Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

SUBSERVIÊNCIA

MANCHETES CONEXAS DESTA 4º FEIRA


"Classe C já compra mais eletros que AB" (Folha )
"PSDB debate hoje agenda da refundação"(Folha)

 EUROPA ARDE, RANGE E RUGE
DE VOLTA ÀS GRANDES MANIFESTAÇÕES?
Greve contra arrocho salarial paralisa a Grécia nesta 4º feira;
14/12: protesto  contra Berlusconi reúne 100 mil em Roma (Folha)
9/12: no protesto mais violento desde os anos 90, estudantes atacam o carro do Príncipe Charles, em Londres (UOL)
 28/11: protesto contra arrocho  reúne 100 mil na Irlanda(Estadão)
10/11: protesto  contra anuidades estudantis reúne 50 mil em Londres (Reuters e agências)


O ‘TROLOLÓ' QUE  VAI MUDAR A VIDA NOS MORROS DO RIO
1400 empresas foram legalizadas em 10 favelas ocupadas pelas Unidades Pacificadoras em 12 meses (Valor 15/12)

Está praticamente pronto, em fase de testes, o teleférico que liga o Complexo do Alemão à estação de trens suburbanos de Bonsucesso, no Rio.  São 3,5 quilômetros de cabos suspensos que carregam 152 gôndolas, com capacidade para transportar até 30 mil passageiros por dia. A obra do PAC, que o candidato da derrota demotucana, José Serra, classificava como ‘ficção ‘ e trololó, vai reduzir para 16 minutos o tempo de deslocamento do alto da favela até o asfalto --um trajeto que hoje consome 1h30 na vida dos moradores do lugar. Bom seria se a São Paulo do tucanato tivesse trololós assim.

FED MANTEM JURO ENTRE ZERO E 0,25%
REVOADA ESPECULATIVA 
capitais especulativos continuarão migrando para mercados de commodities, o que afeta o custo dos alimentos e a inflação; intensificam também a busca  pelos mercados emergentes, sobretudo aqueles que aliam crescimento robusto e  taxas de juros elevadas, caso do Brasil (PIB de 7,5% e Selic de 10,75%). Ingresso excessivo de capitais valoriza o Real, encarece as exportações brasileiras e barateia importações. Cadeias fabris sofrem erosão como resultado da substituição de insumos nacionais pelos importados, mais baratos. Efeito por enquanto é limitado; grosso das importações é de máquinas e equipamentos para aumentar capacidade instalada e melhorar a produtividade. Mas o tempo conspira contra a produção local. Redução de juros e controle de capitais formam o núcleo duro da agenda alternativa para 2011. Ortodoxia defende, primeiro, corte de gastos públicos para reduzir necessidade de captação de recursos pelo Estado. Alega que assim os juros caem naturalmente. O fato, porém, é que as despesas com juros estão entre os maiores dispendios do Estado, cerca de 6% do PIB. Queda de um ponto na Selic já redundaria em corte significativo nas despesas públicas --  e no item de pior qualidade, que alimenta o rentismo. (Carta Maior, 15-12)  

A paz dos cemitérios

Quem optou por enfrentar a grande mídia durante a primeira década do século XXI pode ter uma surpresa a partir de 1º de janeiro próximo. A mídia tenta construir um pacto não escrito e não proferido com o governo Dilma Rousseff. E a proposta, para um projeto pessoal, não é nada ruim, mas para o projeto coletivo de país pelo qual votamos, é péssima.
Não se afirma, aqui, que Dilma aceitaria tal coisa. Mas a proposta existe e é tentadora. E muito simples: paz. O fim do bombardeio midiático – ou um arrefecimento até o nível de normalidade de cobertura de um governo por uma imprensa normal e não por uma facção política e ideológica como a que tenta, há quase oito anos, inviabilizar o governo Lula.
Em primeiro lugar, analisemos um dos muitos comentários do mesmo tipo que têm sido produzidos pelo colunismo de Globos, Folhas, Vejas e Estadões. No caso, de Eliane Cantanhêde, que disputa com Dora Kramer o título de colunista feminina mais tucana do mercado. Mas para não cansar o leitor com o tucanês da moça, reproduzo só o que interessa.
“(…) Dilma tem lá o jeito dela, diferente do de Lula. Quer menos improvisação, rompantes, tititi. Vai cobrar discrição. E só vai abrir a boca em questões de repercussão internacional quando tiver certeza (…).
Pois é, vejam só. Claro que Dilma se aproxima mais do aceitável para a elite branca paulista. Filha de europeus, “bem-nascida”, “bem-estudada”, quase doutora (só faltou defender a tese de doutorado), certamente conjugará verbos e dirá os plurais com maior acuidade. Além de ter nascido no Sudeste, é claro.
Enfim, além de “palatável”, ela tem a chance de, supostamente, fazer o Brasil avançar mais apenas não desencadeando um processo de regulação da nova mídia um único centímetro fora do que ditarem os barões da velha mídia. Dessa forma, o governo não perderia tempo com escândalos incessantes, fim de semana sim, fim de semana não.
Imaginem o que teria sido o governo Lula sem a sabotagem da mídia. Os mais pragmáticos dirão logo que teria sido melhor Lula condescender com a mídia e barrar qualquer tentativa de colocar ordem nessa bagunça que é a comunicação do Brasil. Mas não adiantaria. O ódio que sentem por ele é visceral, não decorrente, apenas, de interesses contrariados.
A mídia teme que o governo brasileiro, a exemplo do que fez o argentino, obrigue uma Globo a se desfazer de vários tipos de mídia que concentra – tevê, rádio, jornais e revistas, portais de internet… Teria que escolher um ou dois tipos e vender os outros. E vender mesmo, não entregar a laranjas. Haveria investigação. Seria como nos Estados Unidos, por exemplo…
Que escolha você faria, se fosse Dilma? Optaria por ter paz para tentar fazer um governo melhor e deixaria essa gente conservar o poder de controlar o país através da proteção ou da intimidação de políticos usando até concessões públicas ou concluiria que uma paz para governar como essa é, na verdade, a paz dos cemitérios?