Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Mídia trata filhos de FHC e Serra como os de Lula?

:
Primeiro nos deparamos com a fofoca do decadente jornalista Lauro Jardim acerca de suposta afirmação do réu confesso Fernando Baiano de que ele teria pago contas de Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, me remeteram a fatos ocorridos em 2005, depois ele mudou a versão... Disse que entregou o dinheiro para um amigo do ex-presidente, o qual entregaria a uma nora, cujo nome ele sequer soube dizer.
Essa perseguição começou em 2005 quando a revista VEJA estampou em sua capa um simulacro de “escândalo” denunciando “fato grave” segundo a revista. Mas a escândalo denunciado estava mais para contas do Senador Romário do que para contas do Cunha. Tratava-se de uma operação declarada à Receita Federal e aprovada pela CVM, que a imprensa tentou criminalizar em vão, não há ilegalidade.
Agora o espetáculo midiático ataca o filho mais novo de Lula. Fato que é tão “forçado”, como dizem os jovens. Fato que o senador José Serra considerou um "exagero" a decisão da Polícia Federal de realizar uma busca e apreensão no escritório de um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Bem, em 12 de junho de 2010 publiquei no meu blog um artigo curtinho com esse titulo “Dois pesos e duas medidas...”, pois tudo que se publica por parte da imprensa em relação a Lula e sua família jamais é honesto, o objetivo é desgastar, constranger e destruir. 
Mas essa mesma imprensa tão “imparcial” não comenta o desfecho de outros casos, nem se interessa em apresentar grandes manchetes sobre eles.
Há, por exemplo, o caso do superfaturamento na construção do estande brasileiro na Feira de Hannover, em 2000, fato que envolve Paulo Henrique Cardoso o filho do ex-presidente FHC.
Isso mesmo, o herdeiro do FHC gastou cerca de 24 milhões de dólares em 2000, equivalente a 80 milhões hoje de dinheiro público para ir à feira. O custo astronômico chamou atenção, pois o custo real e comprovado do estande não passou de 1,5 milhão... Com quem ficou a diferença entre 1,5 milhão e os 24 milhões que o governo desembolsou na época? O filho de FHC foi denunciado pelo MPF à época.
Já Fábio Luís, filho de Lula, apesar de incansavelmente investigado jamais foi denunciado pelo MPF. Por quê? Porque não praticou nenhum ilícito. Como não encontraram, e provavelmente nada será encontrado contra Fábio, atacam seu filho mais novo: Luiz Claudio.
E para, a empresa do filho do ex-presidente Lula chegou a ter 150 funcionários, gera emprego, trabalho e renda, funciona regularmente e produz conteúdos de qualidade, basta assistir diariamente o canal Playtv na TV a cabo. Já estande de Paulo Henrique Cardoso deve ser sucata faz tempo...
Ou caso tratado com “descuido” pela zelosa e imparcial imprensa envolve a filha de José Serra, palmeirense da Mooca.
Verônica Allende Serra, entre os 25 e os 30 anos se tornou um fenômeno do mundo dos negócios ao ganhar milhões em período tão curto.
Em 1995, aos 25 anos, Verônica ganhou uma bolsa de estudos para um curso de MBA (Mestre em Administração de Negócios) na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. O benfeitor da filha do então poderoso ministro do Planejamento foi a Fundação Educar, criada por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, à época donos do Grupo Garantia (não podemos esquecer que os citados benfeitores participaram ativamente do processo de privatizações do governo ao que o pai de Verônica servia, além de estarem envolvidos nos interesses da cervejaria Brahma, que, em 1998, em processo polêmico que dependia do Cade, ligado à área de influência de José Serra.
Bem, Verônica concluiria o curso em Harvard em 1997 e já em 1998 conseguiria seu primeiro trabalho no mundo corporativo, na companhia de administração de recursos chamada Leucadia. Meses depois, seria recrutada pelo fundo de investimentos International Real Returns (IRR) para atuar como sua representante no Brasil. Em 2000, tornar-se-ia “diretora” da “Decidir.com, Inc.”, fundada naquele ano, uma empresa “ponto.com” norte-americana, subsidiária da matriz argentina “Decidir”, de busca e verificação de dados cadastrais e crédito.
A empresa ganhou notoriedade no Brasil por ter tido como membros da diretoria tanto Verônica Dantas Rodemburg, irmã do banqueiro Daniel Dantas, dono do CVC Opportunity, como Verônica Allende Serra, filha do então ministro da Saúde José Serra. Em cinco anos, esse prodígio pulou de um empreguinho na Editora Abril e de um singelo curso de Direito na USP para o epicentro dos grandes negócios corporativos, alegadamente por ter passado pela abençoada Universidade de Harvard, que, agora se sabe, basta cursar para ficar rico em poucos anos. Mas ninguém fala nada sobre isso. Mas com Fábio Luís não havia descanso até descobrirem que Claudio.
Fato é que esse tal Lauro Jardim fez novamente o quem vem fazendo desde 2003: acusações “espetaculares” para atingir o ex-presidente Lula.
Lula jamais teve, ao longo das mais de três décadas de vida política, uma única acusação leve ou grave comprovada, foi absolvido de todas as calúnias e infâmias, nunca sofreu um processo em que fosse apresentada uma mísera prova das acusações que lhe eram feitas, mas ao longo de seus dois governos, seu filho Fábio Luís Lula da Silva vem sendo acusado, através de montagens fotográficas principalmente, as quais atribuem a ele a posse de propriedades rurais imensa, apontado como dono de empresas como a JBS (cujos donos reais qualquer pessoa informada sabe quem são), enfim, o filho mais velho de Lula é um dos alvos prediletos dos adversários do pai há muito tempo, mas Paulo Henrique Cardoso e Verônica Serra são sempre poupados e seu surpreendente enriquecimento, coincidente com os mandatos de FHC e Serra, relevados.
Dois pesos e duas medidas. A imprensa trata uns com justiça e outros com injustiça, Paulo, Verônica, Fábio e Luiz Claudio merecem o mesmo tratamento da imprensa, pois condutas diversas da diante de situações idênticas, aplicar a lei ou a regra com mais ou menos rigor de acordo com a conveniência é imoral e merece a nossa discordância expressa.
Pedro Benedito Maciel Neto, 51, advogado, sócios da MACIEL NETO ADVOCACIA, autor de “Reflexões sobre o estudo do Direito”, Ed. Komedi, 2007.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Tucanos da Privataria em pânico: investigação desnuda políticos em paraísos fiscais.



 O Jornal Nacional não deu esta notícia. Será por quê?


