Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Rede Globo sem nenhum compromisso com a informação


A partir de amanhã, o PAN será transmitido com exclusividade pela RECORD. Com isso surgiram rumores de um boicote da Globo ao PAN.
A GLOBO NÃO TRANSMITIRÁ UMA VÍRGULA SOBRE O EVENTO.
Por enquanto são rumores. Dentro em pouco saberemos se os boatos se confirmam.
Pelo histórico da GLOBO, é bem provável que esta história seja verdade.



O discreto charme dos “Cansados” de São Paulo

Ontem estive na Paulista para tratar de um assunto no SESI e me deparei com aquela turma do “Movimento Cansei” preparando o bloco para “se manisfestar” em frente ao MASP.
Os organizadores dizem que não pertencem a nenhum partido político e, estrategicamente, não se identificam como os ridículos “cansados” de 2007. Mas eram eles, sim. A maioria. Bastava olhar para as roupas, os óculos escuros de grife, os iPhones, Tablets, filmadoras, notebooks… Todos gravando imagens para publicar no Youtube… De apolíticos, havia duas ou três dúzias de crianças e adolescentes misturados a eles. Todos com cara de peixe fora d´agua, curtindo uma onda diferente…
Parei e fiquei observando. Não havia negros ou mulatos. Não havia ninguém que sequer lembrasse um operário. Será que essa gente nunca vai aprender que o Brasil é MUITO maior do que o bairro deles?
Eram umas 300 pessoas divididas em pequenos grupos, cada um deles cuidando do seu “kit-manifestação”. O resto era transeunte ou curioso passeando em dia de feriado ensolarado. Retoca a faixa aqui, a pintura no rosto ali, muitos cartazes com as palavras de ordem que o PiG repercutiria mais tarde e, claro, alguns repórteres fazendo a cobertura do “grande evento”.
Era bem provável que a maioria dos participantes morasse nas imediações. Afinal, o MASP fica em frente aos bairros classe média alta dos jardins. Será que se deslocariam até a zona leste para fazer essa manifestação “apartidária”? Afinal, como alguns gritavam, “São Paulo é do povo”, “ O povo unido jamais será vencido”. Por que então não se aproximam do POVO da zona leste, das favelas da periferia?
Não sei como foi essa coisa em Brasília. Mas esses aí eu conheço há mais de 40 anos. São aqueles que odeiam povo viajando de avião, nordestino comprando casa em São Paulo através do Minha Casa, Minha Vida, amigos solidários dos covardes agressores de gays e outras minorias e – é bom lembrar bem – são SEPARATISTAS. Usariam o Brasil para eleger Serra e, a partir daí, seu ideal seria “livrar” São Paulo deste mesmo Brasil.
Me aproximei mais e caminhei entre eles tentando encontrar algum rosto conhecido (sim, conheço gente que não vota no PT!). Nada, ninguém conhecido. Uma mulher com um pacote de panfletos na mão e com ares de pertencer à comissão organizadora do evento se aproximou de mim e me deu o folheto. Percebi que ela queria me “enturmar com a galera”…
– Você veio participar da manifestação? – perguntou-me de forma quase maternal.
Embora já soubesse do teor, li rapidamente o conteúdo do panfleto e lá estava o que mais denunciava as verdadeiras intenções dos organizadores:
Um dos itens, colocado como “reivindicação” pedia “cadeia para os mensaleiros”. Quais mensaleiros? Deixa eu adivinhar: aqueles que foram acusados, julgados e condenados pelo PiG em 2005, à partir da denúncia de Roberto Jefferson tão desprovida de provas que o próprio Jefferson viria a negar tudo e chamar sua denúncia de “retórica sem fundamento” em setembro de 2011? Negativa que certamente os “cansados” nem ouviram falar – já que o PiG escondeu? (veja aqui)
– A quais mensaleiros vocês estão se referindo? – provoquei.
– Delúbio, Zé Dirceu… o Congresso Nacional está cheio de corruptos! E como se fosse me contar um segredo ou pronunciar algum palavrão, aproximou-se com intimidade que não lhe concedi em momento algum e sussurrou: “Lula, Dilma”…
Movimento apartidário… sei. A mulher já se preparava para desembuchar argumentos que leu no PiG quando lhe devolvi o panfleto com desprezo. Deixei-a falando sozinha e saí andando. Já estava cansado dos cansados. Ainda pude ouvi-la perguntando: “Você é petista?” Quase voltei para responder: “Por que? Quem não é da sua turma é necessariamente petista?
Saí de lá imaginando os esquemas. A mídia divulga e amplifica. As câmeras da Globo fecham neles preenchendo a tela de gente. Assim, é possível fingir que está lotado e informar qualquer número de presentes. Mas a Globo não vai entrar nessa enquanto não sentir firmeza. Já bastou o mico da bolinha de papel…
Se a coisa engrena e o povão entra junto… Mas pera lá! O mundo está desmoronando em crise financeira e o Brasil na contramão, assobiando uma valsa. Acham mesmo que trarão o povo para as ruas para derrubar a presidenta Dilma? O povo foi às ruas impichar Collor porque o cara simplesmente confiscou a grana de todo mundo. Bem ou mal, nos últimos anos nossa situação (e principalmente do povão) é exatamente oposta.
É claro que muita gente compareceu com a melhor das intenções. Principalmente os mais jovens. É claro também que o governo de São Paulo jamais permitirá que qualquer CPI vá adiante sobre a denúncia do deputado Roque Barbieri – PDT – por exemplo. Ou a do Rodoanel, da Alstom… Sabe-se que centenas de CPIs foram engavetadas nos últimos 20 anos em São Paulo. Mas até quando os golpistas do “Cansei” travestidos de “Marcha contra a corrupção” vão conseguir esconder seu propósito real?
Em tempo, para relaxar, deixo dois vídeos que valem pelo humor:
No O Que Será Que Me Dá?

