Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
segunda-feira, 30 de maio de 2011
edevai lá ............bolsonaro ..............bolsinha..................!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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PSDB sepulta serrismo; novo líder, Aécio aposta em 'artigo de FHC'
Convenção tucana elege comando simpático à candidatura Aécio-2014 e, contra a vontade de José Serra, acomoda derrotado em 2010 em cargo inoperante. Segundo aliado, Aécio adotará linha do 'artigo de FHC', que prega que oposição esqueça 'povão', busque 'nova classe média' e não abra mão do 'moralismo', explorado no 'caso Palocci'. Escanteado, Serra apela para ser lembrado: 'contem comigo'.
André Barrocal
BRASÍLIA - “Contem comigo para qualquer problema, para qualquer necessidade de presença, eu estarei lá. Sou um ativista político desde minha juventude. Estou nessa luta há muitas décadas e, se deus quiser, permanecerei nela durante muitas décadas ainda (….) Antes de ser um oficial da política, eu sou um soldado.”
Com estas palavras - um apelo para não ser ignorado -, José Serra, ex-governador de São Paulo, terminou sua participação na convenção nacional que o PSDB realizou neste sábado (28/05) para eleger uma nova direção. Derrotado duas vezes ao tentar virar presidente da República, o discurso de Serra encerrou mais um fracasso.
A convenção destinava-se justamente a sepultar a hegemonia serrista e paulista no tucanato. Ao mesmo tempo, buscava evitar um racha no ninho, o que exigirá do PSDB tonificar uma instância partidária inoperante nos últimos tempos, o Conselho Político, em cuja direção, a contra-gosto e com muita resistência, Serra foi assentado.
Daqui para frente e de olho na sucessão da presidenta petista Dilma Rousseff em 2014, os tucanos entregam-se à liderança do senador Aécio Neves (MG), cuja missão será reiventar um partido e um ideário derrotados mais vezes do que Serra na luta pela Presidência da República.
“Não podemos ter dois comandos. Sairemos daqui com um comando só”, dizia, ao chegar à convenção, o líder da bancada adversária de Dilma na Câmara dos Deputados, Paulo Abi-Ackel (PSDB), aliado mineiro do senador mineiro. E qual será o discurso, a linha do partido daqui em diante, com Aécio à frente? “Ah, é o artigo do Fernando Henrique”, contou Abi-Ackel.
Linha FHC: classe média e moralismo
O deputado referia-se a um texto polêmico publicado numa revista no início de abril, no qual ex-presidente esforça-se para salvar o PSDB e a oposição em geral da falta de rumos. Nele, FHC diz que “uma oposição que perde três disputas presidenciais não pode se acomodar com a falta de autocrítica”. E defende, entre outras coisas, que os adversários de Dilma não devem “disputar com o PT influência sobre os 'movimentos sociais' ou o 'povão'”, mas, sim, buscar a “nova classe média”.
Para o sociólogo, os tucanos precisam explorar as redes sociais, a mídia tradicional e as universidades para discursar a favor de mais saúde, educação, ecologia, direitos humanos, enfim, por um “papel crescente do estado”, o que não estaria em “contradição com economia mercado”. Mas, ressalva FHC, sem deixar de lado o núcleo das campanhas tucanas perdedoras em 2006 e 2010, porque “seria erro fatal imaginar, por exemplo, que o discurso 'moralista' é coisa de elite à moda da antiga UDN”.
Pois não faltou, na convenção tucana, a retórica 'moralista' pregada pelo ex-presidente, graças à enrascada em que se encontra o chefe da Casa Civil, ministro Antonio Palocci, por conta de seu enriquecimento à base de consultorias. “Devemos sair às ruas, de cabeça erguida, e dizer: 'somos sérios, somos éticos e sabemos fazer'”, disse na convenção o desde já presidenciável Aécio Neves.
“Crise ética”, foi a definição do caso Palocci dada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. “Escândalo”, chamou FHC. “Águas da corrupção”, classificou o presidente reeleito do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE).
Não foi exatamente a opinião manifestada por um deputado cassado que compareceu à festa tucana mesmo sem ter carteirinha do PSDB. Para o presidente do PTB, Roberto Jefferson, não há motivo para CPI do Palocci. Nem mesmo para fazer comparações com o “mensalão”, cuja suposta existência o deputado denunciou depois que um aliado dele empregado nos Correios, Mauricio Marinho, fora gravado recebendo propina.
