Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 10 de julho de 2013

EXCLUSIVO: A EMPRESA QUE ESPIONAVA O BRASIL PRESTAVA CONSULTORIA AO GOVERNO DO PSDB.Empresa do espião Snowden foi consultora-mor do governo FHC


*'A crise é constitutiva do capitalismo; não é uma doença em corpo sadio; não deriva da corrupção, como quer o moralismo; não existe capitalism0 sem crise e não é ela que vai superar o sistema, mas sim a ação organizada de milhões de homens e mulheres' (José Paulo Netto; assista nesta pág)

*PT convoca ato em SP, dia 11, às 12 hs, no vão livre do MASP 

O Congresso não pode tergiversar diante do incontornável:uma base de espionagem da CIA operou diuturnamente em território brasileiro, pelo menos até 2002. A sociedade tem direito de saber o que ela monitorou e com que objetivos. Há outras perguntas de vivo interesse do momento político nacional. O pool de espionagem apenas coletou dados no país ou se desdobrou em processar, manipular e distribuir informações, reais ou falsas, cuja divulgação obedecia a interesses que não os da soberania nacional? Fez o que fez de forma totalmente clandestina e ilegal? Ou teve o apoio interno de braços privados ou oficiais e mesmo de autoridades avulsas? Ainda opera? Quem, a não ser uma Comissão Parlamentar de Inquérito, teria acesso e autoridade para responder a essas indagações de evidente relevância nos dias que correm? Há, ainda, coincidências que gritam por elucidação. A empresa que coordenava o trabalho de grampos da CIA, a Booz-Allen, na qual trabalhava o agente Snowden, é uma das grandes corporações de consultoria mundial. No governo FHC, ela foi responsável por estudos estratégicos contratados pela esfera federal. Inclua-se aí desde o "Brasil em Ação" (primeiro governo FHC) até o "Avança
Brasil" (segundo governo FHC) e outras, como as dos programas de privatização e de reestruturação do sistema financeiro nacional, com o descarnamento dos bancos públicos. Vale repetir: a mesma empresa guarda-chuva do sistema de espionagem que operou no Brasil até 2002, a Booz Allen, foi a mentora intelectual de uma série de estudos e pareceres, contratados pelo governo do
PSDB, para abastecer uma estratégia de alinhamento (‘carnal', diria Menen) do Brasil com a economia dos EUA. A turma da versátil Booz Allen trabalhava em segmentos estanques? Ou aqueles encarregados de assessorar o governo do PSDB também coletavam informes do interesse imperial no país e na América Latina? (Leia nesta pág).




No governo de Fernando Henrique Cardoso, a Booz-Allen, na qual trabalhava o espião Edward Snowden, foi responsável por consultorias estratégicas contratadas pela esfera federal. Incluem-se aí o "Brasil em Ação" (primeiro governo FHC) e o "Avança Brasil" (segundo governo FHC), entre outras, como as dos programas de privatização (saneamento foi uma delas) e a da reestruturação do sistema financeiro nacional.



A rápida reação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso às denúncias de que os EUA mantiveram uma base de espionagem no país, durante o seu governo, suscita interrogações e recomenda providências.

Dificilmente elas serão contempladas sem uma decisão soberana do Legislativo brasileiro, para instalação de uma CPI que vasculhe o socavão de sigilo e dissimulação no qual o assunto pode morrer.

Entre as inúmeras qualidades do ex-presidente, uma não é o amor à soberania nacional.

Avulta, assim, a marca defensiva da nota emitida por ele no Facebook, dia 8, horas depois de o jornal "O Globo" ter divulgado que, pelo menos até 2002, Brasília sediou uma das estações de espionagem nas quais funcionários da NSA e agentes da CIA trabalharam em conjunto.

‘Nunca soube de espionagem da CIA em meu governo, mesmo porque só poderia saber se ela fosse feita com o conhecimento do próprio governo, o que não foi o caso. De outro modo, se atividades deste tipo existiram, foram feitas, como em toda espionagem, à margem da lei. Cabe ao governo brasileiro, apurada a denúncia, protestar formalmente pela invasão de soberania e impedir que a violação de direitos ocorra...”, defendeu-se Fernando Henrique.

O jornal afirma ter tido acesso a documentos da NSA, vazados pelo ex-agente Edward Snowden, que trabalhou como especialista em informática para a CIA durante quatro anos, nos quais fica evidenciado que a capital federal integrava um pool formado por 16 bases da espionagem para coleta de dados de uma rede mundial. 

Outro conjunto de documentos, segundo o mesmo jornal, com data mais recente (setembro de 2010), traria indícios de que a embaixada brasileira em Washington e a missão do país junto às Nações Unidas, em Nova York, teriam sido grampeadas em algum momento. 

Espionagem e grampos não constituíram propriamente um ponto fora da curva na gestão do ex-presidente.

Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity – que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende.

O próprio FHC foi gravado , autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.

Em outro emaranhado de fios, em 1997, gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor da emenda da reeleição, que permitiria o segundo mandato a FHC.

Então, como agora, o tucano assegurou que desconhecia totalmente o caso, que ficou conhecido como ‘a compra da reeleição’.

As sombras do passado e as do presente recomendam a instalação de uma CPI como a medida cautelar mais adequada para enfrentar o jogo pesado de interesses que tentará blindar o acesso do país ao que existe do lado de dentro da porta entreaberta pelo espião Snowden.

O PT tem a obrigação de tomar a iniciativa de convoca-la. 

Mas, sobretudo, o PSDB deveria manifestar integral interesse em sua instalação.

Soaria no mínimo estranho se não o fizesse diante daquilo que o ex-presidente Fernando Henrique definiu como exclamativa ilegalidade: “Se atividades deste tipo existiram, foram feitas, como em toda espionagem, à margem da lei...”

O Congresso não pode tergiversar diante do incontornável: uma base de espionagem da CIA operou em território brasileiro pelo menos até 2002. 

A sociedade tem direito de saber o que ela monitorou e com que objetivos.

Há outras perguntas de vivo interesse nacional que reclamam uma resposta.

pool de espionagem apenas coletou dados no país ou se desdobrou em processar, manipular e distribuir informações, reais ou falsas, cuja divulgação obedecia a interesses que não os da soberania nacional?

Fez o que fez de forma totalmente clandestina e ilegal? Ou teve o apoio interno de braços privados ou oficiais, ou mesmo de autoridades avulsas?

Quem, a não ser uma Comissão Parlamentar, teria acesso e autoridade para responder a essas indagações de evidente relevância política nos dias que correm? 

Toda a mídia progressista deveria contribuir para as investigações dessa natureza, de interesse suprapartidário, com a qual o Congresso daria uma satisfação ao país depois da lenta e hesitante reação inicial do Planalto e do Itamaraty, cobrada até por FHC. 

