Avisa, pelo Facebook, o mestre Nílson Lage, que uma “consultora” com nome de gringa, a ilustre desconhecida Lisa Mackey, vai ministrar um curso para “secretárias do lar” no dia 25, segundo O Globo.
Ninguém sabe aonde, porque o jornal não informa e o tal curso não existe na internet.
É mais uma daquelas pérolas que de vez em quando aparecem, “ensinando a negrada” a se portar direitinho na Casa Grande.
Teriam, segundo a moça de olhar feros, “perdido os limites”.
Lisa ficou escandalizada porque uma serviçal não quis lhe por a mesa do café, prontinha, às 7:30 h.
E porque falam no celular, e porque colocam o pano de prato no ombro…
Dona Lisa, eu não sei em que mundo a senhora vive, mas o tempo do “lerê, lerê” já se foi.
Há dias, a Folha fez matéria mostrando que o número de ações trabalhistas de domésticas subiu 25%, mesmo sem a regulamentação, no Congresso, da PEC das domésticas.
(aliás, a página de comentários da matéria tem coisas do tipo: “Quando morava com meus pais sempre tivemos empregadas full time (eram duas!), trabalharam cerca de 20 anos conosco e quando chegou o momento, cada uma seguiu seu rumo. Nossas famílias de classe média não têm como pagar FGTS, horas extras e tantos outros direitos às domésticas. “
Ora, então, em nome das famílias de classe média que pode ter “duas empregadas full-time”, reduzam-se as pobres almas à escravidão.
Dona Lisa, os que dão espaço para este tipo de picaretagem escravagista (incrível que isso seja exposto assim, de forma acrítica, num grande jornal) e a turma da subnobreza, já eram.
Quem quiser, pague por isso, como qualquer trabalhador deve ser pago.
Ou façam, eles mesmos, um curso para aprender a lavar, passar e cozinhar, quem sabe já aproveitando a temporada das panelas.