Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 18 de março de 2015

Viomundo: Amaury pode revelar duto dos tucanos ! Fundo suspeito de NauFraga talvez não fosse exatamente uma filantropia.

NauFraga e Aecioporto são recebidos por anfitrião que apresenta empresários a políticos e vice versa

O Conversa Afiada reproduz o Viomundo:

Amaury Ribeiro Jr.:Investigação sobre fundo de Armínio Fraga nos EUA pode revelar duto dos tucanos; banqueiro nega



por Amaury Ribeiro Jr., no R7

Um fundo de investimento nas Ilhas Cayman, paraíso fiscal no Caribe, administrado pelo ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, está sob investigação nos Estados Unidos.

O fundo, intitulado Armínio Fraga Neto-Fundação Gávea, é suspeito de distribuir para a Suíça e outros paraísos fiscais dinheiro sem origem comprovada.

As autoridades  norte-americanas chegaram ao fundo após investigar a lista dos clientes de todo mundo que mantinham contas no HSBC da Suíça.

O tucano e seu fundo, isento de impostos no Brasil por ser uma organização filantrópica, deixaram rastros bem detalhados na lista do HSBC.

De acordo com uma fonte do FBI (a Polícia Federal dos EUA) ligada a operações de lavagem de dinheiro, em 2004 o fundo nas Ilhas Cayman enviou U$ 4,4 milhões para outra conta da mesma fundação no HSBC da Suíça.

Os dados apurados apontam que a conta beneficiada era uma conta de compensação. Conhecida como conta-ônibus, esse tipo de conta só serve para transportar dinheiro de um paraíso fiscal para outro.

É uma conta, por exemplo, onde não se pode fazer nenhum tipo de investimento.

Os documentos levantados pelas autoridades norte-americanas mostram ainda que antes de cair no HSBC o dinheiro foi transferido para outra conta-ônibus do ex-ministro no Credit Bank da Suiça.

No mundo da lavagem de dinheiro há uma premissa: quanto mais rodar em conta-ônibus, mais limpo fica o dinheiro até chegar ao seu destino final.

As investigações apontam que após ser lavado na Suíça o dinheiro voltou limpo para a conta de Fraga no America Bank de Nova York.

A papelada comprova ainda que, para se livrar da tributação de impostos, Armínio declarou à Receita que a Fundação Gávea era filantrópica, ou seja, isenta de tributos.

Mas, num lapso de memória, enviou o dinheiro para o Caribe por meio de sua conta pessoal no HSBC. Os investigadores pediram a quebra de sigilo do fundo.

Ou seja, serão revelados os nomes dos tucanos e de outros brasileiros que usaram esse duto para enviar dinheiro ao Exterior.

Vale lembrar que, na condição de ministro no governo Fernando Henrique Cardoso, Fraga foi o principal articulador para que não fosse quebrado, por exemplo, o sigilo em torno dos nomes de correntistas que operavam no Fundo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas.

Agora, Fraga não tem mais o controle da situação. Uma faxina em seu fundo no Caribe é um passo para se chegar ao verdadeiro Dossiê Cayman.

Experiente no mercado, Fraga tentou dar um aspecto legal à operação ao declarar à Receita Federal o Fundo no Brasil. Seus problemas estão nos EUA, onde o ex-ministro tem cidadania.

É lá que ocorreu a maior parte das operações e, por isso, Fraga e os outros correntistas do fundo terão de responder por seus atos na Justiça.
PS do Viomundo:

Ao R7, que publicou a informação acima, Fraga disse que a investigação nos EUA é “100% ficção”, mas admitiu que o fundo existiu.

— Investi nesse fundo há sete ou oito anos, mas tudo dentro da legalidade. Todas as minhas contas, de minha família e da Gávea Investimentos são declaradas perante as autoridades competentes, brasileiras e americanas. Não houve esta transferência mencionada, houve sim um investimento regular e documentado. Não temos notícia de qualquer investigação sobre o tema.



Em tempo: o anfitrião de gravata verde exibia a mesma gravata verde quando foi jantado, com farofa pelo Eduardo Cunha no Roda Morta.


sábado, 14 de março de 2015

Swiss Leaks: Globo prefere entregar barões da mídia mortos a entregar tucanos

tucanos

Quando você pensa que viu de tudo, por mais que já tenha vivido descobre que, da missa que é a vida, ainda não sabe um terço. A mídia é tão tucana, mas tão tucana que prefere entregar a si mesma do que entregar aqueles que precisa preservar em nome dos “bons serviços” que lhe prestam.
A divulgação por O Globo de nomes de proprietários de meios de comunicação ou de jornalistas que já morreram ou que ainda estão vivos e tiveram conta no HSBC suíço e não têm mais, ou que têm contas há muito tempo na instituição que hoje estão inativas, não passa da velha estratégia de entregar os anéis para preservar os dedos.
A divulgação desses nomes causou furor na mídia alternativa, mas, a rigor, a descoberta de que barões da mídia como o velho Octavio Frias – morto há quase uma década – mantinham recursos em contas no exterior não significa muita coisa, apesar de ser tentador dizer “Está vendo, eles tiveram dinheiro na Suíça”.
Primeiro porque não se sabe se essas contas foram ou não declaradas ao fisco brasileiro. Se foram – e este Blog suspeita de que foram –, o máximo que se poderá questionar é por que um “respeitável empresário” mantém dinheiro fora do país.
Nos próximos dias ou semanas, não será surpresa se for anunciado que as contas em questão foram declaradas ao fisco brasileiro, afastando parte da suspeita que ter conta na Suíça gera automaticamente.
Em seguida, os citados que estão vivos ou os descendentes dos que morreram argumentarão que grandes empresários terem dinheiro no exterior declarado ao fisco “não tem nada demais”, porque empresários como esses vivem no exterior e podem precisar ter dinheiro à mão para negócios ou lazer.
Escreva aí, leitor, o que acaba de ler…
Ao fim e ao cabo, esses “empresários de mídia” que O Globo “denunciou” acabarão com um atestado de probidade.
Ocorre que boatos sobre “novidades” que o compartilhamento da lista de correntistas do HSBC com o jornal carioca O Globo iria gerar já vinham circulando. Na noite da última sexta-feira, por exemplo, mais de 12 horas antes de O Globo se autodenunciar, o autor desta página divulgou nas redes sociais que estavam chegando “novidades” sobre o Swiss Leaks.
swiss leaks 1
swiss leaks 2

