Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Coragem, Reinaldo Azevedo! A Veja já publicou a corrupção do Serra há 9 anos atrás!

Edição 1750 de 09/05/2002 - No racha demo-tucano de 2002, a revista ficou do lado do PFL por um momento, e publicou 10 páginas de fogo "amigo" denunciando propina na Privatização. Estão lá os mesmos nomes do livro de Amaury: Ricardo Sérgio e José Serra.



Nove anos depois, o livro de Amaury Ribeiro Jr. traz respostas para a pergunta que a revista Veja fez na edição 1751 de 15/05/2002. Gregorio Preciado também foi alvo da reportagem.
A revista Veja está numa sinuca de bico com o livro de Amaury Ribeiro Jr. sobre a maior ladroagem da história do Brasil: a privataria tucana comandada por José Serra no governo FHC.

A revista não tem como contestar o conteúdo do livro, pois além das provas documentais, o livro aprofunda reportagens da própria revista Veja, de maio de 2002, sobre propinas na Privatização da Vale e das teles, denunciadas pelo fogo amigo demo-tucano na época: o próprio comprador da Vale, Benjamin Steinbruch, os tucanos Paulo Renato de Souza e Mendonça de Barros (foram as fontes da reportagem, sem "off").

É preciso entender o contexto da época, que levou os Civita a publicar o fogo amigo contra Serra. Eles desenganavam as chances de Serra vencer a eleição de 2002, e em conluio com o PFL de ACM e Bornhausen, procuravam eleger outro candidato que consideravam com mais chances de vencer Lula.

A aliança PSDB-PFL havia rachado. Serra trocara o PFL pelo PMDB como principal parceiro. ACM já atirava contra Serra, e era uma fonte constante de denúncias sobre Ricardo Sérgio. Em maio de 2002, Serra patinava nas pesquisas, havia abatido Roseana Sarney, a então candidata do PFL, e não conseguia herdar nem as intenções de votos que Roseana perdera. Os caciques ACM e Jorge Bornhausen desembarcaram na candidatura de Ciro Gomes, que crescia nas pesquisas, tinha um discurso de oposição, mas não sofria o preconceito e medo da elite, como Lula.

Foi nesse contexto que a revista Veja publicou denúncias envolvendo Ricardo Sérgio e Gregório Preciado, os mesmos protagonistas do livro de Amaury Ribeiro, e com as mesmas denúncias, só que desta vez com provas documentais, e acrescida a participação da filha e genro de José Serra.

A Veja não tem como apagar essas reportagens. Não pode fazer como FHC e dizer "esqueçam o que escrevi", justamente quando as suspeitas de então aparecem agora acompanhadas de provas no livro de Amaury.

A única coisa que a Veja pode fazer para proteger a corrupção tucana é o que está fazendo: silêncio sobre o assunto e cortina de fumaça com outras "denúncias" para preencher a pauta. Mas é preciso lembrar que essa conivência, mesmo que na forma de silêncio, hoje revela cumplicidade na corrupção.

O fim de José Serra e do PSDB
Não vai dar para fazer silêncio para sempre, até porque o livro é só a ponta do iceberg. Imaginamos o quanto é doloroso para alguém com Reinaldo Azevedo ter que escrever o obituário político de José Serra, (cujo futuro é o mesmo de Maluf), e o fim do PSDB como alternativa de poder, justamente no momento em que o marqueteiro Antonio Lavareda tentava resgatar o que o tucanos acham que seja o legado de FHC. Com o livro de Amaury, o único legado de FHC que sobra é a maior roubalheira que uma grande nação já sofreu em seu patrimônio, pela rapinagem de politiqueiros embusteiros e traidores da pátria que venderam as riquezas da nação a preço de banana em troca de propinas. Pobre Aécio Neves (outro vendilhão). Sua estratégia de defender FHC e a privataria acabou de falir e precisa voltar para a prancheta dos marqueteiros para recauchutagem geral.

Há 9 anos, o mesmo trololó
Em 2010, toda vez que José Serra era perguntado sobre algum dos vários escândalos de corrupção que ele esteve envolvido, ele desdenhava chamando de tititi e trololó. Em 2002 ele fez a mesma coisa:

O que a Veja dizia em 2002
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DE 007BONDEBLOG@ PARA ELIOGASPARI@ - A QUE ATRIBUIR O SEU SILÊNCIO SOBRE “A PRIVATARIA TUCANA” ?



