Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sábado, 16 de agosto de 2014

Um retrato 3×4 de Marina, por Nilson Lage.

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Não faz um ano, Marina Silva, o grande fenômeno eleitoral de hoje – e da próxima pesquisa, ao que se diz – não conseguiu reunir as assinaturas de meio milhão de brasileiros que a quisessem fazer chefe de um novo partido político.
Meio milhão de brasileiros é  0,35% dos eleitores deste país.
Traduzindo: 35 pessoas em cada 10 mil cidadãos.
Quem não servia para ser chefe de um partido, agora será apresentada como possível chefe de um país inteiro.
Faltava-lhe povo,  hoje -mais do que sempre – sobra-lhe mídia.
Soma-se agora  também a “indicação” do irmão, da mãe, da viúva e dos meninos que Eduardo Campos deixou.
A nova política toma como eixo o desejo de um clã. Apenas uma família, por mais respeito pessoal que mereçam, ainda mais no momento de luto.
Se os métodos são estes, o que é a personagem Marina?
Dela, traça um agudo e conciso retrato o meu para sempre professor Nílson Lage, em seu Facebook, que não posso deixar de partilhar:
Antes que se comece o papo de sempre, com uma porção de pessoas xingando as outras, defino minha visão pessoal consolidada sobre o objeto.
Marina Silva pode ser excelente pessoa, mas é o anti-Brasil. 
Nascida de esquerdismo primitivista e romântico, ostenta uma subcultura enfeitada com palavras difíceis e frases sem sentido.
Odeia o agronegócio. Não no sentido de enfrentar os herdeiros empresariais do velho coronelismo limitando suas ambições políticas, organizar agricultores em cooperativas para exploração de produtos em condições competitivas, ou criar arranjos produtivos que integrem a pequena propriedade em unidades industriais ou núcleos de armazenamento, processamento e comercialização. 
É contra o agronegócio em si, contra aquilo que sustenta o comércio externo do país. Extrativista, admite no máximo a agricultura de subsistência.
Esse aspecto de seu programa é que o mais agrada aos Estados Unidos, que têm no Brasil sério concorrente real – e principalmente potencial – no mercado de commodities agrícolas.
Esquerdista radical – no que esquerda e direita se abraçam, comovidas, ao som de um bolero – não é contra o capitalismo (tanto que a assessoram alguns de mais destacados intelectuais orgânicos do financismo bancário), mas contra a “sociedade industrial” – isto é, a Embraer, as siderúrgicas, as metalúrgicas… 
É dos que odeiam hidrelétricas e acham construí-las na Amazônia um crime contra os “povos da floresta”. Como termelétricas poluem e usinas nucleares são perigosas, sugerem iluminar e mover este país de 200 milhões de pessoas com cata-ventos, quando o vento sopra.
Tirando o criacionismo, o horror aos transgênicos (não ao patenteamento de novas espécies obtidas em laboratório, mas à ciência que permite criá-los) e o uso abusivo dos conceitos em ciências humanas, nada propõe em áreas do conhecimento.
Não tem suporte político além do aglomerado que se forma conjunturalmente para colocá-la no governo ou atrapalhar o “inimigo”. É contra “tudo que está aí”, pela gestão do Estado com a graça de Deus, espada da Justiça, a confiança da Fé, a pureza da Inocência e iluminação da Sabedoria. Fernando Collor, em 1989, era candidato bem mais consistente.
Muitos dos eleitores de Marina que conheço, principalmente aqui no Sul do país, vêm nos últimos anos buscando na história da família algum avô que lhes possa garantir uma “outra nacionalidade” . Pode até ser, então, que tenham oportunidade de usá-la.
Não há nada a acrescentar ao que diz Lage.
Mas não é demais completar o que isso significa com a observação do amigo que me enviou seu texto: Há horas em que certas  posições políticas são inocência ou cinismo.
“A inocência é prima da boa vontade, da ingenuidade e da ignorância. O cinismo tem parte com a má-fé, a astúcia e a arrogância. Em outras palavras: apoiar Marina é iludir – a si mesmo ou aos outros; dependendo apenas de como se é, se inocente ou cínico.”

RENATA VAI SER A MULHER DO CERRA ? Bláblá quer fazer dela o que Eduardo nunca fez.

À falta de líderes na Direita, a Direita desenterra a Bláblá.

E o Brasil corre o sério risco de Bláblá tentar manipular e usar eleitoralmente a viúva, Renata, que ele chamava de D. Renata.

D Renata foi companheira e cúmplice de Eduardo em toda a vida.

Sempre discreta, serena – como uma matriarca nordestina.

Estava com ele no Rio e, por pouco, não foi para o Guarujá.

Mas, Eduardo não usava os cabelos brancos da mulher para conseguir votos.

E muito menos para fazer chorar.

A Direita fará qualquer papel para tirar os trabalhistas do poder.

Se Aecioporto sumir, tanto faz.

Como disse o Farol de Alexandria, qualquer um(a) serve.

E é bem possível que Bláblá, em seu ilimitado ódio por Dilma, faça de Renata o que Cerra fez da mulher, Mônica: um joguete eleitoral.

Viva o Brasil !


