Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Tribunal reconhece que Lauro Jardim mentiu sobre filho de Lula, mas não admite queixa-crime

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O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro reconheceu que o colunista de O Globo Lauro Jardim publicou uma "mentira" a respeito de Fábio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, mas entendeu que uma nota reparando a notícia, quase um mês depois, elimina a possibilidade de o jornalista ser alvo de uma queixa-crime por difamação e injúria; a defesa do filho de Lula promete recorrer da decisão do TJRJ. 


Jornal GGN - O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro reconheceu que o colunista de O Globo Lauro Jardim publicou uma "mentira" a respeito de Fábio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, mas entendeu que uma nota reparando a notícia, quase um mês depois, elimina a possibilidade de o jornalista ser alvo de uma queixa-crime por difamação e injúria.

O jornalista global escreveu que, em delação premiada, Fernando Baiano teria dito que pagou despesas pessoais de Fábio Luis. Segundo o escritório de advogados que também fazem a defesa de Lula, dois desembargadores do TJRJ decidiram que Lauro Jardim reconheceu a mentira numa errata publicada 28 dias depois.

Um terceiro desembargador, no entanto, votou para que a conduta de Lauro Jardim seja apurada em ação penal. Por isso, a defesa do filho de Lula promete recorrer da decisão do TJRJ.
Abaixo, a nota da defesa de Lula na íntegra.

Embora tenha reconhecido que Lauro Jardim faltou com a verdade ao publicar a nota “Delação Explosiva” (O Globo 11/10/2015), atribuindo a Fábio Luis Lula da Silva o recebimento de cerca de R$ 2 milhões do Sr. Fernando Soares (Fernando Baiano), o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por maioria de votos, rejeitou hoje (06/09/2916) o recurso de apelação interposto por seus advogados, que pretendiam o processamento de queixa-crime protocolada em 27/10/2015. A queixa aponta a ocorrência de difamação e injúria.

Dois Desembargadores da 4ª. Câmara Criminal do TJRJ - os Drs. Antonio Eduardo Ferreira Duarte e Gizelda Leitão Teixeira - decidiram que o fato de o jornalista ter reconhecido a mentira (errata publicada em 8/11/2015), mesmo que cerca de um mês depois, o isentaria de responder ação penal, uma vez, que na visão deles, estaria ausente a intenção de difamar e injuriar. O terceiro vogal, Desembargador Francisco José de Azevedo, por outro lado, proferiu voto acolhendo o recurso para processar a queixa, por entender que a intenção ou não do jornalista de ofender a honra de Fábio deve ser apurada no curso da ação penal.

Na qualidade de advogados de Fábio Luis, entendemos que a veiculação de uma mentira, em linguajar tendencioso e sensacionalista, com chamada de capa, desmentida apenas após 28 dias, deve autorizar o processamento da queixa-crime, razão pela qual iremos  recorrer da decisão do TJRJ.


A nota de Lauro Jardim contra o filho de Lula:

Em delação, Fernando Baiano diz que pagou despesas pessoais de filho de Lula
Por Lauro Jardim

Em O Globo

Está destinada a causar um estrondoso tumulto a delação premiada de Fernando Baiano, cuja homologação foi feita pelo ministro Teori Zavascki na sexta-feira.

O operador (de parte) do PMDB na Petrobras pôs no olho do furacão nada menos do que Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha.

Baiano contou que pagou despesas pessoais do primogênito de Lula no valor de cerca de R$ 2 milhões. Ao contrário dos demais delatores, que foram soltos logo após a homologação das delações, Baiano ainda fica preso até 18 de novembro, quando completa um ano encarcerado. Voltará a morar em sua cobertura de 800 metros quadrados na Barra da Tijuca.

