Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 6 de julho de 2012

CPI: a Veja está perto do Juízo Final !

Sabe-se que os filhos do Roberto Marinho se reuniram com Michel Temer e passaram a seguinte instrução: quando ouvir falar em Veja, entenda imprensa; quando ouvir falar em imprensa, entenda Globo.


Oficialmente, a CPI do Robert(o) Civita só sabe que o Policarpo Junior se encontrava mais pessoalmente com o Carlinhos Cachoeira do que falava por telefone.

Isso, Ernani de Paula, na entrevista à Record que melou o mensalão , já dizia.

Ernani encontrou Policarpo na empresa do Carlinhos.

A CPI sabe, oficialmente, que Policarpo estava promiscuamente ligado ao Carlinhos Cachoeira.

Oficialmente, sabe que algumas das “reportagens” que Policarpo publicou na Veja resultavam em benefícios das empresas da Cachoeira.

Basta ler a Veja.

(Sé é que o amigo navegante tem coragem para isso.)

E acompanhar as graves denúncias do Senador Collor – de que havia um intercâmbio entre Policarpo Junior, o Ministério Público e os interesses pecuniários de Carlinhos Cachoeira.

Collor sustenta que Policarpo era o “mastermind” do intercâmbio de informações.

Ele era o pivô entre o Ministério Público e Cachoeira.

Agora, o que a CPI começou a descobrir, também, com o farto material que o relator Odair Cunha trouxe de Anápolis do cofre do Carlinhos Cachoeira  é a relação mais profunda entre Policarpo, a Veja e o crime organizado.

Torna-se progressivamente inevitável que Robert(o) Civita e Policarpo façam aquilo que Collor considera um dever da CPI: responsabilizar Robert(o) e Policarpo.

Sabe-se que os filhos do Roberto Marinho – eles não tem nome próprio – se reuniram com Michel Temer e passaram a seguinte instrução: quando ouvir falar em Veja, entenda imprensa; quando ouvir falar em imprensa, entenda Globo.

Breve, isso ruirá.

Em tempo: breve também se esclarecerá por que um delegado da Polícia Federal se ofereceu para ir à CPI e, quando se perguntava sobre o Policarpo, ele insistia em dizer que ali não havia crime nenhum. E insistia. Mesmo depois de vários parlamentares o interrogarem. Estranho …

Paulo Henrique Amorim

Veja não vai vencer sem lutar

Participei hoje de reunião com entidades e pessoas físicas para defender uma ação conjunta de movimentos sociais e pessoas físicas que entendem que o envolvimento da revista Veja com o bicheiro Carlos Cachoeira é grave demais para ficar impune sem que uma só medida concreta seja tomada para elucidar essas relações tão suspeitas.
Em um primeiro momento, havia o entendimento de que se deveria deixar a CPMI do Cachoeira trabalhar, na esperança de que a parcela da classe política que entende a gravidade dos fatos tomasse alguma atitude. No entanto, à exceção de Fernando Collor e do deputado pernambucano Fernando Ferro (PT), os integrantes da Comissão que não integram partidos cúmplices da Veja parecem ter decidido brindá-la com a impunidade.
Todavia, se a classe política se acovarda isso não quer dizer que a sociedade civil tenha que fazer o mesmo. Há meios de atuar para ao menos não entregar de bandeja a vitória da impunidade a esse grupo empresarial cujos fatos sugerem que pode integrar o crime organizado.
Há dúvidas e resistências para uma ação integrada que vise esclarecer o envolvimento da Veja com uma quadrilha que fincou raízes em cada quadrante da República. Este blogueiro, na condição de presidente da ONG Movimento dos Sem Mídia, está lutando para que isso não ocorra. E está buscando ajuda.
A reunião desta sexta-feira, apesar de não ter sido cem por cento conclusiva, deixa esperança de que ajuda haverá. Até porque, há uma quantidade imoral de evidências de envolvimento da Veja com o crime organizado. Evidências que, de forma ainda mais escandalosa, o Ministério Público Federal ignora.
O Movimento dos Sem Mídia, de uma forma ou de outra, não permitirá que a Veja triunfe sem ter que disparar um só tiro. O MSM não tem medo da Veja, um medo que parece envolver a classe política, os três poderes da República e uma parte considerável da sociedade civil.
Quero deixar registrado que gostaria muito de dividir a luta com outros companheiros e entidades, pois será uma luta dura levar a Veja a ter ao menos que explicar sua relação escandalosa com o crime organizado. Lutar sozinho será muito difícil. Contudo, se não tiver outro jeito, agirei sozinho.  É uma promessa.

