Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

domingo, 16 de julho de 2017

Lava Jato será estudada mais por desmandos de juízes e procuradores do que por condenações

Janio: Lava Jato será estudada mais por desmandos de juízes e procuradores do que por condenações


Lava Jato será estudada mais por desmandos que por condenações

No dia mesmo em que Sergio Moro formalizava a condenação de Lula a nove anos e meio cadeia, o Senado eliminava direitos vigentes, alguns deles, há 67 anos, como partes essenciais da Consolidação das Leis do Trabalho.
Não fosse a existência dessa CLT, com a proteção e os direitos de luta por melhores condições para os trabalhadores, Lula não chegaria à Presidência para fazer, entre erros e acertos políticos, a única política de redução das desigualdades sociais no Brasil republicano.
Enquanto Sergio Moro informava o país da condenação de Lula, Geddel Vieira Lima era livrado da cadeia, onde passara apenas dez dias. E dispensado até da tornozeleira que dificultaria suas possíveis movimentações para “ir às compras”, como dele e de seu crescente patrimônio dizia Antonio Carlos Magalhães.
O tempo cuidou de tecer alguns fatos para exprimir, por equivalências e contrastes, o sentido da condenação, que as duas centenas de páginas da sentença buscaram encobrir. Se com êxito ou não, é cedo para perceber mudança ou permanência na divisão anterior de opiniões.
“The Guardian”, o mais importante jornal inglês, pela honestidade jornalística, contrapôs à notícia da condenação o realce da “admiração global pelas políticas sociais transformadoras” da Presidência de Lula.
Não é a essa admiração, porém, que a sentença se refere quando, incoerente, recusa-se a decretar a prisão que “até caberia cogitar”: considerando que a prisão de um ex-presidente não deixa de envolver certos traumas”, Moro preferiu que decidir da prisão fique para outra instância judicial.
Que traumas? De quem?
As poucas interpretações da frase pensaram em reação popular. Mas não há por que não supor Moro contido pelo temor do seu próprio trauma: mais do que ninguém, ele sabe o que está fazendo. E dizendo.
Foi adequado que citasse em inglês a frase cuja variante em português é o caricato “ninguém está acima da lei”. A citação aparece na sentença de processo que Moro açambarcou: a lei o destina à área judicial onde fica o apartamento em questão -Guarujá, não Curitiba. Moro alegou a conexão, nunca demonstrada, do apartamento com os subornos na Petrobras.
E não houve no Conselho Nacional de Justiça e no Supremo Tribunal Federal quem pusesse o juiz de Curitiba abaixo da lei.
Exemplo este, para não voltar às gravações e divulgações fora da lei, feitas por Moro e engolidas pelo CNJ e pelo STF, com o auxílio não menos indigestivo de Gilmar Mendes.
A Lava Jato deveria ser objeto de estudo pelo que faça de positivo. Será estudada por muito mais tempo do que quaisquer condenações de Lula, mas por arbitrariedades e desmandos puníveis nos demais procuradores e juízes.
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sexta-feira, 14 de julho de 2017

