Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

domingo, 9 de dezembro de 2012

A economia vai mal, mas o povo vai bem


*Dilma e Cristina reuniram-se a portas fechadas por cerca de 3 horas durante a cúpula do Mercosul realizada em Brasília, na 6ª feira** com alegações distintas, mas por objetivos identicos, as duas estão sendo bombardeadas pela artilharia conservadora interna e externa** a mídia nos dois casos cumpre o seu papel histórico:  o de general da 5ª coluna. 


MÍDIA OMITE A ORIGEM DA CRISE E ATACA O BRASIL  

De repente, o Brasil virou o barnabé da hora. A Economist, uma espécie de espírito santo neoliberal, pede a demissão do ministro Mantega e desqualifica os esforços contracíclicos do Estado brasileiro. Pontifica-se como se a reforma gregoriana tivesse eliminado o setembro de 2008 do calendário jornalístico e com ele as ruínas das finanças desreguladas.Governadores tucanos impávidos diante do incêndio global boicotam a redução no custo da tarifa elétrica proposta por Dilma. O Tesouro vai cobrir a estripulia do PSDB. Mas jornalistas alinhados acodem em massa na sua especialidade. O jogral que nunca desafina saboreia o PIB baixo e alardeia a primeira consolidação política do levante: tudo decorreria do que classificam como "intervencionismo estatal excessivo do governo Dilma".  O que, afinal, deseja a turma braba que jogou a humanidade no maior colapso do capitalismo desde 29?  Simples: enquanto as togas cuidam do PT e de 2014 , trata-se agora de interditar o debate da crise e sabotar a busca de um novo modelo de  desenvolvimento. Discutir o papel do monopólio midiático nesse garrote é o objetivo do Especial sobre o '7D' argentino; veja abaixo. (LEIA MAIS AQUI)