Lula ao vivo, hoje às 21 h (horário de Brasília)

Mesmo incomodando muita gente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai receber mais uma condecoração.
É o prêmio World Food Prize, pelo reconhecimento aos esforços do seu governo no combate à fome e à pobreza no Brasil.
Convidamos a todos para assistir a cerimônia de entrega do prêmio, que vai acontecer hoje à noite na capital de Iowa (EUA) e será transmitida pelo site http://www.icidadania.org/ao-vivo/
A cerimônia de premiação começa às 21h (horário de Brasília) desta quinta-feira, 13 de outubro.
Além disso, Lula fará uma conferência que será às 11h de sexta-feira, 14 de outubro, também com transmissão pelo site http://www.icidadania.org/ao-vivo/

Piguento em guerra

“Bolsa Esmola” reduz o índice de crianças fora da escola. Que horror!!!

 
Na foto, o "Bolsa Esmola" que o PIG (*) gosta de criticar
Bolsa Família reduz em 36% índice de crianças fora da escola


Na coluna Conversa com a Presidenta, publicada na terça-feira (11), a presidente Dilma Roussef anunciou que, segundo dados do Ministério da Educação (Mec), o índice de crianças e adolescentes de 6 a 16 anos fora da escola diminuiu 36% por causa do Bolsa Família. A presidente descartou a possibilidade do benefício contribuir para o aumento da taxa de natalidade no país.


Em resposta ao advogado Josué do Espírito Santo Ribeiro, de Salvador (BA), Dilma Roussef disse que “é difícil imaginar que uma família decida ter mais filhos apenas porque terá um acréscimo de R$ 32,00 mensais no seu orçamento”.