Vale dizer que esse não chega a ser nenhum segredo de Estado. Até a mídia e os tucanos sabem que os malabarismos do antes guardião exclusivo dos segredos sobre o braço brasileiro do Swiss Leaks, Fernando Rodrigues, do UOL, se devem ao potencial explosivo dessa lista para a direita midiática.
Porém, as informações que circulam mui em off, como se lê nos posts no Twitter e no Facebook reproduzidos acima, teoricamente são mais do que boatos. Há informações de que as surpresas com nomes de correntistas do HSBC suíço não vão se esgotar com os anéis que os barões da mídia entregaram.
Mais do que proprietários de grandes veículos de mídia e dos rottweilers que os servem, há nomes que não podem aparecer na mídia neste momento em que a mídia leva a cabo sua decisão de derrubar Dilma mesmo que o PSDB e o empresariado não queiram.
E vale a digressão: sim, o PSDB não quer que Dilma caia agora porque herdará um pepino. Terá que adotar medidas duras e arcar com as consequências pelos próximos quatro anos. Aí vem Lula, com todo seu recall de bem-estar social, e se elege de novo.
Já os empresários não querem perder dinheiro e uma mudança brusca de governo por certo agravará ainda mais os problemas da economia.
Só quem quer derrubar Dilma e destruir o PT já, para ontem, é a mídia. Globos, Folha, Estadão e Veja, entre outros, não querem – ou não podem – mais esperar para assumir o Poder. Para assumir o poder vão precisar dos seus despachantes tucanos intactos, ou não assumem.
Se os tucanos não assumem o poder, os barões da mídia tampouco assumem, pois os joysticks que estes manejam funcionam muito melhor quando usados no PSDB.
Desse modo, leitor, você não se surpreenda se, em breve, nomes de tucanos graúdos – ou “graudíssimos”, como prefere quem sabe das coisas – aparecerem como correntistas do HSBC suíço, com suas contas sem declaração ao fisco brasileiro.

Fel-lha, #globogolpista e Band! O PiG se afogou no HSBC! Amaury, a casa caiu !

Saiu na Fel-lha (ver no ABC do C Af):

EMPRESÁRIOS DE MÍDIA E JORNALISTAS ESTÃO NA RELAÇÃO


DO UOL

Ao menos 22 empresários do ramo jornalístico e seus parentes, além de 7 jornalistas, estão na relação dos que mantinham contas na agência do HSBC em Genebra, na Suíça, em 2006 e 2007.

Os registros indicam que 14 contas já estavam encerradas em 2007, quando os dados vazaram no escândalo que ficou conhecido como SwissLeaks. Todos os citados foram procurados. Parte negou irregularidades e alguns preferiram não comentar.

Ter uma conta bancária na Suíça ou em qualquer outro país não é ilegal, desde que seja declarada à Receita Federal. Os titulares também devem informar ao Banco Central quando o saldo for superior a US$ 100 mil.

Entre os correntistas do HSBC na Suíça estão ou estiveram pessoas ligadas a algumas das maiores empresas de comunicação do país.

É o caso de Lily de Carvalho, viúva de dois jornalistas e donos de jornais, Horácio de Carvalho e Roberto Marinho. Roberto Marinho (1904-2003) foi dono das Organizações Globo, hoje Grupo Globo. Lily morreu em 2011.

Na relação de correntistas do HSBC em Genebra também constam os nomes de proprietários do Grupo Folha.

Tiveram conta conjunta naquela instituição financeira os empresários Octavio Frias de Oliveira (1912-2007) e Carlos Caldeira Filho (1913-1993). Luiz Frias (atual presidente da Folha e presidente/CEO do UOL) aparece como beneficiário da mesma conta, criada em 1990 e encerrada em 1998. Em 2006/07, os arquivos do banco ainda mantinham os registros, mas a conta estava inativa e com o seu saldo zerado.

O Grupo Folha e a família de Octavio Frias de Oliveira “informam não ter registro da referida conta bancária e manifestam sua convicção de que, se ela existiu, era regular e conforme à lei”.

Quatro integrantes da família Saad, proprietária da Rede Bandeirantes, também detinham contas no HSBC à época, entre eles o fundador da companhia, João Jorge Saad (1919-1999).