Quanto mais idiota melhor


Difícil dizer quem é mais idiota no caso: os espectadores americanos que ficam em dúvida quanto à existência de sereias depois de assistir a um "documentário", o "órgão americano" (Administração Nacional de Oceanos) por achar que é sua função negar a existência de seres imaginários ou o Estadão por chamar uma idiotice dessas de "polêmica".

P.S.: Não adianta dizer que o mais idiota sou eu por ler essas coisas: está na página inicial do Estadão e eu sou obrigado a ler o Estadão, Folha e O Globo para ter quem xingar.
O Esquerdopata

Discurso de Serra empolga militância

Será Cerra inimputável ?

Por que Cerra tem tanto poder, amigo navegante ?


A Globo se dedica ao patético exercício da omissão: finge que o Paulo Preto não foi convocado para depor na CPI do Robert(o) Civita.

Clique aqui para ler sobre a desconvocação determinada pelo Ali Kamel.

E aqui para ler “Paulo Preto começa a doer”.

A Globo e o Cerra ainda acreditam no ACM, já falecido, como se sabe: se o jornal nacional não deu, não aconteceu.

Essa é apenas uma amostra dos mecanismos que a Democracia brasileira oferece a um político como o Cerra: atravessar 25 anos na vida pública totalmente impune.

A Democracia brasileira oferece a Cerra mais imunidade que ao Coronel Ustra ou ao Major Curió.

Cerra deixou a Secretaria do Planejamento do Governo Montoro sob a acusação de ali ter ficado rico.

Ele interveio no processo para impedir que a Justiça provasse que ele não era ladrão.

Cerra se inscreve na Justiça Eleitoral como economista e não é.

Que é engenheiro e não é.

Faz dossiês contra companheiros de partido.

Montou a patranha que tirou Roseana Sarney do páreo em 2002.

Vendeu a Light e a Vale do Rio Doce a preço criminosamente baixos.

Prometeu o pré-sal à Chevron.

Participou da jestão que comprava ambulâncias super-faturadas quando Ministro da Saúde.

Deve ser um dos cérebros atrás da patranha tucana dos aloprados, que serviu para abafar o escândalo das ambulâncias.

Quem mandava no delegado Bruno, aquele que mostrou as fotos do dinheiro aloprado ao jornal nacional e à Folha e ajudou o Ali Kamel a dar o Golpe no primeiro turno da eleição de 2002 ?

(Clique aqui para ler “O primeiro Golpe já houve; falta o segundo”.)

(Por onde anda o delegado Bruno ? Em Miami ?)

O Robanel dos tunganos.

As concorrências fraudadas no metro de São Paulo, cujo resultado a imprensa divulga antes ?

A missão Itagiba a Minas, para desconstruir a candidatura Aécio Never ?

O que deu origem ao livro “Privataria Tucana”, onde o clã Cerra está mais sujo do que todos os mensaleiros – de Minas e alhures.

A fraude da bolinha de papel, em conluio com o Ali Kamel.

A suspeita de ter sido o “operador” da crise em torno do encontro do Nunca Dantes com o “meu presidente !”.

Por que o Fernando Henrique impediu a Polícia Federal de continuar a investigação sobre a conta dos tucanos em Cayman ?

(Que o PiG (*) deu um jeito de transformar na fraude de um dossiê dito “dossiê Cayman”.)

Por que ?

O Leandro Fortes deve saber a reposta.