Jornalista Elio Gaspari


Procurei hoje em sua coluna semanal de O Globo alguma menção sobre o livro do jornalista Amaury Ribeiro JR. “A PRIVATARIA TUCANA”, lançado na última sexta-feira dia 09 de dezembro.


Para minha surpresa e decepção, que acredito seja a de muitos outros leitores, o senhor simplesmente ignorou o assunto, não escreveu absolutamente nada. Esse tipo de atitude vinda de outros jornalistas é perfeitamente compreensível, mas, adotado pelo senhor é acima de tudo preocupante.


O termo PRIVATARIA TUCANA foi cunhado pelo senhor nos bons tempos em que ler a sua coluna era certeza de encontrar “independência, isenção e coragem”, além do que, o assunto (lançamento do livro) se dá num momento em que o Ministro do governo Dilma, Fernando Pimentel, está em evidência por conta de faturar alto com consultorias, e ele, (Pimentel), o autor do livro (Amaury), Serra, Aécio, estiveram todos envolvidos no caso dos grampos e arapongagens pré-eleição 2010, o que torna o lançamento do livro, assunto obrigatório, para jornalistas do seu gabarito.


Eu fico então me perguntando o motivo do senhor ter assumido esse SILÊNCIO, e não encontro o que justifique, exceto se considerar a possibilidade trágica do senhor ter sido ‘censurado’ e então, vergado a imposição de se calar.


Não querendo admitir que o senhor tenha deixado de falar no assunto por fazer parte do grupo que atua sistematicamente para exacerbar os maus feitos de governistas e seus aliados, enquanto omite ou minimiza os maus feitos da turma dos tucanos e demos, restaria então a hipótese de que não deu tempo de inserir uma notinha sobre o “A PRIVATARIA TUCANA”, pois a sua coluna já estava previamente escrita quando o livro foi lançado.


Qualquer que seja o motivo para o seu SILÊNCIO, tenho, com pesar, que admitir que o senhor não é mais o mesmo, e assim, um dos últimos “nomes” que ainda me levavam a ler o jornal O Globo não existe mais.


Profundamente consternado, despeço-me, não sem antes deixar de registrar que até EREMILDO O IDIOTA, ficou envergonhado e sem entender seu silêncio nesse DOMINGO.

Vergonha alheia: mídia esconde maior escândalo da história do Brasil

A imprensa blinda Serra. O eleitor, não 
Nirlando Beirão

Até o momento em que rabisco essas mal traçadas linhas, reina estrepitoso silêncio em torno do livro-bomba de Amaury Ribeiro Jr., nosso companheiro aqui da Record, com novas, sensacionais, documentadíssimas revelações sobre aquele que foi – agora não há nenhuma dúvida – a maior falcatrua com dinheiro público na história recente do Brasil.

Os únicos a quebrar a omertà, a lei mafiosa do silêncio, são a Record e a Record News, que não têm rabo preso com ninguém e noticiaram com o devido destaque, da mesma forma como noticiam os escândalos no governo federal. O livro trata do episódio da privatização das teles no governo Fernando Henrique Cardoso. O mensalão fica parecendo coisa de amadores.

Amaury Ribeiro Jr. é um repórter investigativo de fino faro. Já ganhou o Prêmio Esso de Reportagem, uma espécie de Oscar do jornalismo brasileiro. É um profissional sério e respeitável.

A Privataria Tucana (Geração Editorial) traz 323 páginas de pura nitroglicerina. Entre os protagonistas da trama, avulta a figura do ex-ministro José Serra. Junto com Serra, um pequeno círculo de familiares: a filha, o genro, o marido de uma prima do Serra.

As acusações são pesadas e volumo$a$. Dão conta de movimentações superiores a 2,5 bilhões de dólares, via paraísos fiscais. Propinas, tráfico de influências, fraude em concorrências, espionagem – está tudo documentado.

No eixo das malversações, o conhecido Ricardo Sérgio de Oliveira, caixa das campanhas eleitorais do PSDB.

Em entrevista à CartaCapital – que também teve a coragem de romper a blindagem feita pela grande imprensa em torno de Serra – Ribeiro Jr. destampa um episódio digamos assim fratricida, que exprime bem os métodos políticos de José Serra.

Ameaçado pelo crescimento de Aécio Neves junto às bases do PSDB, o insistente candidato decidiu botar um núcleo de arapongas espionando a vida particular do governador mineiro.