A propósito, quem teve acesso ao conteúdo da delação conta que Eduardo Cunha é, sim, citado por Baiano, que reconhece suas relações com o presidente da Câmara. Mas não entrega nada arrasador contra Cunha.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Estadão culpa Dilma (?!) por Temer matricular filho em escola bilíngue


filho da capa
O assunto não é a mais nova iniciativa patética de Michel Temer para chamar atenção, até porque a falta de noção do presidente interino já se tornou proverbial graças a iniciativas ridículas dele como a de vazar para a imprensa textos lamurientos com vistas a gerar comiseração do eleitorado, como no caso do “vice decorativo”, que fez a festa da internet.
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Porém, a nova iniciativa marqueteira de Temer – que esteve mais para auto “trolagem” – quase rivaliza com a do “vice decorativo”.
Até a imprensa amiga sentiu vergonha alheia. Os veículos menos temerários chegaram a publicar matérias em tom de espanto com o ridículo de o presidente da República torrar dinheiro público para ir buscar o filho na escola e, o que é pior, avisar a imprensa para ir lá registrar.
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http://www.valor.com.br/politica/4648107/temer-convoca-imprensa-para-ve-lo-buscar-filho-na-escola

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http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2016-07-26/michel-temer-vai-buscar-filho-na-escola-e-irrita-pais-com-movimentacao.html
Para ler as matérias acima, clique nas imagens.
Contudo, seria desnecessário abordar o comportamento histriônico peculiar aos reacionários. Este post, pois, deve-se ao comportamento de uma imprensa que não pouparia Dilma ou Lula de um enorme bombardeio se gastassem dinheiro com cerimonial para o presidente da República infernizar a cidade e o colégio em que seu filho estuda fechando ruas e espalhando agentes de segurança para uma medida tão prosaica quanto ir buscar o filho na escola.
Todos já sabem que, mais uma vez, o tiro marqueteiro do mordomo de filme de terror saiu pela culatra. Tanto que até seu congênere de aparência de mordomo, o colunista Merval Pereira, criticou o interino por encenar essa idiotice de ir buscar o filho na escola.
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Merval disse que se Temer não pretende ir buscar o filho todo dia na escola, não havia por que chamar a imprensa para registrar, o que não é a crítica correta.
O que chama atenção nesse episódio todo é a falta de noção de certa imprensa. Além de aliviar para Temer após atitude tão ridícula, um grande jornal teve a falta de senso de ridículo de criticar a presidente afastada, Dilma, pela escolha de escola que o mordomo de filme de Terror fez para seu filho.
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Concordo com o jornal que Temer matricular o filho em uma escola “bilíngue”, e que tão pouco tem que ver com o Brasil – pois é uma escola voltada para filhos de estrangeiros –, depõe contra aquele que, com essa escolha, manda um recado tão claro à sociedade que dispensa explicações. O jornal está certo ao destacar esse fato.
Contudo, o que, diabos, a “Chapa Dilma Temer” tem que ver com a escolha de Temer? Ele consultou Dilma Rousseff antes de escolher a escola do filho?
O que esse jornal faz é uma pilantragem. Ele se aproveita do baixo quociente de inteligência da direita brasileira para tentar responsabilizar Dilma por um comportamento de Temer que preocupa os país daqueles que estudam em escola pública e que chega a ser escandaloso.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

EX-AMANTE REVELA O LADO FRANK UNDERWOOD DE FHC

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Ex-amante de FHC atua como propagandista anti Dilma na Espanha


