A cúpula do euro que acontece nesta sexta-feira, em Genebra, tem sido apresentada pela mídia como a derradeira chance de salvar a moeda única que articula a economia de 17 países, muitos deles vivendo um estágio de decomposição fiscal. Na realidade, o que está em jogo é uma resposta mais geral à crise das finanças desreguladas que teve a sua espoleta nos EUA, na bolha imobiliária de 2008, mas vive seu epicentro na virulenta desordem financeira instalada no coração do capitalismo europeu. Referendar aparências para ocultar a essência tem sido um recurso do poder em todos os tempos. A agenda de Genebra não se resume a um confronto entre a austeridade bovina de Ângela Merkel e governantes perdulários, às vezes cafajestes, como se tenta vender em manchetes e perorações mercadistas; tampouco se restringe a um ritual de consagração da direita medíocre, personificada pelo novo premiê espanhol, Mariano Rajoy, que ascende no vácuo da rendição socialista para enterrar os ossos do Estado do Bem-Estar Social. O que se decide nesta 6ª feira é o quanto será preciso amputar da democracia e da soberania das nações para salvar os interesses rentistas abrigados na hegemonia do capital a juros, que modelou o sistema econômico mundial com maior intensidade nas últimas décadas. Em troca da ‘ajuda' a Estados e instituições em rota falimentar, Genebra entoará o réquiem da velha Europa, substituindo-a por um protetorado teleguiado por diretórios com poder consentido para indeferir e modificar orçamentos, leis e políticas votados em parlamentos ornamentais. Versalhes fez isso no passado contra a Alemanha, impondo-lhe reparações de guerra que levaram ao segundo conflito mundial. Uma Europa sob estado de exceção permanente está em teste nos pilotos grego e italiano, manejados por tecnocratas de confiança do dinheiro. Quem dirá se os protótipos tem fôlego para refundar a (des) ordem capitalista em bases ainda mais regressivas, não serão os protagonistas passivos de Genebra. Mais que nunca a partir desta sexta-feira esse apanágio caberá às ruas.
Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
A CÚPULA DA (DES) ORDEM CAPITALISTA
A cúpula do euro que acontece nesta sexta-feira, em Genebra, tem sido apresentada pela mídia como a derradeira chance de salvar a moeda única que articula a economia de 17 países, muitos deles vivendo um estágio de decomposição fiscal. Na realidade, o que está em jogo é uma resposta mais geral à crise das finanças desreguladas que teve a sua espoleta nos EUA, na bolha imobiliária de 2008, mas vive seu epicentro na virulenta desordem financeira instalada no coração do capitalismo europeu. Referendar aparências para ocultar a essência tem sido um recurso do poder em todos os tempos. A agenda de Genebra não se resume a um confronto entre a austeridade bovina de Ângela Merkel e governantes perdulários, às vezes cafajestes, como se tenta vender em manchetes e perorações mercadistas; tampouco se restringe a um ritual de consagração da direita medíocre, personificada pelo novo premiê espanhol, Mariano Rajoy, que ascende no vácuo da rendição socialista para enterrar os ossos do Estado do Bem-Estar Social. O que se decide nesta 6ª feira é o quanto será preciso amputar da democracia e da soberania das nações para salvar os interesses rentistas abrigados na hegemonia do capital a juros, que modelou o sistema econômico mundial com maior intensidade nas últimas décadas. Em troca da ‘ajuda' a Estados e instituições em rota falimentar, Genebra entoará o réquiem da velha Europa, substituindo-a por um protetorado teleguiado por diretórios com poder consentido para indeferir e modificar orçamentos, leis e políticas votados em parlamentos ornamentais. Versalhes fez isso no passado contra a Alemanha, impondo-lhe reparações de guerra que levaram ao segundo conflito mundial. Uma Europa sob estado de exceção permanente está em teste nos pilotos grego e italiano, manejados por tecnocratas de confiança do dinheiro. Quem dirá se os protótipos tem fôlego para refundar a (des) ordem capitalista em bases ainda mais regressivas, não serão os protagonistas passivos de Genebra. Mais que nunca a partir desta sexta-feira esse apanágio caberá às ruas.
