Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 26 de junho de 2011

ACOMPANHEM MAIS UMA AÇÃO CRIMINOSA DO ESTADO NAZI-SIONISTA AO VIVO.Estamos acompanhando a Marcha da II Frota da Liberdade até Gaza O



Cumpas queridos,
Estamos acompanhando a Marcha da II Frota da Liberdade até Gaza. Com a coordenação de Tali Feld Gleiser, o suporte de quem vos escreve e a participação técnica do Wilmar Frantz Jr. Desacato está narrando para vocês, para os leitores e uma lista de veículos e jornalistas de diversas partes, a marcha da Liberdade.
Esperamos vocês conosco nestes dias de luta, em prol de uma vitória da paz e da civilização. A Frota transporta 10 toneladas de ajuda humanitária por valor de 600 mil Euros. Quantos mais estejamos atentos, mais difícil para Israel e o Império será deter a Frota.
Venham com a gente:
Raul Fitipaldi
@desacatobrasil

Barco de ajuda a Gaza responde ao governo Obama





24/6/2011, Countercurrents http://www.countercurrents.org/aoh240611.htm
Atenas, 24/6/2011 – Os ativistas pacifistas norte-americanos que se preparam para partir levando mensagem de solidariedade ao povo de Gaza a bordo do barco de bandeira norte-americana “A Audácia da Esperança” [título de livro de Obama] manifestaram profundo desapontamento, depois de ‘alerta’ emitido pelo Departamento de Estado dos EUA no dia 22/6/2011.

Em vez de escrever ao governo de Israel, exigindo livre passagem para um barco que conduz cidadãos norte-americanos desarmados com ajuda humanitária aos palestinos, o governo dos EUA pressiona seus próprios cidadãos para que não empreendam movimento legal que livremente decidiram empreender.

Na 4ª-feira, o departamento de Estado emitiu um “alerta de viagem” dirigido a cidadãos norte-americanos que planejem participar da Flotilha de Liberdade para Gaza. O documento aconselha os cidadãos norte-americanos a não viajar para Gaza por qualquer meio, por terra, mar ou ar, “considerando que em tentativas anteriores de entrar em Gaza por mar, os barcos foram impedidos por comandos israelenses, ação que resultou em mortos e feridos, além de prisão e deportação de cidadãos dos EUA.”

“Pelos termos do documentos, conclui-se que o Departamento de Estado entende que os atos de violência previsíveis de Israel contra manifestantes desarmados seriam eventos tão naturalmente previsíveis quanto maremotos ou tempestades” disse Hagit Borer, professora de Linguística da Universidade Southern California e passageira do barco norte-americano. “É atitude espantosa, vinda de governo que garante a Israel bilhões de dólares em ajuda militar e usa rotineiramente seu poder de veto para impedir que o governo de Israel seja censurado pelo Conselho de Segurança da ONU, pela prática de crime de ocupação ilegal de terras palestinas.”

Os passageiros do barco norte-americano observam que o Departamento de Estado tem o dever legal de proteger os cidadãos, sempre que viagem ao exterior. "Até hoje, os funcionários do governo dos EUA falharam sempre que se tratou de impedir que autoridades israelenses nos atacassem fisicamente” – disse Robert Naiman, diretor político da organização Just Foreign Policy, outro passageiro do barco para Gaza. “É claro que o Departamento de Estado deveria manifestar-se contra quem nos ameaça, em vez de tentar impedir que nós viajemos. É terrivelmente decepcionante constatar que não fazem o que devem fazer.”

A seguir, o texto da carta que os passageiros do barco “A Audácia da Esperança” enviaram, dia 14 de junho, ao presidente Obama, à secretária de Estado Hilary Clinton e a outras autoridades. Ainda não receberam resposta.


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14 de junho de 2011

Senhor Presidente
Casa Branca
1600 Pennsylvania Avenue NW, Washington, DC 20500
Senhor Presidente Obama:

Escrevemos para informar-lhe que 50 norte-americanos desarmados partirão nos próximos dias em barco sob bandeira dos EUA, que batizamos “A Audácia da Esperança”, e que integrará mais uma Flotilha da Paz rumo a Gaza.

