Governador Geraldo Alckmin nomeou Carla Elias Rosa, mulher do procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Elias Rosa, para trabalhar no Palácio dos Bandeirantes; procurador comanda Ministério Público, que tem entre suas prerrogativas investigar denúncias que envolvam o governo estadual; primeiras denúncias do propinoduto remetem à gestão de Mario Covas, em 1998; cartel que superfaturava em até 20% contratos metroferroviários só começou a ser investigado após delação ao Cade da multinacional alemã Siemens; governador diz não ver "qualquer conflito ético"
Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
REUNIÃO DE EMERGÊNCIA SOBRE ESPIONAGEM A DILMA
* Espionagem dos EUA invadiu até o celular de Dilma: Obama, seu vice, Joe Biden, e o secretário de Estado John Kerry disseram que os órgãos de segurança não tinham acesso ao conteúdo de conversas. Kerry e Biden mentiram à própria Dilma. Qual será a reação do governo às vésperas do 7 de Setembro e da visita oficial aos EUA?
"Estamos em situação de emergência", diz secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho; presidente Dilma Rousseff convoca ministros das Relações Exteriores, Defesa, Comunicações, Casa Civil e Comunicação Social para definir reação brasileira à espionagem praticada por governo dos Estados Unidos; na manhã desta segunda-feira 2, chanceler Luiz Alberto Figueiredo convocou embaixador americano Thomas Shannon para cobrar explicações; ministro da Justiça estará com a presidente às 15h00; resposta brasileira a arapongagem americana sobre e-mails presidenciais promete ser dura; viagem oficial aos EUA, em 23 de outubro, só será confirmada mediante explicações "satisfatórias" do governo Obama
2 DE SETEMBRO DE 2013 ÀS 11:55
247 – As relações entre Brasil e Estados Unidos estão abaladas pela denúncia de que os e-mails da presidente Dilma Rousseff foram espionados pelo governo dos Estados Unidos. Para articular uma reação que promete ser dura, Dilma convocou na manhã desta segunda-feira 2, em seu gabinete no Palácio do Planalto, uma reunião de emergência. Foram chamados os ministros das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, da Defesa, Celso Amorim, das Comunicações, Paulo Bernardo, do Gabinete Civil, Gleise Hoffmann, da Secretaria de Comunicação, Helena Chagas, e o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. "Estamos em situação de emergência", disse Carvalho, antes da reunião.
Antes mesmo desse encontro, o chanceler Luiz Alberto Figueiredo chamou oficialmente ao Palácio do Itamaraty o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, para cobrar as primeiras explicações. Shannon saiu do encontro sem falar com a imprensa. À tarde, a presidente estará com o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, para discutir o mesmo assunto.
Além de uma previsível nota dura contra a atitude americana, denunciada pelo programa Fantástico, da Rede Globo, a partir de revelações do jornalista Glenn Greenwald, que teve acesso aos documentos levantados pelo ex-técnico da NSA Edward Snowden, exilado na Rússia, a atitude do governo brasileiro poderá será, até mesmo, a de cancelar a viagem oficial da presidente Dilma a Washington, marcada para 23 de outubro. Está prevista em homenagem a ela um jantar de gala na Casa Branca, mas desde já o cardápio se mostrar indigesto para o Brasil. O governo brasileiro já decidiu recorrer à ONU para pedir uma discussão sobre violação à privacidade de autoridades e cidadãos brasileiros.
Documentos classificados como ultrassecretos, que fazem parte de uma apresentação interna da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, obtidos pelo Fantástico, mostram a presidente Dilma Rousseff, e o que seriam seus principais assessores, como alvo direto de espionagem da NSA. Um código indica isso.
O jornalista Glenn Greenwald, coautor da reportagem, foi quem recebeu os papéis das mãos de Snowden. Glenn afirmou que recebeu o documento na primeira semana de junho, quando esteve com Snowden em Hong Kong. "Ele me deu esses documentos com todos os outros documentos no pacote original."