 O Jornal Nacional não deu esta notícia. Será por quê? Dois milhões de emails, relacionados principalmente com o paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas [do livro "A Privataria Tucana"]  revelam negócios de várias personalidades do mundo inteiro emoff-shores, locais onde circularão cerca de 32 biliões de dólares (32 milhões de milhões) livres de impostos. A revelação faz parte de uma investigação jornalística que começou a ser publicada esta quinta-feira em órgãos de comunicação social de todo o mundo, sob a égide do International Consortium of Investigative Journalists [ICIJ], uma associação sem fins lucrativos com sede em Washington.
Entre os envolvidos nestes emails estão vários políticos, banqueiros e homens de negócios, cujas atividades começaram ou começarão agora a ser escrutinadas em todo o mundo. Alguns exemplos:

• Jean-Jacques Augier, co-tesoureiro da campanha eleitoral de François Hollande, lançou uma distribuidora na China com base nas ilhas Caimão e tendo como sócio uma empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas.

• Um magnata da construção do Azerbaijão, Hassan Gozal, controla diversas entidades nos nomes das duas filhas do presidente do país.

• O marido de uma senadora canadiana depositou mais de 1,7 milhões de dólares num off-shore. Pagou as custas em dinheiro e pediu para que as comunicações escritas fossem reduzidas ao mínimo.

• A mais conhecida colecionadora de arte espanhola, a baronesa Carmen Thyssen-Bornemisza, usa off-shores para comprar quadros. Um dos cinco Van Gogh que adquiriu, Moinho de Água em Gennep, foi comprado através de uma sociedade nas ilhas Cook.

• Um dos clientes dos off-shores nos Estados Unidos é Denise Rich, ex-mulher do magnata do petróleo Marc Rich, que esteve envolvido em acusações de fuga aos impostos por parte do ex-Presidente Clinton. Denise Rich colocou 144 milhões de dólares no Dry Trust, nas ilhas Cook.

Para analisar os dois milhões de emails a que teve acesso, o ICIJ contou com jornalistas das publicações The Guardian (Reino Unido), Le Monde (França), Süddeutsche Zeitung (Alemanha) e da Canadian Broadcasting Corporation, para além de mais 33 parceiros no mundo inteiro. Oitenta e seis jornalistas de 46 países investigaram informações e registos bancários que cobrem mais de 30 anos. Segundo o ICIJ, trata-se do maior trabalho de investigação jornalística da história, em número de órgãos de comunicação e países envolvidos. (da RPT)
Veja também a reportagem da TV Brasil:

quarta-feira, 20 de março de 2013

E SE FILHO DE LULA FOSSE SÓCIO DE LEMANN? TUDO BEM?


sábado, 30 de junho de 2012

MPF indicia vice de Cerra num mensalão


A Privataria Tucana tem um encontro marcado com a Justiça.


Saiu na Folha (*):

Procurador denuncia 37 pessoas por mensalão do DEM no DF

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, denunciou nesta sexta-feira (29) 37 pessoas pelo envolvimento no escândalo que ficou conhecido como o mensalão do DEM. Entre os denunciados está o ex-governador do DF José Roberto Arruda, que foi preso na época em que o caso veio à tona, em 2009, e cassado por infidelidade partidária.
Gurgel disse que há fortes indícios de que havia um pagamento mensal a políticos do Distrito Federal. O governo do DF reconhecia dívidas que não existiam para fazer os pagamentos do esquema. Entre os crimes apontados na denúncia estão corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.
(…)

Segundo insuspeito vídeo de Alexandre Maluf Garcia, Arruda formaria a chapa ideal com o Padim Pade Cerra em 2010: “vote num careca e leve dois”.
Íntimas foram as relações entre o Governo Arruda e o PSDB de São Paulo e Gilberto Kassab, uma extensão do PSDB de São Paulo.
O Aref não deixa mentir: Cerra nomeou e Kassab manteve.
Arruda tinha todos os atributos morais para entrar na chapa tucana.
Ele era o vice ideal para o Cerra, não se tivesse enforcado numa meia.
Como foram ideais Rita Camata, o Piva, o Catão dos Pinhais (por 24 horas) e o Índio da Costa.
Diz-me quem é teu vice e dir-te-ei quem és.
Agora que o brindeiro Gurgel consertou o braço e voltou ao trabalho, bem que ele poderia tomar as providências para investigar e indiciar a rapaziada da Privataria Tucana.
Como diz o Santayana, no artigo em que presta justa homenagem ao embaixador Samuel Guimarães, não adianta o brindeiro Procurador olhar para o outro lado: a Privataria Tucana tem um encontro marcado com a Justiça.
Prevaricar é crime, na interpretação do Senador Collor.
Prevaricar duas vezes, então …
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

SERRA É PILHADO EM NOVA FALSIDADE IDEOLÓGICA

Campanha de 2010: Zé Chirico fez uma apoteótica caminhada pelo centro de Osasco ao lado do famosíssimo e influente Pirulito

Depois de mentir no Senado apresentando-se como engenheiro - sem sê-lo - e de ludibriar a Justiça Eleitoral e o povo brasileiro dizendo ser economista, o tucano Zé Chirico acaba de reincidir na prática de contravenção penal, afirmando publicamente que é palhaço. 
Ao participar de um evento nesta terça-feira, o perjuro fez pouco caso da CPI das Privatizações e qualificou o pedido de instalação de Comissão como "palhaçada". A informação está na reportagem de Raoni Scandiuzzi, publicada no portal da Rede Brasil Atual.
 "Não foi instalada nenhuma CPI ainda", desconversou Serra. Apesar de 185 assinaturas terem sido colhidas – 14 a mais do que o mínimo constitucional de um terço dos 513 deputados – e de o pedido já ter sido protocolado, o tucano afirmou não ter conhecimento sobre a iniciativa. A seguir, partiu para o ataque: "Isso é tudo uma palhaçada, porque eu tenho cara de palhaço, nariz de palhaço, só posso ser palhaço". Em seguida, ele afastou-se sem responder mais questionamentos sobre o tema, diz a matéria.

A profissão de palhaço está no rol das atividades laborais reguladas pela Lei 6.533, de 24 de maio de 1978. De acordo com o texto legal, o exercício da profissão “requer prévio registro na Delegacia Regional do Trabalho do Ministério do Trabalho”. Para isto, segundo o Art 7º, é preciso apresentar:

I - diploma de curso superior de Diretor de Teatro, Coreógrafo, Professor de Arte Dramática, ou outros cursos semelhantes, reconhecidos na forma da Lei; ou
II - diploma ou certificado correspondentes às habilitações profissionais de 2º Grau de Ator, Contra-regra, Cenotécnico, Sonoplasta, ou outras semelhantes, reconhecidas na forma da Lei; ou 
III - atestado de capacitação profissional fornecido pelo Sindicato representativo das categorias  profissionais e, subsidiariamente, pela Federação respectiva.