Carta Maior alinha-se a esse mutirão com algumas sugestões de fios a desembaraçar. 

Por exemplo: o repórter Geneton Moraes Neto acaba de publica no G1 (um site do sistema Globo) um relato com o seguinte título: "O dia em que o ministro Fernando Henrique Cardoso descobriu o que é “espionagem”: secretário de Estado americano sabia mais sobre segredo militar brasileiro do que ele" (http://g1.globo.com/platb/geneton/).

A reportagem, que vale a pena ler, remete a uma entrevista anterior, na qual FHC comenta seu desconhecimento sobre informações sigilosas do país dominadas por um graduado integrante do governo norte-americano.

O tucano manifesta naturalidade desconcertante diante do descabido.

A mesma naturalidade com a qual comenta agora seu esférico desconhecimento em relação às operações da CIA durante o seu governo.

Ter sido o último a saber, no caso citado por Geneton, talvez seja menos grave do que não procurar, a partir de agora, informar-se sobre certas coincidências, digamos por enquanto assim.

Há questões que gritam por elucidação.

A empresa que coordenava o trabalho de grampos da CIA, a Booz-Allen, na qual trabalhava Snowden, é uma das grandes empresas de consultoria mundial.

No governo FHC, ela foi responsável por consultorias estratégicas contratadas pela esfera federal.

Inclua-se aí desde o "Brasil em Ação" (primeiro governo FHC) até o "Avança Brasil" (segundo governo FHC) e outras, como as dos programas de privatização (saneamento foi uma delas) e a da reestruturação do sistema financeiro nacional. 

Todos os trabalhos financiados pelo BNDES. Alguns exemplos:

- Caracterização dos Eixos Nacionais de Desenvolvimento. Programa Brasil em Ação. BNDES. Consórcio FIPE/BOOZ-ALLEN. 1998;

- Alternativas para a Reorientação Estratégica do Conjunto das Instituições Financeiras Públicas Federais. 

- Relatório Saneamento Básico e Transporte Urbano. Consórcio FIPE/BOOZ-ALLEN & Hamilton. BNDES/Ministério da Fazenda. São Paulo. 2000

Vale repetir: a mesma empresa guarda-chuva do sistema de espionagem que operou no Brasil até 2002, a Booz Allen, foi a mentora intelectual de uma série de estudos e pareceres, contratados pelo governo do PSDB, para abastecer uma estratégia de alinhamento (‘carnal’, diria Menen) do Brasil com a economia dos EUA.

Mais detalhes desse ‘impulso interativo’ podem ser obtidos aqui: 

http://www.uff.br/geographia/ojs/index.php/geographia/article/viewArticle/267

Na aparência, sempre, a perfeita identidade com os inoxidáveis interesses nacionais.

O estudo dos Eixos Nacionais de Integração e Desenvolvimento, por exemplo, foi realizado por um consórcio sugestivamente abrigado sob o nome fantasia de "Brasiliana". 

Por trás, o comando a cargo da Booz-Allen & Hamilton do Brasil Consultores, com suporte da Bechtel International Incorporation e Banco ABN Amro.

O ‘mutirão’ (até a consultoria do banco) foi pago com dinheiro público pelo governo federal, sob a supervisão das equipes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. 

Os resultados do trabalho levaram a dois eixos centrais da concepção tucana de desenvolvimento: o "Brasil em Ação" e o "Avança Brasil".

Reconheça-se, tudo feito às claras, em perfeita sintonia entre o Estado brasileiro e a empresa guarda-chuva do sistema de espionagem em operação dupla no país.

Na pág. 166 de uma publicação do BNDES, a "contribuição" da Booz-Allen está explicitamente citada:

http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/revista/rev1406.pdf

Uma análise de como a turma da versátil Booz-Allen teve robusta influência na modelagem do sistema financeiro nacional (leia-se, menos bancos públicos, conforme o cânone da concepção de Estado mínimo) pode ser avaliada e aqui:

http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/3391/000337454.pdf?sequence=1

Um fato curioso e que não pode ser desconsiderado na avaliação criteriosa de uma incontornável CPI sobre o assunto: a ex-embaixadora dos Estados Unidos no Brasil Donna Hrinack, tão logo se despediu do cargo no país, sentou-se na cadeira de assessora qualificada da Kroll.

A Kroll, como se sabe, é uma empresa internacional de espionagem que operou a serviço de Daniel Dantas e de seu fundo, o Opportunity.

Trata-se, coincidentemente, de um dos braços financeiros mais importantes do processo de privatização no Brasil, estreitamente associado ao Citybank e, claro, a toda a "carteira" de acionistas que injetou dinheiro na farra neoliberal dos anos 90.

A Kroll foi usada para bisbilhotar autoridades e chegou a espionar ministros do governo Lula, como ficou evidente com a Operação Chacal, da Polícia Federal, deflagrada em 2004.

Como se vê, as revelações de Snowden, ao contrário do que sugere a nota de FHC, definitivamente, não deveriam soar como algo inusitado aos círculos do poder, em Brasília. Se assim são tratadas, há razões adicionais para suspeitar que um imenso pano quente será providenciado para evitar que as sombras fiquem expostas à luz.

A questão, repita-se, não se esgota em manifestar a indignação nacional pelo que Snowden denunciou. 

O que verdadeiramente não se pode mais adiar é a investigação pública do que foi espionado, com que finalidade e a mando de quem.

Isso quem faz é uma Comissão Parlamentar de Inquérito. 