'Aécio presidente!'
Ao chegar à convenção, Jefferson parecia um pop-star, posando para fotos com militantes tucanos, que também se entretiam com músicas à espera do início do encontro. "Brasil, urgente, Aécio presidente!”, era uma delas. “Brasil, urgente, Perillo presidente!”, dizia outra, aludindo ao governador de Goiás, Marconi Perillo. Até um genérico “1, 2, 3, 4, 5, mil, queremos um tucano presidente do Brasil!”.
NInguém gritava “Serra presidente”, evidência de que o ex-governador paulista é página virada no partido, mesmo com os mais de 40 milhões de votos obtidos na última eleição.
O capital político de Serra serviu, no entanto, para impedir que ele fosse escanteado por completo do novo comando tucano. Os tucanos contam com algum tipo de colaboração dele na próxima eleição. Daí que o encontro deste sábado começou com mais de duas horas de atraso. Desde a véspera, a elite tucana tentava encontrar uma composição dos dirigentes que garantisse a hegemonia de Aécio, mas que permitisse ao menos dar um prêmio de consoloção a Serra.
Os três cargos mais importantes da estrutura partidária ficaram com simpatizantes ou aliados declarados de Aécio. O presidente Sérgio Guerra, que pelas costas já fez referências desabonadoras a Serra, reelegeu-se. A secretaria-geral terá o deputado mineiro Rodrigo de Castro, abertamente apoiador de Aécio. E o comando do Instituto Teotônio Vilela, órgão formulador dos tucanos, foi entregue ao ex-senador Tasso Jereissatti (CE), que até hoje guarda rancor contra Serra pela disputa de ambos pela candidatura presidencial tucana em 2002.
Para Serra, restou controlar o Conselho Político, que os tucanos dizem que vão tentar revitalizar daqui para frente.
Além do objetivo de superar o serrismo e, ao mesmo tempo, esconder os problemas internos atrás da retórica de “unidade”, o PSDB usou a convenção para tentar enfrentar a sensação de fragilidade dos adversários do governo dentro do Congresso. É a menor bancada oposicionista desde o fim da ditadura militar. Valeu até apelar para um suposto fenômeno mundial. “Há controvérsias sobre o enfraquecimento da oposição. A oposição não está fragilizada só no Brasil”, disse o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR).
Com estas palavras - um apelo para não ser ignorado -, José Serra, ex-governador de São Paulo, terminou sua participação na convenção nacional que o PSDB realizou neste sábado (28/05) para eleger uma nova direção. Derrotado duas vezes ao tentar virar presidente da República, o discurso de Serra encerrou mais um fracasso.
A convenção destinava-se justamente a sepultar a hegemonia serrista e paulista no tucanato. Ao mesmo tempo, buscava evitar um racha no ninho, o que exigirá do PSDB tonificar uma instância partidária inoperante nos últimos tempos, o Conselho Político, em cuja direção, a contra-gosto e com muita resistência, Serra foi assentado.
Daqui para frente e de olho na sucessão da presidenta petista Dilma Rousseff em 2014, os tucanos entregam-se à liderança do senador Aécio Neves (MG), cuja missão será reiventar um partido e um ideário derrotados mais vezes do que Serra na luta pela Presidência da República.
“Não podemos ter dois comandos. Sairemos daqui com um comando só”, dizia, ao chegar à convenção, o líder da bancada adversária de Dilma na Câmara dos Deputados, Paulo Abi-Ackel (PSDB), aliado mineiro do senador mineiro. E qual será o discurso, a linha do partido daqui em diante, com Aécio à frente? “Ah, é o artigo do Fernando Henrique”, contou Abi-Ackel.
Linha FHC: classe média e moralismo
O deputado referia-se a um texto polêmico publicado numa revista no início de abril, no qual ex-presidente esforça-se para salvar o PSDB e a oposição em geral da falta de rumos. Nele, FHC diz que “uma oposição que perde três disputas presidenciais não pode se acomodar com a falta de autocrítica”. E defende, entre outras coisas, que os adversários de Dilma não devem “disputar com o PT influência sobre os 'movimentos sociais' ou o 'povão'”, mas, sim, buscar a “nova classe média”.