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

AS RAZÕES DO MOVIMENTO

O movimento de protesto nos Estados Unidos teve ontem um dia diferente em Nova Iorque: piquetes de centenas de pessoas se manifestaram às portas de cinco dos maiores milionários de Manhattan, começando pela casa de Rupert Murdoch. Outras residências visitadas foram as dos banqueiros John Paulson, Jamie Dimon, David Koch, e Howard Millstein – todos eles envolvidos nos grandes escândalos de Wall Street, e socorridos por Bush. Os lemas foram os mesmos: que tratassem de devolver o que haviam retirado da economia popular.
A polícia limitou-se a conter, com barreiras, os manifestantes. Mas a mesma coisa não ocorreu em Boston. A polícia municipal atuou com extrema violência durante a madrugada de ontem, atacando, com porretes, dezenas de manifestantes e ferindo dois veteranos de guerra, um deles, de 74 anos, ex-combatente no Vietnã. O “Occupy Together” atingiu mais de 1.200 cidades norte-americanas, em preparação para as grandes concentrações nacionais no próximo sábado, dia 15.
Conforme o jornalista americano David Graeber, em incisivo artigo publicado pelo The Guardian, os jovens, e também homens maduros, vão às ruas nos Estados Unidos em busca de empregos, de boa educação, de paz, é certo, mas querem muito mais do que isso. Eles contestam um sistema que deixou de servir aos homens, para servir apenas aos banqueiros e a um capitalismo anacrônico. “Para que serve o capitalismo?”, é uma de suas perguntas. Eles contestam um sistema baseado no consumo supérfluo de uns fundado na negação das necessidades básicas de 99% da população de seu país. Descobriram que o seu futuro, os seus sonhos, o seu destino e a sua vida foram roubados pelo sistema que deixou de ser democrático.
Os neoliberais no mundo inteiro fazem de conta que esses protestos nada significam, e muitos deles continuam sem perceber o que está ocorrendo. Tem sido sempre assim na História. Na noite de 4 de agosto de 1789, quando, a Assembléia revolucionária da França aboliu os privilégios feudais da nobreza, Luis 16, que seria guilhotinado menos de três anos depois, escreveu em seu diário: hoje, nada de novo. Como bem registrou Paul Krugman, em seu artigo no New York Times, os manifestantes não são extremistas: os verdadeiros extremistas são os oligarcas, que não querem que se conheçam as fontes de sua riqueza.
Não percebem os políticos o processo revolucionário em marcha que, de uma forma ou de outra, atingirá todos os países do mundo. Ao globalizar-se, pela imposição do sistema financeiro, a economia, globalizou-se a reação dos povos ao sistema totalitário e criminoso. Seria a hora de um entendimento entre os estadistas do mundo, a fim de chamar os especuladores à razão e colocar o Estado ao serviço da justiça, retornando-o à sua natureza original. Na Europa e nos Estados Unidos o que se vê é o Estado socorrendo os banqueiros fraudulentos, e os ricos insistindo na receita neoliberal clássica, de ajustes fiscais, de redução dos serviços sociais, do arrocho salarial e da demissão sumária de imensos contingentes de trabalhadores, a fim de garantir o lucro dos especuladores.
Nos anos oitenta, os paises emergentes de hoje, entre eles o Brasil, estavam atolados em uma dívida internacional marota, gerada pela necessidade de rolar os bilhões de eurodólares, e não dispunham de recursos. Mme Thatcher disse que o Brasil teria que vender as suas terras e florestas, a fim de pagar o que devia. Hoje, trinta anos depois, a Grécia está vendendo tudo o que pode, até mesmo monumentos históricos, enquanto parcelas de seu povo começam a passar fome.
Quando os africanos morrem de fome e de epidemias, como voltaram a morrer agora, não há problema. Para os brancos, europeus ou americanos, é alguma coisa que não lhes diz respeito. A África não é outro continente: é outro mundo. Mas, neste momento, são brancos, de cabelos louros e olhos azuis, como os manifestantes de Boston – jóia da velha aristocracia da Nova Inglaterra – que vão às ruas e são espancados pela polícia. A revolução, como os próprios manifestantes denominam seu movimento pacífico, está em marcha.
Há é certo, algumas providências na Europa, como a estatização do banco belga Dexie, mas se trata de um paliativo, quando Trichet, o presidente do Banco Central Europeu recomenda injetar mais dinheiro no sistema financeiro privado. Mais astuto, o governo da China reforçou a presença estatal no sistema financeiro, aumentando a sua participação nos bancos de que é acionista majoritário.
E o mundo se move também na política. Abbas - o presidente da Autoridade Nacional Palestina, que luta pelo reconhecimento pela ONU de seu Estado nacional - em hábil iniciativa, esteve anteontem e ontem em Bogotá. Ele fez a viagem a Colômbia, sabendo que dificilmente o apoiariam: o país hospeda bases militares americanas e, ontem mesmo, um comitê do Senado, em Washington, aprovou o Tratado de Livre Comércio entre os dois países. Assim, o presidente Juan Manuel Santos limitou-se a declarações protocolares de apoio à paz no Oriente Médio, o que não impedirá a caminhada da História.

Americano e judeu pensam que o resto do mundo é composto de idiotas




Pois quem acredita nessa história de complô contra o embaixador saudita em Waschington... logo na capital americana?

Será que esses judeus americanos e a Hillary acham que o mundo é composto de idiotas?

Por que o governo iraniano iria escolher o embaixador saudita nos EUA e não em um outro país menos visado?