Rameira! Ponha-se daqui pra fora!
Fernando Henrique Cardoso, em 1990

O escritor Palmério Dória não poderia ter sido mais feliz ao iniciar o best-seller “O Príncipe da Privataria” (Geração Editorial) com o relato da expulsão de uma então jornalista da Globo do gabinete do então senador Fernando Henrique Cardoso, no início dos anos 1990, quando ele se preparava para disputar a Presidência da República pela primeira vez.
Para quem não leu a saborosa obra de Dória, vale explicar que aquela jornalista fora comunicar a FHC – então casado com a hoje falecida antropóloga Ruth Cardoso – que esperava um filho seu, o que, para si, constituiria uma tragédia política.
Essa passagem do livro narra a gênese da longa trajetória de Miriam Dutra Schmidt que começaria a partir dali, quando foi ao gabinete do promissor político que se tornaria o novo ícone da direita brasileira, posição que ocupa até hoje.
Com o “problema” político para aquele que se tornaria o grande aliado da Globo ao longo de seu mandato como presidente da República (1995-2002), a emissora decidiu “exilar” a moça, tornando-a sua “correspondente” na Espanha, onde permanece até hoje.
A personagem “Miriam Dutra” impressiona pela escassez de informações sobre si, apesar de seu caso com um dos políticos mais importantes do país. Mesmo fazendo busca no site Globo.com, o que se encontra é muito pouco.
Em busca no portal da Globo, além de reprodução de matérias que saíram em toda grande imprensa quando FHC decidiu reconhecer publicamente o filho que teve com Miriam (2009), só há algumas raras matérias que ela fez para a emissora.
O pouco que há no site da Globo sobre Miriam como sua correspondente na Espanha só chega até o início de 2010. Uma das matérias que sustentaram a “dolce vita” da ex-amante de FHC na Europa após supostamente engravidar dele é de janeiro de 2010, no programa “Em Cima da Hora”, que tratava do “caos nas praias brasileiras”. Coube a Miriam exaltar a diferença entre as praias espanholas e as brasileiras.
Clique na imagem para ver a matéria
Em agosto de 2010, na busca da Globo.com há um outro link para outro dos raros trabalhos de Miriam para a emissora. O site informa que se trata de “entrevista feita pela correspondente Mirian Dutra com o jornalista e porta-voz dos dissidentes cubanos em Madri, Julio César Galvéz”.
Curiosamente, porém, ao tentar assistir ao vídeo o internauta é informado de que se trata de “conteúdo não disponível”. Clique na imagem para acessar a página.
Contudo, comentário postado por uma leitora da Globo.com nessa página indica como foi feita a matéria, ainda que não explique por que ela foi retirada do ar.
Diz a internauta “Maria Adelia Endres”, em 6 agosto de 2010 às 17:35 hs:
Seria muito importante que a entrevista fosse passada no Fantástico, onde toda a população brasileira pudesse ver a vergonha que é Cuba. A vergonha que Fidel tornou o país. Eu visitei Cuba na década de 90 o sistema já estava mais do que podre, e tudo o que vejo recentemente está 200 vezes pior (…)”
Enfim, essa “importante” atuação jornalística de Miriam na Globo termina em 2010. De lá para cá, nada mais consta no site da Globo sobre a ex-amante do ex-presidente tucano. E a última notícia sobre ela na grande mídia brasileira é de 2011, quando se tornou público que um exame de DNA mostrara que o filho que a jornalista teria tido com FHC, não era dele.
No início de junho, porém, um vídeo surge no You Tube. Mostra Miriam Dutra Schmidt em um programa da televisão espanhola engrossando o coro de certa “esquerda” contra a realização da Copa de 2014 no Brasil.
Tratou-se do programa “Detrás de la razón”, ou, em bom português, “por trás da razão”. O apresentador faz uma introdução em que encampa, ipsis-litteris, o discurso anticopa da tal “esquerda” que, em plena competição, tratava de tentar manter o movimento vivo promovendo protestos pequenos, porém muito violentos.
Eis que o apresentador chama para um debate ninguém mais, ninguém menos do que ela, Miriam Dutra, e o acadêmico chileno Pablo Jofré. As missões de ambos, naquele programa, eram, respectivamente, atacar e defender a realização da Copa no Brasil.
O que chama atenção nas falas de Miriam é o espanhol capenga, apesar de residir por tantos anos na Espanha. Mas não só: a ex-amante de FHC cita uma série de dados errados sobre a Copa, tais como custo etc. Além disso, ataca duramente o povo brasileiro com frases como “Não sabe escrever, mas sabe jogar futebol”.
O apresentador abre o programa perguntando a Miriam sobre frase dos militontos que protestavam violentamente contra a Copa: “Um professor vale mais do que Neymar”, como se alguém estivesse comparando ou fazendo tal escolha”.
Em mau espanhol, Miriam começa a catilinária antibrasileira “explicando” que “Es las contradiciones de Brasil”, ao invés de dizer que “SON LAS CONTRADICIONES DE BRASIL”. Em seguida, diz que professores são mais importantes que Neymar, dando a entender ao público espanhol que o governo investe no craque em lugar de investir em educação.
O analista internacional Pablo Jofré rebate, explicando que não são contradições “do Brasil”, mas dos países latino-americanos.
O programa transcorre com o embate entre o perplexo acadêmico chileno e a verborrágica jornalista brasileira, que distorce dados, cita números errados e diz a enormidade de que o sucesso de organização da Copa se deve “ao povo brasileiro”, que pouco antes insultara com a frase sobre não saber escrever, mas saber jogar futebol.
A grande questão que o ressurgimento de Miriam Dutra levanta é a coincidência entre suas opiniões políticas e as da Globo e as do seu ex-amante, bem como do partido dele.
Miriam Dutra não importa, mas o trabalho que está promovendo na mídia espanhola é relevante. Sugere que suas relações políticas com a mídia tucana e com FHC prosseguem informalmente e, mais do que isso, que tucanos e a mídia que os apoia tratam de espalhar pelo mundo a difamação do Brasil, do seu povo e do seu governo.
Confira, abaixo, o vídeo em questão.

