados;


- cancelamento de contratos de prestação de serviços (TV Justiça, Assembleia e outros);


- doação da pinacoteca e biblioteca;


- extinção da cenografia, venda de equipamentos e venda da frota de veículos.


A TV e as rádios Cultura estão passando por um processo de desmonte e privatização, com a degradação de seu caráter público. Não podemos deixar esse patrimônio do povo de São Paulo ser dilapidado, vítima de sucateamento promovido por sucessivas gestões sem compromisso com o interesse público, seriamente agravado na gestão Sayad.


Em nome da afirmação de seu caráter público, as entidades se manifestam:


- contra o desmonte geral da rádio e TV Cultura e pela retomada dos programas;


- em defesa do pluralismo e da diversidade na programação;


- por uma política transparente e democrática para abertura à programação independente, com realização de pitchings e editais;


- pela democratização do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta


Confira na íntegra o ofício enviado pelo Barão de Itararé


Em tempo: no dia 3 de abril, terça-feira, às 19h, no Sindicato dos Engenheiros, na Rua Genebra, 25, em São Paulo, o Barão celebrará missa fúnebre em respeito à alma progressista de João Sayad, devidamente soterrada pelo tucanismo neolibelês (*). O ato contra a Privataria da Cultura oferecerá palavras de louvor também ao PiG (**).

(*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.