Serra jamais apresentou seus diplomas. Nem de engenheiro, nem de economista. Mas, desta vez, com seu inegável talento histriônico e seu irresistível carisma, não será difícil para o tucano descolar um canudo na Faculdade dos Truões. 
A estas horas, Piolim, Carequinha e Arrelia reviram-se em suas respectivas tumbas...

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A CPI e a "palhaçada" de Serra

Por Altamiro Borges

José Serra, o derrotado presidenciável tucano, começou o ano furioso, irritadiço. Numa solenidade hoje (10) no Instituto do Câncer de São Paulo, ele foi ríspido com os jornalistas ao responder sobre o pedido protocolado na Câmara Federal de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os crimes cometidos no processo de privatizações das estatais no triste reinado de FHC.



Acompanhando o governador Geraldo Alckmin, o papagaio de pirata primeiro disse desconhecer o pedido de criação da CPI apresentado pelo deputado Protógenes Queiroz (PCdoB) - que colheu 185 assinaturas em pleno final do ano, 14 a mais do que o mínimo constitucional de um terço dos 513 deputados. Na seqüência, mais agressivo, atacou: "Não foi instalada nenhuma CPI ainda... Isso é tudo palhaçada, porque eu tenho cara de palhaço, nariz de palhaço, só pode ser palhaço".

Episódio confirma desespero

Segundo o jornalista Raoni Scandiuzzi, da Rede Brasil Atual, José Serra se mostrou incomodado com as perguntas. Depois de criticar a "palhaçada", ele se afastou bruscamente dos repórteres "sem responder aos outros questionamentos sobre o tema". O episódio confirma que o ex-governador está apavorado com os desdobramentos da CPI, que tem como fonte principal o livro de Amaury Ribeiro, "A privataria tucana".

A obra, que já vendeu mais de 100 mil exemplares, apresenta inúmeros documentos, obtidos na Justiça, que comprovam a lavagem de dinheiro e outras maracutaias ocorridas durante o processo de privatização das estatais. O ex-ministro José Serra aparece como o maior beneficiário do esquema de corrupção. Sua filha, seu genro, seu primo e seu ex-tesoureiro de campanha seriam os pivôs dos crimes das privataria.

Ex-todo-poderoso no picadeiro

Serra garante que não tem "cara de palhaço ou nariz de palhaço", mas a sua atitude intempestiva deve ter rendido algumas gargalhadas - inclusive junto ao "fogo amigo" no interior do PSDB. O ex-todo-poderoso tucano adora brandar pela abertura de CPIs e se travestir de vestal da ética. Agora, diante da possibilidade de apuração do "maior assalto ao patrimônio público" da história do Brasil, ele perde o rebolado. Ele finalmente está na picadeiro!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Privataria: por que o Cerra se achava intocável?


Este ansioso blogueiro recomenda enfaticamente a leitura de “A vida quer é coragem – a trajetória de Dilma Rousseff, a primeira presidenta do Brasil”, de Ricardo Batista Amaral, editado pela Primeira Pessoa.

Breve, aqui se tratará do livro em si e da personagem.

Amaral faz uma minuciosa e objetiva reconstituição dos fatos políticos que Dilma acompanhou no primeiro plano, ou nos bastidores.

Objetiva, é bom frisar, porque, embora se trate de uma biografia autorizada – Amaral trabalhou na campanha da Dilma -, a narrativa é isenta, respeita a verdade factual, como gosta o Mino Carta.

Chamou a atenção o que está descrito a partir da página 161.

É o episódio dos que Lula chamou de aloprados, na eleição de 2006.

Os aloprados foram apanhados com dinheiro numa operação para desmascarar a compra de ambulâncias super-faturadas, enquanto Cerra e seu sucessor, Barjas Negri, eram ministros da Saúde.

Com a ajuda da Polícia Federal de São Paulo e especialmente do PiG (*), com a Folha (**) e a Globo à frente, Cerra transformou a tragédia das ambulâncias superfaturadas numa bênção dos céus.

O que deveria atingí-lo como um escândalo de bom tamanho derrotou Aloizio Mercadante para Governador (Cerra venceu no primeiro turno).

E permitiu que Ali Kamel levasse a eleição de Lula contra Alckmin para o segundo turno – clique aqui para ler “O Primeiro Golpe já houve, falta o Segundo (também do Kamel) “

A tecnologia cerrista já tinha sido testada – com retumbante sucesso – na eleição presidencial de 2002.

Quando Cerra fotografou cédulas de dinheiro no escritório da empresa Lunus do marido de Roseana Sarney – então a melhor candidata para derrotar Lula, segundo as pesquisas.

Cerra distribuiu à farta as fotos das notas pelo PiG (*) afora – e destruiu a candidatura de Roseana.

Sempre com a ajuda da Polícia Federal.

(O pai de Roseana, José Sarney, da tribuna do Senado,  acusou Fernando Henrique de receber, no Palácio do Alvorada, um fax de um agente da Polícia Federal, da máquina do escritório da Lunus, com a informação: missão cumprida.)

Na Polícia Federal, Cerra contava, sempre, com Marcelo Lunus Itagiba.

Cerra foi para a eleição de 2010 com essa convicção.

Com a ajuda do Papa, da PF e do PiG ele era intocável.

Qualquer calhordice – segundo Ciro Gomes – seria acobertada pelo PiG (*), com a ajuda da Policia Federal.

Uma dupla do barulho !

A partir da pág. 227, Amaral mostra outra peripércia de Cerra.

Que quase – quase, frise-se, deu certo.

Com rigor de cartógrafo, Amaral reconstitui o episódio da “quebra de sigilo” do presidente do PSDB, o notório Eduardo Jorge, aquele que tinha o hábito de ligar para o Juiz Lalau da sala ao lado do gabinete  do presidente Fernando Henrique.

Uma mania, digamos assim.

No bolo do sigilo vem o “suposto” dossiê que o Amaury Ribeiro Júnior prepararia contra a família tão inocente, imaculada, do Padim José Cerra.

Cerra àquela altura já sabia que o Amaury tinha feito uma reportagem não publicada pelo Estado de Minas, que descrevia tudo o que ele queria fazer para destruir a candidatura do Aécio.

Cerra também desconfiava que Amaury preparava um livro, cujo prefácio este ansioso blog publicou repetidas vezes

Cerra reproduziu a estratégia das notas da Roseana, das notas dos aloprados: transformou o limão na limonada.

Tentou botar o Amaury em cana, fez da filha e do Eduardo Jorge vítimas da sanha petista.

Jenial !

O PiG esteve incansável, na defesa dos princípios de Democracia.