EUA querem novas sanções ao Irã após suposto complô

Alessandra Corrêa

Da BBC Brasil em Washington

Os Estados Unidos indicaram que pressionarão a comunidade internacional para que sejam impostas novas sanções ao país, após a revelação de um suposto plano iraniano para assassinar o embaixador saudita em Washington.

A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, pediu que seja enviada "uma mensagem bastante dura" a Teerã e disse que o governo estava preparando novas sanções contra o país.

Leia mais sobre a farsa aqui
via Brasil Mostra Tua Cara

Demissão na Siemens apavora tucanos

Por Altamiro Borges

Sem manchetes nos jornalões ou estardalhaço da TV, a mídia demotucana noticia hoje que a multinacional alemã Siemens demitiu Adilson Primo, que desde 2001 era o presidente-executivo da sua subsidiaria brasileira. Segundo a lacônica nota da empresa, “por meio de investigação interna, foi descoberta uma grave contravenção das diretivas da Siemens na sede nacional”.


O Valor informa que “a demissão foi resultado de extensa investigação por suspeita de desvio de dinheiro, de aproximadamente € 6,5 milhões”. Já a Folha observa que “Primo teria feito as retiradas indevidas antes de 2007, quando estourou o maior escândalo de propina da história da multinacional”. A mídia demotucana só não enfatiza que o Brasil estava metido neste gigantesco caso de corrupção.

Bilionário negócios com o Metrô

Na época do escândalo, a imprensa mundial especulou que o dinheiro desviado da multinacional teria servido para corromper autoridades de diversos países, incluindo o Brasil. A demissão sumária do executivo confirma a suspeita e deve apavorar os tucanos. Afinal, Adilson Primo negociou bilionários contratos da Siemens com o governo de São Paulo, principalmente nas obras do Metrô.

Durante dez anos, o executivo agora demitido comandou a empresa com receitas de mais de R$ 4 bilhões ao ano no Brasil e com atuação em diversos setores, como equipamentos do setor elétrico, automação industrial, sistemas metroviários e até na área da saúde. Primo, como vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Base, inclusive participava dos projetos do PAC.

Propinas de US$ 850 milhões

Quando eclodiu o escândalo, descobriu-se que a Siemens e a Alstom, também com negócios no Metrô paulista, tinham distribuído propinas de mais de US$ 850 milhões, especialmente na América Latina. Corrompendo “autoridades”, a multinacional expandiu seus negócios no país através de bilionários contratos com o setor público. Ela era beneficiada por licitações públicas distorcidas.

Na divulgação dos nomes dos suspeitos de envolvimento no gigantesco esquema de corrupção, a mídia mundial chegou a citar o nome de Robson Marinho, um tucano de alta-plumagem – que coordenou a campanha de Mario Covas e presidiu o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. A rede de suborno também incluiria outros integrantes dos governos PSDB no estado.

Ministério Público e Polícia Federal

Se as “investigações internas” da Siemens vierem à tona, muita gente graúda pode perder o sono de vez. O Ministério Público e a Polícia Federal, inclusive, deveriam ingressar no caso. Afinal, o executivo demitido atuava no Brasil. Quem se beneficiou do seu esquema de corrupção? Um rastreamento das contas de Adilson Primo pode resultar em importantes revelações – inclusive sobre licitações fraudulentas.

O Edu foi à multidinha.Tinha um negro

 
A partir do Miro, o Conversa Afiada chegou ao interessante relato do Edu, que se deu ao luxo de ir à multidinha:

Manifestantes contra a corrupção vêem país pior do que há 10 anos

No início da tarde de 12 de outubro de 2011, comecei a ver na internet notícias de que uma das marchas contra a corrupção que a mídia vinha anunciando havia semanas reunira milhares em Brasília. Apesar disso, não se encontrava notícias de outras capitais. Por volta das 15 horas, então, por morar próximo ao Masp, local de partida da marcha de São Paulo, decidi ir até lá tentar entender esse movimento “apartidário” e “contra a corrupção”.

Todavia, cheguei tarde ao local de partida da “marcha”. Encontrei um grupo de cerca de 50 pessoas. Segundo os presentes, a marcha maior partira rumo ao centro da cidade havia alguns minutos. Os que ficaram no Masp, segundo disseram, romperam com a maioria que decidira marchar pela avenida Paulista, depois pela avenida da Consolação, depois pela rua Xavier de Toledo até chegar à Praça Ramos de Azevedo, diante do Teatro Municipal, onde o ato chegaria ao fim após alguns discursos.