E essas pistas adicionais à marginal (sic) em São Paulo, no último minuto de seu desastrado Governo – essas mesmas pistas que levam de um engarrafamento a outro ?

O que o Cavendish fazia ali, debaixo da ponte, com o Paulo Preto ?

Por que o Cerra ficou impune até hoje ?

Como suspeitava o Bierrembach – o Cerra é um dos políticos mais ricos do Brasil ?

Será que ele tem uma pinacoteca tão ampla e valiosa quanto a do Edemar ?

Alguém já viu ou é só lenda ?

O que explica essa impunidade de 25 anos ?

Ora, dirá o amigo navegante, é porque o PiG (*) o protege.

Porque o PiG (*) o elegeu “a elite da elite”.

Porque ele é a tábua de salvação da elite brasileira, especialmente a separatista de São Paulo.

O falecido “seu Frias”, herói de 1932 e da Oban, dizia a um amigo: viverei o suficiente para ver o Cerra salvar o Brasil.

Não deu.

Em retribuição, Cerra lhe deu o nome a uma ponte.

Por isso, o PiG finge até hoje que o livro do Amaury não foi  escrito, que o Ricardo Sergio de Oliveira é um George Soros e o “Dr Escuta” o nosso Thomas Edison.

Ou que a filha dele é a Adrianna Huffington do Alto da Lapa.

E o Pagot ?

O Pagot vai ter que contar na CPI do Robert(o) Civita por que disse à IstoÉ que o Cerra ficava com o filé mignon das empreitagens.

Ele gosta do bom e do melhor.

Em Nova York, só vai ao Café Bouloud e se hospeda num Mercure ao lado.

Que imunidade tem o Cerra ?

Hoje, candidato a prefeito (derrotado) de São Paulo, ele tem tanta imunidade quanto o Sarkozy – clique aqui para ler sobre as atribulações do ex-presidente por causa de uma privataria.

Cerra não tem imunidade mas tem impunidade.

Vale mais na Democracia brasileira.

Está mais sujo que pau de galinheiro.

E edita os telejornais da Rede Globo de Televisão.

Por que Cerra tem tanto poder, amigo navegante ?

Porque ele é uma bomba que oscila entre uma eleição e outra.

Que fez das eleições um meio de vida.

Eleição pressupõe doação, contribuição, Ricardos Sergios de Oliveira.

Ele é um Daniel Dantas.

Ele tem todos os dossiês.

Todas as contas dos tribunais (eleitorais e outros).

Ninguém toca nele.

Ele tem o máximo poder.

O Verbo !


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

CPI da Veja: Ali Kamel desconvoca Paulo Preto

Como diria a Globo, vale a pena ler de novo, pois Cerra é, na verdade, “o número 1 da Delta”.


Os âncoras do Rio e de Brasília e a repórter de Brasília do Bom (?) Dia Brasil resolveram que o Paulo Preto não vai depor na CPI do Robert(o) Civita.

Decidiram e está decidido.

É o que o observou o amigo navegante Cornelio:

cornelio carlos de alencar
o bom dia brasil acaba de omitir na cara dura a convocaçao de PAULO PRETO NA CPMI DO CACHOEIRA. mostra sem pudor a canalhice do PIG.


É que o Paulo Preto começa a doer.

Imagine, amigo navegante, só imagine quantos telefonemas o Padim Pade Cerra trocou com o Ali Kamel, o Merval (que omite o Paulo na sua inútil colona (*) no Globo) e os filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio.

Como se sabe, a Conceição Lemes no Viomundo, já deu os detalhes da imaculada empreitagem do insigne Paulo Preto, no governo (?) Cerra, com o Fernando Cavendish, na marginal (sic) de São Paulo.

Como diria a Globo, vale a pena ler de novo, pois Cerra é, na verdade, “o número 1 da Delta”:

São Paulo fez contratos de quase um bi com a Delta; Paulo Preto assinou o maior deles, no governo Serra



por Conceição Lemes

Nesta semana começam efetivamente os trabalhos da CPI que investigará as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos, autoridades e empresários. Um dos alvos, a Delta Construções, de Fernando Cavendish. Suspeita-se, com base em informações da Operação Monte Carlo, realizada pela Polícia Federal (PF), do envolvimento da empresa com Cachoeira.