Pobres de direita vão à Fiesp pedir prisão de Lula

Pobres de direita vão à Fiesp pedir prisão de Lula


pobres de direita
Na tarde da última quarta-feira, 12 de julho de 2017, o juiz Sergio Moro condenou o ex-presidente Lula a 9 anos de prisão por supostamente ter recebido da empreiteira OAS um apartamento no Guarujá como propina.
Segundo o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, Lula soube da própria condenação através da imprensa apesar de ser parte do processo e, portanto, ter direito a acesso prioritários às decisões da Justiça sobre si.
zanin condenação
Não houve qualquer surpresa nessa condenação. Foi antecipada pelo Blog em vários posts.
Em 21 de junho, o Blog da Cidadania afirmou que a condenação de Lula era certa e que, consumada, seria um crime perpetrado pelo juiz Sergio Moro, pois se basearia, apenas, em acusações de delatores feitas com o evidente propósito de escapar da cadeia, já que esses delatores não apresentaram uma só prova do que afirmaram.
blog 1
Em 4 de julho, o Blog afirmou que a condenação já certa de Lula por Moro teria efeito igual ou maior que todas as medidas arbitrárias tomadas pelo magistrado contra o ex-presidente desde que determinou sua condução coercitiva em março de 2016. E esse efeito foi o de fazer o presidente perder 14 pontos de rejeição e se tornar o pré-candidato a presidente em 2018 com mais intenções de voto.
blog 2
Como se vê, nem houve muita celeuma porque todo mundo sabia que o juiz em questão é inimigo de Lula e todos sabem que costuma se referir ao ex-presidente em tom depreciativo.
Aliás, durante o depoimento derradeiro do ex-presidente a Moro, em 10 de maio deste ano, em Curitiba, foram produzidas milhares de montagens representando confronto entre o juiz e o julgado, como se fossem dois lutadores de boxe. Do lado de fora da sala de audiência, tanto Lula quanto Moro tinham torcidas organizadas.
Apesar da previsibilidade da condenação de um inimigo por outro – sim, Lula foi julgado por um inimigo político que aparece até em pesquisas de intenção de voto para presidente.
datafolha lula moro
Imediatamente após a notícia da condenação do ex-presidente chegar às redes sociais, no início da tarde de 12 de julho, manifestações foram convocadas
A manifestação pró Lula, marcada em frente ao Masp, na avenida Paulista, em São Paulo, reuniu pelo menos  umas duas mil pessoas, mas, segundo a PM antipetista do governador Geraldo Alckmin, foram 200 pessoas.
manifestação lula 1
manifestação lula 2
manifestação lula 3
Já para a mesma PM, a manifestação anti Lula tinha “50 pessoas”, segundo informações da Folha de São Paulo
manifestação anti lula 1
manifestação anti lula 2
O Blog cobriu as duas manifestações. Na primeira, pró Lula, não havia muito que cobrir porque era esperado que um partido grande como o PT, com milhões de filiados, produzisse uma manifestação como a que se viu. O que desperta curiosidade, porém, é a manifestação anti Lula, encenada – sim, encenada – diante do prédio da Fiesp, organização de grandes empresários paulistas.
Foi uma manifestação pequena, porém, como costumam ser as manifestações antipetistas, muito bem amparada em material publicitário tal como faixas, camisetas e outros materiais caros e produzidos, aparentemente, em larga escala. Mas não é esse o motivo da curiosidade.
O que levou aquele grupelho a ir diante de uma poderosa e multibilionária organização patronal pedir o que essas pessoas não pedem nem para políticos com culpa muito mais evidente como Michel Temer ou Aécio Neves, contra os quais há vídeos e gravações de suas vozes pedindo propina?
O Blog resolveu entrevistar algumas das pessoas que foram diante da Fiesp pedir a prisão antecipada do ex-presidente Lula. O resultado você confere no vídeo abaixo.
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terça-feira, 11 de julho de 2017