domingo, 29 de dezembro de 2013

GLOBO FARÁ SÉRIE SOBRE A MÃE DE JOAQUIM BARBOSA

domingo, 26 de junho de 2011

O ‘filho’ de FHC e o ‘direito de saber’


Em 15 de setembro de 2009, o jornal Folha de São Paulo rompeu uma autocensura da imprensa brasileira que durou 18 longos anos ao revelar uma história que os setores mais informados da sociedade já conheciam, apesar de nunca ter saído em nenhum grande jornal, revista, rádio ou mesmo na televisão. Abaixo, a matéria.
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FOLHA DE SÃO PAULO
15 de setembro de 2009
FHC decide reconhecer oficialmente filho que teve há 18 anos com jornalista
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu oficializar o reconhecimento do filho que teve com a jornalista Mirian Dutra, da TV Globo.
Tomas Dutra Schmidt tem hoje 18 anos. O tucano já consultou advogados e viajou na semana passada a Madri,onde vive a jornalista, para cuidar da papelada.
Folha falou com FHC no hotel Palace, na Espanha, onde ele estava hospedado. O ex-presidente negou a informação e não quis se alongar sobre o assunto. Disse que estava na cidade para a reunião do Clube de Madri.
Mirian também foi procurada pela Folha, que a consultou a respeito do reconhecimento oficial de Tomas por FHC. “Quem deve falar sobre este assunto é ele e a família dele. Não sou uma pessoa pública”, afirmou a jornalista.
O ex-presidente e Mirian tiveram um relacionamento amoroso na década de 90, quando ele era senador em Brasília. Fruto desse namoro, Tomas nasceu em 1991. FHC e Mirian decidiram, em comum acordo, manter a história no âmbito privado, já que o ex-presidente era casado com Ruth Cardoso, com quem teve os filhos Luciana, Paulo Henrique e Beatriz.
No ano seguinte, a jornalista decidiu sair do Brasil e pediu à TV Globo, onde trabalhava havia sete anos, para ser transferida. Foi correspondente em Lisboa. Passou por Barcelona e Londres e hoje Trabalha para a TV em Madri.
Quando FHC assumiu o ministério da Fazenda, em 1993, a informação de que ele e Mirian tinham um filho passou a circular entre políticos e jornalistas.
Procurados mais de uma vez, eles jamais se manifestaram publicamente.
Em 1994, quando FHC foi lançado candidato à Presidência, Mirian passou a ser assediada por boa parte da imprensa.