Para o sociólogo, os tucanos precisam explorar as redes sociais, a mídia tradicional e as universidades para discursar a favor de mais saúde, educação, ecologia, direitos humanos, enfim, por um “papel crescente do estado”, o que não estaria em “contradição com economia mercado”. Mas, ressalva FHC, sem deixar de lado o núcleo das campanhas tucanas perdedoras em 2006 e 2010, porque “seria erro fatal imaginar, por exemplo, que o discurso 'moralista' é coisa de elite à moda da antiga UDN”.
Pois não faltou, na convenção tucana, a retórica 'moralista' pregada pelo ex-presidente, graças à enrascada em que se encontra o chefe da Casa Civil, ministro Antonio Palocci, por conta de seu enriquecimento à base de consultorias. “Devemos sair às ruas, de cabeça erguida, e dizer: 'somos sérios, somos éticos e sabemos fazer'”, disse na convenção o desde já presidenciável Aécio Neves.
“Crise ética”, foi a definição do caso Palocci dada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. “Escândalo”, chamou FHC. “Águas da corrupção”, classificou o presidente reeleito do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE).
Não foi exatamente a opinião manifestada por um deputado cassado que compareceu à festa tucana mesmo sem ter carteirinha do PSDB. Para o presidente do PTB, Roberto Jefferson, não há motivo para CPI do Palocci. Nem mesmo para fazer comparações com o “mensalão”, cuja suposta existência o deputado denunciou depois que um aliado dele empregado nos Correios, Mauricio Marinho, fora gravado recebendo propina.
'Aécio presidente!'
Ao chegar à convenção, Jefferson parecia um pop-star, posando para fotos com militantes tucanos, que também se entretiam com músicas à espera do início do encontro. "Brasil, urgente, Aécio presidente!”, era uma delas. “Brasil, urgente, Perillo presidente!”, dizia outra, aludindo ao governador de Goiás, Marconi Perillo. Até um genérico “1, 2, 3, 4, 5, mil, queremos um tucano presidente do Brasil!”.
NInguém gritava “Serra presidente”, evidência de que o ex-governador paulista é página virada no partido, mesmo com os mais de 40 milhões de votos obtidos na última eleição.
O capital político de Serra serviu, no entanto, para impedir que ele fosse escanteado por completo do novo comando tucano. Os tucanos contam com algum tipo de colaboração dele na próxima eleição. Daí que o encontro deste sábado começou com mais de duas horas de atraso. Desde a véspera, a elite tucana tentava encontrar uma composição dos dirigentes que garantisse a hegemonia de Aécio, mas que permitisse ao menos dar um prêmio de consoloção a Serra.
Os três cargos mais importantes da estrutura partidária ficaram com simpatizantes ou aliados declarados de Aécio. O presidente Sérgio Guerra, que pelas costas já fez referências desabonadoras a Serra, reelegeu-se. A secretaria-geral terá o deputado mineiro Rodrigo de Castro, abertamente apoiador de Aécio. E o comando do Instituto Teotônio Vilela, órgão formulador dos tucanos, foi entregue ao ex-senador Tasso Jereissatti (CE), que até hoje guarda rancor contra Serra pela disputa de ambos pela candidatura presidencial tucana em 2002.
Para Serra, restou controlar o Conselho Político, que os tucanos dizem que vão tentar revitalizar daqui para frente.
Além do objetivo de superar o serrismo e, ao mesmo tempo, esconder os problemas internos atrás da retórica de “unidade”, o PSDB usou a convenção para tentar enfrentar a sensação de fragilidade dos adversários do governo dentro do Congresso. É a menor bancada oposicionista desde o fim da ditadura militar. Valeu até apelar para um suposto fenômeno mundial. “Há controvérsias sobre o enfraquecimento da oposição. A oposição não está fragilizada só no Brasil”, disse o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR).