No dia da instalação da CPI do Cachoeira, 19 de abril, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), ao ser questionado sobre os contratos da Delta com o Estado de São Paulo, disse não estar preocupado com eles, segundo a Folha de S. Paulo: “Nem sei se tem [contratos], se tem são ínfimos ”.

A verdade é outra. Levantamento feito pelo blog Transparência SP revela que, de 2002 a 2011, a Delta fechou pelo menos 27 contratos (incluindo participação em consórcios) com empresas e órgãos públicos do governo do Estado de São Paulo.

Na lista de contratantes,  Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Somam cerca de R$ 800 milhões em valores nominais. Em valores corrigidos (considerando a inflação do período) chegam a R$ 943,2 milhões.


Desses R$ 943,2 milhões, R$ 178, 5 milhões foram celebrados nas gestões Alckmin (2002 a março de 2006 e de janeiro de 2011 em diante) e R$ 764,8 milhões no governo de José Serra (janeiro de 2007 a abril de 2010).

DERSA CONTRATOU DELTA PARA A NOVA MARGINAL DO TIETÊ POR  R$ 415.078.940,59

O maior contrato da Delta com órgãos e empresas do governo do Estado de São Paulo foi com a Dersa para executar a ampliação da marginal do rio Tietê: R$ 415.078.940,59 (valores corrigidos)

Apesar de condenada por ambientalistas, geólogos e urbanistas, a Nova Marginal do Tietê foi anunciada em 4 de junho de 2009, com bumbos e fanfarras, pelo então governador José Serra (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (hoje PSD, na época DEM).


Na época, o portal do governo do Estado de São Paulo informou: Investimento de R$ 1,3 bilhão prevê, além de novas pontes e viadutos, plantio de cerca de 83 mil árvores e implantação de ciclovia.

“irá o tempo das viagens em cerca de 35%; “tráfego para as rodovias Castelo Branco, Ayrton Senna, Dutra, Fernão Dias, Anhanguera e Bandeirantes terá fluxo mais rápido”; junto com o Rodoanel e o Complexo Anhanguera, a Nova Marginal pretende aliviar o trânsito nas principais interligações de bairros de São Paulo e evitar o trânsito de veículos de passagem por bairros e o centro da cidade”.

Serra ainda afirmou:

“É uma obra que é financiada com recursos do Tesouro e com dinheiro público das concessionárias, que é dinheiro do pedágio, segundo projeto e orientação do próprio Governo”.

”é uma obra que está tendo todo o cuidado ecológico, o que não é tradição em São Paulo, pois as obras e a devastação andavam de mãos dadas, mas isso acabou nos tempos atuais”.

A obra tinha dois lotes: 1 e 2. A concorrência do chamado lote 2 foi vencido pelo consórcio Nova Tietê, liderado pela Delta (participação de 75% a 80%).

Extrato do contrato assinado em 13 de maio de 2009 e publicado no dia seguinte no Diário Oficial Empresarial revela o valor da obra: R$ 287.224.552,79.


PAULO PRETO E DELSON AMADOR ASSINAM O CONTRATO  PELA DERSA COM A DELTA

O consórcio da Delta venceu a licitação para o lote 2 da Nova Marginal do Tietê com uma diferença de R$ 2,4 milhões em relação ao segundo colocado, o Consórcio Desenvolvimento Viário (EIT – Empresa Industrial Técnica S/A — e Egesa Engenharia), que, por sinal, ganhou o lote 1.

Curiosamente 1: 1 ano 4 meses depois, o consórcio da Delta conseguiu um “aditamentozinho” de R$ 71.622.948,47 no contrato.


Curiosamente 2: Na época da licitação, Paulo Vieira de Souza era diretor de Engenharia da Dersa, e seu presidente Delson José Amador, que acumulava a superintendência do DER.