E radicalizou a decisão de não falar sobre o assunto para, conforme revelou a amigos, impedir que Tomas virasse personagem de matérias escandalosas ou que o assunto fosse usado politicamente para prejudicar FHC.
Naquele ano, a colunista se encontrou com ela em Lisboa e a questionou várias vezes sobre FHC. “Nem o pai do meu filho pode dizer que é pai do meu filho”, disse Mirian.
Em 18 anos, o ex-presidente sempre reconheceu Tomas como filho, embora não oficialmente, e sempre colaborou com seu sustento. Nos oito anos em que ocupou a Presidência, os dois se viam uma vez por ano. Tomas chegou a visitá-lo no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.
Depois que deixou o cargo, FHC passou a ver o filho, que na época vivia em Barcelona, com frequência. Mirian o levava para Madri, Lisboa e Paris quando o ex-presidente estava nessas cidades. No ano passado, FHC participou da formatura de Tomas no Imperial College, em Londres.
Neste ano, Tomas mudou para os EUA para estudar Relações Internacionais na George Washington University.
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Ontem, sábado (25 de junho de 2011), veio a público notícia de que a autocensura que a grande imprensa se impôs por 18 anos foi vã, pois exame de DNA  teria comprovado que o filho que FHC teria tido fora do casamento não seria dele.
Uma curiosidade: mulheres que geraram filhos de Lula e de FHC se chamam Mirian, mas uma de sobrenome Cordeiro e a outra, Dutra.
A ruptura dessa autocensura, porém, não se deu de graça. Uma semana depois de a Folha ter dado essa notícia ocultada do público por tanto tempo, o mesmo jornal divulgou um longo artigo de um desafeto do então presidente Lula acusando-o de ter tentado estuprar um adolescente na cadeia quando esteve preso durante a ditadura.
Mais uma curiosidade: leitora deste blog que também é uma amiga, a socióloga carioca Vera Pereira, previu que a publicação da história sobre o filho de FHC fora do casamento seria uma desculpa para aquele jornal fazer algum ataque à vida pessoal de Lula.
A questão central, porém, não é essa. O que se pretende, aqui, é provar, pela milionésima vez, como a autoproclamada “imprensa independente” trata os políticos de acordo com o partido a que pertencem. A questão é: por que a mídia demorou 18 anos para contar a história do filho ilegítimo de FHC?
Esses meios de comunicação argumentam que simplesmente preservaram assuntos que só interessariam ao próprio ex-presidente tucano, pois seriam pertinentes à sua vida pessoal, com o que este blog concorda em gênero, número e grau.
Por polêmico que seja meu ponto de vista, digo que não me interessa se FHC pulou ou não a cerca, conquanto que a sua aventura amorosa não produza efeitos sobre a administração pública.
Contudo, não parece ser esse o caso. A Globo, que era empregadora da mãe do filho que FHC teria tido fora do casamento quando ela o deu à luz, tratou de expatriar a moça para a Europa sustentando-a inclusive durante período em que não trabalhou.
Vale dizer que nunca se soube que tipo de trabalho ela passou a fazer para a emissora nos anos que se seguiriam.
De qualquer forma, o argumento usado por todo aquele tempo pela Globo para não levar o caso do filho ilegítimo de FHC ao conhecimento público mostra-se diametralmente diferente do que a mesma emissora usou quando Fernando Collor de Mello expôs a vida íntima do ex-presidente Lula durante a campanha eleitoral de 1989.
Aquele foi o ano em que o jornal O Globo publicou editorial em que defendeu que Collor tinha o direito de expor a intimidade de Lula porque a sociedade teria o direito a saber desse tipo de detalhe sobre a vida pessoal dos políticos.
As informações que você lerá a seguir foram retiradas do site do jornalista Luiz Carlos Azenha.
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O GLOBO
12 de dezembro de 1989
Editorial
O Direito de Saber