A Carta Capital e Leandro Fortes mostraram que a irmã do Daniel Dantas e a filha do Cerra, elas, sim, é que violaram o sigilo fiscal de 60 milhões de brasileiros – e, por isso, a filha do Cerra está indiciada.

Mas, o PiG não dá sequência ao que a Carta Capital denuncia.

Muito menos o jornal nacional.

E o Cerra só precisa operar o jornal nacional e a Folha.

Esses bastam.

O resto vem no bolo.

Amaral mostra como Dilma cortou o mal pela raiz.

Mandou embora todos os que pudessem eventualmente produzir um dossiê.

E, de público, preservou o trabalho jornalístico do Amaury.

Cerra achou que o jogo tinha sido jogado.

Perdeu a eleição, disse um até breve, e achou que o Amaury ia se jogar numa vala comum.

E a filha ia se safar, numa boa.

Aí, a casa caiu.

Ele soube do livro do Amaury.

Tentou se aproximar do editor, o Luiz Fernando Emediato, mas Emediato não lhe deu bola.

O Privataria Tucana já começava a ser impressa.

E o Cerra deixou de ser intocável.

A mágica foi descoberta.

E o mágico saiu a correr, pela coxia, debaixo de vaia.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Vem aí o “Privataria”- II !



O programa Entrevista Record desta terça-feira, às 22h15, logo após o Heródoto Barbeiro, mostra entrevista que Luiz Fernando Emediato, dono da Geração Editorial, que lançou o “Privataria Tucana”, concedeu a este ansioso blogueiro.

Emediato tratava da possibilidade de sofrer alguma ação na Justiça e contou que nesta terça-feira mesmo conversou com Amaury Ribeiro Junior que lhe disse:

Quero acabar o livro.

Acabar, como ?, perguntou Emediato. O livro está pronto.

Não, respondeu Amaury.

Vou começar a escrever o Privataria II !

É que ficou muito documento de fora, e o Amaury quer divulgar tudo.

Emediato contou que, no início, Amaury pensou em editar o livro sem os documentos, porque o livro poderia ficar maçante.

Emediato ponderou que não: os documentos são exatamente a arma  mortífera do livro.

Sobre a aparente transferência ao PSDB a tarefa de processar a Geração e o Amaury, Emediato estranhou.

O livro não trata do PSDB.

A menos que eles se considerem donos da palavra “tucano”.

Por que o Cerra, a filha do Cerra, o genro do Cerra, o Ricardo Sergio de Oliveira, o cunhado do Cerra (Preciado), o Daniel Dantas e o sócio do Cerra (Rioli) não processam ?, pergunta-se o Amaury ?

Primeiro, porque os documentos são públicos.
Não há nada ali obtido de fonte sigilosa ou de forma ilegal.

E segundo, porque o livro começou exatamente com uma ação judicial do Ricardo Sergio de Oliveira contra o Amaury.

Amaury obteve “exceção da verdade” e teve acesso aos documentos da CPMI do Banestado.

Está tudo lá.

Estão todos lá.

Daniel Dantas, Naji Nahas, Ricardo Sergio – toda a privataria.

O ansioso blogueiro observou que colonistas (*) como Merval Pereira e uma outra do jornal Valor argumentam na mesma linha: que o livro não prova que a roubalheira tenha a ver com a privatização, ou a privataria, na feliz expressão de um dos colonistas (*) que chamam o Cerra de Serra: Elio Gaspari, o que usa múltiplos chapéus

Emediato se perguntou: por que cargas d`água o Carlos Jereissati haveria de depositar dinheiro na conta do Ricardo Sergio de Oliveira, não fosse pela privataria tucana ?

Por que cargas d`água a irmã do Daniel Dantas encheria a empresa da filha do Cerra de dinheiro, em Miami (em Miami !), a Decidir, não fosse pela privataria do Governo Fernando Henrique ?

Além do mais, a empresa de Miami tinha uma ninharia de capital e de repente a Decidir recebe um monte de dólares, aqui no Brasil …

O que ela vai dizer ?

Que quem lavou foi a Decidir e não elas, as donas, Verônicas Cerra e Dantas ?

O Fernando Henrique sempre poderá dizer que não sabia do “se isso der m… “.

O Cerra poderá dizer que não sabia que a filha tinha sido indiciada por violação de sigilo fiscal.

Eles não tratam dessas coisas.

Mas, o Ricardo Sergio sabia.

O Daniel Dantas sabia.

(O ansioso blogueiro contou uma historia que corria na Veja, quando se podia dizer que se trabalhava na Veja, num ambiente de respeito. Contava-se que um editor chegou na mesa do editor-chefe, Mino Carta, e pediu espaço para duas reportagens. Uma sobre um foguete lançado da base de Alcântara, no Maranhão. Outra, sobre um foguete que caiu na Praia de Boa Viagem, em Recife. )

Esses – Dantas, Ricardo Sergio, Naji Nahas, Preciado, Rioli, o genro -  não podem dizer que o foguete que saiu de Alcântara não é o mesmo que caiu em Recife.

É por isso, disse Emediato, que há esse constragimento geral.

Porque os documentos são públicos.

Indesmentíveis.

E por que os tucanos estão aflitos ?

O livro denuncia também o PT, a briga entre os grupos Palocci/Falcão  e Fernando Pimentel, que quase leva Dilma ao precipício.

Depois do programa, Emediato contou que tiha mandado um recado ao presidente do PSDB, Sergio Guerra: ele, Emediato, trabalhou em campanhas do PSDB e sabe de algumas coisas.

Que talvez constem do Privataria II.

Que horror !

Em tempo: o livro vendeu 120 mil exemplares em 20 dias.

Paulo Henrique Amorim


(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O que ‘Privataria’ revela de novo

