Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Ombudsman da Folha enxerga erro em manchetes sobre caso Alstom

Na segunda-feira, 11 pessoas foram indiciadas pela Justiça federal por suspeita de terem sido corrompidas pela empresa francesa Alstom entre 1997 e 2000. Todas trabalharam em empresas controladas pelo governo paulista ou integraram esse governo à época dos fatos.
Entre os envolvidos, um nome de peso no partido que, ano que vem, completa vinte anos de governo no Estado mais rico da federação: Andrea Matarazzo, hoje vereador pelo PSDB.
O indiciamento de Matarazzo por suspeita de corrupção não tem peso somente pelo sobrenome famoso, mas pelos cargos que ocupou durante duas décadas no primeiro escalão dos governos do PSDB paulista.
O tucano graúdo foi secretário de Energia do governo de São Paulo, foi presidente da Companhia Energética de São Paulo (CESP) e do metrô. E também foi ministro de Fernando Henrique Cardoso na Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom).
Também se destacou nas gestões José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD) na prefeitura de São Paulo. Comandou as secretarias de Serviços, de Cultura e de Coordenação das Subprefeituras. Em 2008, a revista Veja o chamou de “O xerife da cidade”.
Detalhe: a Justiça autorizou a Polícia Federal a usar as provas do caso Alstom no inquérito sobre pagamento de propinas pela companhia alemã Siemens e outras 18 empresas que teriam formado cartéis em licitações de trens no Estado de São Paulo entre 1998 e 2008.
As duas empresas europeias corromperam governos em vários países. Ao menos no caso da Siemens a denúncia partiu da própria empresa, cujos controles detectaram os malfeitos. Em todos esses países houve condenações de políticos envolvidos. Menos no Brasil.
Trata-se de um escândalo de proporções nacionais. Há bilhões de reais envolvidos e os acusados são figuras importantes do maior partido de oposição ao governo federal, o PSDB. Assim, esperava-se que a grande imprensa noticiasse o caso de acordo com a sua relevância.
Contudo, dos três grandes jornais de circulação nacional (Folha de São Paulo, Estadão e O Globo), só os jornais paulistas deram destaque ao assunto em suas primeiras páginas. Folha e Estadão, porém, publicaram manchetes cifradas. E o Globo publicou uma notinha nas páginas internas.
O Globo ainda poderia argumentar que o assunto é paulista e, assim, não tem relevância em um jornal do Rio de Janeiro. Seria absurdo pelos motivos supracitados, mas seria um argumento. Mas os jornais paulistas publicaram manchetes piores do que tal omissão.
Folha e Estadão publicaram manchetes de primeira página dizendo que 11 pessoas foram indiciadas no caso Alstom. Em nenhum dos jornais houve menção ao fato de que são pessoas ligadas ao PSDB e de que uma delas é um tucano de grande importância.
Inconformado, procurei a ombudsman da Folha de São Paulo, Suzana Singer, a fim de obter sua posição sobre a afasia jornalística do seu e de outros jornais em relação a esse caso. Afinal, entre suas atribuições está a de criticar não só o jornal em que trabalha, mas também outros.
Por volta das 11 horas de terça-feira 1º de outubro, deixei recado com a secretária de Suzana, na Folha, pedindo que ela me retornasse a ligação. Exatamente uma hora depois (12 horas) ela me ligou. Conversamos por quase uma hora.
Suzana foi atenciosa e paciente. Revelou saber quem sou e dos protestos e representações que fiz contra o jornal em que trabalha. E, assim mesmo, aceitou falar comigo. Devo, pois, elogiar o espírito democrático e a serenidade da ombudsman da Folha.
Fiz várias ponderações a Suzana sobre o partidarismo da imprensa e a sua postura em relação às acusações que vem recebendo da Blogosfera.
Reclamei com a ombudsman sobre acusações do seu e de outros grandes jornais e revistas a Blogs como este de que seriam pagos pelo governo. E o que é pior: sem que aqueles que acusam especifiquem quem são os acusados. Disse a ela que desafio qualquer um a provar que alguém como eu já recebeu alguma coisa do governo e ela reconheceu que tais acusações são reprováveis.
Suzana também reconheceu ser absurdo que o ministro Gilmar Mendes tenha comparado blogs que teriam “pressionado” o STF aos impérios de comunicação que ela também reconheceu que tentaram pressionar aquela Corte.
Outro ponto em que a ombudsman concordou comigo foi em que não é papel da imprensa pressionar ninguém, pois seu papel é informar e não induzir quem quer que seja ou interferir nos fatos que deve se limitar a apurar e a relatar.
Manifestei minha discordância da manchete da Folha e do Estadão sobre o caso Alstom. Inicialmente, Suzana discordou porque não haveria provas contra Matarazzo nem contra os governos do PSDB.
Repliquei que há, nesse caso, um fato jornalístico: um político importante de um partido importante foi indiciado no âmbito de um escândalo envolvendo o governo tucano e esse fato foi minimizado.
Suzana treplicou que a sigla PSDB e o nome Andrea Matarazzo não estavam na manchete da Folha em sua primeira página, mas estavam na matéria a que aquela manchete remetia o leitor.
Foi então que consegui um argumento com o qual a ombudsman teve que concordar: as manchetes das primeiras páginas dos jornais são um veículo independente e todo jornalista sabe disso. Muitos só leem manchetes expostas em bancas de jornal.
Por fim, Suzana não respondeu quando lhe perguntei se achava que caso o partido e o político graúdo envolvidos fossem do PT os jornais também omitiram essa informação nas manchetes, mas tive a impressão de que concordou com a premissa de que não omitiriam.
Por fim, ponderei com a ombudsman que a imprensa brasileira não pode continuar desacreditada como está porque é uma instituição importante demais para tanto.
Lembrei que o mensalão não conseguiu interferir nas eleições do ano passado apesar de fatos espantosos como o Jornal Nacional ter tratado do assunto durante uma edição inteira, sem abordar nenhum outro assunto. E que “todos sabem” que nas vésperas de eleições sempre vem alguma denúncia de última hora da imprensa contra o PT, a tal “bala de prata”.
Suzana não disse nem que sim, nem que não. Mas achei meu argumento eficiente.
Encerramos a conversa em tom amistoso e positivo. Aliás, disse-me que anotou tudo que eu lhe disse. Meu feeling me diz que irá refletir. Sobretudo por eu ter lhe dito que a radicalização política em curso no país lembra a que vi na Venezuela. E que foi causada pela mídia.