Pior roubo de Temer é dos direitos trabalhistas de uma nação

Pior roubo de Temer é dos direitos trabalhistas de uma nação


temer motosserra
Depois do mais evidente no processo golpista que colocou o Brasil de joelho e pires na mão, talvez a segunda coisa mais difícil de digerir seja o cinismo dos autores desse processo.
Na noite anterior à votação da “reforma trabalhista” no Senado, a Globo bateu duro em Temer por conta de suas roubalheiras e, em seguida, entoou o bordão da moda entre autores intelectuais do golpe, ou seja, o grande empresariado:
“A sociedade está separando a política da economia”.
É como se o plano da Fiesp e congêneres de tirar direitos dos trabalhadores fosse uma lei da natureza, imutável, irrefreável, quando, na verdade, é uma mudança na economia que provocará um dos processos de empobrecimento coletivo mais rápidos e dramáticos da história, se não do mundo, ao menos da do Brasil.
Em julho do ano passado, Temer esteve em São Paulo participando de um dos maiores eventos de agronegócio e aproveitou para dizer que teria que “tomar medidas impopulares”, daquelas que só quem não chegou ao poder pelo voto popular consegue tomar.
Na ocasião, Temer recebeu um manifesto assinado por 46 associações do setor de agronegócios. O documento, a pretexto de ressaltar a “confiança do setor” na gestão dele, prometia “criar condições” para o empresariado “retomar os investimentos e recolocar o Brasil numa trajetória de crescimento”.
Esse foi o mote no qual nasceu uma mudança drástica nas leis trabalhistas que todos os especialistas sérios DO MUNDO dizem que não vai gerar empregos, mas, tão somente, aumentar o lucro dos patrões.
Ficava claro por que o golpe fora desfechado contra o governo trabalhista de Dilma Rousseff. E a razão foi a mesma do golpe de 1964: tirar dos pobres para dar aos ricos.
Se a concentração de renda despencou no Brasil ao longo dos governos petistas durante mais de uma década, a partir do governo Temer ela começou a aumentar e com a dita “reforma trabalhista” irá explodir, provavelmente voltando ao tempo da ditadura militar, quando atingiu os níveis mais altos da história deste país.
Na imagem abaixo, cena de reunião entre Temer e cerca de 100 empresários da Confederação Nacional da Indústria (CNI) ocorrida em julho do ano passado. Ao lado do presidente, Robson Braga, presidente da entidade. Os dois concordaram, à época, em adotar “mudanças duras” tanto na Previdência Social quanto nas leis trabalhistas.
temer braga cnt
Eis que a proposta de supressão de direitos trabalhistas chega ao Congresso e choca o mundo pela virulência. A ideia era mesmo tirar todos os direitos dos trabalhadores permitindo que os empresários “negociem” com seus empregados direitos conquistados há cerca de 70 anos e que acabaram o trabalho em condições análogas à escravidão no país.
Um dos primeiros alertas de peso veio da Organização Internacional do Trabalho. Quem noticiou primeiro foi o site Sputnik
sputnik
O diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) Peter Poschen alertou autoridades e políticos brasileiros envolvidos na Reforma Trabalhista para os acordos assinados pelo país no passado. A afirmação foi feita na última audiência pública da Comissão Especial da Reforma Trabalhista da Câmara dos Deputados, ocorrida à época
Segundo Poschen, mais de 80 convenções da entidade preveem que uma lei deve ter mais valor do que um acordo coletivo. Ele citou as convenções 98 e 154, que tratam sobre negociações coletivas entre trabalhadores e empregadores. A interpretação do dirigente é o oposto do que defende o governo do presidente Michel Temer.
Naquele momento, o diretor da OIT explicou que a entidade ainda não tinha posicionamento favorável ou contrário ao tema e se colocava à disposição do Brasil para formular um parecer, caso fosse solicitado pelo governo brasileiro.
Não é preciso dizer que Temer não deu bola.
O Relator do projeto, o deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), asseverava que o Congresso precisava agir contra a alta taxa de desemprego e a fórmula encontrada por Temer fora tirar direitos do trabalhador para tornar as contrações mais baratas na esperança de que o empregado custando menos haveria mais empregos.
Devido à dubiedade inicial das declarações do diretor da OIT sobre a “reforma trabalhista brasileira, os golpistas partiram para a estratégia de dizer que a organização não havia condenado o Brasil pela proposta de tirar direitos dos trabalhadores.
Aproveitando-se da  posição cautelosa da OIT, enquanto estudava o projeto, o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) tentou vender que a organização apoiava a retirada de direitos trabalhistas para “aumentar o nível de emprego” no país.
Imediatamente, o escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil negou que a entidade tivesse dado algum parecer sobre o projeto de lei de “reforma” trabalhista.
Em maio, a OIT deu seu veredito sobre a mudança em curso da legislação trabalhista no país. Antes de reproduzir esse veredito, vale explicar que a Organização Internacional do Trabalho (OIT ou ILO, do inglês International Labour Organization) é uma agência multilateral da Organização das Nações Unidas especializada nas questões do trabalho em todo o mundo.
Não se trata, pois, de alguma “ong petista”.
Bem, em maio, Peter Poschen, diretor da Organização, deu o veredito sobre a “reforma trabalhista” brasileira. Ele criticou o discurso de que o país iria “modernizar” a legislação trabalhista com essa reforma e informou que, após estudos de nossa nova legislação, a OIT concluiu que ela não garantirá geração de empregos.
Além disso, Poschen deu uma declaração espantosa que está sendo sumariamente ignorada pela mídia e pelo governo golpista e ladrão de Michel Temer. Para a OIT, a “reforma trabalhista” brasileira “viola convenções internacionais”.
Em resposta a uma consulta feita por seis centrais sindicais, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontou em carta que a reforma trabalhista proposta pelo governo de Michel Temer viola uma série de convenções internacionais do qual o País é signatário.
Para a OIT, a proposta, durante a sua tramitação no Congresso, deveria ter obedecido à convenção 144, que exige audiências entre os representantes dos trabalhadores, dos empregadores e do governo, de modo a se chegar a uma maior quantidade possível de soluções compartilhadas por ambas as partes.
No documento, Corinne Vargha, diretora do departamento de Normas Internacionais do Trabalho, destaca que o Comitê de Liberdade Sindical do Conselho de Administração da OIT já havia decidido em outras ocasiões que nas modificações de leis trabalhistas que afetem as negociações coletivas ou qualquer outra condição de emprego, “é obrigatório haver reuniões detalhadas prévias com os porta-vozes das organizações sociais do País”.
Em resposta a uma consulta feita por seis centrais sindicais, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontou em carta que a reforma trabalhista proposta pelo governo de Michel Temer viola uma série de convenções internacionais do qual o País é signatário.
Para a OIT, a proposta, durante a sua tramitação no Congresso, deveria ter obedecido à convenção 144, que exige audiências entre os representantes dos trabalhadores, dos empregadores e do governo, de modo a se chegar a uma maior quantidade possível de soluções compartilhadas por ambas as partes.
No documento, Corinne Vargha, diretora do departamento de Normas Internacionais do Trabalho, destaca que o Comitê de Liberdade Sindical do Conselho de Administração da OIT já havia decidido em outras ocasiões que nas modificações de leis trabalhistas que afetem as negociações coletivas ou qualquer outra condição de emprego, “é obrigatório haver reuniões detalhadas prévias com os porta-vozes das organizações sociais do País”.
Corinne lembrou posicionamento recente da Comissão de Peritos da entidade, divulgado na última Conferência da OIT em Genebra, no dia 13 de junho, na qual o órgão vinculado à ONU condenou a aplicação das negociações individuais e mesmo coletivas com o objetivo de flexibilizar direitos já definidos na CLT.
“Os Estados têm a obrigação de garantir, tanto na lei como na prática, a aplicação efetiva das convenções ratificadas, motivo pelo qual não se pode pode rebaixar por meio de acordos coletivos ou individuais a proteção estabelecida nas normas da OIT em vigor em um determinado país”, afirmou a diretora.
Ou seja, a conversa mole sobre “modernização” das leis trabalhistas é uma tremenda farsa. A mídia brasileira age como organização mafiosa ao sustentar uma versão que nenhum analista sério do mundo corrobora, a de que tirar direitos iria aumentar o nível de emprego.
Robson Braga, da CNI, que com Temer deu a partida nessa vergonha que o Congresso está parindo, afirma, na cara dura, que “Não existem empresários que querem se aproveitar de trabalho barato”.
É de cair o queixo.
Em julho do ano passado, após reunião com Temer e líderes empresariais, Braga, da CNI, disse a jornalistas que o Brasil deveria “estar aberto” a mudanças na legislação trabalhista. Ele citou um tal “exemplo da França”, onde acreditava que governo adotara uma reforma escravocrata como a que defendia no Brasil.
“A França, que tem 36 horas [de carga horária semanal para os trabalhadores], passou agora para 80, a possibilidade de até 80 horas de trabalho semanal e até 12 horas diárias”, afirmou o presidente da CNI na ocasião.
Na verdade, a mudança no país europeu prevê 60 horas em casos excepcionais. Logo corrigido pela própria CNI, o equívoco de Braga deixou ver o nível de estupidez e má fé dos golpistas e a decisão deles de enriquecer mais os grandes empresários à custa do empobrecimento da nação.
Está claro para todos que Michel Temer é um ladrão. Há vídeos, há áudios, há delações, há documentos que PROVAM cabalmente que o presidente da República rouba o país há muito tempo. Porém, no quesito ladroagem o presidente da República está mudando de patamar.
Com a supressão dos direitos trabalhistas de TODOS os brasileiros, Temer cometerá um dos maiores roubos da história. E não será só de dinheiro. Roubará nosso futuro.
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segunda-feira, 10 de julho de 2017