Paulo Vieira de Souza é o Paulo Preto, ou Negão, como é mais conhecido. Até abril de 2010 foi diretor da Dersa. Com uma extensa folha de serviços prestados ao PSDB, foi apontado como arrecadador do partido e acusado pelos próprios tucanos de sumir com R$ 4 milhões que seriam destinados à campanha do então presidencial José Serra. O dinheiro teria sido levantado principalmente junto a empreiteiras com as quais ele possuía relações estreitas.

O nome de Paulo Preto apareceu ainda na investigação feita pela Polícia Federal que resultou na Operação Castelo de Areia. Na ação, executivos da construtora Camargo Corrêa são acusados de comandar um esquema de propinas em obras públicas.

Delson Amador também apareceu na Operação Castelo de Areia. Assim como Paulo Preto, seu nome constava da apreendida pela Polícia Federal na Camargo Corrêa.

Em 1997, durante a presidência de Andrea Matarazzo, Amador virou diretor da Cesp. Aí, foi responsável pela fiscalização de obras tocadas pela Camargo Corrêa, como a Usina de Porto Primavera, e a Ponte Pauliceia, construída sobre o Rio Paraná para ligar os municípios de Pauliceia, em São Paulo, e Brasilândia, em Mato Grosso do Sul. Amador foi ainda chefe de gabinete de Matarazzo na subprefeitura da Sé.

HERALDO, O FORAGIDO, É QUEM ASSINOU PELA DELTA O CONTRATO DA NOVA MARGINAL

Curiosamente 3: Certidão emitida pela Junta Comercial de São Paulo mostra que o representante legal do Consórcio Nova Tietê é Heraldo Puccini Neto, diretor da Delta Construções para São Paulo e Sul do Brasil.

Escutas realizadas com autorização judicial revelam que é um dos interlocutores mais próximos de Cachoeira. Documentos disponibilizados na internet referentes ao processo contra Carlinhos Cahoeira no Supremo Tribunal Federal (STF) mostram a proximidade  de Heraldo com o bicheiro e como a quadrilha preparava editais para ganhar licitações.


É possível que esse mesmo modus operandi tenha sido aplicado pela Delta em várias licitações como as feitas pelo governo do Estado de São Paulo.

Heraldo teve a prisão decretada pela Justiça Federal na semana passada. Foi a partir de investigações realizadas no âmbito da Operação Saint Michel, braço da Monte Carlo.

Um grupo de policiais civis de Brasília chegou às 6 horas da última quarta-feira 25 ao apartamento dele, no Morumbi, em São Paulo. Heraldo não estava nem foi localizado pela polícia. É considerado foragido da Justiça.

Curiosamente 4: Num despacho de setembro de 2011 do Tribunal de Contas de São Paulo (TCE-SP) referente ao contrato da Nova Marginal, aparecem juntos Paulo Preto, Delson Amador e Heraldo Puccini Neto. Os dois primeiros como contratantes. O último como contratado.


DEPUTADOS PEDEM AO MP QUE APURE INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES

A essa altura algumas perguntas são inevitáveis:

1. Considerando que o senador Demóstenes Torres é sócio oculto da Delta e apoiou José Serra em 2010, será que dinheiro da Nova Marginal do Tietê irrigou a campanha do tucano à presidência?

2. Entre os R$ 4 milhões que teriam sido arrecadados por Paulo Preto e não entregues ao PSDB, haveria alguma contribuição da Delta?

3. Paulo Preto ou Delson Amador teve algum contato direto com Cachoeira?

Na sexta-feira 27, parlamentares paulistas protocolaram representação no Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE-SP) para que investigue indícios de irregularidades, ilegalidades e improbidades nos contratos formalizados pela Dersa com empresas e consórcios, entre os quais o Consórcio Nova Tietê, capitaneado pela Delta.