Serra pretendia usar o dossiê numa possível contenda dentro do partido. Quem comandava a operação clandestina era o ex-delegado da Polícia Federal, depois lotado no gabinete do ministro da Saúde, Marcelo Itagiba. (Itagiba, eleito deputado federal pelo PSDB do Rio, em 2006, foi cassado pelo voto em 2010).

Vocês sabem, Aécio desistiu, Serra concorreu e perdeu. Durante a campanha, fez enorme alarde a respeito de um suposto “dossiê” que envolveria sua filha. O dossiê era, na verdade, o livro do Amaury.

Tática preventiva, mas manjada: acusar para não ser acusado, fazer escarcéu para despistar o foco da questão. A imprensa amiga aliou-se prontamente ao candidato anti-Lula.

Amaury, para não ser ver usado no arsenal da sangrenta campanha presidencial, decidiu adiar a publicação do livro – que agora está nas livrarias.

Sobra inclusive para o PT – outro momento fratricida dos muitos a que o PT já se acostumou.

Narra a disputa entre duas facções durante a campanha da Dilma: aquela comandada pelo hoje ministro Fernando Pimentel e a ala aloprada do PT de São Paulo, representada pelo hoje presidente do partido, Ruy Falcão.

Foi a turma de São Paulo quem andou vazando informações à imprensa para detonar os rivais – a velha guerra de ocupação de espaços. Mesmo ao custo de detonar a própria candidatura Dilma.

(Um dos veículos acionados por Falcão foi, acreditem, a revista Veja). O livro é um mergulho no triste Brasil do lodaçal do poder.

Insisto: é curioso o silêncio da grande imprensa. Tão pressurosa em divulgar as mais mirabolantes acusações – por exemplo, aquela história de mala de dinheiro na garagem do Ministério do Esporte, depois desmentida – ela agora trata de proteger o eterno queridinho.

O eleitor, no entanto, está ligado. Pesquisa da Datafolha divulgada ontem, domingo, 11, informa que a rejeição a José Serra pulou para 35% – no caso de ele vir a ser candidato a prefeito de São Paulo no ano que vem.

Serra é, disparado, o mais rejeitado de todos os possíveis postulantes.

Mas ele é tão insistente que vai acabar atropelando seus próprios companheiros de partido e se candidatando a um mandato que, claro, se eleito, não iria cumprir até o fim – mesmo prometendo fazê-lo, com certidão passada em cartório e tudo (como já fez certa vez).

Pelo menos o Serra terá o voto da Soninha.



 

O estrondoso silêncio da mídia

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O livro de Amaury Ribeiro Jr, a Privataria Tucana, é destaque na Folha.
Não no jornal, onde não merece nem uma linha, é claro.
Mas na Livraria da Folha, onde – apenas três dias depois de lançado  – já é o mais vendido, superando o livro de Eike Batista, que contou com ampla cobertura, inclusive com chamadas no site do jornal.
Depois a Ombudsman da Folha fala que a blogosfera dá olé na grande mídia.
Pudera, foi ela que criou este “sucesso clandestino” .
Talvez os editores de jornais, revistas, rádios e televisões não tenham se dado conta de que “a Sibéria do esquecimento” – como uma vez Leonel Brizola definiu o banimento dos meios de comunicação das pessoas e dos temas que desagradavam Roberto Marinho – esquentou muito depois do surgimento da internet.
O silêncio da mídia, retumbante como está sendo, não a cobre de suspeitas.
Cobre de vergonha a hipocrisia do moralismo seletivo que pratica.