LAVA JATO DISPENSA DELAÇÃO DE PALOCCI. O MOTIVO: NÃO INCRIMINOU LULA



2' 

Temer está descobrindo que não há honra entre golpistas

Temer está descobrindo que não há honra entre golpistas


tucanada e temer
O presidente golpista, Michel Temer, mal deve estar acreditando na vingança da história contra si. Há pouco mais de um ano ele começou a trair Dilma Rousseff. Chegou ao poder todo pimpão, exibindo sua boneca inflável, seus ternos caríssimos, seu português cafona e sua completa falta de noção.
E agora…
Bem, o noticiário fala por si mesmo. Vejamos as manchetes:
Ora, ora. Que injustiça Temer praticaria contra o presidente da Câmara, o demo Rodrigo Maia, simplesmente aquele nas mãos de quem repousa o destino do presidente da República?
Temer não fez nem nunca faria nada para desagradar seu provável sucessor. Ele está inventando uma desculpa para romper com o ex-comparsa.
E tome banho de realidade para Temer.
Pois é, até a Marcela. Tão “apaixonada”…
Uma pergunta: se Temer for derrubado e, quem sabe, até preso em seguida, quanto tempo a sua neta… digo, a sua esposa vai demorar para picar  a mula, por assim dizer?
O abandono de Temer pelos aliados de ontem, pelos seus comparsas no golpe infame que tirou a verdadeira governante do Brasil (até 1º de janeiro de 2019) do cargo sob uma farsa asquerosa, nada mais é do que a prova de que o crime não compensa.
Muita água ainda vai rolar debaixo dessa ponte. O Brasil precisa punir duramente os golpistas para que esse tipo de ataque ao povo brasileiro pare de ocorrer toda vez que algum governo decide governar para o povo. Chegou a vez de Temer. Chegará a vez dos outros golpistas.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Golpistas têm que responder por crime de lesa-pátria