Homem-bomba: “Dinheiro não faltava” para o operador do esquema


“Não se abandona um líder ferido na

 estrada”


Homem-bomba do propinoduto tucano

A revista IstoÉ desta semana traz novas e bombásticas revelações sobre Jorge Fagali Neto, o “homem-bomba” do propinoduto tucano. Ele já foi indiciado pela Polícia Federal como responsável por intermediar o pagamento de propinas da multinacional francesa Alstom às integrantes do PSDB de São Paulo.
A reportagem agora teve acesso ao depoimento e a uma série de e-mails entregues ao Ministério Público, em junho de 2011, pela secretária de Fagali, Edna da Silva Flores. A documentação escancara o esquema de corrupção. Vale conferir a reportagem, assinada pelos repórteres Alan Rodrigues, Pedro Marcondes de Moura e Sérgio Pardellas:
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Uma disputa travada na Justiça do Trabalho revelou como opera um dos principais agentes do propinoduto montado por empresas da área de transporte sobre trilhos em São Paulo para drenar dinheiro público dos cofres da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Metrô paulista.
Trata-se do consultor Jorge Fagali Neto, indiciado pela Polícia Federal sob a acusação de receber e intermediar o pagamento de propinas da multinacional francesa Alstom a autoridades do PSDB paulista.
IstoÉ teve acesso ao depoimento e a uma série de e-mails comprometedores entregues ao Ministério Público, em junho de 2010, por sua ex-secretária Edna da Silva Flores.
A documentação deixa clara a proximidade de Fagali Neto com agentes públicos e o seu interesse em contratos do Metrô paulista e da CPTM. Nas mensagens, o consultor revela, por exemplo, preocupações com a obtenção de empréstimos e financiamentos junto ao Banco Mundial (Bird), BNDES e JBIC que viabilizem investimentos nas linhas 2 e 4 do Metrô paulista.
O material entregue por Edna ao Ministério Público demonstra pela primeira vez a ligação direta de Fagali Neto com os irmãos Teixeira, Arthur e Sérgio, apontados como lobistas do esquema Siemens e responsáveis por pagar propina a políticos por intermédio de offshores no Uruguai, conforme revelou reportagem de IstoÉ em julho.
Em um trecho de seu depoimento ao MP, Edna diz que os três mantinham “relacionamentos empresariais” e “atuavam antes da assinatura de contratos” com o governo de São Paulo.
Copiados por Fagali em uma série de e-mails envolvendo contratos com as estatais paulistas de transporte sobre trilhos, os irmãos Teixeira também têm seus nomes citados na agenda pessoal de Fagali Neto.
Em uma das páginas da agenda, está registrado um encontro com Sérgio Teixeira, hoje falecido, às 11 horas na Alameda Santos, no Jardim Paulista, região nobre de São Paulo. Em outra, constam o telefone, o e-mail e o nome da secretária de Arthur Teixeira.
A ex-funcionária narra também os cuidados do antigo chefe com eventuais investigações. No período de 2006 a 2009, em que trabalhou para Jorge Fagali Neto organizando o seu escritório, ele a mandava se ausentar do seu gabinete quando precisava se reunir com clientes.
Também a pedido de Fagali Neto, ela comprou quatro celulares para que os aparelhos fossem usados por ele apenas para tratar de negócios. O consultor acreditava que assim dificultaria interceptações policiais.
A espécie de “faz tudo” da empresa era proibida até de mencionar ao telefone os nomes de representantes de companhias às quais Fagali prestava consultoria. Ela ainda recebeu orientação para se referir a personagens do círculo de negócios do consultor por apelidos.