A partir do momento em que o PSDB e a (sua) imprensa descerraram a cortina de silêncio absoluto que num primeiro momento interpuseram entre o livro A Privataria Tucana e a parcela do distinto público que ainda não descobriu a blogosfera, surgiu uma tese curiosa: a obra conteria apenas denúncias “requentadas” por já terem sido publicadas por essa mesma imprensa,  tese que ironicamente reconhece que o que já foi publicado sobre o caso não teria consistência, já que não teria produzido consequências àqueles que o livro acusa.
A tese tucana, compartilhada por Globo, Folha de São Paulo, Estadão, Veja e seus tentáculos espraiados pelos quatro cantos da nação também foi aproveitada – ou reaproveitada, como se verá adiante – por uma das personagens mais freqüentes no livro da Privataria: Verônica Serra, filha do ex-tudo José Serra. No apagar das luzes de 2011, essa senhora divulgaria, através do site do ex-secretário-geral da Presidência do governo Fernando Henrique Cardoso Eduardo Graeff,  desmentido que já fora divulgado outras vezes, mas que seria a primeira manifestação de Verônica após a publicação do livro.
A dar crédito à nota da filha de Serra, o leitor da grande imprensa (tucana) fica perdido. Como é possível que alguém escreva um livro com acusações tão graves sendo elas tão flagrantemente falsas quanto faz crer a nota de Verônica? O jornalista Amaury Ribeiro Jr. teria que ser um lunático, um suicida, pois é abissal o descompasso entre o que ele diz e o que diz a filha do tucano e os veículos de comunicação aliados a ele.
Vamos rever, então, a explicação única que Verônica Serra vem usando tanto que, como se poderá constatar em seguida – na reprodução do “outro lado” que a imprensa ocultou –, o jornalista Amaury Ribeiro acabou prevendo em seu livro.
—–
Nota de Verônica Serra à imprensa
27 de dezembro de 2011
“Nos últimos dias, têm sido publicadas e republicadas, na imprensa escrita e eletrônica, insinuações e acusações totalmente falsas a meu respeito. São notícias plantadas desde 2002 — ano em que meu pai foi candidato a presidente pela primeira vez — e repetidas em todas as campanhas posteriores, não obstantes os esclarecimentos prestados a cada oportunidade. Basta lembrar que, em 2010, fui vítima de quebra ilegal de sigilo fiscal, tendo seus autores sido indiciados pela Polícia Federal. E, agora, uma organizada e fartamente financiada rede de difamação dedicou-se a propalar infâmias intensamente através de um livro e pela internet. Para atingir meu pai, buscam atacar a sua família com mentiras e torpezas.
1. Quais são os fatos?
- Nunca estive envolvida nem remotamente com qualquer tipo de movimentação ilegal de recursos.
- Nunca fui ré em processo nem indiciada pela Polícia Federal; fui, isto sim, vítima dos crimes de pessoas hoje indiciadas.
- Jamais intermediei nenhum negócio entre empresa privada e setor público no Brasil ou em qualquer parte do mundo.
- Não fui sócia de Verônica Dantas, apenas integramos o mesmo conselho de administração.
Faço uma breve reconstituição desses fatos, comprováveis por farta documentação.
2. No período entre Setembro de 1998 e Março de 2001, trabalhei em um fundo chamado International Real Returns (IRR) e atuava como sua representante no Brasil. Minha atuação no IRR restringia-se à de representante do Fundo em seus investimentos. Em nenhum momento fui sua sócia ou acionista. Há provas.
3. Esse fundo, de forma absolutamente regular e dentro de seu escopo de atuação, realizou um investimento na empresa de tecnologia Decidir. Como conseqüência desse investimento, o IRR passou a deter uma participação minoritária na empresa.
4. A Decidir era uma empresa “ponto.com”, provedora de três serviços: (I) checagem de crédito; (II) verificação de identidade e (III) processamento de assinaturas eletrônicas. A empresa foi fundada na Argentina, tinha sede em Buenos Aires, onde, aliás, se encontrava sua área de desenvolvimento e tecnologia. No fim da década de 90, passou a operar no Brasil, no Chile e no México, criando também uma subsidiária em Miami, com a intenção de operar no mercado norte-americano.
5. Era uma empresa real, com funcionários, faturamento, clientes e potencial de expansão. Ao contrário do que afirmam detratores levianos, sem provar nada, a Decidir não era uma empresa de fachada para operar negócios escusos. Todas e quaisquer transações relacionadas aos aportes de investimento eram registradas nos órgãos competentes.
6. Em conseqüência do investimento feito pelo IRR na Decidir, passei a integrar o seu Conselho de Administração (ou, na língua inglesa, “Board of Directors”), representando o fundo para o qual trabalhava.
7. À época do primeiro investimento feito pelo IRR na Decidir, o fundo de investimento Citibank Venture Capital (CVC) – administrado, no âmbito da América Latina, desde Nova Iorque – liderou a operação.
8. Como o CVC tinha uma parceria com o Opportunity para realizar investimentos no Brasil, convidou-o a co-investir na Decidir, cedendo uma parte menor de seu aporte. Na mesma operação de capitalização da Decidir, investiram grandes e experientes fundos internacionais, dentre os quais se destacaram o HSBC, GE Capital e Cima Investments.
9. Nessa época, da mesma forma como eu fui indicada para representar o IRR no Conselho de Administração da Decidir, a Sra. Veronica Dantas foi indicada para participar desse mesmo conselho pelo Fundo Opportunity. Éramos duas conselheiras (e não sócias), representando fundos distintos, sem relação entre si anterior ou posterior a esta posição no conselho da empresa.
10. O fato acima, no entanto, serviu de pretexto para a afirmação (feita pela primeira vez em 2002) de que eu fui sócia de Verônica Dantas e, numa ilação maldosa, de que estive ligada às atividades do empresário Daniel Dantas no processo de privatização do setor de telecomunicações no Brasil. Em 1998, quando houve a privatização, eu morava há quatro anos nos Estados Unidos, onde estudei em Harvard e trabalhei em Nova York numa empresa americana que não tinha nenhum negócio no Brasil, muito menos com a privatização.
11. Participar de um mesmo Conselho de Administração, representando terceiros, o que é comum no mundo dos negócios, não caracteriza sociedade. Não fundamos empresa juntas, nem chegamos a nos conhecer, pois o Opportunity destacava um de seus funcionários para acompanhar as reuniões do conselho da Decidir, realizadas sempre em Buenos Aires.
12. Outra mentira grotesca sustenta que fui indiciada pela Polícia Federal em processo que investiga eventuais quebras de sigilo. Não fui ré nem indiciada. Nunca fui ouvida, como pode comprovar a própria Polícia Federal. Certidão sobre tal processo,  da Terceira Vara Criminal de São Paulo, de 23/12/2011, atesta que “Verônica Serra não prestou declarações em sede policial, não foi indiciada nos referidos autos, tampouco houve oferecimento de denúncia em relação à mesma.”
13. Minhas ligações com a Decidir terminaram formalmente em Julho de 2001, pouco após deixar o IRR, fundo para o qual trabalhava. Isso ressalta a profunda má fé das alegações de um envolvimento meu com operações financeiras da Decidir realizadas em 2006. Essas operações de 2006 – cinco anos após minha saída da empresa – são mostradas num fac-símile publicado pelos detratores, como se eu ainda estivesse na empresa. Não foi mostrado (pois não existe) nenhum documento que comprove qualquer participação minha naquelas operações. Os que pretendem atacar minha honra confiam em que seus eventuais leitores não examinem fac-símiles que publicam, nem confiram datas e verifiquem que nomes são citados.
14. Mentem, também, ao insinuar que eu intermediei negócios da Decidir com governos no Brasil. Enquanto eu estive na Decidir, a empresa jamais participou de nenhuma licitação”.
—–
Dos dezesseis capítulos de A Privataria Tucana, dois deles servem ao propósito de mostrar que a estratégia de Serra e de seu entorno familiar é a de apostar no estrangulamento do contraditório ao menos na imprensa, porém visando a que a censura jornalística acabe produzindo o abandono do caso pelo Poder Judiciário.
A você que, ao ter descoberto a blogosfera, não está mais preso ao instituto da informação controlada por injunções políticas que a dita “grande” imprensa oferece ao seu domesticado público cativo, este blog oferece trechos dos capítulos 9 e 13 de “Privataria”, os quais demonstrarão que quem quer realmente se manter informado, hoje em dia, não pode mais se limitar aos meios de comunicação tradicionais.
O trecho do capítulo 9 do livro em que a tese de que suas denúncias seriam “requentadas” é literalmente moída começa no terceiro parágrafo de sua página 185, apesar de o capítulo ter início na página 181. A essa altura, o autor pergunta:
– E o que este livro tem de novo a acrescentar sobre a Decidir?
E o próprio autor responde:
– Documentos, é claro, obtidos de forma lícita, que esclarecem de vez a saga da sociedade entre as Verônicas – a Serra e a Dantas, sendo esta a irmã do banqueiro Daniel Dantas.
E Amaury prossegue:
– Os papeis comprovam que Verônica [Serra] mentiu várias vezes em sua nota [o jornalista parece adivinhar, enquanto escrevia o livro, a nota de Verônica que seria publicada semanas após sua publicação]. A empresa não fechou as portas, Verônica não deixou a empresa e o dinheiro do Opportunity e do Citibank aplicado na firma também nunca esteve  na Argentina. Após cancelar seu registro de funcionamento no departamento de Comércio da Flórida em 2001, a Decidir passa a ter outro endereço (…), as Ilhas Virgens Britânicas, é claro. (…) A decidir é transformada em offshore e rebatizada como Decidir International Limited.
E Amaury segue questionando:
Qual é a função da offshore Decidir? Internar dinheiro. Onde? Na empresa Decidir do Brasil, que funciona no escritório da filha do ex-governador, localizado na rua Renato Paes de Barros, no bairro Itaim Bibi, em São Paulo (SP).
Neste ponto, uma informação que a filha de Serra jamais explicou em suas reiteradas notas:
Documento da Junta Comercial de São Paulo revela como a empresa [a Decidir das Ilhas Virgens, da qual Verônica é sócia] injeta de uma vez R$ 10 milhões, em 2006, na Decidir do Brasil [com a qual a filha de Serra diz não ter vínculos, apesar de ter recebido a dinheirama da empresa que ela tem no Caribe, e de funcionar em seu escritório em São Paulo], que muda de nome para Decidir Brasil.com.br (…) E além de funcionar no escritório de Verônica Serra (…), a Decidir brasileira tem como vice-presidente a própria filha do ex-governador.
Como se não bastasse, Amaury faz uma afirmação que, se fosse falsa, provaria que ele não está em seu juízo perfeito. Contra a afirmação de Verônica Serra de que jamais foi indiciada criminalmente, o jornalista conta uma história diferente:
– Verônica Serra foi indiciada pela Polícia Federal já no remoto ano de 2003 e é ré em processo que corre na 3ª Vara Criminal de São Paulo. Qual a acusação? Justamente a de ter praticado um crime da mesma natureza [da qual o próprio Amaury é acusado: de quebra de sigilo]. Consta do processo 370-36-2003.401.6181 (numeração atual), no qual Verônica e outros dirigentes da empresa Decidir do Brasil são apontados como autores da violação de segredo bancário.
Quem não acreditar no que leu pode investir a bagatela de três dezenas de reais e adquirir o livro A Privataria Tucana. Os documentos que contém, devidamente autenticados, foram extraídos de juntas comerciais e cartórios no Brasil e no exterior. Comprovam cada afirmação acima. Só não vou reproduzi-los aqui porque o autor tem que ser remunerado pelo serviço prestado ao país ao menos vendendo o seu livro. Afinal de contas, pirataria é com uma outra turma…