Quá, quá, quá !
Os donos da Fel-lha e seu “segurança”, o “repórter” investigativo do UOL, Fernando Rodrigues, montaram durante certo tempo uma fraude: não podiam divulgar o nome dos flagrados no escândalo de lavagem de dinheiro no HSBCporque o Governo não tomava a iniciativa de pegar a lista.
Quá, quá, quá !
Afinal, dizia o “repórter” investigativo do UOL, ter conta no exterior não significa nada.
Desde que o correntista declare no Imposto de Renda.
Deve ser muito provável que certo colonista (no ABC do C Af), da Fel-lha, membro da família Steinbruch se dê ao trabalho de depositar dinheiro num banco especialista em lavar dinheiro e, ao mesmo tempo, confessar ao Imposto de Renda (brasileiro).
É muito provável !!!
Quá, quá, quá !
Depois, a Fel-lha e seu implacável “repórter” investigativo identificaram ladrões envolvidos na Lava Lato e que lavavam HSBC.
A intenção, claro, era derrubar a Dilma.
Fizeram como os delegados aecistas, os procuradores fanfarrões, o Juiz de Guantánamo: aqui não se fala de tucano !
O UOL tinha o monopólio da lista.
Aí, a dona Guevara, dona da lista lá na Europa, e que mereceu generosa correspondência do Amaury Ribeiro Jr, sentiu a batata assar e entregou a lista não à Carta Capital ou à Carta Maior, mas à #globogolpista !
Esperta a dona Guevara…
Entregar à Fel-lha e ao Globo.
E achar que ninguém percebe …
Acontece que a #globogolpista também sentiu a batata assar e começou a revelar uns nomes.
A batata assava.
E se, de repente, o Amaury, que pertenceu à organização (?) da dona Guevara mete a mão na lista toda ?
Foi o que fez o Otavinho, dono da Fel-lha e chefe do “repórter” investigativo.
“Bem, vamos revelar alguns nomes, para não sermos definitivamente desmoralizados”, teria pensado o dramaturgo e ensaista herdeiro da Fel-lha.
E enterrou a notícia lá embaixo, quase caindo pra fora, na página B6 (página par, menos lida que a ímpar), numa seção de nome “Mercado”, que ninguém do Mercado ou fora dele lê.
E fez isso num dia de sábado, o dia da semana em que menos se lê jornal – ou o acessa na internet.
Estão lá o pai do Otavinho, o sócio do pai do Otavinho e o irmão do Otavinho, Luis Frias, que é quem manda, de fato, no UOL, que sustenta Fel-lha.
Mas, segundo a Fel-lha, eles nem sabiam que tinham dinheiro lá.
Gente desatenta, não, amigo navegante ?
Não sabem que tem uma graninha no HSBC da Suíça.
Quá, quá, quá !
A doce Dona Lily, viúva do Dr Roberto Marinho estava lá.
Assim como a família Saad, dona da Bandeirantes, que exibe no Jornal da Band e no Boris Casoy catilinas furiosas em defesa da Moral e Ética !
Já imaginaram se o Boris Casoy pegasse a filha da Dilma na lista do HSBC ?
Com aqueles finos e reveladores lábios, com o timbre de camelô de muambas “made in China”, bradar furioso: “isso é uma vergonha !”
(Embora o Johnny Saad tenha enfiado a faca nos peitos do prefeito Haddad, para conseguir umas “vantagens”.)
Isso é uma vergonha, Johnny !
Só tem um problema nessa “reportagem” da Fel-lha.
Logo na primeira linha diz que “ao menos 27 (ôba !) empresários do ramo jornalístico, além de sete (ôba !) jornalistas estão na relação”…
Sete jornalistas ?
Jornalistas ?
Que jornalistas têm grana suficiente para lavar dinheiro no HSBC ?
Que empresa jornalística pagaria salários tão altos para justificar essa lavagem ?
Mas, a Fel-lha não cita nenhum jornalista.
Que pena !
E quais são os outros empresários ?
É corporativismo da Fel-lha, poupar os amigos de jantar no Fasano ?
Ah, se o Amaury trabalhasse para o Conversa Afiada
A Casa Grande caía.






Em tempo: o excelente repórter Chico Otávio (que sabe da vida do Imaculado Cunha (agora também no ABC do C Af), no Globo, acrescenta alguns nomes do PiG no HSBC:

- Ratinho

- Yolanda Queiroz, da TV Verdes Mares, repetidora da #globogolpista e sogra do senador tucano Tasso tenho jatinho porque posso Jereissati;

- Aloysio Faria, dono do banco Alpha (ex-dono do Real) e do grupo Rede Transamérica de rádio, com US$ 120 milhões !!!;

- José Roberto Guzzo, diretor da Abril e colonista (no ABC do C Af) furioso, direitista do gênero ISIS, no detrito de maré baixa;

(Outro colonista do gênero ISIS, no detrito sólido, um tal de “rola bosta” figura de forma exuberante, na companhia do tucaníssimo Andrea Matarazzo, na lista da Camargo Correia, divulgada pela excelente Conceição Lemes);

- Familia Dines, do Globo e da falecida Manchete;

- Fernando Luis Vieira de Mello, dono da Jovem Pan, também conhecida como “Jovem Ku Klux Pan”, que compete com a CBN, “a rádio que troca a notícia”, para ver quem verte mais ódio contra a Dilma;

- e Mona Dorf, da Ku Klux Pan.


É essa a turma (tudo a mesma sopa, diria o Mino) que vai bater panela quatro anos e perder a eleição em 2018.

Deu nisso, Otavinho: acabar na lista do Ratinho !

Quá, quá, quá !!!

Em tempo2: mas ainda falta a lista do Amaury !

Em tempo3:
 esse Bessinha …


Paulo Henrique Amorim



Otavinho, vem cá, Otavinho ! Traz o Fernandinho ! Vem fazer o DNA !

quinta-feira, 12 de março de 2015

Na lista do HSBC, a “baruscada” do Governo FHC Acabou o monopólio da Fel-lha e do Fernando Rodrigues ? – PHA

O Conversa Afiada reproduz artigo de Fernando Brito, extraído do Tijolaço:

Na lista do HSBC, a “baruscada” do Governo FHC



Com a entrada de O Globo na “sociedade privada” da lista de brasileiros que detinha contas do HSBC, ficamos sabendo de muitos outros nomes além dos quais Fernando Rodrigues, julgava haver “interesse público” em que se lhes divulgasse a identidade.

A nova lista, publicada hoje pelo jornal O Globo, mostra que todos eles abriram estas contas bem antes do primeiro governo Lula e, entre os que abriram depois, foram investigados durante este período por atos de corrupção (ah, sim, não institucionalizada..) praticados em governos anteriores, notadamente o de Fernando Henrique Cardoso.

O personagem citado no caso do “mensalão” é também personagem do “mensalão tucano”.

Os dirigentes do Metrô de São Paulo e suas mulheres e filhas também estão lá.

Ilustra o post a imagem que Fernando Rodrigues não quis publicar, do facebook de uma delas, Fernanda Mano, hoje com o sobrenome Almeida, de casada. Imagino que se a moça tivesse publicado uma foto de Dilma ou de Lula, Rodrigues também não a publicaria, como fez com a de Aécio.

Claro, né?

A moça, hoje, é uma ativista anticorrupção, vejam só…

Mas o nome mais interessante da lista é o do doleiro Dario Messer, velho parceiro de Alberto Yousseff  no caso Banestado, julgado lá mesmo, pelo Dr. Sérgio Moro.