Famílias midiáticas estão na cola do Amaury. Saiba por quê

Há anos que o senhor X, vez por outra, fornece informações de dentro do ventre do dragão midiático. Ele trabalha em um desses prostíbulos dos barões da mídia. Mas, como muitos que ali ganham o pão de cada dia, garanto que não faz “programa”, pois se dedica tão-somente a tarefas decentes, o que o obriga a se manter longe da cobertura política.
As notícias que tenho para o jornalista Amaury Ribeiro Jr. não são boas – ainda que ele ao menos já intua o que revelarei, se é que não sabe mais do que vou dizer a seguir: está aberta a temporada de caça ao autor de A Privataria Tucana.
As redações da imprensa golpista enveredaram por uma busca frenética de elementos que possam ser usados contra ele devido ao fato de que agora que se sabe que a filha de Serra  também responde a inquérito a acusação de que o jornalista está sendo investigado por supostamente ter feito dossiê contra Serra no ano passado não basta para desqualificá-lo. É preciso mais. Bem mais.
Mas, enfim, o post não é só sobre isso. É para explicar a razão pela qual a mídia quer distância do tema Privataria Tucana. E para que se possa entender por que, voltemos a diálogo travado em 1998 entre o então presidente Fernando Henrique Cardoso e o seu ministro das Comunicações, o Mendonça de Barros, no auge da privataria:
—–
Mendonça de Barros – “A imprensa está muito favorável, com editoriais…”
Fernando Henrique Cardoso – “Está demais, né? Estão exagerando, até.”
—–
A conversa completa, registrada em gravação, pode ser lida aqui, nos arquivos da revista Carta Capital.
Essa conversa foi gravada ilegalmente, mas veio à tona à época e foi largamente reproduzida pela imprensa, tendo levado à queda do ministro. FHC jamais foi cobrado pela imprensa que disse que lhe era tão “favorável” que até “exagerava”. E exagerava mesmo. O apoio da mídia ao governo FHC foi escandaloso.
Enquanto isso, a mesma mídia dizia que o PT, agora na oposição, era adepto do “Quanto pior, melhor”. Hoje em dia, diz que a oposição está apenas cumprindo com seu papel “republicano”. Ou seja: o PT era inaceitável para Globo, Folha, Veja e Estadão até quando era oposição. O PT, para esses veículos, simplesmente não deveria existir. Deveria ser posto na ilegalidade.
Mas por que a mídia defendia – e continua defendendo – tanto a privataria tucana? Simples, porque enquanto publicava editoriais aos quais FHC e Mendonção se referiram naquelas gravações, tratava de fazer bons negócios com o que estava sendo vendido a preço de banana.
Veja a seguir, leitor, cada negócio que esses barões da mídia tão zelosos com o dinheiro público fizeram na época da privataria tucana enquanto a defendiam sem informar aos seus leitores que tinham interesse direto no que estava sendo doado pelo governo ao setor privado.
A família Mesquita, do Estadão, saiu do processo de privatização como sócia da empresa de telefonia celular BCP (atualmente, Claro) na região Metropolina de São Paulo. O Grupo OESP (Estadão) ficou com 6% do consórcio, o Banco Safra com 44%,  a Bell South (EUA) com 44% e o grupo Splice com 6%.
Já a família Frias, dona da Folha de São Paulo, aproveitou a liquidação da privataria para adquirir opção de compra de 5% do consórcio Avantel Comunicações – Air Touch (EUA) 25% e grupo Stelar mais 25% -, que ficou com 50% da telefonia paulistana, tendo a construtora Camargo Correa comprado mais 25% e o Unibanco os 25% restantes.
Já a família Marinho mergulhou fundo na Globopar, empresa de participações das Organizações Globo formada para adquirir parte da privataria, tendo comprado 40% do consórcio TT2, que disputava a telefonia celular nas áreas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, ficando o resto com a americana ATT, que comprou 37%, com o Bradesco, que comprou 20%, e com a italiana Stet, que se contentou com 3%.
Os Marinho também abocanharam o consórcio Vicunha Telecomunicações, que envolvia telefonia celular na Bahia e em Sergipe. A Stet (Itália) ficou com 44%, o Grupo Vicunha com37% e a Globopar e o Bradesco com 20%.
Abaixo, a tabela de participação de cada empresa no processo de privataria da telefonia, o apetitoso Sistema Telebrás, que os barões da mídia defenderam no Estadão, no Globo e na Folha sem informarem aos seus leitores que estavam envolvidos nos negócios que adviriam da venda de patrimônio público.

Quem quiser conferir melhor essa divisão do saque ao patrimônio público que o livro A Privataria Tucana denuncia, pode acessar o estudo “INVESTIMENTO E PRIVATIZAÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL: DOIS VETORES DA MESMA ESTRATÉGIA”. Não contém opiniões, contém fatos – quem comprou o quê durante o processo de privatização do governo FHC.
Como se vê, a mídia tem todas as razões do mundo para temer uma investigação que, para ser totalmente franco, deveria ter sido aberta pelo governo Lula no primeiro dia de 2003, tão logo o poder finalmente mudou de mãos no Brasil. Mas a grande maioria do governo do PT achou que evitaria uma guerra com a mídia e a oposição se prevaricasse e não investigasse nada.
Deu no que deu.

Então, é Natal...! "Privataria" lembrou Panetone do sócio em Brasília...



Chegou o presente de Natal que a tucanada mais temia.