Denúncia anônima leva a chefe da milícia no Rio. PRA RICO NÃO SERVE !!!!!
Saiu na Folha (*):
Apontado como líder de milícia é preso em condomínio de luxo no Rio
PAULA BIANCHI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
A polícia do Rio prendeu na terça-feira à noite o ex-sargento da Polícia militar Dalmir Pereira Barbosa, 50, considerado um dos chefes da milícia de Rio das Pedras, na zona oeste, uma das milícias mais antigas da cidade.
Barbosa foi encontrado após uma denúncia anônima e preso em sua casa, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, também na zona oeste.
O ex-policial, o irmão e outras três pessoas são acusados de chefiar a milícia na região desde o final dos anos 1990, explorando serviços de transporte alternativo, distribuição ilegal de gás e internet, além de serviços clandestinos de segurança.
Há três mandados de prisão contra Barbosa –dois por homicídio e um por extorsão e formação de quadrilha, expedidos em 2009.
Pra prender rico, a denúncia anônima não vale.
O Superior Tribunal de Justiça tentou sepultar a Operação Castelo de Areia, que localizou lavagem de dinheiro e corrupção de políticos, por causa de denúncias anônimas.Numa decisão estarrecedora – aqui para ler- , o STJ considerou que a Polícia e o Juiz Fausto De Sanctis se basearam APENAS numa denúncia anônima.
Na verdade, a denúncia anônima sobre as atividades de um doleiro foi apenas o início da investigação.
A coisa é mais simples: o STJ, com esse quase sepultamento da Castelo de Areia e, depois, com a Satiagraha, baixou uma Mega Súmula Vinculante: rico não pode ser sequer investigado; quanto mais preso.
Tudo isso pode mudar, se o brindeiro Roberto Gurgel andar mais rápido e entrar com recurso no Supremo para reanimar a Castelo de Areia e a Satiagraha.
Como se sabe, o brindeiro Gurgel, também conhecido como Martinho da Vila (devagar, devagarinho) fala groso com a Bolívia e fino com os Estados Unidos.
Contra o Daniel Dantas, a Camargo Corrêa, o Aécio Never e os generais – clique aqui para ler o que disse o Mauricio Dias na Carta Capital: “vai trabalhar, Gurgel!” -, aí ele anda devagar, devagarinho.
Contra o Lupi ele foi expedito!
Contra o Palocci, ah, o Palocci, tudo bem !
Deixa prá lá.
Viva o Brasil !
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
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Os dois exageros
As manchetes dos jornais de hoje, quarta-feira, sobre o crescimento zero do PIB no terceiro trimestre de 2011 revelam um equívoco e, indiretamente, a timidez em reagir às pressões políticas que nos desejam levar a uma estagnação econômica, a famosa “roda presa”.
O equívoco é tratar um índice – que, obrigatoriamente, registra uma variação passada – como um retrato do presente.
O exemplo clássico eu reproduzo aí na imagem.
Em 10 de junho de 2009, a Folha publicou em letras garrafais que o Brasil estava em recessão, com base no dado do IBGE sobre o PIB do primeiro trimestre daquele ano. O Globo publicou manchete idêntica. Dias depois, ambos os jornais publicavam matérias sobre a escassez de máquinas de lavar e outros eletrodomésticos provocada pelo forte consumo popular.
A recessão, literalmente, já era, quando se a noticiou. Ou pode-se dizer que, já ali, era uma “não-notícia”.
Da mesma forma, agora, todos sabem que a desaceleração de nossa economia, este ano, deveu-se à necessidade de reprimir as pressões inflacionárias reais e, sobretudo, à “inflação inflacionada” com que a mídia e os agentes do mercado pressionaram a opinião pública e, com isso, as próprias relações econômicas nos setores mais fortemente influenciáveis por este subjetivismo: os serviços, especialmente.
E isso teve peso importante sobre outros fatores reais que influenciaram a economia.
O primeiro, a falta de aumento real do salário mínimo, que permitiu certa corrosão no seu valor real, sobretudo a partir do segundo semestre, quando as perdas inflacionárias tornaram-se significativas.