Fotos: EBC 


A mecânica de um crime imperfeito











A nota divulgada pela Rede Globo dá os elementos necessários para que se examine o porquê de a funcionária Cristina Maris Meirick Ribeiro ter “providenciado” o sumiço do processo de sonegação fiscal.
Fatos e datas, para ajudar nossas inocentes autoridades a construir o “modus faciendi” de um escândalo fiscal.
1- A Globo é autuada em 16 de outubro de 2006 por sonegação de impostos devidos pela compra dos direitos de transmissão da Copa de 2002. Total da autuação: R$ 615 milhões.
2- No dia 7 de novembro, José Américo Buentes, advogado da Globo, passa recibo de que recebeu cópia da autuação.
3 – No dia 29 deste mesmo mês, a Globo apresentou uma alentada defesa, de 53 páginas, pedindo a nulidade da autuação.
4- No dia 21/12/06, a defesa da Globo foi rejeitada pelos auditores.
5- No dia 29/12/2006, o processo é remetido da Delegacia de Julgamento I, onde havia sido examinado, para o setor de Sistematização da Informação, de onde são expedidas as notificações. Uma sexta-feira, anote.
6-Sábado, 30; Domingo, 31; Segunda, 1° de janeiro, feriado. Dia 2, primeiro dia útil depois da remessa do processo ao setor, a servidora Cristina Maris Meirick Ribeiro, que estava de férias, vai à repartição, pega o processo, enfia numa sacola e o leva embora.
7- Até o simpático Inspetor Clouseau concluiria, portanto, que ela foi mandada lá com este fim. Estava só esperando chegar lá o processo. Chegou, sumiu.
8- Não é preciso ser um gênio para saber a quem interessava que o processo sumisse antes da notificação, para que não se abrisse o prazo de decadência do direito de recorrer e conservar a regularidade fiscal.
9- A Globo diz que foi informada, “para sua grande surpresa”, do extravio do processo “alguns dias depois da sessão de julgamento”. Como? Por quem? A globo já tinha conhecimento da decisão? Se tinha, o prazo recursal já estava aberto.
São essas as humildes contribuições deste blogueiro ao Ministério Público Federal, que deixou passar essa sequência de acontecimentos debaixo do seu nariz e, em lugar de iniciar um procedimento investigatório, se diz consternado com uma suposta violação do “sigilo fiscal”.
Uma tramoia destas envolvendo o Fisco e uma montanha de dinheiro que deveria estar nos cofres públicos é coisa desimportante.
Por: Fernando Brito

Acuada, Globo vê Record por trás de denúncias e promete reação

Em nota divulgada na última terça-feira, a Rede Globo apresenta uma versão para fatos que lhe renderam investigação e autuação por parte da Receita Federal em 2006 que, para dizer o mínimo, é risível. E, além de não explicar nada, a nota ainda contém uma ameaça.
No texto, o império empresarial da família Marinho tenta passar a impressão de que haveria um mísero resquício de legalidade em operação que, no mínimo, seria de evasão fiscal, mas que, na verdade, também envolve lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro.
Trocando em miúdos, em vez de a Globo fazer uma ordem de pagamento direto do Brasil ao exterior para adquirir os direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002, enviou os recursos para empresa que constituiu em paraíso fiscal e, pagando por lá, evitou os impostos.
A corporação, portanto, cometeu um crime financeiro ao tentar enganar o fisco. É simples assim.
Contudo, na nota em questão afirma que escolheu “Uma forma menos onerosa e mais adequada no momento para realizar o negócio”, dizendo que fraude como essa seria “Facultada pela legislação brasileira a qualquer contribuinte”.
Balela. Tanto é que, vendo que sua artimanha fora descoberta, a emissora, segundo ela mesma, desistiu de se defender e buscou pagar o que a Receita lhe cobrou em impostos através do Refis (Programa de Recuperação Fiscal).
Contudo, o pagamento – se de fato ocorreu, porque a Globo não mostra o Darf – não elide, por si só, a penalidade criminal por sua tentativa de burlar a lei. Mas a Globo parece ter muita “sorte”, pois o processo dela desapareceu da Receita.
Dizendo-se “surpresa” com o fenômeno, a emissora informa que “colaborou” com as autoridades e entregou a elas cópias dos documentos extraviados. Assim, tratou o sumiço de um processo que envolve 600 milhões de reais como se tal enormidade fosse corriqueira.
A funcionária da Receita que sumiu com o processo foi condenada criminalmente por inserir dados falsos no sistema do órgão, mas não foi parar na cadeia por decisão de ninguém mais, ninguém menos do que o ministro do STF Gilmar Mendes, aquele que costuma dar habeas-corpus providenciais para envolvidos em crimes contra o sistema financeiro.
Cristina Maris Meinick Ribeiro foi condenada a 4 anos e 11 meses de prisão por ter “extraviado” o processo contra a Globo, que afirma não ter nada com isso.
Na sentença do juiz federal Fabrício Antônio Soares consta que a mulher entrou no escritório da Receita, no Rio de Janeiro, e surrupiou o processo contra a Globo. Imagens do sistema de segurança mostram que ela entrou com uma sacola vazia e saiu com ela cheia.
Além de cometer um crime que favoreceria a Globo, a servidora inseriu dados falsos no sistema da Receita em benefício de outras três empresas. Em apenas um dos casos o prejuízo aos cofres públicos foi de R$ 4,2 milhões.
Em tal situação, seria presumível que a empresa dos Marinho se dedicasse a explicar por que alguém que se dedicava a fraudar ou surrupiar processos da Receita sob encomenda de empresas fiscalizadas, roubou o seu. Mas não, a nota da Globo, além de não explicar nada, preferiu ameaçar quem levanta dúvidas tão compreensíveis sobre caso tão “peculiar”.
A nota da emissora termina com a ameaça de que “Tomará as medidas judiciais cabíveis contra qualquer acusação falsa que lhe seja dirigida”.
Em um primeiro momento, pensei que se tratava de ameaça aos blogs Cafezinho, do jornalista carioca Miguel do Rosário, e Viomundo e Escrevinhador, dos repórteres da Record Luiz Carlos Azenha e Rodrigo Vianna, todos linkados nesta página. Contudo, conversa telefônica que mantive nesta quarta-feira aponta para outro alvo.
Segundo me foi dito, a Globo estaria convencida de que o amplo espaço dado pela TV Record ao caso – enquanto nenhum outro grande meio de comunicação sequer tocou no assunto – decorreria de a emissora concorrente estar por trás das denúncias.
A informação não termina aí. A Globo, além de supostamente estar se preparando para processar a Record pelas matérias que tem veiculado sobre as denúncias contra si, também prepara novas reportagens acusatórias à Igreja Universal e à própria concorrente.
Enquanto isso, as autoridades permanecem silentes. Receita Federal e Ministério Público limitaram-se a soltar notas no mesmo tom que a Globo, eximindo-se de responsabilidade pelo sumiço e pelo “congelamento” do processo durante mais de seis anos.

TRAMOIA DE "300 PICARETAS" AMEAÇA O PLEBISCITO

CAFEZINHO: A BOMBA ATÔMICA COMEÇA A VAZAR O que se esconde aí, zé, Bernardo ? “Na página 16 do Slideshare aparece Globo Overseas Investment”.

Conversa Afiada republica a última bomba do Cafezinho, aquele que, primeiro, enfiou o dedo no câncer da Globo: 

MENSALÃO DA GLOBO: PRIMEIRAS PÁGINAS DA “BOMBA ATÔMICA”



O Cafezinho obteve as primeiras páginas da “bomba atômica”. É apenas um aperitivo do que vem por aí. São cinco novas páginas agregadas às 12 páginas que já divulgamos.