Há três anos, no “Privataria Tucana”, páginas 92 e 93, Amaury Ribeiro Jr contou o que fazia o personagem:


(…)Parceiro de Dantas no processo de privatização, (diretor do Banco do Brasil  no governo FHC)Ricardo Sérgio (conhecido como Mister Big), lançou mão do mesmo estratagema para movimentar recursos no exterior. Com 1.057 páginas, o relatório dos peritos da PF mostra que Mr. Big usava dois doleiros de peso para levar seus recursos até a agencia do Banestado em Nova York: Alberto Youssef – que também prestou o mesmo serviço para o contrabandista João Arcanjo Ribeiro (conhecido como Comendador Arcanjo, o criminoso foi preso em abril de 2003. Também prestou esse serviço para Dario Messer, acusado de levar para a Suíça os R$20 milhões desviados pela “Máfia dos Fiscais” do Rio de Janeiro.

Em quatro anos, entre 1996 e 2000, Mr. Big teria remetido ao exterior uma montanha de dinheiro com altitude de US$ 20 milhões. Para os peritos federais, todo o dinheiro enviado por Ricardo Sérgio dormia inicialmente em várias contas abertas por Messer e por Yousseff na agência novaiorquina do Banestado. Novamente, as contas eram abertas em nome de offshores, com apoio de David Spencer e ancorado no escritório de Citco nas Ilhas Virgens Britânicas. Eram incumbências de Spencer – que opera para Mr. Big desde os anos 1980 – também a abertura das contas dessas offshores na agência do Banestado e em outros bancos de Nova York. A documentação expõe, por exemplo, a participação do advogado na abertura da conta da offshore June International Corporation, operada por Yousseff no Banestado nova – iorquino. Do Banestado, a grana do ex-diretor do banco fazia uma escala em outras contas abertas no MTB Bank e outros bancos operados pelos doleiros da Beacon Hill. Era o último porto do dinheiro antes da revoada para as contas de Ricardo Sérgio, João Madeiro da Costa, o homem de Mr. Big na Previ, Ronaldo de Souza, em Miami ou nas Ilhas Virgens Britânicas.


Mas, como se sabe, àquela época a corrupção, segundo o tratadista de ética e moralidade Pedro Barusco, não era institucionalizada.

Esse pessoal abria conta na Suíça só por diversão…



Leia também:

HSBC: os crimes que a Fel-lha acoberta



É fácil saber quem tem conta no HSBC

Agitadora tucana cai na lista do Swissleaks

:


Filha de um ex-diretor do Metrô na gestão de José Serra, que mantinha conta no HSBC, Fernanda Mano de Almeida (ela também correntista na Suíça) espalha mensagens como 'eu tenho vergonha dos políticos brasileiros' nas redes sociais; seu pai, Paulo Celso Mano Moreira da Silva, é acusado de improbidade administrativa pelo Ministério Público do Estado por suspeita de corrupção com a Alstom; na época da assinatura de um polêmico contrato com a multinacional francesa, ele virou correntista do banco suíço e chegou a ter saldo de US$ 3,032 milhões; Fernanda é uma das beneficiárias da conta

247 – O caso que denunciou o esquema de evasões do HSBC, na Suíça, inclui entre os brasileiros envolvidos a família de Paulo Celso Mano Moreira da Silva. Ex-diretor do Metrô de São Paulo, ele é acusado de improbidade administrativa pelo Ministério Público do Estado por suspeita de corrupção com a Alstom.

Em 1997, Moreira da Silva abriu uma conta no país helvético e acrescentou duas filhas como beneficiárias da conta: Fernanda Mano de Almeida, 41 anos, e Mariana Mano Moreira da Silva, 38 anos. No período em que o Swissleaks é investigado, ele apresentava um saldo de US$ 3,032 milhões.

A ironia do caso é que Fernanda é uma agitadora das redes sociais, militante tucana. Em fevereiro do ano passado, ela postou uma imagem em seu perfil no qual aparece a seguinte inscrição: “Campanha contra a corrupção no Brasil – Eu tenho vergonha dos políticos brasileiros”. Ela também compartilhou imagens de apoio à candidatura de Aécio Neves à Presidência.

Leia aqui reportagem de Fernando Rodrigues sobre o assunto.

terça-feira, 3 de março de 2015

Criação da Super Receita coincidiu com abertura de contas no HSBC suíço


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Você tem lido na grande imprensa que os anos de 2006 e 2007 correspondem a um dos períodos de maior abertura de contas de brasileiros no banco HSBC suíço e é esse período que essa imprensa investiga e prega que seja investigado pelas autoridades.

Claro que isso nada tem a ver com o fato de que em 2006/2007 quem governava o Brasil era Lula e em outro período que teve mais abertura de contas, 1997/2002, o governante era Fernando Henrique Cardoso – ou será que tem?

O período de abertura de contas suspeitas nessa instituição é importante porque revela vinculação com momentos da vida nacional que estimularam ou desestimularam a expatriação de capital.

Matérias anteriores deste Blog revelaram que houve 3 picos de abertura de contas no HSBC suíço – em 1988/1991, em 1997/2002 e em 2006/2007. De 1988 a 1991, foram abertas 1387 contas; de 1997 a 2001, foram abertas 317 contas; de 2006 a 2007, foram abertas 207 contas.



Entre esses períodos, houve um período de forte redução de abertura de contas (1992/1996) e outro de fechamento de contas (2003/2005).

Os períodos que a mídia não quer investigar – 1988/1991 e 1997/2002 – poderão ser investigados pela CPI que o PSDB não quer que seja criada no Senado, mas sobre o período que a mídia quer investigar, 2006/2007, vale tentar entender o que pode ter acontecido nesses anos para ter havido essa corrida de brasileiros ao HSBC suíço.

Em 2006, Lula se reelegeu com grande vantagem sobre o tucano Geraldo Alckmin, mas isso não era motivo para uma fuga de capitais, eis que o governo federal que prosseguiria já tinha 4 anos. E em 2007 não houve fatos políticos relevantes que estimulassem essa revoada.

Porém, na esfera fiscal/tributária houve, sim, em 2005, 2006 e 2007 fato que seguramente preocupou quem tinha dinheiro de origem duvidosa.