Abaixo, notícia da Agência Brasil a respeito:
Dilma convoca ministros para reuniões de emergência
Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff convocou ministros, na manhã de hoje (2), para duas reuniões de emergência no Palácio do Planalto a fim de tratar de denúncias de espionagem dos Estados Unidos sobre ela e assessores diretos, divulgadas nesse domingo (1º) no programa Fantástico, da TV Globo.
A primeira reunião começou por volta das 10h e teve a presença dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, do Gabinete de Segurança Institucional, general José Elito, e da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho. A segunda, logo em seguida, teve, além de Cardozo, os ministros das Comunicações, Paulo Bernardo, da Defesa, Celso Amorim, e das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado.
Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, as duas reuniões já terminaram. Nenhum dos ministros falou. Desde que as informações começaram a ser divulgadas, em junho, os ministros das Comunicações e da Justiça manifestaram preocupação com as denúncias, consideradas atos contra a liberdade dos cidadãos e a soberania nacional.
Hoje, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, foi ao Itamaraty prestar esclarecimentos sobre o tema ao chanceler Figueiredo Machado. Depois da reunião, Shannon saiu sem falar com a imprensa e Figueiredo Machado foi para a reunião com Dilma e outros ministros.
Edição: Graça Adjuto e Talita Cavalcante
Leia também reportagem da Reuters sobre o encontro entre o chanceler brasileiro e o embaixador dos EUA:
Brasil convoca embaixador dos EUA após denúncia de espionagem de Dilma
(Reuters) - O Itamaraty convocou o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, para prestar esclarecimentos nesta segunda-feira sobre as denúncias de monitoramento do conteúdo de telefonemas, emails e mensagens de celular da presidente Dilma Rousseff por parte de uma agência norte-americana.
(Reuters) - O Itamaraty convocou o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, para prestar esclarecimentos nesta segunda-feira sobre as denúncias de monitoramento do conteúdo de telefonemas, emails e mensagens de celular da presidente Dilma Rousseff por parte de uma agência norte-americana.
Após o incidente, a presidente convocou uma reunião ministerial de emergência nesta segunda no Palácio do Planalto.
Segundo revelações feitas no domingo pelo programa "Fantástico", da TV Globo, a presidente teria sido alvo de espionagem por parte da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês).
Shannon reuniu-se pela manhã com o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, informou o Ministério das Relações Exteriores. O Itamaraty não deu detalhes sobre o encontro.
A reportagem do "Fantástico" foi feita com base em documentos obtidos pelo jornalista norte-americano Glenn Greenwald com o ex-prestador de serviço da NSA Edward Snowden. Greenwald, que mora no Rio de Janeiro, foi descrito como co-autor da reportagem.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que acaba de retornar de viagem aos EUA para discutir denúncias anteriores sobre espionagem, disse em entrevista à rádio CBN nesta segunda que, se for confirmado o conteúdo dos documentos, "é uma ofensa clara à soberania brasileira, uma situação que evidentemente ensejará medidas importantes que o governo brasileiro tenha que tomar".
Cardozo viajou na semana passada a Washington e reuniu-se com o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e outras autoridades, para buscar mais detalhes sobre uma série de revelações anteriores sobre interceptação pelos EUA de dados eletrônicos e de telefonia no Brasil, aparentemente menos sérias, feitas com base nos documentos vazados por Snowden.
Segundo Cardozo, a própria presidente Dilma determinou ao Itamaraty a convocação do embaixador norte-americano para prestar esclarecimentos, e já há uma decisão do governo brasileiro de levar a questão a fóruns internacionais.
O ministro afirmou na entrevista à rádio que os dados apresentados na reportagem do "Fantástico" mostram que o monitoramento, ao contrário da versão oficial do governo dos EUA, "se dá não apenas em situações de investigação de atos ilícitos, mas também em situações de natureza política e talvez até, como se chega a tocar na matéria, em situações de natureza comercial".
Dilma tem uma visita de Estado a Washington, agendada para outubro, para reunir-se com o presidente dos EUA, Barack Obama, agendada para outubro. A viagem tem como objetivo reforçar como as relações entre Brasil-EUA melhoraram desde que Dilma tomou posse, em 2011.