Insistimos com o detentor dos documentos que liberasse logo tudo, mas ele prefere soltar aos poucos. Nos documentos vazados agora, aparecem alguns novos nomes usados pela Globo para realizar a fraude detectada pela Receita Federal nas Ilhas Virgens Britânicas. Um deles, na página 16 do Slideshare abaixo, aparece Globo Overseas Investment.

O relatório completo, ainda a ser divulgado, contém tudo.

Com estes nomes, será possível ao Ministério Público e, sobretudo, ao jornalismo investigativo brasileiro, se é que ele existe, ir atrás de mais informações.

Temos feito a nossa parte, sem equipe, trabalhando no conteúdo, nas redes sociais, na diagramação, resolvendo problemas de provedor. Nessas horas a gente vê a degradação moral provocada pelo monopólio. Todos têm medo da Globo, visto que ela, por deter quase um monopólio (e figurar na cabeça de um oligopólio), responde pela maior parte dos empregos bem pagos na área de jornalismo, e pode prejudicar a carreira de um político. A Globo tornou-se uma espécie de Cosa Nostra midiática.

O medo, todavia, tem alguma razão de ser. Esses documentos, vazados agora, já motivaram alguns assassinatos. Não assassinatos de reputação. Assassinatos de verdade. O auditor que detêm a íntegra deles, por isso mesmo, permanece em lugar secreto, e espalhou cópias do relatório em vários lugares, para, se no caso de sofrer um atentado, o mesmo não se perca.


CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO



PS: Aproveito para deixar aqui um convite a todos para participar de um ato, em frente ao Ministério Público, para cobrar uma investigação sobre o caso:

DIA 10/07 TODOS NA PORTA DO MPF

Fato é que o MPF tem a obrigação de esclarecer a sociedade brasileira. É por este motivo que iremos EM GRANDE NÚMERO, no dia 10/07, às 11:00h, na Av. Nilo Peçanha, 31, Centro – RJ, que é a sede do MPF na cidade do Rio de Janeiro.

Será igual como fizemos no OCUPE a Rede Globo do dia 03/07 que transcorreu dentro da normalidade democrática.

Especializado em “vazar” documentos para a velha mídia, o MPF/PGR, ouvirá o nosso brado retumbante: EXIGIMOS TRANSPARÊNCIA. CPI da GLOBO JÁ !

Convide seus amig@s, o link para confirmação é https://www.facebook.com/events/474173136005650

Wikileaks revela gravíssima sabotagem dos EUA contra Brasil com aval de FHC

Telegramas revelam intenções de veto e ações dos EUA contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro com interesses de diversos agentes que ocupam ou ocuparam o poder em ambos os países


wikileaks tecnologia sabotagem brasilOs telegramas da diplomacia dos EUA revelados pelo Wikileaks revelaram que a Casa Branca toma ações concretas para impedir, dificultar e sabotar o desenvolvimento tecnológico brasileiro em duas áreas estratégicas: energia nuclear e tecnologia espacial. Em ambos os casos, observa-se o papel anti-nacional dagrande mídia brasileira, bem como escancara-se, também sem surpresa, a função desempenhada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, colhido em uma exuberante sintonia com os interesses estratégicos do Departamento de Estado dos EUA, ao tempo em que exibe problemática posição em relação à independência tecnológica brasileira. Segue o artigo do jornalista Beto Almeida.
O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 – de fabricação ucraniana – no Centro de Lançamentos de Alcântara , no Maranhão.

Veto imperial

O telegrama do diplomata americano no Brasil, Clifford Sobel, enviado aos EUA em fevereiro daquele ano, relata que os representantes ucranianos, através de sua embaixada no Brasil, fizeram gestões para que o governo americano revisse a posição de boicote ao uso de Alcântara para o lançamento de qualquer satélite fabricado nos EUA. A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que os EUA “não quer” nenhuma transferência de tecnologia espacial para o Brasil.
“Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”, diz um trecho do telegrama.
Em outra parte do documento, o representante americano é ainda mais explícito com Lokomov: “Embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”.

Guinada na política externa

O Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA (TSA) foi firmado em 2000 por Fernando Henrique Cardoso, mas foi rejeitado pelo Senado Brasileiro após a chegada de Lula ao Planalto e a guinada registrada na política externa brasileira, a mesma que muito contribuiu para enterrar a ALCA. Na sua rejeição o parlamento brasileiro considerou que seus termos constituíam uma “afronta à Soberania Nacional”. Pelo documento, o Brasil cederia áreas de Alcântara para uso exclusivo dos EUA sem permitir nenhum acesso de brasileiros. Além da ocupação da área e da proibição de qualquer engenheiro ou técnico brasileiro nas áreas de lançamento, o tratado previa inspeções americanas à base sem aviso prévio.
Os telegramas diplomáticos divulgados pelo Wikileaks falam do veto norte-americano ao desenvolvimento de tecnologia brasileira para foguetes, bem como indicam a cândida esperança mantida ainda pela Casa Branca, de que o TSA seja, finalmente, implementado como pretendia o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, não apenas a Casa Branca e o antigo mandatário esforçaram-se pela grave limitação do Programa Espacial Brasileiro, pois neste esforço algumas ONGs, normalmente financiadas por programas internacionais dirigidos por mentalidade colonizadora, atuaram para travar o indispensável salto tecnológico brasileiro para entrar no seleto e fechadíssimo clube dos países com capacidade para a exploração econômica do espaço sideral e para o lançamento de satélites. Junte-se a eles, a mídia nacional que não destacou a gravíssima confissão de sabotagem norte-americana contra o Brasil, provavelmente porque tal atitude contraria sua linha editorial historicamente refratária aos esforços nacionais para a conquista de independência tecnológica, em qualquer área que seja. Especialmente naquelas em que mais desagradam as metrópoles.

Bomba! Bomba!

O outro telegrama da diplomacia norte-americana divulgado pelo Wikileaks e que também revela intenções de veto e ações contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro veio a tona de forma torta pela Revista Veja, e fala da preocupação gringa sobre o trabalho de um físico brasileiro, o cearense Dalton Girão Barroso, do Instituto Militar de Engenharia, do Exército. Giráo publicou um livro com simulações por ele mesmo desenvolvidas, que teriam decifrado os mecanismos da mais potente bomba nuclear dos EUA, a W87, cuja tecnologia é guardada a 7 chaves.
A primeira suspeita revelada nos telegramas diplomáticos era de espionagem. E também, face à precisão dos cálculos de Girão, de que haveria no Brasil um programa nuclear secreto, contrariando, segundo a ótica dos EUA, endossada pela revista, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, firmado pelo Brasil em 1998, Tal como o Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA, sobre o uso da Base de Alcântara, o TNP foi firmado por Fernando Henrique. Baseado apenas em uma imperial desconfiança de que as fórmulas usadas pelo cientista brasileiro poderiam ser utilizadas por terroristas , os EUA, pressionaram a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que exigiu explicações do governo Brasil , chegando mesmo a propor o recolhimento-censura do livro “A física dos explosivos nucleares”. Exigência considerada pelas autoridades militares brasileiras como “intromissão indevida da AIEA em atividades acadêmicas de uma instituição subordinada ao Exército Brasileiro”.
Como é conhecido, o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, vocalizando posição do setor militar contrária a ingerências indevidas, opõe-se a assinatura do protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que daria à AIEA, controlada pelas potências nucleares, o direito de acesso irrestrito às instalações nucleares brasileiras. Acesso que não permitem às suas próprias instalações, mesmo sendo claro o descumprimento, há anos, de uma meta central do TNP, que não determina apenas a não proliferação, mas também o desarmamento nuclear dos países que estão armados, o que não está ocorrendo.