Uma das razões pela qual Lula é odiado pela elite brasileira reside no forte combate à sonegação fiscal que marcou o seu governo. No âmbito desse combate, fatos como a criação de um sistema de controle de importação e exportação.

Em 2004, através da Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal número 455, foi criado o sistema RADAR, que exigia que despachantes aduaneiros das empresas importadoras/exportadoras fossem cadastrados no Sistema de Comércio Exterior da Receita Federal, o Siscomex, mas, para as empresas obterem essa autorização tinham que apresentar certidões comprovando regularidade no pagamento de impostos, entre outras exigências.

O novo sistema de verificação das operações de comércio exterior começou a fazer vítimas. Em 13 de julho de 2005, a Operação Narciso, da Polícia Federal, desbaratou uma quadrilha de contrabandistas que funcionava na Daslu, da empresária Eliana Tranchesi, que empregava a filha do então governador Geraldo Alckmin como “diretora de novos negócios”, apesar da pouca idade.

Naquele ano, Lula continuava apertando os sonegadores. Criou a Super-Receita através da Medida Provisória (MP) nº 258, de 21.07.2005. Contudo, devido ao combate que partidos como PSDB e PFL deram à moralização na arrecadação de impostos, a nova Receita Federal, agora dotada de supercomputadores e novos métodos de fiscalização, funcionou apenas por dois meses porque a MP não foi convertida em lei.

Tecnicamente, a referida MP alterou a denominação da Secretaria da Receita Federal (SRF) para Receita Federal do Brasil (RFB) e transferiu para este órgão competências antes atribuídas à Secretaria da Receita Previdenciária (SRP), quais sejam: a fiscalização, arrecadação, administração e normatização do recolhimento das contribuições sociais para o financiamento da seguridade social (as “contribuições previdenciárias”).

Como a MP não foi adotada, o governo Lula apresentou à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei (PL) nº 6.272/2005, cujas normas são praticamente idênticas às da MP. O PL foi aprovado na Câmara e tramitou no Senado Federal sob o título de Projeto de Lei da Câmara nº 20/2006.

Em 2006, foram abertas 187 contas no HSBC suíço. Justamente no ano que antecedeu o início das atividades da Super Receita Federal, que passou a funcionar em maio de 2007 e que reduziu drasticamente a sonegação no país.

Este Blog consultou fonte da Receita Federal (fiscal) que afirma que essas contas no HSBC abertas em 2006 “com certeza” pertenceriam a ricaços preocupados com os procedimentos no Legislativo para criação da Super Receita, que diminuiu drasticamente a sonegação no país.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Abertura de contas no HSBC de 1997 a 2002 supera a de 2006 a 2007

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swiss leaks

Ficou curioso sobre a razão de nenhum parlamentar do PSDB ter assinado o pedido de instalação de Comissão Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do SwissLeaks-HSBC protocolado pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL) na quinta-feira (26)no Senado Federal? Bem, talvez o Blog da Cidadania possa ajudá-lo a entender o “fenômeno”.
No dia 19 do mês passado, este Blog publicou o post Abertura de contas brasileiras no HSBC suíço teve pico durante privatizações de FHC. A matéria revelou que as 6.606 contas de 8.667 brasileiros abertas naquela instituição desde 1970 tiveram picos de abertura em três períodos. O gráfico abaixo foi extraído do site do The International Consortium of Investigative Journalists (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos) e mostra a movimentação.
hsbc 1
No site oficial do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, ao passar o mouse sobre os pontos de intersecção entre os anos marcados no gráfico reproduzido acima, aparece quanto aumentou o número de contas abertas por brasileiros naquela instituição desde 1988. O que se descobre nessa pesquisa é o que o Blog passa a demonstrar abaixo.
Em 1988, foram abertas 8 contas
Em 1989, foram abertas 419 contas
Em 1990, foram abertas 378 contas
Em 1991, foram abertas 582 contas
Em 1992, foram abertas 120 contas
Em 1993, foram abertas 43 contas
Em 1994, foram abertas 12 contas
Em 1995, foram abertas 24 contas
Em 1996, foram abertas 4 contas
Em 1997, foram abertas 65 contas
Em 1998, foram abertas 54 contas
Em 1999, foram abertas 81 contas
Em 2000, foram abertas 25 contas
Em 2001, foram abertas 43 contas
Em 2002, foram abertas 49 contas
Em 2003, foram fechadas 63 contas
Em 2004, foram fechadas 63 contas
Em 2005, foram fechadas 84 contas
Em 2006, foram abertas 20 contas
Em 2007, foram abertas 187 contas
Desses dados, extrai-se que houve três períodos de pico de abertura de contas de brasileiros na instituição suíça:
De 1988 a 1991, foram abertas 1387 contas
De 1997 a 2001, foram abertas 317 contas
De 2006 a 2007, foram abertas 207 contas
Estranhamente, a grande mídia brasileira comenta apenas o pico de 2006 e 2007 como período suspeito por terem sido criadas 207 contas após terem sido fechadas 210 contas de 2003 a 2005, mas a mesma mídia não comenta um pico muito maior de 1997 a 2002, quando foram abertas 317 contas.
Ocorre que o período que vai de 1997 a 2002 marcou também o pico de privatizações no Brasil, a dita “privataria tucana”, que até virou livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., um best-seller com mais de 200 mil cópias vendidas.
A mídia brasileira pode noticiar o que quiser, mas o fato é que tanto a CPI que está praticamente aberta no Senado quanto a investigação que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, mandou abrir na Polícia Federal por certo não vão escolher um único período para investigar e, devido ao grande volume de abertura de contas durante as privatizações de Fernando Henrique Cardoso, o Estado brasileiro irá querer saber quem são os titulares das contas abertas naquele período.
A recusa do PSDB em assinar a CPI do HSBC suíço torna-se extremamente eloquente diante dos dados acima, não acha, leitor?

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Serra tira a fantasia: o negocio é fatiar e vender a Petrobras.

chevon


A entrevista de José Serra ao “dono do lista do HSBC” no Brasil, Fernando Rodrigues, é um strip-tease.