Nossa manifestação pacífica fará pressão contra o bloqueio de Israel a Gaza, que já é, de fato, campo de prisioneiros no qual Israel mantém aprisionados 1,6 milhão de civis, a maioria dos quais com menos de 16 anos. O bloqueio israelense reduziu à miséria a população de Gaza, privou os palestinos de Gaza de itens básicos de sobrevivência e de materiais de construção para reconstruir as casas que o exército israelense destruiu no ataque de 2008-9; continua a impedir que os doentes e deficientes físicos encontrem socorro médico; e impede que estudantes já contemplados com bolsas de estudos ausentem-se de Gaza para estudar. Em Gaza, 45% da população em idade de trabalhar está desempregada.

Além de 10 passageiros, 5 tripulantes e 10 jornalistas, nosso barco leva também milhares de cartas de solidariedade, apoio e amizade reunidas em todos os EUA e endereçadas aos homens, mulheres e crianças de Gaza. Não temos a bordo nenhum tipo de arma. Não levamos a bordo nenhum produto comercial a ser entregue em Gaza. A nossa, é missão da sociedade civil dos EUA, dirigida à sociedade civil de Gaza. Não somos grupo partidário nem temos qualquer ligação com governo ou grupo de opinião. Nossa ação é ação não violenta, de solidariedade humana e de apoio ao povo palestino de Gaza, para ajudá-los a defender seus direitos humanos.

Na honrada tradição de ativismo não violento da sociedade norte-americana, que sempre se ergueu em manifestações pacíficas contra a injustiça, viajaremos a Gaza com a esperança de que nossa viagem prove ao povo de Gaza que não estão sós. Nossa viagem visa também a chamar a atenção dos EUA e do mundo para o castigo coletivo, moral e legalmente indefensável, que Israel impõe, em Gaza, a civis.

Sr. Presidente, o senhor com certeza já sabe que o bloqueio contra Gaza é insustentável. E seu governo já várias vezes manifestou apoio a manifestações pacíficas ao longo dessa “Primavera Árabe”.

Como cidadãos dos EUA, esperamos que nosso país e seu governo se empenhem para assegurar livre passagem para os barcos da Flotilha da Paz até Gaza. Contamos também com que nosso país apoiará nosso clamor, de caráter humanitário, para que o bloqueio israelense contra Gaza seja imediatamente levantado.

Para tanto, é preciso que o governo dos EUA notifique Israel, em termos claros, de que não deve impedir pela força que a nova Flotilha da Paz – à qual se integrou nosso barco “A Audácia da Esperança” – chegue a Gaza. É o que nós, que estaremos a bordo desse barco – engenheiros, pedreiros, bombeiros, advogados, trabalhadores sociais, aposentados, sobreviventes do Holocausto, funcionários públicos aposentados – esperamos de nosso presidente e do governo que ajudamos a eleger.
Nosso barco partirá do leste do Mediterrâneo na última semana de junho. Agradecemos desde já suas providências, para proteger nossas vidas e nos assegurar livre trânsito por mar até Gaza.

Atenciosamente,
Norte-americanos a bordo do barco “A Audácia da Esperança”, de bandeira norte-americana: Nic Abramson, Johnny Barber, Medea Benjamin, Greta Berlin, Hagit Borer, Regina Carey, Gale Courey Toensing, Erin DeRamus, Linda Durham, Debra Ellis, Hedy Epstein, Steve Fake, Ridgely Fuller, Megan Horan,Kathy Kelly, Kit Kittredge, Libor Koznar, Melissa Lane, G. Kaleo Larson, Richard Levy, Richard Lopez, Ken Mayers, Ray McGovern, Gail Miller, Carol Murry, Robert Naiman, Henry Norr, Ann Petter, Gabe Schivone, Kathy Sheetz, Max Suchan, Brad Taylor, Len Tsou, Alice Walker, Paki Wieland, Ann Wright.

Cc:
Sr. Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU
Sra. Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA
Sr. Jeffrey Feltman, secretário de Estado (assistente) dos EUA
Sra. Susan E. Rice, representante permanente dos EUA na ONU
Sr. James B. Cunningham, embaixador dos EUA em Israel (e outros)
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E Veja se retrata do vexame numa nota de pé de página

mariafro

Por que a resposta precisa e rápida da ministra Gleisi como a dada em nota oficial é importante? Porque prevalece o fato e não o factóide e porque não tem preço ver barriga de jornalista que não apura notícia.