Golpistas têm que responder por crime de lesa-pátria


golpistas
Passei a vida pregando no deserto ao repetir, sempre que a ocasião exigia, que “A verdade é uma força da natureza como o vento ou a chuva e, assim, não pode ser contida”, e que tentar contê-la equivale a “Tentar reter água entre as mãos em concha, que escapa por entre os dedos”.
Mesmo as pessoas que se norteiam pela verdade sempre parecem algo descrentes de que a verdade vença sempre, mas é porque confundem verdade com justiça, que deveriam ser a mesma coisa, mas, na prática, raramente caminham juntas.
Mas a verdade sempre tem potencial para aumentar a chance de que seja feita justiça.
Essa reflexão faz sentido em um momento em que o país começa a enxergar a verdade. Qual verdade? São várias. Vamos a elas.
1ª – O impeachment de Dilma Rousseff foi golpe porque não havia motivo válido para derrubá-la, tanto que vemos crimes de verdade comprovadamente cometidos por Michel Temer e o Congresso, os batedores de panela e os pretensos “guardiões da moral” não dizem A.
2ª – Ao contrário do que prometiam os autores do golpe contra Dilma Rousseff, a derrubada de seu governo não pôs fim à crise econômica e, muito menos, à crise política. Pelo contrário, aumentou essas crises.
3ª – A Lava Jato foi uma farsa engendrada para abalar a economia e prender e desmoralizar petistas sem provas, à exceção de um ou outro que delinquiu mesmo porque delinquentes há em qualquer grupo político, social, econômico, acadêmico, religioso etc., etc.
4ª – As reformas trabalhista, da Previdência, a terceirização e todas as demais medidas econômicas do governo que tomou o lugar do governo Dilma são a causa do golpe: tirar do pobre pra dar ao rico – segundo pesquisas de opinião, a esmagadora maioria do país passou a pensar assim.
5ª – Os acusadores mais veementes do PT são autores de crimes tão ou mais graves que os que denunciam contra os petistas – crimes que, em grande parte, ainda não foram provados.
6ª – A Justiça brasileira condena e absolve políticos acusados de corrupção valendo-se de critérios político-partidários e ideológicos e não de provas e ritos consagrados. Por isso, absolve sempre bandidos filiados ao PSDB.
7ª – Os governos do PT fortaleceram as instituições que podem combater a corrupção e os governos que antecederam e sucedeu os do PT trataram e tratam de enfraquecer essas instituições com vistas a fortalecer a corrupção – o coordenador da Lava Jato no MPF, Carlos Fernando dos Santos Lima, declarou isso ao jornal O Estado de São Paulo.
Há muitas verdades mais, mas essas são as mais evidentes. Brilham como o sol, impedindo que seus formuladores e a massa manipulada deixem de enxerga-las.
Mas quem foi que cometeu esse crime de lesa-pátria de sabotar um país inteiro só para tirar do poder um grupo político que implantou justiça social, redução extrema da pobreza e da desigualdade e que fortaleceu as instituições que combatem a corrupção?
Também são muitos. Cada um que bateu ontem uma panela na sua varanda-gourmet ou que vestiu camisa da Seleção ou com os dizeres “Eu não tenho culpa, eu votei no Aécio”, colaborou com a sabotagem do país. Mas alguns não agiram por meramente apoiar o golpe, praticaram atos para sabotar o país sob motivação político–econômica.
Os autores do golpe são, em primeiro lugar, os 367 deputados federais e os 61 senadores que retiraram o mandato de Dilma Rousseff sem o apoio de provas cabais de crime de responsabilidade ou comum (como o de Michel Temer).
Também são autores do golpe as autoridades por trás da Lava Jato que desmontaram a economia fazendo estardalhaço de investigações policiais sobre grandes grupos econômicos e sobre a administração do país. O show paralisou a economia e provocou dramas terríveis para milhões de brasileiros.
Os meios de comunicação que organizaram campanhas para desestruturar a economia fazendo terrorismo e vendendo que a solução para os problemas causados pelos golpistas era consumar o golpe, também têm que responder por esse crime.
O Brasil não pode seguir adiante e se tornar uma nação séria, em que a Justiça funciona de verdade, sem que os autores da desgraça política, econômica e social em curso sejam punidos.
O golpe de 2016 só aconteceu porque o golpe de 1964 ficou impune. Como o golpe atual está sendo desmascarado mais rapidamente e como esse golpe requer aparência de legalidade, será mais fácil punir seus autores quando a normalidade democrática for restaurada.
Os golpistas vão rir do risco de pagarem por seus crimes, mas não percebem como o jogo está mudando e quão rápido está mudando. Até as eleições do ano que vem, o Brasil todo já saberá de tudo isso que foi dito a cima. E vai eleger um governo com mandato para punir os sabotadores do Brasil
O que esses aqui mencionados fizeram com o Brasil foi um crime de lesa-pátria, mas, também, um crime de lesa-humanidade por conta da dor, do sofrimento, das mortes, das tragédias que esse golpe parlamentar infame produziu. Eles não perdem por esperar.

Por Carlos D'Incao

A ÚLTIMA LINHA DE DEFESA

Entender a atual conjuntura política nacional é algo cada vez mais difícil. Os fatos ocorridos desde a reeleição de Dilma até os dias atuais nos coloca a obrigação moral de tomarmos posições políticas.

Está claro que são raros aqueles que se situam no campo progressista e que conseguem enxergar algum lado positivo no golpe de 2015 e nas reformas ultra-neoliberais da atual Ditadura Temer-Tucana.

Porém, uma coisa é ter apoiado a reeleição de Dilma frente a uma opção tucana, ter lutado contra o golpe, ter denunciado a falácia da Lava-Jato, se contrapor veementemente contra a Reforma Trabalhista e Previdenciária e apoiar uma eleição direta onde Lula teria claras possibilidades de ser eleito e, desta forma, ter o poder de frear o avanço das forças reacionárias.