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Suicídio coletivo



"Se a Gazeta Esportiva não deu, ninguém sabe o que aconteceu".
(Slogan de um antigo jornal de São Paulo, nos tempos pré-internet, que ainda inspira muitos jornalistas brasileiros).
***
Daqui a cem anos, quando os historiadores do futuro contarem a história da velha mídia brasileira, certamente vão reservar um capítulo especial para o que aconteceu em 2011.

Foi o ano em que um livro desmascarou o que ainda restava de importância e influência da chamada grande imprensa na formação da opinião pública brasileira.O suicídio coletivo foi provocado pelo lançamento de um livro polêmico, A Privataria Tucana, do premiado repórter Amaury Ribeiro Júnior, com denúncias sobre o destino dado a bilhões de reais na época do processo de privatização promovido nos anos FHC.

Como envolve personagens do alto tucanato em nebulosas viagens de dinheiro pelo mundo, o livro foi primeiro ignorado pelos principais veículos do país, com exceção da revista "Carta Capital" e dos telejornais da Rede Record.

Nos dias seguintes, os poucos que se atreveram a tocar no assunto se limitaram a detonar o livro e o seu autor. Sem entrar no mérito da obra, o fato é que, em poucos dias, A Privataria Tucana alcançou o topo dos livros mais vendidos do país e invadiu as redes sociais, tornando-se tema dominante nas rodas de conversa do Brasil que tem acesso à internet. .

No final de semana, o fenomeno editorial apareceu nas listas de jornais e revistas, mas não mereceu qualquer resenha ou reportagem sobre o seu conteúdo.
Em 47 anos de trabalho nas principais redações da imprensa brasileira, com exceção da revista "Veja", nunca tinha visto nada igual, nem mesmo na época da ditadura militar, quando a gente não era proibido de escrever, apenas os censores não deixavam publicar.

Foi como se todos houvessem combinado que o livro simplesmente não existiria. Esqueceram-se que há alguns anos o mundo foi revolucionado por um negócio chamado internet, em que todos nos tornamos emissores e receptores de informações, tornando-se impossível esconder qualquer notícia.

O que mais me espantou foi o silêncio dos principais colunistas e blogueiros do país _ falo dos profissionais considerados sérios _, muitos deles meus amigos e mestres no ofício, que sempre preservaram sua independência, mesmo quando discordavam da posição editorial da empresa onde estão trabalhando. Nenhum deles ousou escrever, nem bem nem mal, sobre A Privataria Tucana, com a honrosa exceção de José Simão.