“(Atualização, às 13h23: houve um lamentável erro de apuração na nota acima. O apartamento da ministra Gleisi Hoffman, comprado em 2003, possui 192 metros quadrados. A ministra esclarece que o imóvel valorizou-se, mas não chega a valer 900 000 reais)

Bravo, ministra @gleisi! E aí Lauro Jardim, vai comprar?

E ainda tem gente que sente saudade do Palocci.
De minha parte acho que a ex-senadora Gleisi, atual ministra da Casa civil é a ‘Dilma’ da Dilma, olha só como ela respondeu a um factóide de Veja. Vale leitura, eu ri alto. Dica do link, via PHA, no twitter.

Nota oficial da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann

25/06/2011
Nota Oficial
Sr. Lauro Jardim
Editor da Coluna Radar
Revista Veja
O apartamento que possuo em Curitiba tem menos de 190 metros quadrados de tamanho e não 412 metros, como afirma nota divulgada hoje, 25, no Radar on-line. Há outros erros na nota. A saber: diferentemente do que informa Lauro Jardim, a lei não permite, mas DETERMINA que o valor declarado ao Imposto de Renda seja o de compra. Assim, o apartamento, que adquiri em 2003, tem sido declarado pelo valor de compra desde a declaração de 2004. Sobre o valor de R$ 900 mil, citado na nota: é claro que meu apartamento valorizou-se nestes oito anos após a compra, mas, se Lauro Jardim ou o corretor que, diz ele, avaliou o imóvel, desejarem comprá-lo por este preço, podemos conversar.
Gleisi Hoffmann

Não Vai Fazer Falta Nenhuma

Morre o ex-ministro Paulo Renato Souza, 65, no interior de SP

Bolha DE SÃO PAULO

VITÓRIA DE GRAZIANO AMPLIA AÇÃO GLOBAL DO BRASIL, PROJETA DILMA E FAVORECE O PASSO SEGUINTE DE LULA

Numa eleição acirrada, em que votaram 180 países, o ex-ministro do governo Lula, José Graziano da Silva, superou por 4 votos o adversário espanhol, Miguel Angel Moratinos, na disputa pela sucessão de Jacques Diouf no comando da FAO, encerrada neste domingo , em Roma. O Brasil conquista assim seu primeiro posto de relevo entre as organizações internacionais, com uma candidatura que representava os países pobres. Não por acaso, antes da votação, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, elogiou o espanhol  Miguel Angel Moratinos, candidato europeu que carregava o fardo do protecionismo agrícola das nações ricas. A vitória brasileira reposiciona o papel da FAO no cenário internacional. O que se espera agora é um organismo renovado que passe a ecoar, de fato, os interesses Sul-Sul, na luta por um desenvolvimento feito de segurança alimentar e maior  justiça social. Graziano é um crítico da especulação financeira decorrente da desregulação do sistema bancário promovida pelo neoliberalismo. Ao contrário de seu adversário espanhol, em diversos pronunciamentos e artigos ele destacou a influência nefasta dos capitais especulativos na formação dos preços dos alimentos, gerando flutuações abruptas que asfixiam produtores e agravam a fome nos países pobres. A vitória do ex-ministro e amigo pessoal de Lula não pode ser entendida sem o pano de fundo da crise mundial que evidenciou o crepúsculo de uma agenda ortodoxa até então hegemônica.Por mais de 30 anos, ela subordinou o destino das nações e a segurança alimentar da sociedade  às supostas virtudes dos 'livres mercados', cujo saldo mórbido foi o recorde de um bilhão de famintos em pleno apogeu da tecnologia agrícola. A sucessão na FAO influenciará também a ação internacional de Lula que trabalhou intensamente nos bastidores da campanha, em contatos com chefes de Estado, sobretudo da África e América Latina. O  líder brasileiro passa a desfrutar agora de uma âncora institucional para seus projetos de cooperação entre América Latina e África, com base nas políticas sociais bem sucedidas de sua gestão. Para o governo Dilma, que se empenhou decididamente na eleição de Graziano, deslocando ministros e o chanceler Patriota a vários pontos do planeta, numa ação firme e centralizada no Itamaraty, a vitória é um trunfo que reafirma a liderança e a credibilidade do Brasil junto aos países pobres. O conjunto desagrada os que torciam por uma derrota para transformá-la no atestado de óbito de uma experiência de governo que, com todos os percalços, assumiu contornos de uma nova referência de desenvolvimento, cujos resultados impuseram um revés  superlativo ao neoliberalismo tropical. 
(Carta Maior; 2º feira, 27/06/ 2011)