Outra coisa - muito diferente - é se propor a realizar uma análise de conjuntura onde é necessário pensar nas águas profundas que movimentam a realidade brasileira.

Isso significa tentar realizar o difícil ofício de compreender a dinâmica de um sistema econômico que está em uma nova fase de desenvolvimento e encontra o nosso país apenas como "um caso" entre tantos outros existentes em todo o planeta.

O mundo capitalista está caminhando para uma fase a qual denominamos de “tendência geral de queda nos lucros”. Nessa fase, as grandes corporações não conseguem mais atingir o nível de lucros e rendimentos do passado, pois os meios de obtê-los (a exploração do trabalho e a ampliação de mercados) estão se exaurindo.

Nesse caso, o sistema econômico precisa realizar um duplo movimento: destruir todo e qualquer obstáculo que ainda existe para realizar uma livre e brutal exploração do trabalho e destruir os mercados existentes para reconstruí-los sob novas e mais vantajosas formas.

Em suma: o sistema quer impor a toda humanidade a destruição global dos direitos da classe trabalhadora e a destruição de países inteiros através da guerra.

Alguns países estão na lógica da guerra (Síria, Iraque, Afeganistão, Líbia, etc) e outros estão na lógica da destruição dos direitos trabalhistas. O Brasil faz parte do segundo grupo.

Em ambos os grupos, a defesa da democracia e da soberania nacional soa como uma “ofensa” aos ouvidos do mercado. O sistema precisa de governos ditatoriais para realizar as medidas correspondentes aos seus interesses. O governo Temer, a princípio, parece ser um deles.

O mercado exige as Reformas Trabalhista e Previdenciária aprovadas no Senado “para ontem”, se o nosso país quiser ter acesso a capital e crédito. Assim sendo, aparentemente ele opera nos bastidores para que Aécio fique livre e que Lula seja preso, ou… ao menos condenado a ponto de não poder concorrer a nenhuma eleição.

Entretanto, quem disse que o povo brasileiro não pode decidir que - no caso do impedimento de Lula - outro candidato qualquer do campo progressista vença as próximas eleições? O mercado não é estúpido. Ele sabe que esse cenário é possível. Exatamente por essa razão ele exige o fim da já combalida democracia brasileira.

Porém, quem disse que mesmo sem Lula e sem um sistema democrático, uma outra liderança política qualquer não pode criar ainda mais obstáculos para os livres interesses do mercado?

O mercado já viveu realidades semelhantes… Ele já derrubou governos democráticos e descobriu que suas sucessões foram ainda mais amargas. Exatamente por essa razão, o mercado não quer apenas a cabeça de Lula e o fim da democracia. Ele quer também a morte da política.

E como o mercado faz para destruir a política? Simples: demonizando-a. Dessa forma, o povo se voltará contra todos os políticos e elegerá para esse mundo, personagens “não políticos”.

O mercado quer um Congresso e um Senado dominado por “Tiriricas” e os cargos do Executivo sob a tutela de “Dórias”.

Um Legislativo sem legisladores terá as leis redigidas pelo mercado. E um Executivo sem líderes políticos não formará governos mas sim, “gestões” conduzidas e elaboradas pelo próprio mercado.

Percebam que “Tiriricas”  e “Dórias“ conseguem ocupar cargos de legisladores ou governos por vários mandatos; entretanto, “Tiriricas” ou “Dórias” jamais conseguiriam ocupar cargos de juízes, promotores ou até mesmo de advogados.

Daqui deduzimos que o mercado não quer apenas a morte da política, mas deseja, sob seu cadáver, um Judiciário forte e que domine por completo todos os outros poderes.

Por essas razões aqui expostas, vemos diariamente nos noticiários (financiados pelos banqueiros) o mundo político sendo denegrido sistematicamente e diariamente.

Parece até que no poder Judiciário não há corrupção… Logo aqui no Brasil, onde traficantes compram sentenças de juízes e grandes empresários - que confessam crimes por delação - ganham sua liberdade e salvo-conduto para morar nos EUA…

Na realidade o que temos aqui é um ataque ao coração do maior inimigo contemporâneo do mercado: a política.

Sob essa perspectiva, não veremos o retorno de Aécio com vibração e alegria pela imprensa (e muito menos pelo mercado). A grande mídia quer execrar todos os políticos de todos os partidos e de todas as correntes.

E... a Rede Globo é a vanguarda desse movimento... Por isso que ela, aparentemente “do nada”, abandonou o governo Temer e iniciou um ataque diário ao personagem que antes era visto como a “solução para todos os males do Brasil”…

Acontece que a classe política parece ter percebido esse jogo. Ela percebeu que está diante de um processo que resultará em sua própria extinção... e lutará para não morrer... e o maior líder político do Brasil é justamente o Lula...