Já no cruzamento da avenida Paulista com a Consolação, vendo que o tráfego continuava engarrafado rumo ao centro, apressei o passo. No caminho, encontro o blogueiro mineiro Tulio Viana e a esposa, a também blogueira Cintia Semiramis, descendo de um táxi em frente a um hotel. Falo com eles rapidamente e continuo caminhando, mas só vejo congestionamento e nada de manifestação.

Vou andando e vejo gente vestida a caráter para uma manifestação daquela natureza. Estavam indo na mesma direção ou voltando em sentido contrário. Alguns com caras pintadas de verde e amarelo, outros até portando cartazes e bandeiras do Brasil. Paro um casal em suas bicicletas, identifico-me como blogueiro político e pergunto se me poderiam dar uma rápida entrevista.

Ali começo a fazer a série de perguntas que faria nas outras 26 entrevistas durante as cerca de duas horas seguintes.  Pergunto, basicamente, o seguinte:

1 – Como você tomou conhecimento da manifestação?

2 – Por que você decidiu participar dessa manifestação?

3 – Você lê a revista Veja, a Folha de São Paulo ou o Estadão?

4 – Você acha que hoje há mais corrupção no Brasil do que há dez anos?

5 – Você acha que hoje o Brasil é um país pior, igual ou melhor do que há dez anos?

6 – Quantas pessoas você acha que há nessa manifestação?

A bela e esguia jovem de pele bem branca e cabelos lisos, negros e bem cuidados, vestindo roupa de malha dessas que se usam em academias e um short jeans, e o rapaz forte, alto, vestindo short e camiseta, a quem ela chamou de “amor”, não desceram das suas bicicletas para me dar entrevista, apesar de terem sido simpáticos e receptivos. Eis as suas respostas consensuais:

1 – Souberam da manifestação pelo Facebook

2 – Foram se manifestar devido ao aumento da corrupção

3 – Lêem Folha e Veja

4 – Disseram que hoje há muito mais corrupção do que há dez anos

5 – Disseram que hoje o Brasil é um país muito pior do que há dez anos

6 – Estimaram que a manifestação reuniu em torno de três mil pessoas.

Consigo encontrar a marcha só quando chego ao limiar da rua Xavier de Toledo, a algumas quadras do teatro da Praça Ramos de Azevedo.  Correra por quarteirões e já estava pondo os bofes para fora e suando em bica.  Continuo caminhando, agora, mas meus passos ainda são mais rápidos do que os da marcha.

Vou parando os policiais, no caminho, e pedindo estimativa do número de manifestantes. Alguns falam em quatrocentos, outros falam em quinhentos, outros falam oitocentos. Quando encontro o oficial da PM responsável pela operação que acompanhou a manifestação, porém, o número muda: o capitão, um simpático oriental de óculos, diz que a PM estima o público em “três mil pessoas”.

Decido ultrapassar a marcha quando vislumbro o Teatro Municipal ao fim da Xavier de Toledo. Começo a correr. Chego ao Teatro e subo a escadaria. Começo uma contagem. Contei umas setecentas pessoas. Parecia mais porque a rua estava cheia de transeuntes. Mas como os manifestantes caminhavam pela via dos veículos, deixando a calçada para os transeuntes, consegui fazer uma contagem que julgo bem razoável.

Começo, então, a me esgueirar entre a multidão a fim de fazer aquela série de perguntas mencionada mais acima. As únicas divergências para o casal de ciclistas que obtive foram no que diz respeito a quem lê Folha, Veja e Estadão, quanto ao número de manifestantes e quanto à forma como essas pessoas ficaram sabendo da manifestação.

A maioria, em 19 entrevistas, lê algum desses veículos, seja em papel ou pela internet, e os números que os entrevistados diziam haver de manifestantes iam de quinhentos a dez mil. Quanto à forma pela qual tomaram conhecimento da manifestação, citaram e-mails, jornais, revistas, boca a boca, blogs e sites, Twitter e Facebook.

Das 27 entrevistas, em 26 ouvi das pessoas que estavam lá por acharem que há muita corrupção. Essa maioria esmagadora afirma que há mais corrupção hoje no Brasil do que há dez anos e que hoje o país está muito pior do que há dez anos até na economia. Ou, como ouvi muito, “O país está pior em todos os sentidos”.