Eleição de Graziano é vitória da política externa do Brasil

Carta Maior
Marco Aurélio Weissheimer

A eleição de José Graziano da Silva para a direção-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) é uma vitória da política externa brasileira, do governo da presidenta Dilma Rousseff e da agricultura brasileira, disse à Carta Maior o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, Alto Representante-Geral do Mercosul. “A eleição de Graziano significa o reconhecimento da importância do Brasil na área da agricultura, tanto na agricultura voltada para a exportação, quanto na agricultura familiar, onde o país teve um grande desenvolvimento agrário e social nos últimos anos, com programas altamente eficientes”.

Samuel Pinheiro Guimarães enfatizou o significado da escolha para a política externa brasileira. “A eleição do doutor Graziano significa o reconhecimento do êxito da política externa da presidenta Dilma. Disputamos essa eleição com um candidato muito forte (o espanhol Miguel Anges Moratinos). Foi uma disputa política muito dura onde só um vence. É preciso que se reconheça isso internamente. Foi uma vitória do governo e do Brasil”.

José Graziano da Silva assumirá a FAO num momento em que a segurança alimentar mundial voltou a ser tema de preocupação em virtude do preço dos alimentos. Samuel Pinheiro Guimarães lembrou que há uma demanda crescente por alimentos no mundo, o que abre uma grande oportunidade para o Brasil. “Temos a oportunidade de aproveitar essa situação para gerar receita para o país. Internamente, devemos aproveitar para agregar valor aos nossos principais produtos, como açúcar, soja e outros”.

O Alto Representante-Geral do Mercosul também destacou a importância da eleição de Graziano para as políticas de integração na área da agricultura que vem sendo implementadas no bloco sulamericano. “Isso naturalmente vai facilitar o aprofundamento dessas políticas que avançaram bastante nos últimos anos. Já uma cooperação muito estreita nesta área no âmbito do Mercosul, com um intercâmbio muito importante de experiências como o Programa de Aquisição de Alimentos e as políticas de micro-crédito”.


Leia mais em: O Esquerdopata
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O ‘filho’ de FHC e o ‘direito de saber’


Em 15 de setembro de 2009, o jornal Folha de São Paulo rompeu uma autocensura da imprensa brasileira que durou 18 longos anos ao revelar uma história que os setores mais informados da sociedade já conheciam, apesar de nunca ter saído em nenhum grande jornal, revista, rádio ou mesmo na televisão. Abaixo, a matéria.
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FOLHA DE SÃO PAULO
15 de setembro de 2009
FHC decide reconhecer oficialmente filho que teve há 18 anos com jornalista
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu oficializar o reconhecimento do filho que teve com a jornalista Mirian Dutra, da TV Globo.
Tomas Dutra Schmidt tem hoje 18 anos. O tucano já consultou advogados e viajou na semana passada a Madri,onde vive a jornalista, para cuidar da papelada.
Folha falou com FHC no hotel Palace, na Espanha, onde ele estava hospedado. O ex-presidente negou a informação e não quis se alongar sobre o assunto. Disse que estava na cidade para a reunião do Clube de Madri.
Mirian também foi procurada pela Folha, que a consultou a respeito do reconhecimento oficial de Tomas por FHC. “Quem deve falar sobre este assunto é ele e a família dele. Não sou uma pessoa pública”, afirmou a jornalista.
O ex-presidente e Mirian tiveram um relacionamento amoroso na década de 90, quando ele era senador em Brasília. Fruto desse namoro, Tomas nasceu em 1991. FHC e Mirian decidiram, em comum acordo, manter a história no âmbito privado, já que o ex-presidente era casado com Ruth Cardoso, com quem teve os filhos Luciana, Paulo Henrique e Beatriz.
No ano seguinte, a jornalista decidiu sair do Brasil e pediu à TV Globo, onde trabalhava havia sete anos, para ser transferida. Foi correspondente em Lisboa. Passou por Barcelona e Londres e hoje Trabalha para a TV em Madri.
Quando FHC assumiu o ministério da Fazenda, em 1993, a informação de que ele e Mirian tinham um filho passou a circular entre políticos e jornalistas.
Procurados mais de uma vez, eles jamais se manifestaram publicamente.
Em 1994, quando FHC foi lançado candidato à Presidência, Mirian passou a ser assediada por boa parte da imprensa.