Encabeçada pelo deputado estadual João Paulo Rillo e assinada por Adriano Diogo, ambos do PT-SP, a representação pede que o MP apure possíveis atos de improbidade administrativa praticados por José Serra, Paulo Preto e Delson Amador, diante de sinais de superfaturamento das obras de ampliação da Marginal Tietê.

A propósito. Lembram-se que, em 2009, durante o lançamento da Nova Tietê, José Serra disse: “é uma obra que está tendo todo o cuidado ecológico, o que não é tradição em São Paulo, pois as obras e a devastação andavam de mãos dadas, mas isso acabou nos tempos atuais”?

Na ocasião, a propaganda do governo estadual indicava que as pistas seriam cercadas por frondosas árvores e arbustos. E a secretária de Saneamento e Energia, Dilma Pena (atualmente preside a Sabesp), ressaltou a importância de recuperar o espaço das margens do Tietê com uma via parque, uma ciclovia e o plantio de 65 mil mudas.


Pois bem, dois anos após o término das obras, a marginal Tietê ainda está à espera das 65 mil mudas que deveriam ter sido plantadas pelo governo paulista como compensação ambiental, em 2010.  Ainda árvores morreram ou não se desenvolveram no solo árido das margens do rio.  A falta de árvores foi conStatada em perícia realizada pelo Sindicato dos Arquitetos. A entidade move ação civil pública contra a Dersa, que, como responsável pela obra, é obrigada a repor cerca de 30% dos espécimes.

Será que a Nova Marginal do Tietê, além de mãos dadas com a devastação, também se banhou na cachoeira preta?

Instalação de bases militares no Chile e no Peru revelam a tentativa estadunidense de aumentar sua influencia na região

 Patrícia Benvenuti
Chilenos protestam contra a instalação de uma base militar estadunidense em Forte Aguayo - Pablo Ruiz/SOAW