José Geraldo Villas Boas – também indiciado pela PF por ter participado do esquema de corrupção – era chamado de “Geólogo”. O temor do consultor em não deixar rastros era tão grande que ele fazia questão de pagar tudo em espécie. “Ele sempre mantinha algumas quantias em local desconhecido em sua casa”, disse.
A ex-secretária afirma no depoimento que ele costumava emitir, por meio da empresa BJG Consultoria e Planejamento Ltda., notas de R$ 260 mil e R$ 180 mil, mesmo tendo apenas ela como funcionária.
Pelo jeito, dinheiro não faltava para o operador do esquema do propinoduto tucano. Em 2009, o ex-secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo (1994) e ex-diretor dos Correios (1997) na gestão Fernando Henrique Cardoso teve uma conta atribuída a ele com mais de R$ 10 milhões bloqueada por procuradores suíços.
Procurado, o advogado de Fagali Neto, Belisário dos Santos Jr., diz que os e-mails foram obtidos pela ex-funcionária por meio de fraude junto ao provedor. Ele, no entanto, não quis se pronunciar sobre o teor das mensagens.
Apesar das tentativas de Fagali de manter a discrição, segundo sua ex-secretária, o elo do homem da propina no escândalo do Metrô com agentes públicos ligados ao PSDB é irrefutável.
Em 2006, Fagali trocou mensagens e recebeu planilhas por e-mail de Pedro Benvenuto, então coordenador de gestão e planejamento da Secretaria de Transportes Metropolitanos, órgão responsável pelas estatais.
Entre o material compartilhado, como revelou o jornal Folha de S.Paulo na última semana, estavam as discussões sobre o Programa Integrado de Transportes Urbanos do governo até 2012, que ainda não estava definido. Até a quarta-feira 25, Pedro Benvenuto ocupava o cargo de secretário-executivo do Conselho Gestor do Programa de PPPs (Parcerias Público-Privadas) do governo de São Paulo, quando pediu demissão na esteira das denúncias.
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A cada dia que passa, o escândalo do propinoduto tucano vai tomando dimensões ainda mais assustadoras. Apesar disto, a maior parte da mídia evita dar o destaque que o assunto merece, comprovando a sua seletividade na escandalização da política.
A revista Veja, a mais descarada, nem trata do tema. Suas capas semanais sensacionalistas até agora não abordaram a grave denúncia. Já as emissoras de tevê, em especial a TV Globo, voltaram a ofuscar o tema. O processo de investigação, porém, parece irreversível, o que forçará uma mudança de postura da velha mídia.
Na semana passada, a Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de uma conta na Suíça atribuída a Jorge Fagali Neto por ter encontrado vários indícios de que ela recebeu recursos ilegais da Alstom.
A decisão foi tomada pela juíza Maria Gabriela Spaolonzi, da 13ª Vara de Fazenda Pública, com base nas denúncias encaminhadas pelos promotores Silvio Marques, Saad Mazloum e Mario Sarrubbo.
De acordo com as investigações, a conta atribuída a Fagali Neto foi aberta no Banque Safdié de Genebra e recebeu quase R$ 20 milhões.
Segundo o Ministério Público da Suíça, o dinheiro depositado na conta de Fagali Neto saiu da Alstom e passou por pelo menos três outras contas até chegar ao Banque Safdié.
O trânsito tortuoso do dinheiro foi a forma encontrada pelo “homem-bomba” do propinoduto tucano para tentar despistar a sua origem, garantem os promotores brasileiros. A concessão de liminar pela 13ª Vara de Fazenda Pública visa evitar que a Justiça da Suíça suspenda o bloqueio das contas. Ela serve também para preparar o terreno jurídico para um eventual repatriamento de recursos.
PS do Viomundo: As investigações sobre Fagali e a quebra do sigilo fiscal do grão tucano Andrea Matarazzo certamente terão repercussões na campanha eleitoral de 2014. A questão é saber se afetam apenas a ala paulista dos tucanos.
Leia também:

LULA FAZ A DEFESA DA POLÍTICA Lula quer uma Reforma Política.

Como se sabe, os trombones da Big House falam mal da Política.

Preferem que os economistas de bancos, os ministros (alguns) do Supremo e os colonistas (*) do PiG (**) governem os brasileiros.

É que eles não têm voto.

Preferem o Golpe.

Lula prefere a Política:

PARA LULA, ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE MOSTROU O PRIMADO DA POLÍTICA



“Os partidos e os movimentos exerceram a atividade política até o limite de suas possibilidades. Todas as lideranças representativas, sem exceção, estiveram envolvidas no processo”, afirmou Lula lembrando que a Assembleia Nacional Constituinte foi um momento histórico “que transcorreu sob o primado da política, em seu mais nobre sentido”. E ele defendeu, assim como o vice-presidente Michel Temer, a reforma política: “Uma reforma política é necessária para aprofundarmos a democracia”. O ex-presidente participou nesta manhã do ato em comemoração aos 25 anos da Constituição Federal, realizado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, em Brasília.

Lula também contou: “Ao longo dos oito anos em que fui presidente do Brasil, minha tarefa cotidiana foi transformar em ações concretas os direitos nela estabelecidos”. Entre as ações feitas nesse sentido, o ex-presidente lembrou a luta contra a fome, prevista no inciso III do artigo 3º da Constituição.

O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, também falou da importância da política na construção de uma Constituição avançada como a de 1988. E defendeu a reforma política: “Uma reforma política é necessária para aprofundarmos a democracia”.

Já o presidente que convocou a Assembleia Nacional Constituinte, José Sarney, relembrou momentos importantes do período. “Lembro até hoje da minha emoção ao levantar a mão para jurar a Constituição, no dia 5 de outubro de 1988”, afirmou ele, que foi o primeiro a jurar a Carta Magna.

O ex-presidente Sarney lembrou que cada constituição brasileira teve diferentes princípios que as regiam. Para ele, em 1988, diferentemente das constituições anteriores que foram regidas pela institucionalidade ou pela propriedade, o que guiou o debate constitucional foi a noção do social.

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (**) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

EDUARDO VAI PARA A ESQUERDA COM HERÁCLITO E BORNHAUSEN O PSB não vai ser o Viagra do PSDB. Vai ser o Viagra do DEMO.


Heráclito Fortes, frequentador assíduo da aba “Não me calarão” e personagem ilustre da Galeria de Honra Daniel Dantas, abandonou o DEMO, à beira da extinção, e aderiu ao PSB de Eduardo Campriles.