Fotos: Marcello Casal Jr/ABr
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PERU, VOTO A VOTO
"Matamos menos que nos anos 80″ (frase de Jorge Trelles, porta-voz informal de Keiko Fujimori, a candidata da direita nas eleições presidenciais do Peru, que acontecem no próximo domingo, dia 5 de junho. O macabro cinismo de Trelles explodiu no colo da frente de direita como uma soberba admissão dos massacres registrados no governo do pai de Keiko, Alberto Fujimori --condenado a 25 anos de prisão como autor intelectual de crimes contra a humanidade cometidos em 1990 e 1991 pela grupo Colina, uma espécie de OBAN peruana engajada na repressão ao movimento maoísta Sendero Luminoso. O comentário insolente de Trelles, ao sugerir que
atrocidades ainda piores ocorreram antes, trouxe mais tensão ao último debate presidencial deste domingo na tevê peruana. O desempenho dos candidatos poderá decidir uma eleição que praticamente cindiu o país: Keiko e Humala estão virtualmente empatados, com uma ligeira vantagem para Keiko, que vem sofrendo rápida erosão de apoiadores e aumento da taxa de rejeiçã . Humala em contrapartida voltou a crescer na margem. O desfecho do pleito terá desdobramentos para a integração latino-americana: um Peru nas mãos da direita reforçará a frente conservadora encabeçada pelo México e pela Colômbia que pretende instaurar uma aliança comercial pró-EUA na região, afrontando o cinturão progressista constituído de governos soberanos sob a âncora do Brasil).
(Carta Maior; 2º feira, 30/05/ 2011)
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A limpeza de praças na Espanha
Apesar do fato de as elites políticas da Espanha, nesta nova era de dominância da direita, estarem mostrando seu uso em massa da força, eles têm encontrado um movimento não-violento bem organizado. Se o movimento mantiver os seus princípios, e outros países europeus juntarem-se na luta, vai ser a União Europeia que será forçada a conter essa brutalidade policial, e acabará por ter de fazer concessões a essa luta democrática e não-violenta dos cidadãos. Se o movimento se espalhar, como já muitos sinais parecem indicar, as elites políticas e econômicas da Europa terão que decidir entre reforma e revolução. O artigo é de Pablo Ouziel.
Pablo Ouziel - CommonDreams.org
Na sexta-feira 27 de maio, cinco dias após uma vitória esmagadora dos partiidos de centro-direita nas eleições locais e regionais em toda a Espanha, o país acordou para a amarga realidade de como os movimentos não-violentos que lutam por democracia econômica, justiça política e paz irão se relacionar com as forças policiais do país nesta nova era de dominação política da direita.
Apenas 24 horas após a maior companhia espanhola de telecomunicações, a Telefónica, anunciar uma nova rodada de demissões afetando 8,5 mil pessoas, 25% da força de trabalho, e com o G8 se reunindo em Deauville, França, para discutir entre outras coisas o descontentamento que varre a Europa, a polícia da Catalunha - Mossos d'Esquadra - seguindo ordens da Prefeitura, sob controle do Partido Nacionalista Catalão, cercou os manifestantes não-violentos que acamparam na Plaza Catalunya, no centro da cidade de Barcelona. Armados com equipamento anti-rebelião completo, cassetetes e espingardas com balas de borracha, a polícia encurralou os manifestantes, impossibilitando que pessoas entrassem ou saíssem da praça.
Com a desculpa de limpar a praça, por razões de segurança, em preparação para a final da Liga dos Campeões da Europa entre Barcelona e Manchester United, o governo da cidade pediu a dispersão dos manifestantes, a fim de permitir que as equipes de limpeza entrassem. Embora essa fosse a posição oficial, logo ficou evidente que a limpeza da praça não era a verdadeira intenção, e que o verdadeiro objetivo da operação era apreender computadores, impressoras e documentos das comissões do movimento de direção, e pôr um fim a esta revolta popular que representa uma ameaça para as elites políticas e econômicas do país.
Assim que a polícia cercou a multidão e as emissoras de televisão e rádios locais começaram a noticiar os eventos, os cidadãos começaram a deixar seus locais de trabalho e foram até a praça, a fim de mostrar a sua solidariedade para com aqueles que estavam na mira da polícia. A cena que encontraram parecia um dos lendário atos de desobediência civil de Gandhi - os manifestantes sentados no chão, em silêncio, com as pernas cruzadas e as mãos no ar, simbolizando seu desafio à natureza opressiva e brutal desta ação policial.