Desarmamento unilateral

A revista publica providencial declaração do físico José Goldemberg, obviamente, em sustentação à sua linha editorial de desarmamento unilateral e de renúncia ao desenvolvimento tecnológico nuclear soberano, tal como vem sendo alcançado por outros países, entre eles Israel, jamais alvo de sanções por parte da AIEA ou da ONU, como se faz contra o Irã. Segundo Goldemberg, que já foi secretário de ciência e tecnologia, é quase impossível que o Brasil não tenha em andamento algum projeto que poderia ser facilmente direcionado para a produção de uma bomba atômica. Tudo o que os EUA querem ouvir para reforçar a linha de vetos e constrangimentos tecnológicos ao Brasil, como mostram os telegramas divulgados pelo Wikileaks. Por outro lado, tudo o que os EUA querem esconder do mundo é a proposta que Mahmud Ajmadinejad , presidente do Irà, apresentou à Assembléia Geral da ONU, para que fosse levada a debate e implementação: “Energia nuclear para todos, armas nucleares para ninguém”. Até agora, rigorosamente sonegada à opinião pública mundial.

Intervencionismo crescente

O semanário também publica franca e reveladora declaração do ex-presidente Cardoso : “Não havendo inimigos externos nuclearizados, nem o Brasil pretendendo assumir uma política regional belicosa, para que a bomba?” Com o tesouro energético que possui no fundo do mar, ou na biodiversidade, com os minerais estratégicos abundantes que possui no subsolo e diante do crescimento dos orçamentos bélicos das grandes potências, seguido do intervencionismo imperial em várias partes do mundo, desconhecendo leis ou fronteiras, a declaração do ex-presidente é, digamos, de um candura formidável.
São conhecidas as sintonias entre a política externa da década anterior e a linha editorial da grande mídia em sustentação às diretrizes emanadas pela Casa Branca. Por isso esses pólos midiáticos do unilateralismo em processo de desencanto e crise se encontram tão embaraçados diante da nova política externa brasileira que adquire, a cada dia, forte dose de justeza e razoabilidade quanto mais telegramas da diplomacia imperial como os acima mencionados são divulgados pelo Wikileaks.

Submissão e servilismo aos espiões não!

É de uma imensa falta de soberania o não esclarecimento imediato a nossa população o que faz uma base da NSA americana (National Security Agency) na capital de nosso país, em nossas barbas , em nossa casa, monitorando nosso governo, nossos planos militares, nossas estratégias e o pior, fazendo de bobo o povo brasileiro ao querer convencer- nos de que isto é normal em um país democrático? Nossa embaixada em Washington é “target” prioritária?
Agora sabemos que o monitoramento se dá através de satélites por nós alugados dos nossos soberanos imperialistas que como quer convencer o embaixador Shannon é um monitoramento corriqueiro, em explicação ao nosso ministro Paulo Bernardo. Ridículo se não fosse grave.
Será que para entender isto temos que voltar a agosto de 2003, onde a explosão até hoje não esclarecida pegou o Brasil e o Governo Lula de surpresa quando misteriosamente explodiu nossa base militar de Alcântara três dias antes do lançamento de nosso foguete transportador de um satélite brasileiro? Sabe-se que dias antes mais de 20 “turistas americanos” estavam há dias nas pequenas pousadas de Alcântara, subitamente despertada para tão grande movimentação turística americana? Onde foi parar a investigação daquele fato?
É sabido a aversão que os americanos desenvolvem com quem quer ter a tecnologia de lançamento e construção de satélites própios, mas o que diz nosso governo? Vamos fazer um protesto através da nossa chancelaria e pedir explicações ao embaixador americano pensando que vamos ter um esclarecimento claro como merece nossa soberania? Ou teremos uma desculpa espalhafatosa e ficar por isso mesmo?
Nossa tecnologia espacial foi para o espaço com o custo da perda de 21 dos melhores técnicos e engenheiros aeroespaciais que tínhamos atrasando em décadas nosso próprio satélite de comunicações e nós, mesmo sem apurar o que aconteceu, se foi ou não um atentado de sabotagem, passamos a usar através de aluguel satélites americanos para nossas comunicações e deixamos para lá as investigações de quem foram os sabotadores?
Não custa lembrar que o Governo FHC quase transfere essa base de Alcântara aos americanos e graças a um relatório do então Deputado Waldir Pires o Congresso soberanamente após ver o absurdo daquela operação onde o Brasil não poderia sequer entrar nas dependências da mesma optou por rejeitar aquele crime de “lesa-pátria” que se estava cometendo.
E hoje? Que respondemos ao Tio Sam? Vamos romper o contrato que mantemos com eles e os seus satélites ou vamos pedir ao mexicano Slim que nos empreste os dele para nossos planos estratégicos, sejam eles militares, de comunicação ou segurança de nossas fronteiras?
E depois ainda tem gente que defende a privatização de tudo, inclusive de nossa soberania...
João Vicente Goulart
Diretor do IPG- Instituto Presidente João Goulart
* * *

O dia em que o ministro Fernando Henrique Cardoso descobriu o que é “espionagem”: secretário de estado americano sabia mais sobre segredo militar brasileiro do que ele