Heráclito irá para os “socialistas” na honrosa companhia de Jorge Bornhausen, outro notável esquerdista do DEMO:

HERÁCLITO FORTES TROCA DEM POR PSB PARA APOIAR EDUARDO


Como se sabe, Eduardo procurou o apoio de Silas Malafaia, que, talvez, ainda espere pelo harakiri do Cerra.

(Clique aqui para votar na trepidante enquete sobre o que o Cerra vai fazer para ajudar o Aécio.)

Roberto Amaral, 1º vice-presidente do PSB, é autor da célebre frase “o PSB não será Viagra do PSDB”.

Pelo jeito, errou.

O PSB vai ser o Viagra do DEM.

Amaral deu interessante entrevista à Carta Maior sobre o esquerdismo, quer dizer, socialismo do Eduardo:

ROBERTO AMARAL: “ESTAMOS ALIADOS COM O PT EM SETE ESTADOS”


(…)

CM: E qual o papel que o senhor acredita que a candidatura Eduardo Campos vai cumprir nas eleições de 2014?
RA: A minha expectativa é que ele seja uma pontuação à esquerda da candidatura da Dilma. Uma oposição pela esquerda.


CM: Diz-se que o Eduardo Campos tem uma aceitação muito forte entre o grande empresariado, a ponto de isso preocupar os tucanos. Qual programa do partido, quais ideias atraem esse seguimento, considerando que o senhor acredita que ela fará oposição pela esquerda ao governo do PT? 
RA: Quando eu digo uma oposição pela esquerda, não estou dizendo que estamos prometendo o socialismo. Nós queremos apenas ganhar as eleições. Não está na ordem do dia e nem em nenhuma resolução que nós não vamos tomar o poder. Vamos conquistar o governo. Das teses que temos defendido, o que tem atraído muito o empresariado é a de associarmos as teses clássicas do pensamento de esquerda à eficiência administrativa, que é, se não estou muito enganado, a marca que estamos deixando em Pernambuco: um governo de avanços sociais, mas um governo de muita eficiência administrativa. Para usar a expressão dele [Eduardo Campos], é um governo que tem o que entregar. 


(…)
Como diz o Janio de Freitas, Eduardo era um embuste quando apoiava Dilma e um embuste contra ela.
Paulo Henrique Amorim

Liberdade de expressão, a suprema ironia

*E se uma repórter do New York Times fosse presa na USP? 

*Exclusivo: afinal, o que mesmo o PSB propõe para o país? 

*PSB perde seis deputados para o novato PROS 

* E mais: Luizianne Lins fica no PT.Ex-prefeita de Fortaleza recusa convite de Eduardo Campos para ingressar no PSB.

* O relógio político corre: prazo fatal vence dia 5 para Marina e Serra.

*Ortodoxia neoliberal joga os EUA no limbo orçamentário, provoca regressão de 25 anos no investimento público na Espanha, gera derrota esmagadora do governo nas eleições municipais em Portugal e acumula 15,6 milhões de famintos nos países ricos.





Imagine se o presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos viesse ao Brasil convidado a participar de um seminário sobre constitucionalismo na Faculdade de Direito, em uma de nossas mais conceituadas universidades privadas, e um jornalista de um prestigiado jornal estadunidense, ao tentar localizar a sala onde o ministro estava, fosse preso, algemado, ficasse incomunicável durante cerca de cinco horas e fosse acusado de “invasão de propriedade privada”. O que diriam sobre a liberdade de expressão e a liberdade da imprensa no Brasil? Por Venício Lima.



A Ironia da Liberdade de Expressão – Estado Regulação e Diversidade na Esfera Pública: este é o título de um importante livro escrito pelo professor (hoje, “Emeritus”) da Yale Law School, Owen M. Fiss, onde se constrói o argumento sobre o papel fundamental do Estado como garantidor da liberdade de expressão (Renovar, 2005).

O que diria o professor Fiss sobre a prisão da jornalista Cláudia Trevisan, nas dependências da sua Yale Law School, quando, a serviço do jornal O Estado de S.Paulo, procurava localizar a sala onde se realizava o seminário “Constitucionalismo Global 2013” do qual participava o presidente do Supremo Tribunal Federal brasileiro, Joaquim Barbosa?