Ao contrário do período pré-eleitoral, há onze dias, quando o movimento 15M começou a se reunir nas praças das cidades em todo o país com mensagens de indignação, desta vez a polícia não hesitou. As ordens eram claras. Eles começaram a apontar suas armas para aqueles que estavam fora da praça e gritavam "Esta é a nossa democracia", e um por um, começaram a puxar quem estava sentado no interior da praça - e bater neles com os cassetetes. Acabei de ouvir que o professor de economia Arcadi Oliveras (o Noam Chomsky da Espanha), esteve entre aqueles que sofreram com o uso indiscriminado de cassetetes da polícia.
No momento em que escrevo, milhares de cidadãos estão indo em direção à praça de Barcelona, e na sequência de duas detenções e 99 feridos, cerca de 5 mil manifestantes reocuparam a praça da cidade. Em Madri Esperanza Aguirre, que preside a região autônoma e o Partido Popular de Madrid, pediu ao Ministério do Interior para expulsar os manifestantes de Puerta del Sol. Por sua parte, os manifestantes na praça de Madrid têm enviado mensagens de solidariedade para com aqueles que estão sendo atacados em Barcelona. A polícia na cidade de Lerida também despejou os acampados na praça da cidade usando canhões de água, e dois manifestantes foram presos. Enquanto que na cidade de Granada a prefeitura está em negociações com o governo central sobre como esvaziar a praça da cidade.
O ambiente na praça de Barcelona agora é tranquilo. Uma vez que a cidade mostrou seu apoio aos manifestantes, a polícia foi forçada a sair, e apesar do fato de muitos laptops e panfletos terem sido confiscados, e barracas e equipamentos destruídos, as pessoas pretendem ficar. Uma grande faixa no meio da praça em espanhol diz: "Você limpou o nosso cansaço e agora estamos de volta".
Apesar do fato de as elites políticas da Espanha, nesta nova era de dominância da direita, estarem mostrando seu uso em massa da força, eles têm encontrado um movimento não-violento bem organizado. Se o movimento mantiver os seus princípios, e outros países europeus juntarem-se na luta, vai ser a União Europeia que será forçada a conter essa brutalidade policial, e acabará por ter de fazer concessões a essa luta democrática e não-violenta dos cidadãos. Se o movimento se espalhar, como já muitos sinais parecem indicar, as elites políticas e econômicas da Europa terão que decidir entre reforma e revolução.
(*) Pablo Ouziel é ativista e escritor independente baseado na Espanha. Seus artigos e ensaios estão disponíveis em pabloouziel.com.
Texto originalmente publicado em CommonDreams.org.
Tradução: Wilson Sobrinho
Apenas 24 horas após a maior companhia espanhola de telecomunicações, a Telefónica, anunciar uma nova rodada de demissões afetando 8,5 mil pessoas, 25% da força de trabalho, e com o G8 se reunindo em Deauville, França, para discutir entre outras coisas o descontentamento que varre a Europa, a polícia da Catalunha - Mossos d'Esquadra - seguindo ordens da Prefeitura, sob controle do Partido Nacionalista Catalão, cercou os manifestantes não-violentos que acamparam na Plaza Catalunya, no centro da cidade de Barcelona. Armados com equipamento anti-rebelião completo, cassetetes e espingardas com balas de borracha, a polícia encurralou os manifestantes, impossibilitando que pessoas entrassem ou saíssem da praça.
Com a desculpa de limpar a praça, por razões de segurança, em preparação para a final da Liga dos Campeões da Europa entre Barcelona e Manchester United, o governo da cidade pediu a dispersão dos manifestantes, a fim de permitir que as equipes de limpeza entrassem. Embora essa fosse a posição oficial, logo ficou evidente que a limpeza da praça não era a verdadeira intenção, e que o verdadeiro objetivo da operação era apreender computadores, impressoras e documentos das comissões do movimento de direção, e pôr um fim a esta revolta popular que representa uma ameaça para as elites políticas e econômicas do país.
Assim que a polícia cercou a multidão e as emissoras de televisão e rádios locais começaram a noticiar os eventos, os cidadãos começaram a deixar seus locais de trabalho e foram até a praça, a fim de mostrar a sua solidariedade para com aqueles que estavam na mira da polícia. A cena que encontraram parecia um dos lendário atos de desobediência civil de Gandhi - os manifestantes sentados no chão, em silêncio, com as pernas cruzadas e as mãos no ar, simbolizando seu desafio à natureza opressiva e brutal desta ação policial.