Alguns ainda tentaram dar alguma desculpa esfarrapada, como falta de tempo para ler e investigar os documentos publicados no livro, mas a grande maioria simplesmente saiu por aí assobiando e mudando de assunto.

O que aconteceu? Faz algum tempo, as entidades representativas da velha mídia criaram o Instituto Millenium, uma instituição voltada à defesa dos seus interesses e negócios, o que é muito justo.

Sob a bandeira da "defesa da liberdade de expressão", segundo eles sempre ameaçada por malfeitores do PT e de setores do governo federal, os barões da mídia promoveram vários saraus para denunciar os perigos que enfrentavam. O principal deles, claro, era "a volta da censura".

Pois a censura voltou a imperar escandalosamente na semana passada, só que, desta vez, não promovida por orgãos do Estado, mas pelas próprias empresas jornalísticas abrigadas no Millenium, que decidiram apagar do mapa, não uma reportagem ou uma foto, mas um livro.

O episódio certamente será um divisor de águas no relacionamento entre a grande imprensa e seus clientes. Por mais que cada vez menos gente acreditasse nessa conversa, seus porta-vozes sempre insistiam em garantir que a mídia grande era independente, apartidária, isenta, preocupada apenas em contar o que está acontecendo e denunciar os malfeitos do governo, em defesa do interesse nacional e da felicidade de todos.

Agora, caiu definitivamente a máscara. Neste final de semana, ouvi de várias pessoas, em diferentes ambientes, que vão cancelar assinaturas de publicações em que não confiam mais.

Como jornalista ainda apaixonado pela profissão, fico triste com tudo isso, mas não posso brigar com os fatos. Foi vergonhoso ver o que aconteceu e não deu para esconder. Graças à internet, todo mundo ficou sabendo.E agora? O que vão dizer aos seus ouvintes, leitores e telespectadores?

Enviado por nosso leitor José Paulo Lopes

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A carreira meteórica de Verônica Serra