Os fatos
Segundo o Estado de S.Paulo, “os argumentos de Claudia não foram considerados pelo policial. Na calçada, ele a algemou com as mãos nas costas e a prendeu dentro do carro policial sem a prévia leitura dos seus direitos. Ela foi mantida ali por uma hora, até que um funcionário do gabinete do reitor da Escola de Direito o autorizou a conduzi-la à delegacia da universidade, em outro carro, apropriado para o transporte de criminosos. Na delegacia, Claudia foi revistada e somente teve garantido seu direito a um telefonema depois de quase quatro horas de prisão, às 21h20. O chefe de polícia, Ronnell A. Higgins, registrou a acusação de ‘transgressão criminosa’”.

A jornalista, por outro lado, afirmou “eu não invadi nenhum lugar (...) passei cinco anos na China, viajei pela Coreia do Norte e por Mianmar e não me aconteceu nada remotamente parecido com o que passei na Universidade de Yale” (ver aqui).

Para a Yale University, a prisão foi correta, isto é, “seguiu os procedimentos normais” e se justifica por ter havido “invasão” de propriedade privada. Na nota divulgada sobre o ocorrido está escrito:

Antes de chegar ao Campus da Universidade Yale no dia 26 de setembro para tentar entrevistar o ministro Barbosa, a sra. Trevisan já sabia que o Seminário Constitucionalismo Global ministrado por ele seria um evento privado, fechado para o público e para a imprensa. Ela invadiu a propriedade de Yale, entrou na Faculdade de Direito sem permissão e quis entrar em outro prédio onde os participantes do seminário estavam.

Quando ela foi questionada sobre o motivo pelo qual estava no prédio, ela afirmou que estava procurando um amigo com quem pretendia se encontrar. Ela foi presa por invasão de propriedade. A polícia seguiu os procedimentos normais, sem que a sra. Trevisan fosse maltratada. Apesar de justificada a prisão por invasão, a universidade não planeja acionar a promotoria local para levar adiante a acusação.

A Faculdade de Direito e a Universidade Yale acomodam milhares de jornalistas ao longo do ano para eventos públicos no campus e entrevistas com membros da comunidade de Yale e visitantes.

Assim como todos os jornalistas, a sra. Trevisan é bem-vinda para participar de qualquer evento público em Yale e falar com qualquer pessoa que desejar lhe conceder entrevista [Tom Conroy, Secretário de
Imprensa da Universidade Yale] (ver aqui).


Supremas ironias
Registro o fato, caro leitor(a), para pontuar as “ironias” que a vida nos coloca a cada dia.

A assessoria do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, informou que ele lamentou o episódio “uma vez que ela [a jornalista Claudia Trevisan] estava exercendo a sua profissão”. Ao mesmo tempo, afirmou que Joaquim Barbosa “foi informado sobre a prisão apenas na manhã deste sábado (28) e não teve qualquer interferência na organização do evento” (ver aqui).

Imagine se o presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos viesse ao Brasil convidado a participar de um seminário sobre constitucionalismo na Faculdade de Direito (de Direito!), em uma de nossas mais conceituadas universidades privadas (digamos, a Mackenzie) e um correspondente estrangeiro (digamos, do New York Times), ao tentar localizar a sala onde o ministro estava, fosse preso, algemado, ficasse incomunicável durante cerca de cinco horas e fosse acusado de “invasão de propriedade privada”.

O que diriam sobre a liberdade de expressão e a liberdade da imprensa no Brasil, não só o governo dos Estados Unidos, mas a mídia norte-americana e, sobretudo, a própria mídia nativa e seus porta-vozes?

No mundo em que vivemos, os julgamentos – da mídia e da Justiça – são sempre seletivos e obedecem a conveniências nem sempre confessáveis.

(*) Venício A. de Lima é jornalista e sociólogo, professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado), pesquisador do Centro de Estudos Republicanos Brasileiros (Cerbras) da UFMG e autor de "Conselhos de Comunicação Social – A interdição de um instrumento da democracia participativa" (FNDC, 2013), entre outros livros .