Ao contrário do período pré-eleitoral, há onze dias, quando o movimento 15M começou a se reunir nas praças das cidades em todo o país com mensagens de indignação, desta vez a polícia não hesitou. As ordens eram claras. Eles começaram a apontar suas armas para aqueles que estavam fora da praça e gritavam "Esta é a nossa democracia", e um por um, começaram a puxar quem estava sentado no interior da praça - e bater neles com os cassetetes. Acabei de ouvir que o professor de economia Arcadi Oliveras (o Noam Chomsky da Espanha), esteve entre aqueles que sofreram com o uso indiscriminado de cassetetes da polícia.
No momento em que escrevo, milhares de cidadãos estão indo em direção à praça de Barcelona, e na sequência de duas detenções e 99 feridos, cerca de 5 mil manifestantes reocuparam a praça da cidade. Em Madri Esperanza Aguirre, que preside a região autônoma e o Partido Popular de Madrid, pediu ao Ministério do Interior para expulsar os manifestantes de Puerta del Sol. Por sua parte, os manifestantes na praça de Madrid têm enviado mensagens de solidariedade para com aqueles que estão sendo atacados em Barcelona. A polícia na cidade de Lerida também despejou os acampados na praça da cidade usando canhões de água, e dois manifestantes foram presos. Enquanto que na cidade de Granada a prefeitura está em negociações com o governo central sobre como esvaziar a praça da cidade.
O ambiente na praça de Barcelona agora é tranquilo. Uma vez que a cidade mostrou seu apoio aos manifestantes, a polícia foi forçada a sair, e apesar do fato de muitos laptops e panfletos terem sido confiscados, e barracas e equipamentos destruídos, as pessoas pretendem ficar. Uma grande faixa no meio da praça em espanhol diz: "Você limpou o nosso cansaço e agora estamos de volta".
Apesar do fato de as elites políticas da Espanha, nesta nova era de dominância da direita, estarem mostrando seu uso em massa da força, eles têm encontrado um movimento não-violento bem organizado. Se o movimento mantiver os seus princípios, e outros países europeus juntarem-se na luta, vai ser a União Europeia que será forçada a conter essa brutalidade policial, e acabará por ter de fazer concessões a essa luta democrática e não-violenta dos cidadãos. Se o movimento se espalhar, como já muitos sinais parecem indicar, as elites políticas e econômicas da Europa terão que decidir entre reforma e revolução.
(*) Pablo Ouziel é ativista e escritor independente baseado na Espanha. Seus artigos e ensaios estão disponíveis em pabloouziel.com.
Texto originalmente publicado em CommonDreams.org.
Tradução: Wilson Sobrinho
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Dilma não tem câncer.
O amigo navegante verá a seguir que a presidenta Dilma Rousseff teve uma pneumonia.
Não houve retorno do câncer.
E está com a saúde perfeita.
Se quiser, enfrenta o PiG (*) e a Globo com uma Ley de Medios.
É só querer.
Saúde não lhe falta.
(Embora a capa de revista dos filhos do Roberto Marinho mostre uma presidenta de olhos fechados, reta, como estivesse deitada num caixão, “morta”.)
Saiu na revista Época, das Organizações (?) Globo, aquela revista que tem o monopólio do relatório Saadi da Operação Satiagraha, mas não conta tudo o que sabe do Cerra, do Farol e do Gilmar Dantas (**):
Não houve retorno do câncer.
E está com a saúde perfeita.
Se quiser, enfrenta o PiG (*) e a Globo com uma Ley de Medios.
É só querer.
Saúde não lhe falta.
(Embora a capa de revista dos filhos do Roberto Marinho mostre uma presidenta de olhos fechados, reta, como estivesse deitada num caixão, “morta”.)
Saiu na revista Época, das Organizações (?) Globo, aquela revista que tem o monopólio do relatório Saadi da Operação Satiagraha, mas não conta tudo o que sabe do Cerra, do Farol e do Gilmar Dantas (**):
A saúde de Dilma (trecho)
Época teve acesso a exames, a relatos médicos e à lista de medicamentos usados pela presidente da República. Por que seu estado ainda exige atenção
CRISTIANE SEGATTO. COM ISABEL CLEMENTE E LEANDRO LOYOLA
Confira a seguir um trecho dessa reportagem que pode ser lida na íntegra na edição da revista Época de 28/maio/2011.