Na maioria das entrevistas, as pessoas acabaram atacando o PT, Lula, Dilma ou todos juntos. Quase todos disseram que a culpa pela corrupção é desse partido. O mais xingado foi, de longe, Lula. Um casal, inclusive, falou em impeachment de Dilma caso “a coisa continue a piorar”. Só um casal jovem que estava lá porque passava pelo local disse que hoje a corrupção aparece mais porque há mais informação e que o país está muito melhor hoje do que há dez anos.

Entre os organizadores do ato, descobri que estavam movimentos como o “Defenda São Paulo”, muitos alunos da universidade Mackenzie (havia até um professor contando, ao microfone, como ajudou a recrutá-los em sala de aula), a “juventude do PSDB” e o grupo Anonymous. Uma das entrevistadas se disse “militante do partido”, mas quando perguntei de que partido ela desconversou e passou a me ignorar, não mais respondendo as perguntas. E sumiu em seguida.

Por volta das 17 horas, fiz a última entrevista. Escolhi o que quase não se via na manifestação: um negro. Fiz a série de perguntas e ele, que se identificou como “Tiago”, estudante de Direito da universidade Unip, leitor da Veja e do Estadão, concordou com os outros que hoje há mais corrupção e que o país está pior do que nunca. Mas disse não entender por que não havia mais negros, ali. E arrematou: “É uma manifestação branca”.

Clique aqui para ler “Globo tenta fazer multidão da multidinha. Sobre o Mr Teixeira, nada !”.

A OCUPAÇÃO DA AGENDA POLÍTICA

*Warren Buffet, a 3ª maior fortuna do planeta, abre sua declaração de renda: ganhou US$ 63 milhões em 2010 ; pagou US$ 6,9 de imposto, cerca de 10%: um professor nos EUA paga em média 27,5%

** CORRUPÇÃO:presidente da Siemens do Brasil é afastado do cargo acusado de desviar 6,5 milhões de euros para suas contas particulares

**principal executivo do grupo Murdoch na Europa é afastado do cargo: Andrew Langhoff é acusado de inflar vendas do Wall Street Journal com operações 'casadas': publicava matérias favoráveis a quem adquirisse lotes do jornal

** estudantes de 90 universidades dos EUA aderem hoje ao 'Ocupe Wall Street' 
 Em 1932, a taxa de desemprego nos EUA era de quase 25%, um em cada quatro norte-americanos estava desempregado. Havia inquietação nas ruas. Protestos brotavam nas cidades. Marchas arrebanhavam descontentes. Mas um acontecimento mais que qualquer outro marcou a radicalização que definiria a disputa presidencial no ano seguinte e com ela a politização da crise. Em Washington, veteranos da primeira guerra, pobres e desempregados, indignados com a recusa do governo em adiantar-lhes o bônus de  ex-combatentes, montaram um acampamento nas praças e ruas da avenida principal. A ocupação começou repentinamente. Acabou reunindo milhares. Foi duramente reprimida pelo governo do Presidente Hoover , cujo secretário do Tesouro, Andrew Mellow --a exemplo do extremismo neoliberal dos dias de hoje-- opunha-se tenazmente a qualquer intervenção do Estado na economia.Mellow acreditava mesmo que a recessão seria benéfica-- 'Ela limpará a podridão do sistema', dizia. A repressão aos ocupantes de Washington rachou a própria direita. Uma parte apoiaria o democrata Franklin Roosevelt que venceria as eleições no ano seguinte. Roosevelt tomou posse em 3 de março de 1933. Seis dias depois, fez  o Congresso discutir e aprovar, em um único dia, uma Lei de Emergência Bancária que colocava a banca sob custódia federal. A estatização branca do sistema permitiu-lhe erradicar a especulação e a jogatina subordinando o crédito aos desígnios da produção, do emprego e do consumo. Em 1933 surgiria o termo 'macroeconomia', em contraponto à visão pontual e mercadista predominante então, exceto entre os marxistas. Em 36,  Keynes lançaria seu livro 'Teoria Geral do Emprego , do Salário e do Lucro' que sancionaria a intervenção do Estado para estabilizar a curva do investimento e modular as expectativas do capital. A ocupação de Washington não propôs a lei Bancária a Roosevelt, nem pautou a Teoria Geral, de Keynes. Mas ajudou a promover a ocupação política da agenda da crise que mudaria a história dos EUA  e a do século XX.
(Carta Maior; 5ª feira, 13/10/ 2011)

@jeanfabio: “A Globo se negou a nos filmar! Pq será?!”