Em 1995, aos 25 anos, Verônica ganhou uma bolsa de estudos para um curso de MBA (Mestre em Administração de Negócios) na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. O benfeitor da filha do então poderoso ministro do Planejamento foi a Fundação Educar, criada por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, à época donos do Grupo Garantia – que participaria ativamente do processo de privatizações do governo ao que o pai de Verônica servia – e da cervejaria Brahma, que, em 1998, em processo polêmico que dependia do Cade, ligado à área de influência do pai-ministro, compraria a cervejaria Antarctica e, assim, formaria a AmBev, que finalmente se uniria a uma cervejaria belga e formaria a InBev, hoje a maior cervejaria do mundo.
Verônica concluiria o curso em Harvard em 1997 e já em 1998 conseguiria seu primeiro trabalho no mundo corporativo, na companhia de administração de recursos chamada Leucadia. Meses depois, seria recrutada pelo fundo de investimentos International Real Returns (IRR) para, segundo ela, atuar como sua representante no Brasil. Em 2000, tornar-se-ia “diretora” da “Decidir.com, Inc.”, fundada naquele ano, uma empresa “ponto.com” norte-americana, subsidiária da matriz argentina “Decidir”, de busca e verificação de dados cadastrais e crédito.
A empresa ganhou notoriedade no Brasil por ter tido como membros da diretoria tanto Verônica Dantas Rodemburg, irmã de Daniel Dantas, dono do CVC Opportunity, como Verônica Allende Serra, filha do agora (em 2000) ministro da Saúde José Serra. O site oferecia consultas diversas, inclusive de pesquisas de editais públicos de licitações no Brasil. “Encontre em nossa base de licitações a oportunidade certa para se tornar um fornecedor do Estado”, dizia a propaganda da empresa.
Verônica Serra, advogada formada na Faculdade de Direito da USP em 1995, com mestrado (MBA) na Universidade Harvard concluído em 1997, em 2000 tornou-se “representante de investimentos” de uma empresa multinacional tão logo foi fundada e se retirou dessa empresa um ano depois, após estouro da bolha da internet em 2001.
Em cinco anos, esse prodígio – tão impressionante quando  a filha do governador Geraldo Alckmin, que também faria carreira meteórica, só que na boutique de luxo Daslu – pulou de um empreguinho na Editora Abril e de um singelo curso de Direito na USP para o epicentro dos grandes negócios corporativos, alegadamente por ter passado pela abençoada Universidade de Harvard, que, agora se sabe, basta cursar para ficar rico em poucos anos.
A diretoria executiva da Decidir.com, Inc. era composta por um representante do Citibank, por Verônica Valente Dantas Rodemburg (representando o fundo CVC Opportunity), por um representante da Decidir Argentina e por Verônica Allende Serra (representando o fundo International Real Returns – IRR).
Com o estouro da bolha da internet em maio de 2001, os fundos de investimentos Citibank, CVC Opportunity e IRR se retiraram do negócio engendrado pela genial Verônica Allende Serra, ficando a Decidir.com apenas com as operações na Argentina e no Brasil. Atualmente, apenas a matriz (Decidir.com, que atua na Argentina) está em operação. Sua proposta de negócios usa o seguinte bordão: “Com nossos serviços você poderá concretizar negócios seguros, evitando riscos desnecessários”.
—–
Nota de Verônica Serra à imprensa
“Nos últimos dias, têm sido publicadas e republicadas, na imprensa escrita e eletrônica, insinuações e acusações totalmente falsas a meu respeito. São notícias plantadas desde 2002 — ano em que meu pai foi candidato a presidente pela primeira vez — e repetidas em todas as campanhas posteriores, não obstantes os esclarecimentos prestados a cada oportunidade. Basta lembrar que, em 2010, fui vítima de quebra ilegal de sigilo fiscal, tendo seus autores sido indiciados pela Polícia Federal. E, agora, uma organizada e fartamente financiada rede de difamação dedicou-se a propalar infâmias intensamente através de um livro e pela internet. Para atingir meu pai, buscam atacar a sua família com mentiras e torpezas.
1. Quais são os fatos?
- Nunca estive envolvida nem remotamente com qualquer tipo de movimentação ilegal de recursos.
- Nunca fui ré em processo nem indiciada pela Polícia Federal; fui, isto sim, vítima dos crimes de pessoas hoje indiciadas.
- Jamais intermediei nenhum negócio entre empresa privada e setor público no Brasil ou em qualquer parte do mundo.
- Não fui sócia de Verônica Dantas, apenas integramos o mesmo conselho de administração.
Faço uma breve reconstituição desses fatos, comprováveis por farta documentação.
2. No período entre Setembro de 1998 e Março de 2001, trabalhei em um fundo chamado International Real Returns (IRR) e atuava como sua representante no Brasil. Minha atuação no IRR restringia-se à de representante do Fundo em seus investimentos. Em nenhum momento fui sua sócia ou acionista. Há provas.
3. Esse fundo, de forma absolutamente regular e dentro de seu escopo de atuação, realizou um investimento na empresa de tecnologia Decidir. Como conseqüência desse investimento, o IRR passou a deter uma participação minoritária na empresa.
4. A Decidir era uma empresa “ponto.com”, provedora de três serviços: (I) checagem de crédito; (II) verificação de identidade e (III) processamento de assinaturas eletrônicas. A empresa foi fundada na Argentina, tinha sede em Buenos Aires, onde, aliás, se encontrava sua área de desenvolvimento e tecnologia. No fim da década de 90, passou a operar no Brasil, no Chile e no México, criando também uma subsidiária em Miami, com a intenção de operar no mercado norte-americano.
5. Era uma empresa real, com funcionários, faturamento, clientes e potencial de expansão. Ao contrário do que afirmam detratores levianos, sem provar nada, a Decidir não era uma empresa de fachada para operar negócios escusos. Todas e quaisquer transações relacionadas aos aportes de investimento eram registradas nos órgãos competentes.
6. Em conseqüência do investimento feito pelo IRR na Decidir, passei a integrar o seu Conselho de Administração (ou, na língua inglesa, “Board of Directors”), representando o fundo para o qual trabalhava.
7. À época do primeiro investimento feito pelo IRR na Decidir, o fundo de investimento Citibank Venture Capital (CVC) – administrado, no âmbito da América Latina, desde Nova Iorque – liderou a operação.
8. Como o CVC tinha uma parceria com o Opportunity para realizar investimentos no Brasil, convidou-o a co-investir na Decidir, cedendo uma parte menor de seu aporte. Na mesma operação de capitalização da Decidir, investiram grandes e experientes fundos internacionais, dentre os quais se destacaram o HSBC, GE Capital e Cima Investments.
9. Nessa época, da mesma forma como eu fui indicada para representar o IRR no Conselho de Administração da Decidir, a Sra. Veronica Dantas foi indicada para participar desse mesmo conselho pelo Fundo Opportunity. Éramos duas conselheiras (e não sócias), representando fundos distintos, sem relação entre si anterior ou posterior a esta posição no conselho da empresa.
10. O fato acima, no entanto, serviu de pretexto para a afirmação (feita pela primeira vez em 2002) de que eu fui sócia de Verônica Dantas e, numa ilação maldosa, de que estive ligada às atividades do empresário Daniel Dantas no processo de privatização do setor de telecomunicações no Brasil. Em 1998, quando houve a privatização, eu morava há quatro anos nos Estados Unidos, onde estudei em Harvard e trabalhei em Nova York numa empresa americana que não tinha nenhum negócio no Brasil, muito menos com a privatização.
11. Participar de um mesmo Conselho de Administração, representando terceiros, o que é comum no mundo dos negócios, não caracteriza sociedade. Não fundamos empresa juntas, nem chegamos a nos conhecer, pois o Opportunity destacava um de seus funcionários para acompanhar as reuniões do conselho da Decidir, realizadas sempre em Buenos Aires.
12. Outra mentira grotesca sustenta que fui indiciada pela Polícia Federal em processo que investiga eventuais quebras de sigilo. Não fui ré nem indiciada. Nunca fui ouvida, como pode comprovar a própria Polícia Federal. Certidão sobre tal processo,  da Terceira Vara Criminal de São Paulo, de 23/12/2011, atesta que “Verônica Serra não prestou declarações em sede policial, não foi indiciada nos referidos autos, tampouco houve oferecimento de denúncia em relação à mesma.”
13. Minhas ligações com a Decidir terminaram formalmente em Julho de 2001, pouco após deixar o IRR, fundo para o qual trabalhava. Isso ressalta a profunda má fé das alegações de um envolvimento meu com operações financeiras da Decidir realizadas em 2006. Essas operações de 2006 – cinco anos após minha saída da empresa – são mostradas num fac-símile publicado pelos detratores, como se eu ainda estivesse na empresa. Não foi mostrado (pois não existe) nenhum documento que comprove qualquer participação minha naquelas operações. Os que pretendem atacar minha honra confiam em que seus eventuais leitores não examinem fac-símiles que publicam, nem confiram datas e verifiquem que nomes são citados.
14. Mentem, também, ao insinuar que eu intermediei negócios da Decidir com governos no Brasil. Enquanto eu estive na Decidir, a empresa jamais participou de nenhuma licitação.
Encerro destacando que posso comprovar cada uma das afirmações que faço aqui. Já os caluniadores e difamadores não podem provar uma só de suas acusações e vão responder por isso na justiça. Resta-me confiar na Polícia e na Justiça do meu país, para que os mercadores da reputação alheia não fiquem impunes.”
—–
Registro da empresa Decidir.com, Inc. na Flórida (EUA) confirma sociedade entre Verônica Serra e Verônica Dantas
Veja
Detalhe por Nome da Entidade
Corporação Florida Profit
DECIDIR.COM, INC
Informações de depósito
Número de documentosP00000044377
Número FEI / EINN / A
Arquivado data2000/05/03
EstadoFL
EstadoINACTIVE
Evento últimaDissolução voluntária
Data do Evento Filed2002/05/03
Data do Evento EfetivoNONE
Endereço principais
AGENTES C / O AGI REGISTADOS, INC
1200 Brickell Avenue, Suite 900
MIAMI FL 33131
Mudou 2001/05/01
Endereço para correspondência
AGENTES C / O AGI REGISTADOS, INC
1200 Brickell Avenue, Suite 900
MIAMI FL 33131
Mudou 2001/05/01
Nome do Agente & registrada Endereço
AGENTES AGI REGISTADOS, INC
1200 Brickell Avenue
Suite 900
MIAMI FL 33131 EUA
Nome alterado: 2001/05/01
Diretor / Director Detail
Nome e Endereço
Título D
KIM, BRIAN
1200 Brickell Avenue, Suite 900
MIAMI FL 33131
Título D
DANTAS RODEMBURG, VERONICA V
1200 Brickell Avenue, Suite 900
MIAMI FL 33131
Título D
Nevo, GUY E
1200 Brickell Avenue, Suite 900
MIAMI FL 33131
Título D
ALLENDE SERRA, VERONICA
1200 Brickell Avenue, Suite 900
MIAMI FL 33131
Título D
Nofal, ESTEBAN
1200 Brickell Avenue, Suite 900
MIAMI FL 33131
Título D
Brenman, ESTEBAN
1200 Brickell Avenue, Suite 900
MIAMI FL 33131
Relatórios Anuais
Ano relatórioData arquivado
20012001/05/01