E radicalizou a decisão de não falar sobre o assunto para, conforme revelou a amigos, impedir que Tomas virasse personagem de matérias escandalosas ou que o assunto fosse usado politicamente para prejudicar FHC.
Naquele ano, a colunista se encontrou com ela em Lisboa e a questionou várias vezes sobre FHC. “Nem o pai do meu filho pode dizer que é pai do meu filho”, disse Mirian.
Em 18 anos, o ex-presidente sempre reconheceu Tomas como filho, embora não oficialmente, e sempre colaborou com seu sustento. Nos oito anos em que ocupou a Presidência, os dois se viam uma vez por ano. Tomas chegou a visitá-lo no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.
Depois que deixou o cargo, FHC passou a ver o filho, que na época vivia em Barcelona, com frequência. Mirian o levava para Madri, Lisboa e Paris quando o ex-presidente estava nessas cidades. No ano passado, FHC participou da formatura de Tomas no Imperial College, em Londres.
Neste ano, Tomas mudou para os EUA para estudar Relações Internacionais na George Washington University.
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Ontem, sábado (25 de junho de 2011), veio a público notícia de que a autocensura que a grande imprensa se impôs por 18 anos foi vã, pois exame de DNA  teria comprovado que o filho que FHC teria tido fora do casamento não seria dele.
Uma curiosidade: mulheres que geraram filhos de Lula e de FHC se chamam Mirian, mas uma de sobrenome Cordeiro e a outra, Dutra.
A ruptura dessa autocensura, porém, não se deu de graça. Uma semana depois de a Folha ter dado essa notícia ocultada do público por tanto tempo, o mesmo jornal divulgou um longo artigo de um desafeto do então presidente Lula acusando-o de ter tentado estuprar um adolescente na cadeia quando esteve preso durante a ditadura.
Mais uma curiosidade: leitora deste blog que também é uma amiga, a socióloga carioca Vera Pereira, previu que a publicação da história sobre o filho de FHC fora do casamento seria uma desculpa para aquele jornal fazer algum ataque à vida pessoal de Lula.
A questão central, porém, não é essa. O que se pretende, aqui, é provar, pela milionésima vez, como a autoproclamada “imprensa independente” trata os políticos de acordo com o partido a que pertencem. A questão é: por que a mídia demorou 18 anos para contar a história do filho ilegítimo de FHC?
Esses meios de comunicação argumentam que simplesmente preservaram assuntos que só interessariam ao próprio ex-presidente tucano, pois seriam pertinentes à sua vida pessoal, com o que este blog concorda em gênero, número e grau.
Por polêmico que seja meu ponto de vista, digo que não me interessa se FHC pulou ou não a cerca, conquanto que a sua aventura amorosa não produza efeitos sobre a administração pública.
Contudo, não parece ser esse o caso. A Globo, que era empregadora da mãe do filho que FHC teria tido fora do casamento quando ela o deu à luz, tratou de expatriar a moça para a Europa sustentando-a inclusive durante período em que não trabalhou.
Vale dizer que nunca se soube que tipo de trabalho ela passou a fazer para a emissora nos anos que se seguiriam.
De qualquer forma, o argumento usado por todo aquele tempo pela Globo para não levar o caso do filho ilegítimo de FHC ao conhecimento público mostra-se diametralmente diferente do que a mesma emissora usou quando Fernando Collor de Mello expôs a vida íntima do ex-presidente Lula durante a campanha eleitoral de 1989.
Aquele foi o ano em que o jornal O Globo publicou editorial em que defendeu que Collor tinha o direito de expor a intimidade de Lula porque a sociedade teria o direito a saber desse tipo de detalhe sobre a vida pessoal dos políticos.
As informações que você lerá a seguir foram retiradas do site do jornalista Luiz Carlos Azenha.
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O GLOBO
12 de dezembro de 1989
Editorial
O Direito de Saber