O vendedor da Vale – título que lhe foi concedido pelo próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – lista o que se tem de fazer com a maior empresa brasileira.

Vai falando meias-verdades, como a de dizer que a Petrobras está “produzindo fio têxtil”, vai circulando a presa, como um velho leão.

O “fio textil” é poliéster, derivado integral de petróleo, que é produzido em Suape, como parte da cadeia de valor gerada pela refinaria, junto com a resina PET, com a que se produz garrafas.

São plásticos, enfim, um dos frutos de maior valor da cadeia de refino de petróleo.

Depois, diz que a Petrobras “não tem que fabricar adubo”.

Parece que está falando de esterco, mas é, simplesmente, de um dos insumos mais importantes da imensa produção agropecuária brasileira: amônia, que é produzida a partir do gás extraído junto com o petróleo.

É o “N” da famosa fórmula NPK dos fertilizantes, que o Brasil, incrivelmente, importa às toneladas.

Depois, fala em vender as usinas termelétricas de eletricidade, que já foram das multis e que a Petrobras teve de assumir porque elas só queriam o negócio com os subsídios que lhes deu FHC na época do apagão de 2001, subsídios que, além disso, eram suportados por nossa petroleira.

A seguir, fala em vender a distribuição, os postos Petrobras.

Aqueles onde o dim-dim entra, sonante, chova ou faça sol.

E aí, finalmente, diz que a empresa deve se conservar na extração de petróleo, mas que este deve ser “aberto ao mercado”.

Como já é, deve-se ler isso como a entrega da parcela exclusiva, de 30%, das imensas jazidas do pré-sal.

Claro que, nos negócios da cadeia do refino de petróleo, a Petrobras pode comprar, vender, dividir, agir como age um empresa que busca concentrar recursos em suas prioridades.

Isso inclui, senador Serra, o tal “fio têxtil”.

É tão bom negócio que seus amigos da Chevron o produzem em larga escala através da Chevron-Phillips, em oito países.

Assim como a Chevron produz adubo e está cheia de passivos ambientais pela forma terrível que o faz, antes como Texaco e agora usando o “codinome” de Ortho.

E, claro, a Chevron não vai abrir mão de seus mais de 8 mil postos de abastecimento só nos Estados Unidos…

Quer dizer, as receitas de Serra para a Petrobras são exatamente o contrário do que fazem seus amigos da Chevron…

Senador, mas o que é bom para os Estados Unidos não é bom para o Brasil?