ROSTO SERENO
A presidente Dilma neste ano, quando posou para figurar na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo da revista Time
No último dia 22, um domingo, a presidente Dilma Rousseff viajou para Salvador para participar da cerimônia de beatificação de Irmã Dulce. Foi seu primeiro compromisso público desde a pneumonia que a obrigou a cancelar viagens e a despachar durante três semanas do Palácio da Alvorada, sua residência oficial. Na capital baiana, a chuva obrigou a organização do evento a improvisar. Dilma foi acomodada sob um toldo que lembrava uma bolha de plástico. Não era apenas uma deferência justificada pelo cargo que ela ocupa. Era um cuidado necessário para evitar uma recaída da inflamação pulmonar que, segundo palavras que ela mesma disse, de acordo com um interlocutor de confiança, teria sido “a pior de todas as doenças que já enfrentei”.
O “foco de pneumonia” descrito no boletim médico no final de abril revelou-se mais pernicioso do que a sucinta comunicação oficial sugeria. Dilma voltou da China depois de dez dias de trabalho extenuante. Já estava gripada quando inaugurou oficialmente a campanha de vacinação contra a doença, tomando ela mesma uma dose. Na terça-feira 26 de abril, sentiu-se febril. Sua temperatura era de 36,8 graus. O médico oficial da Presidência, o coronel Cleber Ferreira, prescreveu o antibiótico Levaquin, sem avisar o chefe da equipe que a acompanha, o médico Roberto Kalil, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Dilma piorou. Na quinta-feira, o exame de raios X revelou uma pneumonia. Transferida para São Paulo, passou a receber na veia dois antibióticos: azitromicina e ceftriaxona – recursos usados em casos graves. Seguiu com esse tratamento durante 14 dias. Foi tratada também com um corticoide.
Assessores próximos contam que a doença afetou a disposição da presidente e seu estado psicológico. Ela sentia cansaço e falta de ar. Passou a despachar do Alvorada, a residência oficial, para evitar o ar-condicionado do Palácio do Planalto, onde as janelas são lacradas. Reclamava de dores de estômago e náuseas e não conseguia se alimentar direito. O fígado dava sinais de agressão. Os níveis da enzima TGP, que serve de parâmetro para avaliar as condições hepáticas, subiram, como resultado do esforço que o órgão fazia para processar o coquetel de remédios que Dilma usava. No dia 21 de maio, ela se submeteu a uma tomografia no tórax que, de acordo com os médicos, mostrou que ela estava curada da pneumonia.
Nos últimos dias, ÉPOCA teve acesso a relatos médicos, a exames e à lista de medicamentos que ela toma. Durante o tratamento da pneumonia, eram 28 remédios diariamente – entre drogas alopáticas, suplementos vitamínicos prescritos em tratamentos ortomoleculares e cápsulas que Dilma consome por conta própria, algumas pouco ortodoxas, como cartilagem de tubarão (leia a lista completa abaixo). Procurada por ÉPOCA, Dilma pediu ao Hospital Sírio-Libanês que emitisse um boletim exclusivo sobre sua condição de saúde. “Do ponto de vista médico, neste momento a Sra. Presidenta apresenta ótimo estado de saude”, afirma o boletim. Não há, segundo os médicos oficiais, nenhum sinal de que seu câncer linfático, diagnosticado e tratado em 2009, tenha voltado, nem de que as defesas de seu organismo tenham sofrido maiores consequências por causa do tratamento. “A Presidenta Dilma continua em remissão completa do linfoma, e não há nenhuma evidência de deficiências imunológicas, associadas ou não ao tratamento do linfoma realizado em 2009”, diz o texto.
Mas as informações obtidas por ÉPOCA revelam que a saúde da presidente ainda exige atenção. Não por causa do câncer. Mas em virtude de preocupações naturais para uma mulher de 63 anos. Dilma convive com vários problemas que consomem energia.
DUAS DOENÇAS
Acima, Dilma durante o tratamento do câncer. Nas fotos maiores, Dilma tosse em duas cerimônias realizadas em Brasília. Segundo ela afirmou a interlocutores, “a pneumonia foi pior que o câncer”
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.
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