Paulo Henrique Amorim

Comitê de Aécio defende candidatura de Marina

:

Para o presidenciável tucano Aécio Neves, passado o momento de comoção em torno da trágica morte de Eduard Campos, Marina vai perder fôlego entre eleitores; partido já projeta aliança com o PSB no segundo turno para impedir aproximação da ex-senadora com o PT; “Não temos que atacar Marina. Nosso adversário a ser batido continua sendo Dilma e o PT”, disse o candidato a vice na chapa de Aécio Neves, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)


247 – De olho em um acordo no segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff, o PSDB já se declarou a favor da candidatura de Marina Silva no lugar de Eduardo Campos pela chapa do PSB.
Ainda que Marina possa ser uma ameaça para o presidenciável tucano Aécio Neves, o próprio candidato acredita que, passado o momento de comoção entre eleitores pela trágica morte de Campos, que deve projetar a ex-senadora ao patamar de 20% das intenções de voto, segundo ele, ela pode começar a cair.
“Não temos que atacar Marina. Nosso adversário a ser batido continua sendo Dilma e o PT”, disse o candidato a vice na chapa de Aécio, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

Segundo o presidente do PSDB de Minas, deputado Marcus Pestana, Marina vai procurar se diferenciar de Dilma e Aécio, colocando-se como uma suposta nova política. “Nossa estratégia não mudará”, garante.

A Globo e os impostos

6-14-13-Stellan-Skarsgard

Reproduzimos artigo impecável do Paulo Nogueira.

O ator sueco e a sonegação da Globo

Por Paulo Nogueira, no Diario do Centro do Mundo.


Stellan Skarsgard é um ator sueco.

Aos 63 anos, um dos favoritos do cineasta Lars von Trier, tem uma carreira vitoriosa que lhe trouxe fama e dinheiro. Recentemente, ele concedeu uma entrevista na qual reafirmou seu amor pela Suécia.
“Vivo na Suécia porque o imposto é alto, e assim ninguém passa fome. A saúde é boa e gratuita, assim como as escolas e as universidades”, disse ele. “Você prefere pagar imposto alto?”, lhe perguntaram. “Claro. Se você ganha muito dinheiro, como eu, você tem que pagar taxas maiores. Assim, todo mundo tem a oportunidade de ir para a escola e para a universidade. Todos têm também acesso a uma saúde pública de qualidade.”

Skarsgard nasceu e cresceu numa cultura que valoriza o pagamento de impostos. Por isso a Suécia é tão avançada socialmente. Impostos, como lembrou ele, constroem hospitais, escolas, universidades. Pagam professores e médicos da rede pública, além de tantas outras coisas positivas para qualquer sociedade.

Essa cultura vigora também na Alemanha. Recentemente, o presidente do Bayern foi para a cadeia por sonegar imposto. Quando o caso eclodiu, as autoridades alemãs fizeram questão de puni-lo exemplarmente sob um argumento poderoso: nenhum país funciona quando as pessoas acreditam que podem sonegar impostos impunemente.

Agora, vejamos o Brasil. Há anos, décadas a mídia alimenta uma cultura visceralmente oposta. Imposto, você lê todo dia, é um horror. O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo (o que é mentira). Imposto é uma coisa injusta. Bem, a mensagem é: sonegue, se puder. Parabéns, caso consiga.
Não poderia haver coisa mais danosa para os cidadãos do que esta pregação diuturna da mídia. Você os deforma moralmente. Tira-lhes o senso de solidariedade presente em pessoas como o ator sueco citado neste artigo.

Além de tudo, a cultura da sonegação acaba chancelando os truques praticados pelas grandes companhias de mídia para escapar dos impostos. Considere o caso célebre da sonegação da Globo na compra dos direitos de transmissão da Copa de 2002.

Nestes dias, vazou toda a documentação relativa ao caso. Uma amostra já tinha vindo à luz – na internet, naturalmente – algum tempo atrás, num furo do site Cafezinho. Só a cultura da sonegação pode explicar o silêncio sinistro que cerca este escândalo fiscal.

Até aqui, a Globo não deu uma única satisfação à sociedade. Não se desculpou, não se justificou. É como se nada houvesse ocorrido. Também a Receita Federal, até aqui, não disse nada. Mais uma vez, é como se nada houvesse ocorrido no âmbito da receita. Nenhuma autoridade econômica, igualmente, se pronunciou. De novo, é como se nada houvesse ocorrido numa área tão vital para a economia como a arrecadação de tributos.

E a mídia?

Bem, a mídia finge que não está acontecendo nada. Contei já: quando o Cafezinho publicou os documentos, falei com o editor executivo da Folha, Sérgio Dávila. Ponderei que era um caso importante, e ele aparentemente concordou porque logo a Folha fez uma reportagem sobre o assunto. Uma e apenas uma.

Em seguida, a sonegação da Globo sumiu da Folha para nunca mais retornar.

Se conheço as coisas como funcionam nas redações, um telefonema de um Marinho para um Frias – as famílias são sócias no Valor — pôs fim à cobertura. Volto a Stellan Skarsgard. Em todo país socialmente desenvolvido, pagar impostos é uma coisa sagrada. E sonegá-los é um ato de lesa sociedade, passível de punição exemplar.

O Brasil sofreu uma lavagem cerebral da mídia. Uma das tarefas prementes de uma administração sábia é desfazer essa lavagem. Quando as palavras do ator sueco encontrarem eco no Brasil, seremos uma sociedade desenvolvida.