Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quinta-feira, 14 de março de 2013

ONU atribui a Lula unificação e aumento de programas sociais


O relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgado ao longo da quarta-feira (14 de março) pôs fim à polêmica sobre quem de fato unificou e deu impulso (“alargamento”) aos programas sociais que geraram os enormes elogios ao Brasil que predominam no último relatório sobre o Índice de Desenvolvimento Humano.
Apesar de a mídia estar tentando atribuir ao governo Fernando Henrique Cardoso as ações sociais mais decisivas no sentido de ter gerado a manchete que predominou no site do PNUD, a qual diz que “Brasil tem alto desempenho no desenvolvimento humano e é exemplo para o mundo”, a leitura do relatório conta uma história diferente.
Abaixo, o texto.
—–
A ascensão do Sul
Progresso humano num mundo diversificado
Capítulo 3
Página 87
“(…) Em 2003, o Bolsa Escola foi alargado ao programa Bolsa Família por via da fusão de vários outros programas de transferências pecuniárias e não pecuniárias num único sistema de seleção sob uma administração simplificada. Em 2009, o programa Bolsa Família cobria mais de 12 milhões de famílias em todo o país, ou 97,3% da população visada. Estes programas também abriram perspectivas em termos de administração dos programas e de capacitação das mulheres, graças ao desenvolvimento de canais de distribuição inovadores, tais como cartões ATM para mães com baixos rendimentos que não possuíam contas bancárias. Isto traduziu-se numa queda substancial dos índices de pobreza e de pobreza extrema e numa redução da desigualdade (…)”
—–
Se os dados se referissem a 2012, os resultados seriam muito mais impressionantes, pois o avanço foi muito grande após 2009. Todavia, o que se depreende do estudo é que o governo Lula, em seis anos, entre 2003 e 2009, atingiu, com os programas sociais de transferência de renda, 12 milhões de famílias, enquanto que durante o governo FHC, que durou oito anos, apenas 2,9 milhões de famílias foram contempladas.
Em seis anos, Lula fez quatro vezes mais do que FHC em oito anos.
Esses programas de transferência de renda, entre outros, motivaram a exposição do Brasil em um relatório que já no título diz a que veio. O Relatório do Desenvolvimento Humano 2013 traz como mote “A ascensão do Sul”, pois revela que, ao contrário do que ocorre no resto do mundo, sobretudo no mundo rico, é no Sul, mais particularmente na América Latina, que o desenvolvimento humano se instalou.