Quando era ministro das Relações Exteriores do presidente Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso teve, na prática, uma  lição de como a “espionagem” funciona. Durante uma escala nos Estados Unidos, a caminho de uma missão diplomática no Japão, FHC ouviu do secretário de estado americano, numa conversa privada, uma pergunta sobre um segredo militar brasileiro.  FHC desconhecia o assunto. Já na presidência, Fernando Henrique soube que o projeto a que o secretário americano se referia de fato existia. Em suma: o secretário de Estado americano sabia mais sobre o Brasil do que o então ministro das Relações Exteriores brasileiro.
Numa entrevista que fiz com ele ( publicada, na íntegra, no livro DOSSIÊ BRASÍLIA : OS SEGREDOS DOS PRESIDENTES” – que traz, também, depoimentos de José Sarney, Fernando Collor e Itamar Franco), FHC descreve a cena: 
Qual o grande segredo o senhor teve de guardar quando estava no poder mas pode revelar hoje?
FHC: “Não é um grande segredo. Aconteceu antes de eu estar na presidência: quando estava indo para o Japão, como chanceler do presidente Itamar, passei pelos Estados Unidos, onde o secretário de Estado, Warren Christopher, depois de uma conversa agradável que teve comigo e com várias pessoas, me disse que precisava me falar em particular: “Ministro, temos informações de que o Brasil vem obtendo material secreto da Rússia para fazer mísseis” .  Fiquei surpreso ! Brinquei na resposta que dei ao secretário de Estado: “Se o Brasil e a Rússia estão fazendo, só se for com financiamento americano porque estamos em uma crise grande…”
Tempos depois, já como presidente da República, fui informado de que o Brasil tinha, efetivamente, conseguido controlar o sistema de lançamento de satélites – que, na verdade, é o mesmo ( usado para mísseis). Era esse o fato.
Tomei, então, a seguinte decisão: “Vou anunciar ao mundo que o Brasil dispoe da tecnologia”. Combinei com os ministros militares e com o Itamaraty que iríamos propor que o Brasil entrasse para o sistema internacional de controle – que se chama MTCR ( Missile Technology Control Regime – ou Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis).
Vim para São Paulo, fui até São José dos Campos, para o lançamento de um avião da Embraer que faz tanto sucesso hoje: o 135. Fiz o discurso. Tive, então, uma surpresa: ninguém no Brasil deu importância ao que eu disse ! Só quando saiu publicado nos Estados Unidos é que deram importância. De fato, tínhamos nos apoderado da tecnologia para o lançamento de satélites”.
O governo americano estava mais bem informado do que o senhor?
FHC: “O governo americano sabia ! Quando voltei daquela viagem, falei com o presidente Itamar – que também não estava informado sobre o assunto. Aquilo foi feito com discrição. Era uma coisa boa: um desenvolvimento tecnológico nosso”.
Depois de eleito presidente, Fernando Henrique Cardoso teve conversas privadas com o presidente americano Bill Clinton. Num desses encontros, Clinton insinuou que o Brasil poderia ter uma presença militar na Colômbia, país que enfrentava dois problemas gigantescos: os cartéis da droga e a força da guerrilha:
O que é que o presidente Bill Clinton dizia ao senhor em conversas privadas? O senhor foi convidado a passar um fim de semana en Camp David, a residência de verão do presidente…
FHC: “Fui a Camp David. O presidente Clinton queria que o Brasil tivesse um papel mais ativo na Colômbia – e até no Oriente Médio. Os americanos gostam que o Brasil tenha tenha um papel mais ativo em casos assim. Mas eu eu era muito restritivo, sobretudo diante da sugestão de que o Brasil fosse mais ativo na Colômbia, onde há guerrilha. Isso signficava, no fundo, presença militar brasileira. O que havia, ali, não era uma insistência de Bill Clinton: era uma conversa em que achava que o Brasil poderia ter esse papel.
Conversamos bastante sobre História. Clinto sabe muito de História: é um homem de cultura. Impressionou-me muito quando falou sobre a China e sobre a Rússia. Disse o seguinte: “A deve sempre perguntar a um país como esse: do que é que ele tem medo? Qual o medo histórico desse país? Qual é a ambiçao? Por exemplo: a Rússia deve ter medo de ser invadida, porque já sofreu invasões várias vezes. Já a China deve ter medo de ser despadaçada pelos chefes da guerra. Deve-se perguntar: qual é a ambição de países assim? São expansionistas? Não são expansionistas?”.
O senhor achou, então, que o presidente Bill Clinton esperava que o Brasil tivesse uma presença militar na Colômbia?
FHC: “Clinton não me disse com essas palavras, mas a verdade era essa. Isso foi antes de os Estados Unidos terem essa presença tão ativa. O que ele disse foi: “O Brasil poderia ter um pouco mais de preocupação….”. Mas, nessa matéria, tínhamos uma posição muito mais retraída e muito menos intervencionista”.
Que resposta, então, o senhor deu ao presidente Bill Clinton quando ele fez essa insinuação sobre a presença militar do Brasil em território colombiano?
FHC: “Clinton não falou nesss termos, em “militar”. É que havia, na Colòmbia, a guerriha e a droga – a questão mais séria. A resposta que dei foi a seguinte: “Temos no Brasil nossa política antidrogas, temos também a floresta amazônica – que, de alguma maneira, mas não tanto, nos protege”. A polêmica era a seguinte: os Estados Unidos queriam que houvesse um comando único da repressão à droga. O Brasil não quis. Queríamos ter nossa política. O fundo da questão é esse”.
Geneton Moraes Neto
No Dossiê Geral

Repúdio à espionagem dos EUA. E 86 deputados foram contra. Quem foi?