Tudo isso está claro agora. O que está obscuro é saber se essa classe seria capaz de se unir a ponto de ter Lula como seu líder para evitar a sua própria morte.

Nesse momento estamos diante de uma aparente luta de “corporativismos”. O Judiciário contra o Legislativo e o Executivo. Mas, na realidade, estamos diante de uma luta entre o mercado e a política. No fim, a vitória do mercado nessa luta é - sob qualquer perspectiva - a maior tragédia que pode ocorrer contra toda a classe trabalhadora e ao nosso país.

É chegada a hora de pararmos de celebrar a prisão de políticos e pararmos de fazer coro com a Rede Globo contra decisões do STF que fortalecem as instituições políticas, mesmo que estas não estejam, nesse momento, ocupadas por aqueles que são do campo progressista.

No fim, devemos atuar dessa forma se temos o interesse de defender a classe trabalhadora e o Brasil como uma nação soberana. A defesa da política é a última linha de defesa que está posta. Para além dela, só nos restará a Ditadura do mercado.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Sobre Facebook Eduardo Guimarães blog cidadania

O Facebook está dificultando cada vez mais o acesso a amigos e seguidores. Fiz um tour pelas páginas de esquerda e a repercussão das postagens diminui a cada dia. Você só consegue acessar seu público se pagar. Novamente o poder econômico manda na comunicação. Antes do Face, o site da Globo e um site como o meu (Blog da Cidadania) estavam em condições de igualdade na internet. Hoje, quem tem dinheiro consegue centenas de milhares de seguidores no Face. Essas páginas merda de direita  atingiram públicos gigantescos pagando milhões. Fica difícil não pensar em teorias conspiratórias. Temos que quebrar essa lógica. No Face, visite as páginas que você tem interesse e compartilhe tudo. Não espere aparecer  na sua "time line". Só quem pode contrabalançar o poder do dinheiro é a militância. Está nas suas mãos. Vamos à luta, militância, que o jogo está virando! Se leu isto, dê um sinal de vida. E divulgue.

Geomatikum , Hamburgo. Fora Temer !!

Faixa Fora Temer estendida no Geomatikum, edifício da universidade de Hamburgo, cidade sede do encontro da cúpula do G20 na Alemanha. https://t.co/Q7Z6xisYHM


Ei, você aí , Coxinha. Quero falar com você

🇧🇷 *Ei, você ai, coxinha. Quero falar com você.*

Disseram a você que o PT inventou a corrupção no Brasil. Você nem parou para pensar que o PT só foi fundado em 1980 e que fala-se em corrupção no Brasil desde o descobrimento.
Tentaram lhe convencer que o PT era responsável por todos os problemas do Brasil na atualidade. Você não fez nenhum esforço para lembrar da fome, da miséria, do desemprego, da falta de moradia, dos apagões e da dependência do Brasil na época de FHC.
Incentivaram você a ir às ruas em 2013. Você foi. Nem sabia exatamente o porquê. Mas foi.
A partir daí você xingou Dilma, enforcou bonecos de Lula pendurados em pontes, abraçou patos e hostilizou pixulecos.
Você vestiu camisas amarelas e pediu saúde e educação padrão FIFA, sem nem pensar que a FIFA é uma das instituições mais corruptas do mundo.
Em 2014 você marchou junto com Aécio "pela ética na política". Aécio lhe chamou para conversar e você não deu ouvidos para os inúmeros indícios de que Aécio era um verdadeiro gângster da política brasileira. Quando ele perdeu as eleições você continuou junto com ele, porque mais importante de tudo era "tirar o PT do poder".
Você foi pato da FIESP, foi japonês da Federal, foi milhões de Cunhas, apoiado pela ampla cobertura da Rede Globo de Televisão.
O "qualquer coisa, menos o PT" que você queria resultou em Temer. E você estava lá, em 2016, dizendo que tinha que dar uma chance a Temer, que tinha que "deixar o homem trabalhar".
Pensei que você iria acordar quando tornaram-se públicos os depoimentos e conversas gravadas de Sergio Machado, de Odebrecht, da JBS. Estava ali demonstrado duas coisas: 1) O PT não havia criado e nem chefiava a corrupção; 2) a saída de Dilma se deu através de um golpe que feriu de morte a nossa democracia.
Agora você está perplexo. Sente-se enganado. Se deixou fazer de pato. Mesmo assim, não quer dar o braço a torcer.
Prefere dizer que "são todos iguais", que "nenhum político vale nada". Talvez você esteja até pensando que Bolsonaro vale alguma coisa e esteja pensando em votar nele nas próximas eleições. Esse é que não vale nada, mesmo.
Mas sou eu agora que te convido para uma reflexão: já parou para pensar que nos governos do PT sua vida era melhor e que agora está piorando muito? Viu que tudo está ficando parecido com o período de FHC?
Pensa um pouco, agora. Chega de atitudes erradas. Vamos juntos retomar nossa democracia. Vamos lutar por eleições diretas e contra a retirada dos nossos direitos.
Mesmo escondido, come um pãozinho com mortadela. É gostoso. Vez em quando pode.