O povo brasileiro não está acostumado a ver desnudar-se a seus olhos a vida particular dos homens públicos. O povo brasileiro também não está acostumado à prática da Democracia. A prática da Democracia recomenda que o povo saiba tudo o que for possível saber sobre seus homens públicos, para poder julgar melhor na hora de elegê-los.
Nos Estados Unidos, por exemplo, com freqüência homens públicos vêem truncada a carreira pela revelação de fatos desabonadores do seu comportamento privado. Não raro, a simples divulgação de tais fatos os dissuade de continuarem a pleitear a preferência do eleitor.
Um nebuloso acidente de carro em que morreu uma secretária que o acompanhava barrou, provavelmente para sempre, a brilhante caminhada do senador Ted Kennedy para a Casa Branca – para lembrar apenas o mais escandaloso desses tropeços.
Coisa parecida aconteceu com o senador Gary Hart; por divulgar-se uma relação que comprometia o seu casamento, ele nem sequer pôde apresentar-se à Convenção do Partido Democrata, na última eleição americana.
Na presente campanha, ninguém negará que, em todo o seu desenrolar, houve uma obsessiva preocupação dos responsáveis pelo programa do horário eleitoral gratuito da Frente Brasil Popular de esquadrinhar o passado do candidato Fernando Collor de Mello. Não apenas a sua atividade anterior em cargos públicos, mas sua infância e adolescência, suas relações de família, seus casamentos, suas amizades. Presume-se que tenham divulgado tudo de que dispunham a respeito.
O adversário vinha agindo de modo diferente. A estratégia dos propagandistas de Collor não incluía a intromissão no passado de Luís Inácio Lula da Silva nem como líder sindical nem muito menos remontou aos seus tempos de operário-torneiro, tão insistentemente lembrados pelo candidato do PT.
Até que anteontem à noite surgiu nas telas, no horário do PRN, a figura da ex-mulher de Lula, Mirian Cordeiro, acusando o candidato de ter tentado induzi-la a abortar uma criança filha de ambos, para isso oferecendo-lhe dinheiro, e também de alimentar preconceitos contra a raça negra.
A primeira reação do público terá sido de choque, a segunda é a discussão do direito de trazer-se a público o que, quase por toda parte, se classificava imediatamente de ‘baixaria’.
É chocante mesmo, lamentável que o confronto desça a esse nível, mas nem por isso deve-se deixar de perguntar se é verdadeiro. E se for verdadeiro, cabe indagar se o eleitor deve ou não receber um testemunho que concorre para aprofundar o seu conhecimento sobre aquela personalidade que lhe pede o voto para eleger-se Presidente da República, o mais alto posto da Nação.
É de esperar que o debate desta noite não se macule por excessos no confronto democrático, e que se concentre na discussão dos problemas nacionais.
Mas a acusação está no ar. Houve distorção? Ou aconteceu tal como narra a personagem apresentada no vídeo? Não cabe submeter o caso a inquérito. A sensibilidade do eleitor poderá ajudá-lo a discernir onde está a verdade – e se ela deve influenciar-lhe o voto, domingo próximo, quando estiver consultando apenas a sua consciência.
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A denúncia da ex-namorada de Lula foi totalmente desmascarada. Um jornalista chamado Luís Maklouf publicou um livro intitulado Eu Já Vi Esse Filme, em que relata que Mirian Cordeiro teve que ser sustentada por Collor durante anos pelo serviço prestado. Quando perguntada sobre seu padrão de vida, declarou: “Só sei que estão pagando tudo”.
Jamais houve, porém, interesse da imprensa nesses fatos. Devassaram a vida de Lula em nome da “liberdade de imprensa” e do “interesse público”, mas não tiveram a dignidade de reparar a injustiça histórica que a própria filha do ex-presidente, Lurian, já dissera reiteradas vezes que fora cometida pela mãe.
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Abaixo, o vídeo da “denúncia” contra Lula usada para derrotá-lo em 1989