Andréa Falcão, a mulher que tira o sono dos Neves



http://blogdobg.com.br/wp-content/uploads/2013/03/wanessa_camargo_casamento_f_011.jpg 
Advogada, centrada e extremamente rigorosa. Esta é a ex-esposa de Aécio que vem assombrando o esquema montado em torno de seu ex-marido
Ex-esposa de Aécio Neves, Andréa Falcão mora no Rio de Janeiro com a filha do casal, Gabriela. Ela e Aécio foram casados por oito anos. Separados há catorze anos, Andréa tem hábitos saudáveis e esportivos sendo considerada pelos amigos uma atleta. Discreta e reservada, poucos sabem de suas atitudes que colocam em risco o projeto de Poder construído pela família Neves após a morte de Tancredo.
Embora apresentado como político, Aécio Neves na verdade é apenas um produto comercial como tantos outros disponíveis no mercado, fruto de pesados investimentos publicitário. A início patrocinado por seu padrasto, o falecido banqueiro Gilberto Faria, em curto espaço já servia ao pesado esquema de desestatização e desnacionalização da economia montado pelo ex-presidente FHC.
Eleito em seu primeiro mandato de deputado federal e Constituinte por Minas Gerais pelo PMDB, Pimenta da Veiga viu em Aécio a possibilidade do PSDB se apropriar da imagem de Tancredo Neves. Porém, como hoje, na época Aécio não tinha gosto pela política, tinha que ser constantemente cobrado e policiado.
Entretanto, como sua carreira política tornava-se cada vez mais lucrativa, montou-se em sua volta uma eficiente estrutura com membros de sua família e políticos que viram nele a parceria ideal para ocupar o espaço político deixado por seu avô, Tancredo. Contudo, seus familiares e parceiros não contavam com um fato novo, o casamento de Aécio com Andréa Falcão.
Segundo amigos de Andréa, rígida por princípios, passou a questionar o comportamento de Aécio e a farsa montada para manter sua imagem.  À amigos ela reclamava que isto impedia que Aécio amadurecesse.
Separada de Aécio em 1998, procurou organizar sua vida, porém, com a eleição de Aécio para governador em 2002, no intuito de passar para a população uma imagem de homem de família, o esquema passou a utilizar sua filha Gabriela, sendo histórica a presença da mesma em sua posse.
Sabedora do que realmente ocorria, Andréa passou a questionar esta utilização com receio de que a exposição, as companhias e hábitos de Aécio fossem prejudiciais à sua filha. Entretanto, o esquema montado em torno de Aécio insistiu, mesmo diante de sua recusa.
Esta prática foi bastante reduzida nos últimos anos de governo de Aécio Neves, contudo, o mal já havia sido concretizado. Com a denúncia dos deputados mineiros Sávio Souza Cruz (PMDB) e Rogério Correia (PT) de enriquecimento ilícito dos irmãos Andréa e Aécio Neves perante a Procuradoria da República e Receita Federal descobriu-se uma gigantesca movimentação financeira de Aécio nos Estados Unidos.
Constatou-se que os maiores depósitos coincidiam com as datas das viagens de Aécio Neves a Aspen, uma estação de esqui no Colorado, para onde Aécio se dirigia sobre a justificativa de que estaria levando a filha para esquiar. As suspeitas aumentaram ao se descobrir que as viagens foram feitas em jatinho fretado sem que sua bagagem passasse por qualquer alfândega, seja no Brasil ou USA.
A área de inteligência da Receita Federal descobriu que uma integrante da inteligência da PMMG, conhecida como PM2, havia relatado uma discussão entre Aécio e Andréa Falcão, onde ela, de maneira enérgica, reclama; “deixe minha filha fora dos seus rolos, não quero que fique utilizando ela para servir de justificativa para você fazer o que faz”, Aécio pergunta. “Que rolo?”; Andréa Falcão responde; “levar estas malas de dinheiro e diamante para Aspen”.
Este procedimento encontra-se desde o final do ano passado nas mãos do procurador geral, Roberto Gurgel, parado. Segundo amigos de Andréa Falcão, se ela for convocada a esclarecer os fatos ela irá contar tudo que sabe para defender sua filha. Pelo visto a família Neves finalmente terá a oportunidade de constatar que Andréa Falcão sempre falou sério.
O senador Aécio Neves, consultado sobre o tema que seria abordado na matéria, optou por nada comentar e Andréa Falcão recusa-se a falar com a imprensa.
No NovoJornal

A FUMAÇA BRANCA E A FUMAÇA SOMBRIA



 A escolha do nome 'Francisco' pelo novo Papa, resgatou a esperança de setores cristãos progressistas  numa reconciliação da Igreja com a opção pelos pobres, simbolizada na ordem dos franciscanos, e consagrada nos valores do Vaticano II. A longa noite de repressão doutrinária imposta pelos papados de João Paulo II e Bento XVI, com o aggiornamento dos tribunais da inquisição, teria, desse ponto de vista, atingido um limite de exaustão conservadora na cúpula romana. Crises, escândalos e disputas autofágicas pelo poder entre falanges extremadas desencadearam assim dois movimentos de autopreservação na burocracia de Roma: a renúncia 'sanitária' de Bento XVI e a escolha de um tertius, um papa sulamericano, externo ao embate que corrói o Vaticano. O duplo  sinal inauguraria  uma espécie de 'abertura lenta, segura e gradual' no interior da igreja. A escolha do nome 'Francisco' pelo novo Papa foi entendida desse modo pela esperança progressista, como um aceno de moderação e retorno a um diálogo reprimido nas últimas décadas. Leonardo Boff, um dos expurgados pelo ciclo Ratzinger, assegura, por exemplo, que o nome escolhido por um Papa não é apenas um ornamento, mas encerra um projeto de Igreja. Isso é o que teria dito a fumaça branca emitida na quarta-feira, em Roma. Pode ser. Mas a ela seguiu-se uma fumaça sombria, densa, carregada de fumos de horror e dúvida. Uma delas condensa todas as demais: onde estava, e o que  fez  Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco I, entre 1976 e 1983, quando uma ditadura militar aterrorizante matou e desapareceu com 30 mil pessoas  em seu país? (leia nesta pag. as análises e reportagens de Eduardo Febbro, Dermi Azevedo e Martin Granovsky. Leia também o especial sobre a crise que resultou na renúncia de Bento XVI)