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

'Isso é uma piada', diz professor da USP sobre silêncio da Globo no caso HSBC


Em entrevista à Rádio Brasil Atual, Vladimir Safatle afirma que ao guardar nomes de brasileiros com contas em Genebra a grande imprensa transforma o jornalismo "em uma grande brincadeira"
por Redação RBA publicado 20/02/2015 15:29, última modificação 20/02/2015 16:59
São Paulo – O HSBC é um exemplo privilegiado de como corporações que estão no limite da criminalidade impõem na economia internacional seus interesses. O professor de filosofia da Universidade de São Paulo (USP) Vladimir Safatle indica a instituição financeira como exemplo de promiscuidade entre mercado financeiro, política e mídia, com raízes no crime, em entrevista à Rádio Brasil Atualhoje (20). “Desde sua criação, o banco tem as piores credenciais possíveis. Essa instituição bancária foi criada em 1860, depois da última guerra do Ópio entre Inglaterra e China, quando os ingleses forçaram a abertura dos portos chineses para que o tráfico da droga continuasse”, relata.
“Os chineses resolveram impedir o comércio de ópio porque a população já estava entrando em um processo de ser dizimada pela droga. Então, o banco foi criado exatamente para financiar o tráfico de drogas, entre outras coisas. E ele cresceu, a partir dos anos 70, comprando bancos dos Estados Unidos e da Europa, muitos dos quais tinham carteiras extremamente problemáticas", diz Safatle. "Foi o caso do banco do finado Edmond Safra, que tinha entre seus clientes traficantes de diamantes e negócios com a máfia russa. O Safra foi assassinado em uma situação, no mínimo, bastante misteriosa. Seu banco iria ser comprado pelo American Express e o negócio foi desfeito por causa de problemas internos."
Esse foi o processo de crescimento do banco, segundo o professor. "Comprou o Bamerindus aqui, um banco que estava com problemas enormes. E não só isso, quer dizer, ele é reincidente, faz anos que o banco tem sido julgado por várias instâncias mundiais, exatamente por esses seus negócios com tráfico, negócios ilícitos. Foi declarado culpado nos Estados Unidos por um caso que envolvia tráfico com colombianos e mexicanos. Só que pagou uma mixaria de um milhão e novecentos mil dólares de multa.”
O que ocorre com o HSBC não é novo, é uma prática comum, para Safatle: “E não é para estigmatizar o banco, mas para esclarecer o que é o sistema financeiro internacional. São corporações que estão acima dos governos. Não só não se quebra como não se regulamenta um banco como o HSBC, porque ele está tão acima dos governos que o seu diretor à época desses chamados Swiss Leaks era pastor anglicano e hoje é ministro do David Cameron, no governo britânico."
O professor ressalta que se percebe uma relação incestuosa entre o sistema financeiro e a classe política. "É o diretor do banco que vira ministro de um gabinete da Inglaterra, que, com certeza, não vai desenvolver políticas que sejam estranhas ou contra os interesses do sistema financeiro que ele representa muito bem. A imprensa começou a questionar o ministro e ele não dá resposta alguma, porque ele sabe que está numa situação de ser completamente intocado, não há nada que possa acontecer com essas pessoas", lamenta.
Para o filósofo, todo mundo fica completamente exacerbado por problemas como tráfico de drogas, de armas, guerras. "Se não existissem esses bancos, que têm como uma suas finalidades lavar esse dinheiro, com certeza o problema não seria dessa magnitude em hipótese alguma. Só há crime nessa magnitude porque há um sistema financeiro que é completamente conivente, cresceu dentro desse meio.”
Ele destaca que não é só a tráfico de drogas que o HSBC está ligado, mas que há também fraudes de evasão fiscal, no momento em que a economia mundial e os estados estão em crise, tentando segurar o que restou de bem-estar social. “Os países da União Europeia socorreram bancos falidos. Então, quando os bancos cometem crimes, o que se espera é que os responsáveis sejam punidos, presos, mas não é isso o que ocorre”, observa.
Safatle lamenta que a imprensa brasileira não noticie os fatos, ao contrário da europeia. “É inaceitável o tipo de silêncio tácito que está ocorrendo, salvo raríssimas exceções muito pontuais. Na imprensa francesa ou britânica, mesmo nos Estados Unidos, foi dito que vão utilizar esses dados para tentar reaver o dinheiro." Nesses casos, a imprensa apresentou os nomes: "O Le Monde, que mobilizou um pouco tudo isso, chegou a brigar com seus acionistas porque um deles fez uma declaração dizendo que achava um absurdo que o jornal expusesse esses nomes. Ou seja, a imprensa fez o seu papel. No caso brasileiro é inacreditável".
O Brasil é, a princípio, o nono país em número de contas nessa filial genebrina do HSBC. São 8.667 contas, das quais 55% são contas de nacionais, ou seja, são mais de 4 mil pessoas. "A pergunta que eu gostaria de fazer é quem são essas pessoas. O sujeito não abre uma conta em um banco suíço com esse histórico à toa. Quem são as pessoas que fizeram evasão fiscal, fraude fiscal e coisas dessa natureza?”, questiona.
Alguns nomes de brasileiros que possuem contas no HSBC com depósitos sem origem comprovada na agência em Genebra foram conhecidos por intermédio de sites angolanos. “Aí apareceu o nome do rei do ônibus do Rio de Janeiro, o nome da família Steinbruch, que é do grupo Vicunha. Essas pessoas cometeram crimes, quais foram os crimes? É muito estranho que não só a imprensa, mas, ao que parece, a própria Receita Federal adiou a análise de coisas desse tipo."
Para Safatle, isso demonstra um dado muito evidente: "A elite rentista brasileira é completamente blindada, sabe que é e tem uma relação incestuosa entre poder político e estrutura de comunicação, que faz com que em última instância seja um grupo só, de uma forma ou de outra, que sabe que pode fazer o que quiser, porque sabe que não existe nenhuma possibilidade de a Justiça pegar, a não ser existam embates internos, em brigas internas, aí sim vão pegar um ou outro".
O professor da USP se pergunta como ampliar essa discussão oculta na imprensa tradicional. “Os nomes que vazam dessa lista de brasileiros com contas no HSBC em Genebra são de envolvidos na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Quer dizer, os nomes são divulgados dependendo do interesse do meio de comunicação. Só são esses os nomes dos 4 mil correntistas, só são esses dez ou 15 que tiveram problemas? Isso é uma brincadeira.”
A extrema gravidade da história exige que se faça algo. “Se tem algo que destrói a moralidade é a parcialidade, é você começar a perceber que há um uso estratégico do discurso sobre a moralidade, porque é um uso que serve simplesmente para você voltar suas atividades contra seus inimigos. Nesse momento, a moralidade perde completamente seu valor. Eu diria que na política brasileira isso acontece a torto e a direito, é um traço característico da política brasileira."
Safatle lembra: "A moralidade exige a simetria completa dos julgamentos. É julgar todos da mesma forma, independente do que vá acontecer. Isso falta dentro da política brasileira. É por isso que não se consegue fazer com que essas indignações se transformem em saltos qualitativos da política. E aí vira simplesmente um jogo em que se tenta colocar um ou outro contra a parede.”
Safatle identifica que há um processo de desgaste constante do governo pela mídia e, por isso, os nomes envolvidos em negócios ilícitos no HSBC são seletivos. “Se a gente quisesse mesmo fazer uma limpeza geral no que diz respeito ao caso Petrobras, por exemplo, todos denunciantes falaram: 'Olha, desde 1997 eu recebo propina'. Ou seja, tem um dado estrutural, não existe um caso de governo ou de partido, é um caso de estrutura, em que vai todo mundo. E nessa situação o mínimo que se espera é que se mostre claramente a extensão do processo e a necessidade geral de punição. Mas isso nunca ocorre, isso desgasta toda a força da indignação moral”, lamenta. “Todo mundo que conhece um pouco da sociedade brasileira sabe que lá você vai encontrar alguns dos nossos empresários mais conhecidos, alguns dos políticos mais conhecidos.”
Quanto ao silêncio que a Rede Globo dedica ao caso do HSBC, Safatle comenta: "Isso é uma piada, é completamente inacreditável. Eu gostaria que eles explicassem muito claramente qual é a noção deles de notícia, porque é surreal. Você pode pegar as páginas do The Guardian, jornal britânico, ou do francês Le Monde, e a televisão de maior audiência não dá nada? O que é isso? Eles transformam o jornalismo em uma grande brincadeira".
Para a secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Maria da Silva, é uma "vergonha" que esse caso só apareça em alguns sites e blogs e seja ignorado pelos grandes meios de comunicação, que não têm interesse em divulgar os nomes de brasileiros que estão nessa lista com depósitos sem origem comprovada no HSBC em Genebra. “Um dos clientes que já apareceu na lista foi o Clarín, da Argentina. Não vamos ficar surpresos se os meios de comunicação aqui do Brasil também aparecerem na lista, ou se os donos desses meios estiverem guardando dinheiro lá fora para não pagar impostos. Talvez por isso essa lista não seja divulgada. Começaram a soltar os nomes seletivamente, e por isso surgem os nomes relacionados com a Lava Jato. Mas tinha que soltar o nome de todo mundo”, diz.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Banqueiro que atuou na privatização está no Swissleaks


Esse na verdade, é o Suiçalão tucano, terra dos homens bons da nação !- Opedeuta

: Dono do banco Máxima, Saul Sabbá está no banco de dados do site Off Shore Leaks, de responsabilidade do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ); "Ele é um daqueles empresários que engordaram na privataria tucana. Seu banco deu consultoria para FHC na privatização da Vale e da CSN", lembra Miguel do Rosário, do Cafezinho 

247 – O nome de um dos cerca de 50 brasileiros donos de contas secretas no HSBC vem se destacando na blogosfera. Trata-se do banqueiro Saul Sabbá, dono do banco Máxima, que assegurou uma boa fortuna no processo de privatização do governo FHC. Seu banco, como lembra o blogueiro Miguel do Rosário, do Cafezinho, deu consultoria para o ex-presidente tucano na privatização da Vale e da CSN. Leia abaixo post sobre o tema:

Suiçalão: aparecem os primeiros tucanos gordos!