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É hora de analisar o noticiário sombrio, quase apavorante, que vem sendo produzido em relação à economia brasileira, pois tal noticiário contrasta com o que mostram sucessivas pesquisas de opinião, o que seja, que, para o povo brasileiro, o país vai muito bem, obrigado.
Houve época em que se costumava dizer que a economia ia bem, mas o povo ia mal. Era uma época em que o noticiário exaltava políticas públicas e a gestão macroeconômica do governo federal. Como o leitor mais atinado com os fatos já pode imaginar, essa foi a época em que o PSDB governou o país.
Entre 1995 e 2002, a maioria da grande imprensa, Globo à frente, desmanchava-se em elogios ao modelo econômico e atribuía qualquer dificuldade à oposição petista, mesmo que desastres econômicos tenham decorrido de escolhas do governo de então, como a de manter o real sobrevalorizado.
O que exasperava o brasileiro, àquela época, era ver, o tempo todo, uma exaltação da privataria tucana que atribuía a posse de celulares e a maior oferta de linhas telefônicas fixas à venda indiscriminada de patrimônio público por preços que auditorias independentes e insuspeitas garantiram ser vis.
Sem fugir da questão atual, só lembro que a maior mineradora do país – e uma das maiores do mundo – foi vendida por um valor que não daria para construir meia dúzia de estádios de futebol ou uma grande rodovia. E o pior: com o tesouro brasileiro financiando a compra por grupos estrangeiros.
No ano em que o candidato de Fernando Henrique à própria sucessão foi derrotado por Lula, a tal frase de que a economia ia bem, mas o povo ia mal, resumia o que estava levando os brasileiros a ignorarem a preferência escancarada da grande imprensa por José Serra.
Naquele momento, a maioria eleitoral – que, dali em diante, reelegeria e re-reelegeria o PT para governar o país – mandava um recado às elites: finalmente o brasileiro descobrira que não podia seguir cegamente o que lhe ditavam jornais, revistas, rádios e televisões.
Essa percepção se acentuou nos anos seguintes, pois desde o primeiro dia do governo Lula os prognósticos e as análises da direita midiática sobre a gestão da economia construíram uma tese maluca: tudo que corria bem era feito do governo anterior e tudo que corria mal, do atual.
O PT e o próprio Lula contra-atacaram com a tese da herança maldita que FHC deixara. Que herança? O país não tinha nem um centavo de reservas próprias em dólares – o que tinha fora emprestado pelo FMI, pelos EUA e pelo Clube de Paris –, tinha uma dívida externa que duplicara durante os oito anos anteriores, uma dívida interna que mais do que decuplicara, não tinha crédito no exterior ou, quando tinha, qualquer empresário ou o governo do Brasil pagavam taxas de juro agravadas pelo risco que representava nossa economia, e, finalmente, o desemprego estava em dois dígitos e a inflação, idem.
A economia até que crescia após a crise cambial de 1999, quando ficou claro para o país o preço da reeleição de FHC. Em 2002, o PIB aumentou 2,7%, o que, comparado à previsão de cerca de 1% de crescimento neste ano, pode ser considerado um crescimento bem melhor.
O povo estava satisfeito com a economia que a mídia dizia que “ia bem”? Não, não estava.
Apesar de o país ter retomado o crescimento, os salários perdiam o valor porque eram corroídos pela inflação ascendente, que, naquele mesmo 2002, alcançara a marca de 12,53%, enquanto que o desemprego fora de 12,6%.
Como é, então, que, com crescimento baixo este ano e a despeito do noticiário insistente que comunica ao país como a economia “vai mal”, o povo responde, em pesquisas de opinião feitas pela própria oposição midiática, que acha que sua vida está indo muito bem?
O conjunto de fatores que blindou a qualidade de vida do povo brasileiro contra uma crise internacional que a mesma oposição midiática reconhece que é a maior que a humanidade viu em quase cem anos, é muito complexo.
Vale repisar que, enquanto o mundo rico afunda a cada dia, com famílias sendo despejadas no outrora Olimpo da estratificação social do planeta, a Europa, com seu desemprego desenfreado, suicídios e tudo mais que crises econômicas geravam aqui, estamos passando por tal crise com custo social praticamente zero, ou melhor, com evolução da condição de vida do brasileiro, com aumento de massa salarial, forte geração de empregos, queda da inflação e, acima de tudo, da concentração de renda.
Sim, o PIB crescerá pouco este ano, até por conta de que o setor bancário, que tem forte peso na conta da riqueza que a nação gera, em 2012, graças a políticas do governo Dilma que contrariam o que era feito na era FHC – quando a taxa de juros oficial chegou a cerca de 50% –, perderam forte receita com juros, o que puxou o crescimento para baixo.
A oposição controlada pelos donos da mídia (PSDB, DEM e PPS), bem como a própria mídia, insistem em ignorar que o objetivo de qualquer governo é fazer a vida do povo melhorar. Ao longo dos oito anos do governo tucano, o Brasil piorou. Os indicadores sociais de 2002 mostram o fim melancólico do governo FHC.
Ao longo dos dez anos em que o PT governa o Brasil, aconteceu o oposto. Desemprego, valor dos salários, inflação, concentração de renda e até o PIB, tudo melhorou. Em relação ao crescimento, o da era petista é quase o dobro do da era demo-tucana. Com mega crise internacional e tudo.
Os dados do social eram ignorados pela mídia e pelos tucanos e demos na era FHC e continuam sendo ignorados hoje. Eles não entendem que o povo quer um governo que melhore sua vida e não a de ricos empresários. Por isso não param de perder eleições.
*
Veja, abaixo, a evolução do desemprego no Brasil entre março de 2002 e outubro de 2012.


COIMBRA PREVÊ: 2013 VAI SER DIFÍCIL

Pelo andar da carruagem, o discurso oposicionista ao longo de 2013 já começou. Vamos precisar de estômago forte.


Saiu no Vi o mundo:

MARCOS COIMBRA: NA POLÍTICA, “VAMOS PRECISAR DE ESTÔMAGO FORTE” EM 2013


2013 VAI SER DIFÍCIL


por Marcos Coimbra, via Julio Cesar Macedo Amorim
Carta Capital n˚ 727

Um espectro ronda a política brasileira. O fantasma da próxima eleição presidencial.

Este ano já foi marcado por ele.

Ou alguém acredita que é genuína a inspiração ética por trás da recente onda moralista, que são sinceras as manchetes a saudar “o julgamento do século”? Que essas coisas são mais que capítulos da luta política cujo desfecho ocorrerá em outubro de 2014?