O povo brasileiro não está acostumado a ver desnudar-se a seus olhos a vida particular dos homens públicos. O povo brasileiro também não está acostumado à prática da Democracia. A prática da Democracia recomenda que o povo saiba tudo o que for possível saber sobre seus homens públicos, para poder julgar melhor na hora de elegê-los.
Nos Estados Unidos, por exemplo, com freqüência homens públicos vêem truncada a carreira pela revelação de fatos desabonadores do seu comportamento privado. Não raro, a simples divulgação de tais fatos os dissuade de continuarem a pleitear a preferência do eleitor.
Um nebuloso acidente de carro em que morreu uma secretária que o acompanhava barrou, provavelmente para sempre, a brilhante caminhada do senador Ted Kennedy para a Casa Branca – para lembrar apenas o mais escandaloso desses tropeços.
Coisa parecida aconteceu com o senador Gary Hart; por divulgar-se uma relação que comprometia o seu casamento, ele nem sequer pôde apresentar-se à Convenção do Partido Democrata, na última eleição americana.
Na presente campanha, ninguém negará que, em todo o seu desenrolar, houve uma obsessiva preocupação dos responsáveis pelo programa do horário eleitoral gratuito da Frente Brasil Popular de esquadrinhar o passado do candidato Fernando Collor de Mello. Não apenas a sua atividade anterior em cargos públicos, mas sua infância e adolescência, suas relações de família, seus casamentos, suas amizades. Presume-se que tenham divulgado tudo de que dispunham a respeito.
O adversário vinha agindo de modo diferente. A estratégia dos propagandistas de Collor não incluía a intromissão no passado de Luís Inácio Lula da Silva nem como líder sindical nem muito menos remontou aos seus tempos de operário-torneiro, tão insistentemente lembrados pelo candidato do PT.
Até que anteontem à noite surgiu nas telas, no horário do PRN, a figura da ex-mulher de Lula, Mirian Cordeiro, acusando o candidato de ter tentado induzi-la a abortar uma criança filha de ambos, para isso oferecendo-lhe dinheiro, e também de alimentar preconceitos contra a raça negra.
A primeira reação do público terá sido de choque, a segunda é a discussão do direito de trazer-se a público o que, quase por toda parte, se classificava imediatamente de ‘baixaria’.
É chocante mesmo, lamentável que o confronto desça a esse nível, mas nem por isso deve-se deixar de perguntar se é verdadeiro. E se for verdadeiro, cabe indagar se o eleitor deve ou não receber um testemunho que concorre para aprofundar o seu conhecimento sobre aquela personalidade que lhe pede o voto para eleger-se Presidente da República, o mais alto posto da Nação.
É de esperar que o debate desta noite não se macule por excessos no confronto democrático, e que se concentre na discussão dos problemas nacionais.
Mas a acusação está no ar. Houve distorção? Ou aconteceu tal como narra a personagem apresentada no vídeo? Não cabe submeter o caso a inquérito. A sensibilidade do eleitor poderá ajudá-lo a discernir onde está a verdade – e se ela deve influenciar-lhe o voto, domingo próximo, quando estiver consultando apenas a sua consciência.
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A denúncia da ex-namorada de Lula foi totalmente desmascarada. Um jornalista chamado Luís Maklouf publicou um livro intitulado Eu Já Vi Esse Filme, em que relata que Mirian Cordeiro teve que ser sustentada por Collor durante anos pelo serviço prestado. Quando perguntada sobre seu padrão de vida, declarou: “Só sei que estão pagando tudo”.
Jamais houve, porém, interesse da imprensa nesses fatos. Devassaram a vida de Lula em nome da “liberdade de imprensa” e do “interesse público”, mas não tiveram a dignidade de reparar a injustiça histórica que a própria filha do ex-presidente, Lurian, já dissera reiteradas vezes que fora cometida pela mãe.
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Abaixo, o vídeo da “denúncia” contra Lula usada para derrotá-lo em 1989