Publico aí abaixo a relação do voto dos deputados à moção de repúdio, apresentada pelo Deputado José Guimarães, à espionagem norte-americana. Leia o texto e veja quais são os 86 parlamentares que prezam tão pouco o seu país e o direito dos brasileiros à inviolabilidade de suas comunicações telefônicas e telegráficas.
MOÇÃO DE REPÚDIO
Nós, parlamentares da Câmara dos Deputados da República Federativa do Brasil, MANIFESTAMOS:
O nosso repúdio à espionagem e o monitoramento de bilhões de e-mails, telefonemas e dados de empresas e cidadãos brasileiros, bem como do governo 
do Brasil, supostamente realizados por agências de inteligência dos Estados Unidos da América, que violam direitos de empresas e cidadãos brasileiros 
e atentam contra a soberania nacional.
Ao mesmo tempo, externamos o nosso apoio às iniciativas do Estado brasileiro, que pretende levar este 
grave caso à consideração da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Internacional das Telecomunicações (UIT).
Declaramos, ademais, nossa concordância com as iniciativas destinadas a criar uma agência multilateral, no âmbito do sistema das Nações Unidas, para gerir e regulamentar a rede mundial de computadores, poderoso instrumento de uso compartilhado da humanidade.
Por último, externamos a nossa apreensão com a segurança do cidadão norte-americano Edward Snowden, que está refugiado, há dias, no aeroporto de Moscou.
ParlamentarUFVoto
DEM
Abelardo LupionPRNão
Alexandre LeiteSPNão
Augusto CoutinhoPENão
Claudio CajadoBANão
Davi AlcolumbreAPNão
Eli Correa FilhoSPNão
Fábio SoutoBASim
Jairo AtaídeMGNão
Jorge Tadeu MudalenSPNão
Júlio CamposMTNão
Luiz de DeusBANão
Major FábioPBSim
MandettaMSNão
Mendonça FilhoPENão
Mendonça PradoSESim
Onyx LorenzoniRSNão
Paulo Cesar QuartieroRRNão
Professora Dorinha Seabra RezendeTOSim
Rodrigo MaiaRJNão
Ronaldo CaiadoGONão
Total DEM: 20   
PCdoB
Alice PortugalBASim
Chico LopesCESim
Daniel AlmeidaBASim
Delegado ProtógenesSPSim
Evandro MilhomenAPSim
Jandira FeghaliRJSim
Jô MoraesMGSim
Luciana SantosPESim
Manuela D`ÁvilaRSSim
Osmar JúniorPISim
Perpétua AlmeidaACSim
Total PCdoB: 11   
PDT
André FigueiredoCESim
Ângelo AgnolinTOSim
Damião FelicianoPBSim
Dr. Jorge SilvaESSim
Enio BacciRSSim
Félix Mendonça JúniorBASim
Flávia MoraisGOSim
Giovani CheriniRSSim
Giovanni QueirozPASim
João DadoSPSim
ManatoESSim
Marcelo MatosRJSim
Marcos MedradoBASim
Marcos RogérioROSim
Mário HeringerMGSim
Miro TeixeiraRJSim
Oziel OliveiraBASim
Paulo Rubem SantiagoPESim
ReguffeDFSim
Salvador ZimbaldiSPSim
Sueli VidigalESSim
Vieira da CunhaRSSim
Weverton RochaMASim
Wolney QueirozPESim
Total PDT: 24   
PEN
Fernando FrancischiniPRSim
Nilmar RuizTOSim
Total PEN: 2   
PHS
José HumbertoMGSim
Total PHS: 1   
PMDB
AdrianRJSim
Akira OtsuboMSSim
Alberto FilhoMASim
Alceu MoreiraRSSim
Alexandre SantosRJSim
André ZacharowPRSim
Aníbal GomesCEObstrução
Arthur Oliveira MaiaBASim
Asdrubal BentesPASim
Benjamin MaranhãoPBSim
Camilo ColaESSim
Celso JacobRJSim
Celso MaldanerSCSim
Darcísio PerondiRSNão
Edinho AraújoSPSim
Edinho BezSCSim
Edio LopesRRNão
Eduardo CunhaRJSim
Elcione BarbalhoPASim
Fabio ReisSESim
Fabio TradMSSim
Fátima PelaesAPSim
Fernando JordãoRJNão
Flaviano MeloACSim
Gabriel ChalitaSPSim
Genecias NoronhaCESim
Henrique Eduardo AlvesRNArt. 17
Hermes ParcianelloPRSim
Íris de AraújoGOSim
João ArrudaPRSim
João MagalhãesMGSim
Júnior CoimbraTOSim
Leandro VilelaGOSim
Leonardo QuintãoMGSim
Lucio Vieira LimaBANão
Luiz PitimanDFSim
Manoel JuniorPBSim
Marçal FilhoMSNão
Marcelo AlmeidaPRNão
Marcelo CastroPISim
Marinha RauppROSim
Mário FeitozaCESim
Marllos SampaioPISim
Mauro BenevidesCESim
Mauro MarianiSCNão
Nilda GondimPBSim
Odílio BalbinottiPRSim
Osmar SerraglioPRSim
Osmar TerraRSNão
Osvaldo ReisTOSim
Pedro ChavesGOSim
Pedro NovaisMASim
Professor SetimoMASim
Raul HenryPESim
Renan FilhoALSim
Rogério Peninha MendonçaSCSim
Ronaldo BenedetSCSim
Rose de FreitasESSim
Saraiva FelipeMGSim
Silas BrasileiroMGNão
Valdir ColattoSCNão
Washington ReisRJSim
Wilson FilhoPBSim
Wladimir CostaPANão
Total PMDB: 64   
PMN
Dr. Carlos AlbertoRJSim
Francisco TenórioALNão
Jaqueline RorizDFNão
Total PMN: 3   
PP
Afonso HammRSSim
Arthur LiraALNão
Beto MansurSPSim
Dilceu SperaficoPRNão
Esperidião AminSCNão
Gladson CameliACSim
Iracema PortellaPINão
Jair BolsonaroRJNão
Jerônimo GoergenRSNão
João LeãoBASim
José LinharesCESim
Lázaro BotelhoTONão
Luis Carlos HeinzeRSNão
Luiz Fernando FariaMGNão
Missionário José OlimpioSPNão
Nelson MeurerPRSim
Renato AndradeMGNão
Renzo BrazMGNão
Roberto BalestraGONão
Roberto BrittoBANão
Roberto TeixeiraPENão
Sandes JúniorGONão
Vilson CovattiRSNão
Waldir MaranhãoMASim
Total PP: 24   
PPS
Arnaldo JordyPASim
Augusto CarvalhoDFSim
Carmen ZanottoSCSim
Humberto SoutoMGSim
Roberto FreireSPSim
Rubens BuenoPRSim
Sandro AlexPRSim
Simplício AraújoMASim
Stepan NercessianRJSim
Total PPS: 9   
PR
Aelton FreitasMGSim
Anderson FerreiraPESim
Anthony GarotinhoRJSim
Aracely de PaulaMGSim
Bernardo Santana de VasconcellosMGNão
