Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 22 de março de 2013

CRISE DO PICOLÉ ASSUSTA SCABIN, VERÔNICA E LEMANN


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Tem sorvete derretendo na mão de gente famosa; divulgação de pagamento de "um valor superior a R$ 100 mihões" por entre "14% e 21%" da sorveteria Diletto, de Leandro Scabin, por fundo Innova de Verônica Serra, filha de José Serra, e Jorge Paulo Lemann, maior bilionário do Brasil, desperta suspeitas no mercado; valor  admitido por Scabin à revista Forbes, agora é negado por assessores; nenhum outro número foi divulgado
Marco Damiani _247 - Tem picolé derretendo em praça pública: os nervos dos donos estão quentes. Pertencente, até o final de janeiro, ao fundador Leandro Scabin, a Fábio Pinheiro, ex-sócio do banco Pactual, e ao publicitário Fábio Meneghini, da W/McCann, a sorveteria Diletto está na ponta da língua do mercado. Por "um valor superior a R$ 100 milhões", segundo afirma a prestigiada revista Forbes Brasil em reportagem destacada em sua capa deste mês, entre 14% e 21% da empresa foram vendidos ao fundo Innova Capital, criado pelos titulares do 3G Capital Jorge Paulo Lemann, o maior bilionário do Brasil, e Marcel Telles. O Innova, com capital estimado em US$ 190 milhões, tem a filha do ex-governador e sempre presidenciável tucano José Serra, Verônica Serra, como sócia e comandante-em-chefe.
"Todo o dinheiro pago será reinvestido na empresa", admitiu à Forbes, em entrevista na qual aparece com um sorriso, como se diz, de orelha a orelha, o empreendedor Scabin. "Nós não vamos embolsar nada", insistiu ele à publicação especializada em negócios, interessada em questionar quais eram as "extravagâncias financeiras planejadas após levantar uma bolada milionária". Scabin, em nenhum momento, negou o valor da venda, por, repita-se, mais de R$ 100 milhões por cerca de 20% da Diletto. Pelo tamanho do sorriso na foto ilustrativa da reportagem, bem pode ter sido mesmo até mais.
Agora, no entanto, dada a estranheza que percorre o mercado em razão do investimento feito por Lemann, Verônica e seu Innova Capital numa companhia que, no ano passado, faturou R$ 30 milhões, Scabin parece ter recolhido a comemoração. Estranho. Com o negócio na boca do mercado, a primeira providência da Diletto foi trocar sua área terceirizada de comunicação. A assessoria de imprensa Índex, que até a repercussão do negócio cuidava diligentemente da divulgação dos valores dos seus sorvetes, foi substituída pela Máquina da Notícia, de forte influência do publicitário Nizan Guanaes, e que administra, entre outras contas, a imagem da Ambev diante da mídia. Como se sabe, a Ambev é a primeira pérola na coroa de brihantes participações acionárias de Lemann.
Não há coincidência. A compra de uma participação numa sorveteria, mesmo sendo feita pelo bilionário Lemann e a filha de Serra, Verônica, poderia ter sido encarada como um negócio normal, não fosse pelo valor divulgado inicialmente. Diante do faturamento da companhia, qualquer conta de precificação não o sustenta. Há um consenso econométrico, mercadológico e político de que "um valor superior a R$ 100 milhões" pela Diletto extrapola até a última barreira de um investimento de bom senso. Não há notícia, ainda, de que Jorge Paulo Lemann goste de perder dinheiro – ou admita prazos de décadas para obter seu retorno. O mesmo vale para Verônica, sua protegida desde que foi beneficiada por uma bolsa de estudos bancada por ele para a universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Os novos titulares da comunicação midiática da Diletto informam que o valor pago por cerca de 20% da empresa não é de R$ 100 milhões. Scabin, porém, não negou o montante antes de o negócio se tornar de conhecimento público. Dando-se crédito, ok, à versão do novo momento, quanto foi pago pelo Innova de Lemann e Verônica à Diletto de Scabin, Pinheiro e Meneghini? Mais ainda? Um pouco menos, muito menos? Não, a informação é a de que não há informação sobre isso.
Enquanto nenhum dos envolvidos na aquisição minoritária mais comentada da semana aceita, ainda, falar em "on" a respeito, o certo é que os multicoloridos Diletto, cujo slogan é Lá Felicitá é um gelatto, vão se degelando sob a alta temperatura de um negócio mal explicado.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Dinheiro da Privataria voltando em forma de picolé?Por que Lemann e Verônica pagaram tanto pelo picolé?