A CartaCapital  traz na capa o livro  que há mais de um ano vem fazendo os mais ilustres tucanos roerem as bem tratadas unhas.

A Privataria Tucana, a reportagem de Amaury Ribeiro que se transformou, ela própria, em notícia, vai aos porões dos anos infames do Governo FHC, onde o patrimônio do povo brasileiro migrou para mãos privadas, deixando grossos pingos de sujeira que a nossa zelosa imprensa nunca quis ver.

LIVRO “A PRIVATARIA TUCANA” NASCEU DO PEDIDO DE AÉCIO NEVES PARA QUE O JORNAL ESTADO DE MINAS INVESTIGASSE O RIVAL JOSÉ SERRA; ESCRITO PELO JORNALISTA INVESTIGATIVO AMAURY RIBEIRO JÚNIOR, O LIVRO TRAZ REVELAÇÕES IMPORTANTES SOBRE COMO O EX-GOVERNADOR PAULISTA, SEUS OPERADORES, SEU GENRO E ATÉ SUA PRÓPRIA FILHA ENRIQUECERAM COM A VENDA DE ESTATAIS

Derrotado na disputa à Presidência da República, José Serra gastou boa parte da campanha eleitoral de 2010 resmungando contra “espiões” que estariam bisbilhotando a vida de sua filha Verônica. A imprensa do PIG fez estardalhaço.
Na verdade, o então governador paulista contratou, sem licitação, por meio da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), a empresa Fence Consultoria Empresarial. A Fence é propriedade do EX-AGENTE DO SNI - Serviço Nacional de Informações (SNI), o legendário coronel reformado do Exército Ênio Gomes Fontelle, 73 anos, conhecido na comunidade de informações como “Doutor Escuta”.
A empresa do “Doutor Escuta” foi contratada por R$ 858 MIL POR ANO  “mais extras emergenciais” — pagos pelo contribuinte — no dia 10 de julho de 2008. Vale lembrar que nessa época a vida particular do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves estava sendo espreitada por arapongas no Rio de Janeiro, onde a Fence está sediada. Talvez isso explique por que a Prodesp tenha invocado “inelegibilidade” para contratar a empresa do araponga sem licitação.

Leia mais sobre Privataria Tucana

O LIVRO DO AMAURY: TUKANOS, PRIVATIZAÇÕES E MÍDIA


                          A MÍDIA QUE ESTÁ ESCONDENDO É SÓCIA DOS TUKANOS?
                         
CADÊ A CAPA DA VEJA?
CADÊ O JORNAL DA BAND?
CADÊ A FOLHA?
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Luís Nassif: A reportagem investigativa da década