As expectativas de novas relações entre Estados Unidos e América Latina continuam cada vez mais distantes. Movimentações recentes, com vistas à instalação de novas bases militares, revelam a tentativa estadunidense de aumentar sua influencia na região.
Em 5 de abril, foram concluídas no Chile as obras do Centro de Treinamento de Pessoal para Operações de Paz em Zonas Urbanas. Localizada em Forte Aguayo, em Concón, na região de Valparaíso, a base foi construída em 60 dias, tempo considerado recorde para um projeto do tipo.
A estrutura é composta por oito edifícios, que simulam uma pequena cidade. O custo da base, financiado pelo Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos, foi de quase 500 mil dólares. O centro será destinado ao treinamento das chamadas Forças de Paz das nações latino- americanas que integram missões das Nações Unidas.
Já no Peru, o Governo Regional do departamento de Piura (norte do país) entregou a representantes do Comando Sul dos Estados Unidos um terreno de dois hectares para que seja construído o novo Centro de Operações de Emergência (Coer) para Piura, capital do departamento.
Segundo informações da imprensa local, representantes do Comando Sul já realizam estudos e estimam que, até julho, o projeto para o centro estará pronto. A obra deverá ter um custo de 500 mil dólares.
Com as duas novas unidades, chega-se à marca de 49 bases militares estrangeiras na América Latina, segundo levantamento do Centro de Estudos e Documentação sobre Militarização.
Outra base estadunidense estava prevista para a Argentina, mas o plano não foi em frente. O objetivo dos Estados Unidos era instalar um “centro de emergência” em um edifício no perímetro do aeroporto da cidade de Resistencia, capital da província de Chaco, no nordeste do país.
A permissão para a instalação do centro já havia sido outorgada pelas autoridades locais da província do Chaco. Entretanto, o plano foi rechaçado pelo governo nacional, que, depois de vários protestos de organizações sociais, mandou suspender as negociações.
Política continuada
A instalação das novas bases é vista com preocupação pelo professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSC e membro do Instituto de Estudos Latino Americanos (Iela), Nildo Ouriques. Para ele, o fato mostra que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mantém uma política “imperialista” para a região.
“Ninguém amplia bases militares para fortalecer relações de solidariedade e amizade”, alerta.
A opinião é compartilhada por Pablo Ruiz, que integra, no Chile, a Equipe Latinoamericana do Observatório da Escola das Américas (Soaw).
“No começo tivemos esperança em Obama, quando disse, especialmente, que queria ter uma relação de respeito com nosso continente. Mas as esperanças terminaram faz muito tempo“, diz.
Militarização
A construção de bases militares estadunidenses na América Latina não é um fenômeno novo, como lembra o professor de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero Igor Fuser. Durante as décadas de 1970 e 1980, porém, não havia necessidade de uma presença militar mais efetiva, pois os próprios governos nacionais, alçados ao poder por meio de golpes de Estado, levavam adiante os interesses dos Estados Unidos na região. Sua força continuou nos anos 1990, com a eleição de governos neoliberais simpáticos ao país.
A comodidade estadunidense começou a ruir com a ascensão de governos progressistas como o de Hugo Chávez, em 1998, fenômeno que se estendeu a outros países a partir da década de 2000. Junto veio o fracasso do projeto da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Nesse momento, segundo o professor da Cásper Líbero, as bases apresentaram-se como solução.
“Os Estados Unidos perceberam a falta de um instrumento mais eficaz para garantir seus interesses políticos e econômicos na região. A saída que eles encontram foi intensificar a presença militar direta na América Latina”, afirma Fuser.
Fato emblemático do aumento da militarização, para ele, foi a reativação da Quarta Frota da marinha estadunidense, em 2008. Criada em 1943, durante a II Guerra Mundial, para conter os avanços nazistas, a unidade havia sido desativada em 1950.
O Brasil e seus recursos
Dentre os vários interesses estadunidenses na região, o controle dos recursos naturais aparece como um dos mais importantes. Nesse sentido, para o jornalista uruguaio Raúl Zibechi, o Brasil torna-se um grande alvo dessa nova ofensiva.
Detentor das riquezas da Amazônia, o Brasil tornou-se um país ainda mais atrativo devido à descoberta da camada pré-sal. Com isso, segundo ele, a tendência é de que o “traçado” das bases, daqui para frente, vise a “cercar” o Brasil.
“Com o pré-sal as coisas se complicam, e a Marinha começa a ter um papel mais importante do que antes”, diz.
Nesse sentido, aponta Fuser, o Brasil deve adotar uma posição firme de repúdio às bases, não só para proteger seus recursos naturais, mas também de solidariedade em relação a seus vizinhos.
“A perspectiva de uma América do Sul integrada, como o Brasil defende, inclui como ponto essencial a afirmação plena da soberania. Um país não pode ser plenamente soberano se ele tem uma base militar estrangeira instalada no seu território”, diz.
Consequências
Os países para onde estão previstas as novas bases já temem as consequências da militarização. No Chile, a instalação da base tem gerado protestos de diversas organizações. Em carta dirigida ao ministro de Defesa, Andrés Allamand, comissões de direitos humanos, grupos de familiares de executados políticos, intelectuais e movimentos sociais afirmam que os Estados Unidos não têm “qualidade moral para ensinar operações de paz”.
O principal receio é de que a base sirva para conter manifestações sociais que vêm acontecendo nos últimos anos em território chileno, organizadas por estudantes e defensores de direitos humanos.
Já no Peru o principal desdobramento da instalação da nova unidade militar deverá ser a intensificação da chamada “guerra às drogas”. A base de Piura, segundo o analista político peruano Guillermo Burneo, terá objetivo semelhante à base área de Manta, no Equador. Desativada em 2008 por determinação do presidente Rafael Correa, a estrutura tinha por objetivo oficial combater o narcotráfico na região.
Com o aumento da repressão ao narcotráfico, argumenta Burneo, os Estados Unidos podem impulsionar seu mercado de equipamentos bélicos – algo que se torna especialmente importante agora, diante da crise econômica pela qual passam os estadunidenses.
“Dar treinamento a nossos exércitos é uma maneira de nos submeter à sua logística e o que isso implica, que é a compra de armamentos”, afirma Burneo.