Na reportagem de domingo foram exibidos documentos atribuídos à NSA mostrando uma rede de comunicação da presidente com seus principais assessores, mas não foi mostrado o conteúdo das mensagens.
Um documento separado, de junho de 2012, tinha trechos de uma mensagem escrita enviada pelo presidente do México, Enrique Peña Nieto, que ainda era candidato à Presidência à época. Nas mensagens, Peña Nieto discutia nomes para o ministério caso eleito.
Os dois documentos faziam parte de um estudo de caso da NSA mostrando como os dados poderiam ser filtrados, de acordo com o Fantástico.
O norte-americano Snowden vive atualmente asilado na Rússia. O "Fantástico" disse ter conversado com Snowden via Internet, e acrescentou que ele não pôde comentar sobre o conteúdo da reportagem porque seu acordo de asilo na Rússia não lhe autoriza a falar sobre os vazamentos.
(Reportagem de Brian Winter, em São Paulo, com reportagem adicional de Maria Carolina Marcello, em Brasília)
CRISE BRASIL-EUA AMPLIFICA CPI DA ESPIONAGEM
Começa a funcionar amanhã; convocada inicialmente para investigar invasão, pelos EUA, de e-mails de milhões de cidadãos brasileiros, CPI agora vai investigar violação da correspondência eletrônica da presidente Dilma Rousseff, ministros e assessores graduados; americanos usaram códigos e métodos típicos de espionagem de longo prazo; até senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que na semana passada atuou na fuga do senador boliviano Roger Molina ao Brasil, condenou arapongagem do governo Obama; "Americanos não têm limites", disse; ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o chanceler Luiz Alberto Figueiredo darão coletiva sobre o tema às 16h
2 DE SETEMBRO DE 2013 ÀS 13:37
247 - Começa amanhã, no Senado, a CPI da Espionagem. O momento não poderia, paradoxalmente, ser melhor. Em meio à maior crise de confiança entre Brasil e Estados Unidos, após as revelações de que os e-mails da presidente Dilma Rousseff foram monitorados por órgãos de segurança do governo de Barack Obama, a iniciativa da senador Vanessa Graziotin (PCdB-AM) ganhou peso e importância.
A CPI da Espionagem tem início marcado para amanhã, dia 3, às 10h45. Onze titulares e sete suplentes deverão investigar quais empresas de telecomunicação no país estariam colaborando com os Estados Unidos por meio de transferência de dados sigilosos. E avaliar medidas para aumentar a segurança da informação.
– Precisamos também analisar a capacidade do Brasil de se defender diante dessas ações – disse Vanessa, ao tratar do assunto em recente discurso no Plenário do Senado.
O fato novo da arapongagem americana sobre os e-mails da presidente Dilma irritou até mesmo o presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES) que na semana passada atuou na fuga do senador boliviano Roger Molina da Bolívia para o Brasil. Ele classificou de "violência inadmissível" a espionagem feita pelos Estados Unidos à presidente Dilma Rousseff. A denúncia de que ela e assessores próximos foram alvos da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) foi apresentada na noite de domingo (1º) pelo Fantástico, da TV Globo.
Para o senador, "trata-se de um desrespeito a princípios e valores dos mais caros à civilização". Ferraço, no entanto, disse que não está surpreso com a notícia:
– Sinceramente o fato não me surpreendeu. Os indicativos que tínhamos até então mostravam que o nível de espionagem praticado pelos americanos não tem limites – afirmou em entrevista à Agência Senado.
Ricardo Ferraço informou que vai propor na CRE o convite ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que ele possa explicar para os senadores qual é a condução do caso pelo governo brasileiro.
Repercussão
A denúncia da espionagem à presidente brasileira está repercutindo entre os parlamentares. Pelas redes sociais, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO) disse que a espionagem americana é um "fato gravíssimo e inaceitável, um verdadeiro atentado à soberania do Brasil e de todos os outros países violados".
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