A reportagem investigativa da década
Enviado por luisnassif, sab, 10/12/2011 – 21:28
Fui ontem à coletiva do repórter Amaury Ribeiro Jr, sobre o livro que lançou.
Minha curiosidade maior era avaliar seu conhecimento dos mecanismos do mercado financeiro e das estruturas de lavagem de dinheiro.
Amaury tem um jeito de delegado de polícia, fala alto, joga as ideias de uma forma meio atrapalhada – embora o livro seja surpreendentemente claro para a complexidade do tema. Mas conhece profundamente o assunto.
Na CPI dos Precatórios – que antecedeu a CPI do Banestado – passei um mês levando tiro de alguns colegas de Brasília ao desnudar as operações de esquenta-esfria dinheiro e a estratégia adotada por Paulo Maluf. Foi o primeiro episódio jornalístico a desvendar o submundo das relações políticas, mercado financeiro, crime organizado.
No começo entendi os tiros como ciumeira de colegas pela invasão do seu território por jornalista de fora. Depois, me dei conta que havia um esquema Maluf coordenando o espírito de manada, no qual embarcaram colegas sem conhecimento mais aprofundado do tema.
Minhas colunas estão no livro “O jornalismo dos anos 90”, mostrando como funcionavam as empresas offshore, o sistema de doleiros no Brasil, as operações esquenta-esfria na BMF e na Bovespa, as jogadas com títulos estaduais.
Repassei parte desse conhecimento ao meu amigo Walter Maierovitch, quando começou a estudar esse imbricamento mercado-crimes financeiros e, depois, na cerimônia de lançamento do Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência).
Mesmo assim, persistiu a dicotomia na cobertura: jornalistas de mercado não entravam em temas policiais e jornalistas policiais não conheciam temas financeiros. E a Polícia Federal e o Ministério Público ainda tateavam esse caminho.
Aos poucos avançou-se nessa direção. A Sisbin significou um avanço extraordinário na luta contra o crime organizado. E, no jornalismo, Amaury Ribeiro Jr acabou sendo a melhor combinação de jornalismo policial com conhecimento de mercado.
Quem o ouve falar, meio guturalmente, não percebe, de imediato, sua argúcia e enorme conhecimento. Além de ter se tornado um especialista nas manobras em paraísos fiscais, nos esquemas de esquentamento de dinheiro, tem um enorme discernimento para entender as características de cada personagem envolvido na trama.
Mapeou um conjunto de personagens que atuam juntos desde os anos 90, girando em torno do poder e da influência de José Serra: Riolli, Preciado, Ricardo Sergio, Verônica Serra, seu marido Alexandre Burgeois. É uma ação continuada.
Entendeu bem como se montou o álibi Verônica Serra, uma mocinha estreante em Internet, naquele fim dos anos 90, com baixíssimo conhecimento sobre tendências, modelos de negócios, de repente transformada, por matérias plantadas, na mais bem sucedida executiva da Internet nacional. Criou-se um personagem com toque de Midas, em um terreno onde os valores são intangíveis (a Internet) para justificar seu processo de enriquecimento. Mas todo o dinheiro que produzia vinha do exterior, de empresas offshore.
Talvez o leitor leigo não entenda direito o significado desses esquemas offshore em paraísos fiscais. São utilizados para internalizar dinheiro de quem não quer que a origem seja rastreada. Nos anos 90, a grande década da corrupção corporativa, foram utilizados tanto por grandes corporações – como Citigroup, IBM – para operações de corrupção na América Latina (achando que com as offshores seriam blindadas em seus países), como por políticos para receber propinas, traficantes para esquentar recursos ilícitos.
Ou seja, não há NENHUMA probabilidade de que o dinheiro que entrou pelas contas de Verônica provenha de fontes legítimas, formalizadas, de negócios legais.
Ao mesmo tempo, Amaury mostra como esse tipo de atuação de Serra o levou a enveredar por terrenos muito mais pesados, os esquemas de arapongagem, os esquemas na Internet (o livro não chega a abordar), os assassinatos de reputação de adversários ou meros críticos. É um modo de operação bastante tipificado na literatura criminal.
No fundo, o grande pacto de 2005 com a mídia visou dois objetivos para Serra: um, que não alcançou, o de se tornar presidente da República; o outro, que conseguiu, a blindagem.
O comprometimento da velha mídia com ele foi tão amplo, orgânico, que ela acabou se enredando na própria armadilha. Não pode repercutir as denúncias de corrupção contra Serra porque afetaria sua própria credibilidade junto ao universo restrito de leitores que lêem jornais, mas não chegam ainda à Internet.
Ao juntar todas as peças do quebra-cabeças e acrescentar documentos relevantes, Amaury escancara a história recente do país. Fica claro porque os jornais embarcaram de cabeça na defesa de Daniel Dantas, Gilmar Mendes e outros personagens que os indispuseram com seus próprios leitores. (Só não ficou claro porque o PT aceitou transformar a CPI do Banestado em pizza. Quais os nomes petistas que estavam envolvidos nas operações?)
E agora? Como justificar o enorme estardalhaço em torno do avião alugado do Lupi (independentemente dos demais vícios do personagem) e esconder o enriquecimento pessoal de um bi-candidato à presidência da República?
Mesmo não havendo repercussão na velha mídia, o estrago está feito.
Serra será gradativamente largado ao mar, como carga indesejada, aliás da mesma forma que está ocorrendo com os jornalistas que fizeram parte do seu esquema.
A CPI dos Precatórios
No PDF, o livro “O jornalismo dos anos 90”. A partir da página 147, minhas colunas sobre a CPI dos Precatórios, onde já se revelava todo o imenso esquema do crime organizado no país, os doleiros, a operação em Foz do Iguaçu, as concessões do Banco Central etc.
A ironia da história é que, em determinado momento, consegui convencer o banqueiro Fábio Nahoum – testa de ferro do Maluf – a passar informações ao relator da CPI, senador Roberto Requião. Como testemunhas do encontro, a repórter Mônica Bérgamo – que teve um comportamento impecável quando Requião e alguns colegas de Brasília tentaram desqualificar minhas revelações – e o então senador José Serra.
Não podia imaginar que um dos esquemas que operava na região era do próprio Serra.
PS do Viomundo1: A título de esclarecimento, a CPI do Banestado, a nave-mãe de todas as operações de lavagem de dinheiro no Brasil, foi aberta por conta de uma reportagem do Amaury publicada na capa da IstoÉ.
PS do Viomundo2: Segundo se infere do que está no Privataria Tucana, esta é uma das peças de ficção jornalística criadas para justificar a fortuna repentina de Verônica Serra.