Davi Alves Silva JúniorMASim
Francisco FlorianoRJSim
GiacoboPRSim
Goiaciara CruzTOSim
Gorete PereiraCESim
Henrique OliveiraAMNão
Jaime MartinsMGSim
Jorginho MelloSCSim
Lincoln PortelaMGSim
Lúcio ValePASim
Manuel Rosa NecaRJSim
Maurício Quintella LessaALNão
Milton MontiSPSim
Paulo FeijóRJSim
Paulo FreireSPNão
TiriricaSPSim
Vicente ArrudaCEAbstenção
Wellington RobertoPBSim
ZoinhoRJSim
Total PR: 24   
PRB
Acelino PopóBASim
Antonio BulhõesSPSim
Cleber VerdeMASim
Jhonatan de JesusRRSim
Márcio MarinhoBASim
Oliveira FilhoPRSim
Otoniel LimaSPSim
VilalbaPESim
Vitor PauloRJSim
Total PRB: 9   
PRP
Chico das VerdurasRRSim
Jânio NatalBANão
Total PRP: 2   
PSB
Alexandre RosoRSSim
Antonio BalhmannCESim
Ariosto HolandaCESim
Beto AlbuquerqueRSSim
Edson SilvaCESim
Fernando Coelho FilhoPEAbstenção
Givaldo CarimbãoALSim
Glauber BragaRJSim
Isaias SilvestreMGSim
Janete CapiberibeAPSim
Jose StédileRSSim
Júlio DelgadoMGNão
Keiko OtaSPSim
Leopoldo MeyerPRSim
Luiza ErundinaSPSim
Márcio FrançaSPSim
Pastor EuricoPESim
Paulo FolettoESNão
RomárioRJSim
Severino NinhoPESim
Valadares FilhoSESim
Total PSB: 21   
PSC
Andre MouraSENão
Costa FerreiraMANão
DeleyRJNão
Hugo LealRJSim
LaurieteESNão
Nelson PadovaniPRNão
Pastor Marco FelicianoSPNão
Professor Sérgio de OliveiraPRSim
TakayamaPRNão
Zequinha MarinhoPANão
Total PSC: 10   
PSD
Ademir CamiloMGNão
Armando VergílioGOSim
Arolde de OliveiraRJNão
Átila LinsAMNão
Carlos SouzaAMNão
César HalumTONão
Danrlei De Deus HinterholzRSNão
Diego AndradeMGSim
Dr. Paulo CésarRJSim
Edson PimentaBASim
Eduardo SciarraPRNão
Eleuses PaivaSPNão
Felipe BornierRJSim
Fernando TorresBANão
Geraldo ThadeuMGSim
Guilherme CamposSPNão
Hélio SantosMANão
Hugo NapoleãoPINão
Jefferson CamposSPNão
João LyraALNão
José Carlos AraújoBANão
Júlio CesarPINão
Liliam SáRJSim
Manoel SalvianoCENão
Marcos MontesMGSim
Onofre Santo AgostiniSCNão
Paulo MagalhãesBASim
Pedro GuerraPRSim
Ricardo IzarSPSim
Roberto SantiagoSPSim
Sergio ZveiterRJNão
Walter IhoshiSPNão
Total PSD: 32   
PSDB
Alexandre ToledoALSim
Alfredo KaeferPRNão
Andreia ZitoRJAbstenção
Antonio Carlos Mendes ThameSPAbstenção
Antonio ImbassahyBAAbstenção
Bonifácio de AndradaMGSim
Bruna FurlanSPSim
Carlos BrandãoMASim
Carlos SampaioSPSim
Duarte NogueiraSPAbstenção
Dudimar PaxiubaPASim
Eduardo AzeredoMGAbstenção
Eduardo BarbosaMGSim
Emanuel FernandesSPSim
IzalciDFSim
João CamposGOSim
Jutahy JuniorBAAbstenção
Luiz CarlosAPSim
Luiz NishimoriPRSim
Mara GabrilliSPSim
Marcio BittarACSim
Marco TebaldiSCSim
Marcus PestanaMGSim
Nelson Marchezan JuniorRSAbstenção
Nilson LeitãoMTAbstenção
Nilson PintoPASim
Otavio LeiteRJSim
Paulo Abi-AckelMGSim
Pinto ItamaratyMASim
Plínio ValérioAMNão
Raimundo Gomes de MatosCESim
Reinaldo AzambujaMSNão
Rodrigo de CastroMGSim
Ruy CarneiroPBSim
Urzeni RochaRRSim
Vanderlei MacrisSPSim
Vaz de LimaSPAbstenção
Wandenkolk GonçalvesPASim
William DibSPAbstenção
Total PSDB: 39   
PSL
Dr. GriloMGSim
Total PSL: 1   
PSOL
Chico AlencarRJSim
Ivan ValenteSPSim
Total PSOL: 2   
PT
Afonso FlorenceBASim
Alessandro MolonRJSim
Amauri TeixeiraBASim
Andre VargasPRSim
Anselmo de JesusROSim
Arlindo ChinagliaSPSim
Artur BrunoCESim
Assis CarvalhoPISim
Assis do CoutoPRSim
Benedita da SilvaRJSim
Beto FaroPASim
BiffiMSSim
Bohn GassRSSim
Cândido VaccarezzaSPSim
Carlos ZarattiniSPSim
Cláudio PutyPASim
Dalva FigueiredoAPSim
Devanir RibeiroSPSim
Dr. RosinhaPRSim
Fernando FerroPESim
Fernando MarroniRSSim
Francisco ChagasSPSim
Francisco PracianoAMSim
Gabriel GuimarãesMGSim
Geraldo SimõesBASim
Henrique FontanaRSSim
Iara BernardiSPSim
Iriny LopesESSim
Janete Rocha PietáSPSim
João Paulo LimaPESim
Jorge BittarRJSim
José GenoínoSPSim
José GuimarãesCESim
Josias GomesBASim
Leonardo MonteiroMGSim
Luci ChoinackiSCSim
Luiz AlbertoBASim
Luiz CoutoPBSim
Luiz SérgioRJSim
Márcio MacêdoSESim
Marco MaiaRSSim
MarconRSSim
Margarida SalomãoMGSim
Nazareno FontelesPISim
Nelson PellegrinoBASim
Newton LimaSPSim
Nilmário MirandaMGSim
Odair CunhaMGSim
Padre JoãoMGSim
Padre TonROSim
PaulãoALSim
Paulo FerreiraRSSim
Paulo PimentaRSSim
Paulo TeixeiraSPSim
Pedro EugênioPESim
Pedro UczaiSCSim
PolicarpoDFSim
Reginaldo LopesMGSim
Ricardo BerzoiniSPSim
Rogério CarvalhoSESim
Sibá MachadoACSim
Taumaturgo LimaACSim
Valmir AssunçãoBASim
Vander LoubetMSSim
Vanderlei SiraqueSPSim
Vicente CandidoSPSim
VicentinhoSPSim
Weliton PradoMGSim
Zé GeraldoPASim
Zezéu RibeiroBASim
Total PT: 70   
PTB
Alex CanzianiPRSim
Antonio BritoBASim
Arnaldo Faria de SáSPNão
Arnon BezerraCESim
José Augusto MaiaPESim
Josué BengtsonPASim
Jovair ArantesGOSim
Magda MofattoGOSim
Nelson MarquezelliSPSim
Nilton CapixabaROSim
Ronaldo NogueiraRSSim
Sérgio MoraesRSNão
Silvio CostaPESim
Total PTB: 13   
PTdoB
Lourival MendesMASim
Luis TibéMGSim
Total PTdoB: 2   
PV
Alfredo SirkisRJSim
Antônio RobertoMGSim
Eurico JúniorRJSim
Fábio RamalhoMGSim
Henrique AfonsoACSim
PennaSPSim
Roberto de LucenaSPSim
Rosane FerreiraPRSim
Total PV: 8   
S.Part.
Jorge BoeiraSCSim
Total S.Part.: 1   
Por: Fernando Brito