Os internautas acharam um nome genial para popularizar o escândalo de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal de 8,6 mil contas associadas ao Brasil achadas no HSBC da Suíça. E que agora usarei genericamente para os escândalos de evasão fiscal vazados ou descobertos através do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).

Suiçalão!

Quem sabe se, com esse nome atraente ao público, o UOL não divulga os nomes que estão sendo mantidos em segredo, à diferença do que vem acontecendo no resto do mundo, onde as listas dos beneficiários estão vazando?

Os brasileiros tinham aproximadamente R$ 20 bilhões em contas no HSBC da Suíça. Enquanto a mídia não se interessa, a blogosfera está aprendendo a trilhar os caminhos apontados pelos bancos de dados do ICIJ.
Por exemplo, há um escândalo revelado pelo ICIJ, anterior ao vazamento do HSBC, que também passou batido por nossa mídia.

É o escândalo das contas off shore. Um vazamento revelou a existência de milhares de contas secretas em paraísos fiscais das Ilhas Virgens Britânicas, Cingapura e Ilhas Cook.
(Houve uma certa confusão entre os dois escândalos: um são as contas off shore, de 2013; outro é o HSBC, mais recente. Nesse post, a diferença vem explicada, mas eu chamo ambos de “suiçalão”, assim como nossa mídia passou a chamar, durante um tempo, tudo de “mensalão”).

Cerca de 50 nomes de brasileiros com contas em off shores apareceram, conforme se pode ver neste link.
Não se trata especificamente do caso HSBC, mas é sonegação do mesmo jeito. Na verdade, é um caso ainda pior.

Os documentos das contas secretas off shore são públicos desde 2013, mas a nossa mídia nunca se interessou em investigar o caso.

É parecido com o que faz hoje, em que parece mais preocupada em esconder do que em revelar a participação do Brasil num dos maiores escândalos de lavagem de dinheiro e sonegação do mundo.

A divulgação dos nomes de brasileiros envolvidos no Suiçalão ajudaria o Brasil a fazer uma campanha contra a sonegação, o maior problema nacional; bem maior, em escala, do que a corrupção.

Fernando Rodrigues, do UOL, disse que só iria divulgar os nomes do escândalo do HSBC, ou Suiçalão, que apresentassem “interesse público”.

Pois bem, o blog Megacidadania encontrou um nome que apresenta “interesse público”.
Saul Sabbá.

O dono do banco Máxima, Saul Sabbá está no banco de dados do site Off Shore Leaks, de responsabilidade do ICIJ. A sua conta secreta está ligada à offshore Maximizer International Bank S.A.

Máxima, Maximizer, sacou?

O banco de dados do Off Shore Leaks mostra o Maximizer, por sua vez, ligado a vários outros nomes.
Entre os nomes, surge o escritório Zalcberg Advogados Associados, cujo sócio Chaim Zalcberg, que também está no mapa do Offshore Leaks, já foi preso pela Polícia Federal, em 2012, na Operação Babilônia, suspeito de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Zalcberg seria o cabeça da quadrilha, segundo a PF. Ele esteve envolvido também nas tretas do Banestado, um daqueles escândalos tucanos que nunca deram em nada, e que, coincidentemente foi julgado pelo mesmo Sergio Moro que hoje pontifica como ditador da República do Paraná.

Outra figura central no Banestado – um escândalo de corrupção que resultou em prejuízo de dezenas de bilhões para o erário – foi o doleiro Alberto Youssef, o atual heroi da Lava Jato e da mídia. Youssef foi preso, algum tempo depois, por sua participação nos crimes do caso Banestado, mas solto logo em seguida, quando aceitou fazer uma delação premiada onde entregou bagrinhos e livrou os peixões.

Pena que a mídia não dá ibope para esses casos, talvez porque ela mesmo seja uma grande sonegadora.
Voltemos a Saul Sabbá, o dono do banco Máxima.
Sabbá é um daqueles empresários que engordaram na privataria tucana. O seu banco deu consultoria para
FHC na privatização da Vale e da CSN.

Agora só falta sabermos quantos milhões de dólares exatamente Sabbá e seus colegas do Maximizer, todos
“brasileiros honestos”, guardavam em suas contas secretas em paraísos fiscais.

E, claro, falta sabermos a participação do Brasil no escândalo do Swiss Leaks, ou Suiçalão.

Segundo o ICIJ, o Brasil é o nono país com mais dinheiro no HSBC da Suíça e o quarto, em número de clientes.

Há uma conta associada ao Brasil com mais de US$ 302 milhões. Sabe-se, pelo próprio ICIJ, que Edmond Safra, do Banco Safra, e a família Steinbruch, donos da Vicunha e da CSN, são alguns dos nomes envolvidos no escândalo do HSBC.

O Banco Safra foi o banco usado pela Globo para comprar os dólares que enviaria às Ilhas Virgens Britânicas, quando se envolveu naquela “engenhosa operação” para adquirir os direitos de transmissão da Copa de 2002 sem pagar os devidos impostos.

Aliás, por falar em privataria, um internauta hoje nos brindou com uma deliciosa recordação: um artigo de Eliane Cantanhêde sobre a Petrobrás, de 1999.

Era o tempo em que os jornais falavam sobre a privatização das principais estatais com incrível naturalidade.
Cantanhede faz uma revelação bombástica no artigo: “Para ficar ainda mais claro: o que resta de equipe econômica está de olho gordo sobre a Petrobrás (“joia da coroa”), o Banco do Brasil e até a Caixa Econômica Federal.

Esses são os “brasileiros honestos” que pretendem privatizar a Petrobrás, para livrá-la do demônio petralha…