*Renan Araújo*
Membro do Grupo Médicos pela Democracia - Bahia.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Moro encalacrado: ou transforma Lula em Deus ou incendeia o país


Moro encalacrado: ou transforma 

Lula em Deus ou incendeia o país


Edilson Rodrigues/Agência Senado | REUTERS/Leonardo Benassatto


JEFERSON MIOLA
Diante do processo judicial aberto a partir do infame power point do procurador [e vendedor de palestras e sermões] Deltan Dallagnol, a defesa do Lula fez um exercício sui generis da labuta advocatícia: além de provar a inocência, provou também a ausência de culpa do ex-presidente.

Quase uma centena de testemunhas do processo desconheceu qualquer relação do Lula com o apartamento triplex. A única exceção ficou por conta do empreiteiro dono da OAS Léo Pinheiro, presidiário que, atendendo exigência da Operação, forjou acusações contra Lula – a jóia da coroa da força-tarefa da Lava Jato – na expectativa de trocar vilania por redução da longa pena de prisão que terá de cumprir pelos crimes de corrupção que cometeu.Diante do processo judicial aberto a partir do infame power point do procurador [e vendedor de palestras e sermões] Deltan Dallagnol, a defesa do Lula fez um exercício sui generis da labuta advocatícia: além de provar a inocência, provou também a ausência de culpa do ex-presidente.
A defesa do Lula fez as diligências que Deltan Dallagnoll e seus colegas, cegos e possuídos pela caçada obsessiva ao Lula, não se deram ao trabalho de fazer. Os advogados demonstraram não só que o ex-presidente nunca teve nenhum vínculo formal ou informal com o imóvel como, ainda, que a Caixa Econômica Federal é a verdadeira detentora de direitos sobre o apartamento em questão.
Este processo contra o Lula é uma fraude jurídica de péssima qualidade, que foi montado com o exclusivo objetivo de condená-lo, para implodir sua candidatura presidencial.
Se condenar Lula sem provas e sem fundamentos legais, apenas baseado nas ridículas alegações e na obsessão condenatória do “palestrante” Dallagnoll, Moro pagará um altíssimo preço.
Decorridos mais de três anos de perseguição implacável a Lula, a força-tarefa da Lava Jato não conseguiu encontrar absolutamente nenhuma prova para sua condenação, pelo simples motivo de que não existe prova; porque não existe ilegalidade na conduta do ex-presidente.
Inicialmente, eles optaram pela tese do “domínio do fato”, a mesma teoria que Moro, na época em que atuou como juiz auxiliar da juíza do STF Rosa Weber no julgamento do chamado “mensalão”, fabricou para condenar sem provas o ex-ministro José Dirceu. O emprego inadequado desta teoria no caso foi vigorosamente combatido e invalidado pelo seu autor, o jurista alemão Claus Roxin.
Apelaram, então, para a exótica tese que o “palestrante” Dallagnol aprendeu nos EUA, a “teoria da abdução das provas”, ensinada pelo seu orientador em Harvard, Scott Brewer, que sublima as chamadas “provas indiciárias”, que tem muito de indícios e convicções, porém zero de provas.
Na falta de causa concreta para condenar Lula, só resta a Moro apelar à metafísica. Caso contrário, o plano original da Lava Jato será falho e todo o trabalho de destruição do país enquanto Nação e de entrega da soberania do Brasil terá sido em vão.
Sérgio Moro é apenas um juiz que busca uma justificativa formal para condenar Lula. Na falta de qualquer base material ou jurídica concreta, Moro terá de apelar para a “teoria do criacionismo” para acusar Lula de ter sido o criador de um país moderno; de um país de igualdade, de democracia, de igualdade, de pluralidade, de oportunidades para todos, de direitos; um país, enfim, altivo, desenvolvido, avançado; mundialmente reconhecido e reverenciado.
Moro está encalacrado: ou condena Lula, convertendo-o numa espécie de Deus criador do Brasil moderno, ou incendeia o país.
Lula é o fator essencial de desestabilização dos planos da burguesia para a continuidade do golpe. Lula é o grande dilema que a classe dominante enfrenta. Ele compromete a continuidade do golpe no próximo período e as escolhas que a elite fará.
O arranjo da classe dominante por cima, para manter esta indecência desta cleptocracia – governo de ladrões, em grego – liderada por Temer e sua quadrilha, encontra em Lula uma série ameaça.
Não estava nos cálculos da classe dominante tamanha dificuldade para o aniquilamento do Lula na Lava Jato. O impasse enfrentado pelo juiz Sérgio Moro é o impasse que enfrenta o pacto golpista de dominação burguesa contra a maioria do povo brasileiro.