Baixarias e Kassab fortaleceram Lula e debilitaram Serra em SP

A sondagem também revelou disparada da rejeição do ex-prefeito, ex-governador e ex-candidato a presidente José Serra em São Paulo. Incríveis 35% dos paulistanos desaprovam o tucano. Além disso, o prefeito Gilberto Kassab, que se elegeu na esteira da expressiva aprovação que o padrinho político detinha na capital paulista, amarga rejeição de 40%.
Segundo o Datafolha, em 11 sondagens que fez até hoje sobre a influência de Lula na política paulistana, nesta última a popularidade dele bateu recorde, tendo subido oito pontos percentuais desde a sondagem anterior, feita em setembro.
A lógica permite inferir as razões desse quadro.
Como se não bastasse o fato de que adoecer sempre torna a pessoa menos antipática a seus críticos, a baixaria praticada à larga na internet por antipetistas e antilulistas fanáticos diante da notícia de que Lula fora vitimado por doença mortal, chocou o país.
Ciente dessa faceta do brasileiro de ser solidário em situações assim, a mídia alinhada ao PSDB, percebendo o erro político que estava sendo cometido, tratou de se distinguir dos energúmenos que chegaram a comemorar o infortúnio de Lula, apesar de veículos como a Veja terem orientado seus colunistas a instigarem aqueles sentimentos degenerados.
Quanto ao aumento da rejeição a Serra, decorre da percepção dos paulistanos quanto à expressiva piora que a qualidade de vida sofreu na capital paulista. Kassab vai se tornando uma espécie de Celso Pitta e seu padrinho tucano uma espécie de Paulo Maluf.
Assim como Maluf e Pitta chegaram a ter recordes de popularidade em São Paulo e depois caíram em desgraça quando o resultado de suas administrações desastrosas começou a ser sentido – fenômeno que acabou elegendo Marta Suplicy, que reergueu a cidade –, o mergulho paulistano no caos vai despertando parte desse povo de seu delírio conservador.
Não se pode deixar de abordar, também, o fracasso retumbante do esforço hercúleo da mídia para destruir a imagem de Lula, esforço esse que se agravou depois que ele deixou a Presidência. Este ano foi marcado por uma artilharia midiática contra o ex-presidente que pode ter até superado a dos anos anteriores.
Nos primeiros dias de janeiro, logo após Lula deixar o cargo de presidente, recomeçaria, com força redobrada, a eterna campanha para desmoralizá-lo, campanha que teve início em 1989 e que nunca mais parou.
O caso dos passaportes dos filhos de Lula, o bombardeio de matérias “jornalísticas” que ainda o acusam de ter legado a Dilma “herança maldita” e ministros corruptos, nada disso surtiu efeito. Pelo contrário: o fato de o ex-presidente ter se tornado mais popular em São Paulo permite supor que nas regiões do país em que sua aprovação sempre foi mais alta, agora deve estar beirando a unanimidade.
Sendo assim, essa pesquisa eleitoral, feita pelos piores inimigos de Lula, deixa ver como ele vai se tornando uma lenda viva que, novamente, propiciará ao PT recordes de vitórias eleitorais. Mas, acima de tudo, revela que só restou à mídia o poder de gerar crises administrativas em governos, porque a opinião pública está se lixando para ela.
PS: a pesquisa Datafolha foi a campo antes da publicação do livro A Privataria Tucana.