Marqueteiro do Vaticano deve ser o mesmo que o dos tucanos



Após o anúncio da escolha do cardeal Jorge Mario Bergoglio pelo Conclave do Vaticano para suceder Joseph Ratzinger – o agora “Papa Emérito” Bento XVI – sob o nome “Francisco”, formou-se, quase que imediatamente, um consenso até meio óbvio de que tal escolha busca combater o avanço dos evangélicos e da esquerda na América Latina, a região do mundo que – ainda – é a mais católica.
A tese que o Vaticano obviamente abraçou é a de que ter um líder da Igreja Católica oriundo desta parte do mundo poderá recuperar para si o imenso rebanho que veio perdendo através das últimas décadas para as igrejas evangélicas, como se essa desidratação do catolicismo tivesse ocorrido pela nacionalidade dos Papas João Paulo II ou Bento XVI e não por essa Igreja se manter presa a dogmas cada vez mais incompatíveis com a evolução política e ideológica dos povos latino-americanos.
Antes de analisar a estratégia católica, porém, alguns dados importantes.
O novo Papa é um descendente de italianos que foi escolhido no país mais italiano da América Latina, pois a Argentina foi o país da região que mais recebeu imigrantes italianos – estima-se que entre 1870 e 1970 entraram no país 2,9 milhões de italianos por lá, enquanto que o Brasil recebeu 1,5 milhão.
Só para se ter uma ideia de quão italiana é a Argentina, apesar de hoje o Brasil, com seus quase 200 milhões de habitantes, ter cerca de 25 milhões de descendentes de imigrantes italianos, a Argentina, com quase 40 milhões de habitantes, tem um contingente de descendentes de italianos bem menos miscigenado e que é mais ou menos o mesmo ou até um pouco superior.
E quanto ao perfil do novo Papa, é mais parecido com o de seu antecessor do que parece. Muitos apontaram a coincidência entre Bergoglio e Joseph Ratzinger por ambos supostamente terem tido vínculos com regimes ditatoriais e desumanos, respectivamente a ditadura argentina e o nazismo.
Ratzinger foi chamado de “nazista” por ter integrado a juventude hitlerista e Bergoglio é acusado de ter delatado esquerdistas ao regime militar argentino e até de ter se envolvido em “sequestro de bebês”.
Ambos se defendem da mesma forma. Enquanto Ratzinger e seus biógrafos alegam que ele integrava a juventude hitlerista porque na Alemanha, à época, era obrigatório, mas que nunca se filiou ao partido nazista, Bergoglio e os biógrafos dele alegam que após a prisão dos dois sacerdotes os quais é acusado de ter delatado, trabalhou nos bastidores para libertá-los intercedendo junto ao ditador Jorge Rafael Videla.
Quanto às ideias do atual Papa e de seu antecessor, o Vaticano trocou seis por meia dúzia. Ambos conservadores, ambos intransigentemente contrários aos direitos dos homossexuais, ao aborto etc., etc., etc.
O que resta de novidade no novo Papa, portanto, é a sua origem latina – apesar de ser mais italiano do que o antecessor, ainda que menos europeu –, um suposto ativismo social cujos resultados concretos ninguém sabe quais foram e uns tais “hábitos simples” como o de ter usado transporte público um dia, o que, convenhamos, parece muito pouco para ele se comparar – ou, vá lá, ser comparado – a São Francisco de Assis.
É nesse ponto que a escolha do novo Papa, assim como a do anterior, assume contornos bem parecidos com a estratégia que o PSDB vem adotando há muito, mas que se acentuou a partir da eleição presidencial de 2010: ir buscar apoio entre a parcela mais reacionária da sociedade, fenômeno que fez o partido apelar para os mesmos “valores” ultraconservadores como “família” e “direito à vida”.
O Vaticano com Bergoglio, portanto, parece estar inovando muito pouco em termos de estratégia política, e errando a mão em sua escolha.
Não só o PSDB, mas todos os grandes partidos que se desviaram para a direita – ou que sempre a integraram – na América Latina vêm tomando verdadeiras sovas eleitorais com o recurso a esse setor decadente e minguante das sociedades da região, o qual, com a crescente escolarização e ascensão social em curso por aqui, deve diminuir muito nos próximos anos.
O fato de o novo Papa ser latino, portanto, muito dificilmente fará os convertidos à fé evangélica retornarem ao seio da Santa Madre Igreja, pois não a deixaram devido ao Papa anterior ser europeu e sim porque sentem-se mais acolhidos pela nova fé que abraçaram, que, ao menos, não lhes parece tão distante de si quanto o catolicismo, mesmo que isso possa não ser verdade, ou que seja apenas parte dela.
E, politicamente, a latinidade de Bergoglio não fará a América Latina trocar o bem-estar e a ascensão social da maioria pobre da região proporcionados por governos progressistas para cair de cabeça na retórica sobre “corrupção” ou “valores familiares” que políticos conservadores como os do PSDB, do DEM etc. encamparam, pois tais “valores”, como bem sabem todos, não enchem barriga.