Tomando como exemplo a compra da gigante americana Heinz, pelo fundo 3G, de Jorge Paulo Lemann, há pouco mais de um mês, o negócio foi fechado por duas vezes o faturamento e 19 vezes o lucro da companhia. No caso da minúscula sorveteria Diletto, adquirida por Verônica Serra, filha de José Serra, e o bilionário Lemann, os parâmetros foram totalmente distintos, numa aquisição precificada em 17 vezes o faturamento de uma sorveteria que talvez ainda nem tenha começado a lucrar. Ou há muita confiança ou algo ainda permanece misterioso na transação.


Brasil 247 – No dia 14 de março deste ano, o fundo 3G, do bilionário Jorge Paulo Lemann, protagonizou a maior aquisição da história da indústria alimentícia. Por US$ 23 bilhões, ele e seus sócios compraram a gigantesca empresa norte-americana Heinz, dona da principal marca de ketchups do mundo.

Negócios desse porte sempre obedecem a critérios claros e objetivos. No caso da Heinz, o 3G pagou o equivalente a duas vezes o faturamento da Heinz, de US$ 11,5 bilhões no ano passado, e 19 vezes o lucro da companhia. Essa relação preço/lucro, o chamado P/E (price/earnings), é o principal parâmetro utilizado em avaliações de empresas. Uma relação de dez vezes o lucro, muitas vezes, é adequada numa aquisição, mas há também casos em que se pagam prêmios, como no caso da Heinz.

Nada, no entanto, é comparável ao negócio fechado por Lemann e Verônica Serra, sócios do fundo Innova, na compra de 20% da minúscula sorveteria Diletto, de Cotia (SP), por R$ 100 milhões. A empresa, que tem dois anos de vida e fatura R$ 30 milhões por ano, foi avaliada em R$ 500 milhões. Ou seja: 17 vezes o faturamento. Se o critério utilizado na Heinz fosse semelhante, a empresa americana valeria US$ 195,5 bilhões, e não os US$ 23 bilhões pagos pelo 3G. A relação preço/lucro da Diletto é desconhecida, uma vez que seus números não são públicos e não se sabe sequer se a companhia começou a lucrar.

Procurados pela reportagem do 247, nem o fundo Innova nem o bilionário Lemann informaram quais foram os critérios que embasaram a aquisição. Por exemplo, quem fez a avaliação e quais foram os parâmetros utilizados?

Verônica, como se sabe, é filha de José Serra e teve seus negócios esquadrinhados no livro “Privataria Tucana”, um best-seller publicado pelo jornalista Amaury Ribeiro Júnior.  Depois de uma bolsa de estudos em Harvard, concedida pelo próprio Jorge Paulo Lemann, ela se tornou gestora de fundos de investimento, ao lado do marido Alexandre Bourgeois.

Lemann, por sua vez, foi diretamente beneficiado no governo FHC, pela decisão mais importante de sua trajetória empresarial: a aprovação, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, da fusão entre Brahma e Antarctica, ocorrida em 1999, que lhe deu 70% do mercado brasileiro e musculatura monopolista para crescer em outros países.

Naquele momento, o Cade era presidido por Gesner Oliveira e José Serra era candidato à sucessão de FHC. Serrista de carteirinha, Gesner se tornou presidente da Sabesp, estatal de saneamento, no governo tucano. E, depois da fusão Brahma-Antarctica, o Cade jamais voltou a permitir a realização de outros atos de concentração de mercado tão intensos. Por exemplo, ao comprar a Sadia, a Perdigão se viu forçada a vender vários ativos.

Leis que restringem monopólios existem nos Estados Unidos desde o início do século passado para proteger indivíduos e consumidores do poder das grandes corporações. Recentemente, ao tentar comprar a cervejaria mexicana Modelo, Lemann teve suas pretensões barradas por autoridades regulatórias dos Estados Unidos, país onde ele também enfrenta a acusação de aguar a cervejaria Budweiser, prejudicando a qualidade de um ícone americano, em favor do lucro.

O caso Diletto é tão fora dos padrões que gerou até uma movimentação atípica, nos meios de comunicação, para preservar as imagens de Lemann e de Verônica. Nas reportagens, o nome da filha de Serra aparece no fim, quase escondido. Além disso, embora a transação tivesse sido anunciada na noite de segunda-feira, uma reportagem-exaltação já aparecia impressa, na manhã do dia seguinte, na versão brasileira da revista Forbes, sobre o "estilo Lemann" e o porquê da decisão de entrar no mercado de sorvetes.

Em reportagem anterior do 247 sobre o caso (leia mais aqui), diversos leitores levantaram uma questão intrigante: será que, por meio de uma aquisição totalmente fora dos parâmetros tradicionais, recursos oriundos da chamada "privataria" estariam sendo internalizados no Brasil?


Leia mais em: Blog Sujo 

quarta-feira, 20 de março de 2013

E SE FILHO DE LULA FOSSE SÓCIO DE LEMANN? TUDO BEM?