A história dos últimos 10 anos foi marcada por três apostas equivocadas que as elites brasileiras, seus intelectuais e porta-vozes fizeram. A primeira aconteceu em 2002, quando imaginaram que Lula não venceria e que, se vencesse, seria incapaz de fazer um bom governo.

Estavam convencidos de que o povo se recusaria a votar em alguém como ele, tão parecido com as pessoas comuns. Que terminaria a eleição com os 30% de petistas existentes. E que, por isso, o adversário de Lula naquela eleição, quem quer que fosse, ganharia.

O cálculo deu errado, mas não porque ele acabou por contrariar o prognóstico. No fundo, todos sabiam que a rejeição de Fernando Henrique Cardoso não era impossível que José Serra perdesse.

A verdadeira aposta era outra: Lula seria um fracasso como presidente. Sua vitória seria um remédio amargo que o Brasil precisaria tomar. Para nunca mais querer repeti-lo.

Quando veio o “mensalão”, raciocinaram que bastaria aproveitar o episódio. Estava para se cumprir a profecia de que o PT não ultrapassaria 2006. Só que Lula venceu outra vez e a segunda aposta também deu errado. E ele fez um novo governo melhor que o primeiro, aos olhos da quase totalidade da opinião pública. Em todos os quesitos relevantes, as pessoas o compararam positivamente aos de seus antecessores, em especial aos oito anos tucanos.

A terceira aposta foi a de que o PT perderia a eleição de 2010, pois não tinha um nome para derrotar o PSDB. Que ali terminaria a exageradamente longa hegemonia petista na política nacional. De fato não tinha, mas havia Lula e seu tirocínio. Ele percebeu que, Com Dilma Rousseff, poderia vencer.

O PT ultrapassou as barreiras de 2002, 2006 e 2010.

Estamos em marcha batida para 2014 e as oposições, especialmente seu núcleo duro empresarial e midiático, se convenceram de que não podem se dar ao luxo de uma quarta aposta errada. Que o PT não vai perder, por incompetência ou falta de nomes, a próxima eleição. Terão de derrotá-lo.

Mas elas se tornaram cada vez mais descretes da eficácia de uma estratégia apenas positiva. Desconfiam que não têm uma candidatura capaz de entusiasmar o eleitorado e não sabem o que dizer ao País. Perderam tempo com Serra, Geraldo Alckmin mostrou-se excessivamente regional e Aécio Neves é quase desconhecido pela parte do eleitorado que conta, pois decide a eleição.

Como mostram as pesquisas, tampouco conseguiram persuadir o País de que “as coisas vão mal”. Por mais que o noticiário da grande mídia e seus “formadores de opinião”insistam em pintar quadros catastróficos, falando sem parar em crises e problemas, a maioria acha que estamos bem. Sensação que é o fundamento da ideia de continuidade.

As oposições perceberam que não leva a nada repetir chavões como “o País até que avançou, mas poderia estar melhor”, “Tudo de positivo que houve nas administrações petistas foi herança de FHC”, “Lula só deu certo porque é sortudo” e “Dilma é limitada e má administradora”. A população não acredita nessa conversa. Faltam nomes e argumentos às oposições. Estão sem diagnóstico e sem propostas para o Brasil, melhores e mais convincentes que aquelas do PT.

Nem por isso vão criuzar os braços e aguardar passivamente uma nova derrota. Se não dá certo por bem, que seja por mal. Se não vai na boa, que seja no tranco.

Fazer política negativa é legítimo, ainda que desagradável. Denúncias, boatos, hipocrisias, encenações, tudo isso é arma usada mundo afora na briga política.

A retórica anticorrupção é o bastião que resta ao antilulopetismo. Mas precisa ser turbinada e amplificada. Fundamentalmente, porque a maioria das pessoas considera os políticos oposicionistas tão corruptos – ou mais – que os petistas.

O que fazer? Aumentar o tom, falar alto, criar a imagem de que vivemos a época dos piores escandalos de todos os tempos. Produzir uma denúncia, uma intriga, uma acusação atrás da outra.

Pelo andar da carruagem, é o que veremos na mídia e no discurso oposicionista ao longo de 2013. Já começou.

Vamos precisar de estômago forte.