Serra sondou editor para barrar “Privataria tucana”

Em entrevista ao 247, Luiz Fernando Emediato, dono da Geração Editorial, revela como o ex-governador paulista agiu para barrar o livro; num dia, 15 mil exemplares vendidos; em breve, ele estará na lista de “Mais Vendidos” até da Veja
“A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Júnior, é um livro polêmico, escrito por um jornalista não menos polêmico, mas certamente competente no que faz. Ex-repórter especial da revista Istoé e do jornal O Globo, Amaury já faturou vários prêmios Esso, que foram celebrados por seus colegas e patrões. Na campanha presidencial de 2010, Amaury caiu em desgraça, acusado de tentar comprar dados de familiares de José Serra protegidos por sigilo fiscal. Neste fim de semana, o jornalista vive sua redenção pessoal. É ele o autor do maior fenômeno editorial brasileiro dos últimos anos. Um livro, que, embora boicotado pelos veículos tradicionais de comunicação, vendeu 15 mil exemplares em um dia, sendo disputado nas livrarias como pão quente.
Por trás desse sucesso, há o dedo de um editor não menos polêmico e também muito competente. É o jornalista Luiz Fernando Emediato, dono da Geração Editorial, que tem estendido a mão a repórteres dispostos a contar boas histórias. Recentemente, ele emplacou grandes sucessos de cunho político, como “Memória das Trevas”, sobre Antônio Carlos Magalhães, vulgo Toninho Malvadeza, e “Honoráveis Bandidos”, sobre a família Sarney, escrito por nosso nobre colaborador Palmério Doria.
Emediato falou ao 247 sobre o desempenho comercial de “A privataria tucana”. E também revelou que o ex-governador paulista agiu para evitar a publicação.
247 – Você esperava esse desempenho de um livro sobre privatizações que aconteceram há tanto tempo?
Luiz Fernando Emediato – Nunca vi nada igual. Foram 15 mil livros vendidos num único dia. É um fenômeno.
247 – Como foi a estratégia de divulgação?
Emediato – Nós tínhamos receio de alguma ordem judicial que impedisse a distribuição. E não mandamos para nenhuma redação. Apenas o autor enviou um exemplar para a Carta Capital, mas todo o barulho foi feito na internet, inclusive por vocês que anteciparam o lançamento. O sucesso prova que há uma grande transformação na sociedade brasileira e revela a força da blogosfera.
247 – A Geração já mandou rodar uma nova edição?
Emediato – Estamos imprimindo mais 15 mil. Subestimamos a demanda, mas o erro não foi só nosso. Algumas livrarias não estavam acreditando. Mas em uma semana o livro estará, de novo, em todos os pontos comerciais.
247 – Você sofreu alguma pressão para não publicar o livro?
Emediato – Eu não diria pressão, mas há alguns dias fui procurado por uma pessoa que propôs uma conversa com o ex-governador José Serra.
247 – Quem foi?
Emediato – Era o Antônio Ramalho, um sindicalista do PSDB que é vice-presidente da Força Sindical.
247 – Você se sentiu intimidado?
Emediato – Não foi exatamente uma intimidação, até porque a abordagem do Ramalho, de quem sou amigo, foi muito elegante. Sentamos, tomamos um café, ele disse que o Serra queria conversar, eu disse que não e pagamos a conta. Num país democrático, quem se sentir incomodado tem o direito de me processar. Teve uma vez que o Guilherme Afif (vice-governador de São Paulo) veio me atacando aos berros, mas eu não dei muita bola.
247 – Você espera muitos processos?
Emediato – Pode ser, mas os nossos advogados dizem que a chance de perdermos é muito pequena. O livro é muito bem documentado. E não há ataques pessoais. São fatos concretos.
247 – Serra é tido como uma pessoa vingativa.
Emediato – Dizem que o Serra não tem adversários, tem inimigos. Eu acho até que já fui vítima dele, numa matéria da Veja, chamada “O lado negro da Força”, onde me enfiaram sem que eu tivesse nada a ver com aquilo. Mas não foi isso que me levou a publicar o livro. E eu, que me senti ofendido pela Veja, processei a revista. Acho que vou ganhar.
247 – Com esses dados de vendas, o livro certamente entrará na lista de mais vendidos. Você acha que entra na Veja?
Emediato – Tem que entrar, se não vai ficar muito feio para eles. A velocidade de vendas da “Privataria Tucana” é superior à do “Honoráveis Bandidos”, que começou em quarto, subiu para terceiro, segundo e depois ficou várias semanas em primeiro. Se a Veja não colocar vai ficar feio, porque o livro certamente entrará na lista da Folha, do Estadão, da Época...
247 – Como foi 2012 para a Geração Editorial?
Emediato – Foi nosso melhor ano. Éramos uma editora pequena, que faturava R$ 3 milhões/ano. Ainda somos pequenos, mas vamos chegar a uns R$ 7 milhões ano.
247 – Qual é o papel deste livro no momento de “faxina ética”?
Emediato – Talvez seja um remédio contra a hipocrisia.
Leonardo Attuch