Alckmin e Serra garantem: “Nós não sabíamos…”


Uma das frases de políticos que mais se popularizou na imprensa brasileira durante a década passada e ao longo desta é atribuída ao ex-presidente Lula. Perguntado sobre o escândalo do mensalão, o petista teria dito que “não sabia” do que fizeram seus correligionários.
Tal afirmação foi objeto de milhares de textos jornalísticos pelo país. Contam-se nos dedos de uma das mãos os colunistas, editorialistas ou repórteres das grandes empresas de comunicação que não a tenham ironizado.
Para que fique bem claro, repito: afora raras exceções, praticamente todos os jornalistas que militam na imprensa corporativa nacional fizeram questão de que a frase “eu não sabia”, associada ao nome próprio Lula, figurasse em seus currículos.
Ironizar a afirmação de Lula de que nunca teve conhecimento dos fatos que redundaram na Ação Penal 470 tornou-se tão comum que até um dos juízes aos quais tal processo foi submetido repetiu a tese que envolve a afirmação de Lula de que “não sabia”.
Numa entrevista a um repórter do Estadão durante o julgamento do mensalão, no ano passado, o ministro do STF Marco Aurélio Mello deu a seguinte declaração: “Você acha que um sujeito safo como Lula não sabia [do mensalão]?”
A tese que apaixonou de jornalistas a juízes, além da quase totalidade da oposição de direita e de esquerda aos governos Lula e Dilma, é a de que um chefe do Poder Executivo está obrigado a saber de tudo que fazem os seus subordinados. Inclusive do que fazem escondido.
Em verdade, a inverossimilhança que haveria em um político ou governante dizer que “não sabia” de corrupção entre seus correligionários ou auxiliares embasou a teoria pela qual o STF condenou o “núcleo político” da Ação Penal 470, a teoria do “domínio do fato”.
De uns tempos para cá, porém, vários grandes meios de comunicação que, ao longo da década passada e no início desta, foram carimbados com a pecha de partidários do PSDB, vêm tentando demonstrar isenção.
A cobertura do escândalo de pagamento de propinas a membros dos governos do Estado de São Paulo entre 1998 e 2008 tem sido usada por veículos tidos como partidários do PSDB para “provarem” que são “isentos” simplesmente por noticiarem as investigações.
Todavia, se for real a conversão da grande mídia à imparcialidade jornalística os seus colunistas, editorialistas e repórteres terão que usar para dois dos três políticos que governaram São Paulo no período sob suspeição a mesma ironia que tantas vezes usaram para Lula, inclusive antes mesmo de o mensalão ir a julgamento.
Tal exigência decorre de afirmação do governador Geraldo Alckmin e de seu antecessor José Serra sobre o escândalo de pagamentos de propinas aos seus subordinados que é literalmente idêntica à famosa afirmação de Lula.
Segundo o apresentador do Jornal Nacional de segunda-feira (30/9), Heraldo Pereira, “(…) as assessorias dos dois governadores do PSDB [Alckmin e Serra] negaram que eles soubessem de qualquer irregularidade(…)”.
Dentro da nova política de “isenção” adotada por veículos como a Globo e por seus colunistas, editorialistas e repórteres, todos estão obrigados a também ironizar a afirmação dos dois tucanos, ainda que se deva reconhecer que, tal qual Lula, tenham todo o direito de negar que tivessem conhecimento de um esquema de roubalheira que durou muito mais tempo do que o mensalão e que envolveu muito mais dinheiro – o escândalo paulista envolve bilhões de reais.
Entretanto, até aqui não se vislumbra isso ocorrendo na imprensa corporativa dada a total afasia em relação ao assunto que vêm demonstrando os que escrevem ou verbalizam opiniões nesses grandes jornais, revistas, programas de tevê ou de rádio.
Apesar das veiculações pontuais e protocolares por esses grupos de comunicação dos desdobramentos das investigações do escândalo tucano, a ausência de opiniões virulentas que sempre acompanham escândalos petistas desmascara a farsa toda.

FAO: BRASIL ESTÁ ENTRE OS QUE MAIS REDUZIRAM A FOME

MÍDIA ESCONDE DEVASSA EM ANDREA, O FAZ TUDO DO PSDB