O segundo, a elevação das taxas de juros iniciada no final de 2010 e potencializada pelas medidas macroprudenciais que restringiram – até mais do que encareceram – o crédito.
O terceiro, a necessidade de frear os gastos governamentais, especialmente quanto aos investimentos públicos.
Tudo isso estava, embora se possa discutir o grau com que foi feito, na agenda da política econômica do governo, como forma de “freada de arrumação” na economia brasileira.
Mas o que não estava nas contas, isto sim, era a crise europeia e americana que, a partir de julho/agosto, fez “transbordar” a dose de restrições que se procurava aplicar à atividade econômica.
Como se tem insistido aqui, ao contrário de “apressada e imprudente”, como todo o mercado e a mídia a qualificaram, a decisão de baixar os juros públicos foi demorada e, mais que tudo, tímida. Foi, porém, o que se pôde fazer para que os gestores da política monetária “pensassem fora da caixa”. Um escasso meio ponto de redução – quase nada tendo em vista as taxas que praticamos – bastou para serem condenados como “hereges” econômicos e, pior, acusados de sabujice em relação ao Governo.
Finalmente agora parece que se desperta no Governo a convicção de que a dose de restrição se tornou exagerada e é preciso compensar, e rápido, a contrapressão que se deu à economia. Sobretudo porque, quase todos já concordam, a inflação deixou de ser uma assombração e que uma obsessão por atingir exatamente a meta de 4,5% pode ser uma quimera paralisante, pois índices alguns décimos acima dela nunca foram problemas insanáveis para a estabilidade econômica.
Recessão, sim, seria. Mas não é o caso de pensar nisso, senão como cenário hipotético, porque a menos que ocorram situações de agravamento brutal da crise externa, nossas defesas são mais do que suficientes para controlar seus efeitos.
Dizer, portanto, que o país parou de crescer é algo que não descreve – nem mesmo nas manchetes de jornal – a base para um raciocínio correto sobre nossa economia.
A pergunta cabível, agora, é outra: com que velocidade e em que grau iremos retomar a aceleração econômica.
Por: Fernando Brito
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VEJA quer calar a democracia ?
Marcelo Semer
Terra Magazine
Tolice suprema, coleção formidável de bobagens, condoreirismo cafona.
Com esses e outros adjetivos ainda piores, o jornalista Reinaldo Azevedo iniciou, em seu blog, uma onda de ataques da revista VEJA à Associação Juízes para a Democracia (AJD).
Nos posts que buscavam detonar a associação por uma nota crítica à ação da Polícia Militar na USP, sobrou até para os educadores que seguem Paulo Freire: "idiotas brasileiros e cretinos semelhantes mundo afora".
O nível do artigo já se responde por conta própria.
Todavia, na edição impressa que veio às bancas no sábado último, o editor-executivo da revista subscreveu um texto que, sem qualquer constrangimento ou escrúpulo político, comparou a associação a um tribunal nazista.
O descompromisso com a razão nem é o que mais ressalta no artigo -a foto gigantesca de pupilos de Hitler, fora de tom ou propósito, só se explica como um ato falho. No artigo, Carlos Graieb utiliza expressões que se encaixariam perfeitamente no ideário nazista: propõe dissolver a associação "política" ou impedir que seus membros usem a toga.
Reinaldo Azevedo, com ainda menos pruridos no mundo virtual, explicitou, numa ação que evoca o macarthismo, os nomes de todos os diretores, representantes e membros de conselhos da entidade, alertando leitores para que jamais aceitem ser julgados por estes juízes.
Que competência ou legitimidade para a posição soi-disant de corregedor ele tem não se sabe. Mas seus seguidores foram instados a identificar os juízes associados pelo próprio colunista, que deu status de artigo a mensagem de um advogado falando do desembargador 'liberal' apreciador de samba.
VEJA está aturdida e indignada com a afirmação de que existe direito além da lei. Os nazistas também ficavam, porque as barbáries escritas no período mais negro da história da humanidade eram legais. Jamais deixaram de ser barbáries por causa disso.
A prevalência dos princípios constitucionais é o que propunha, sem grandes novidades, a nota da Associação Juízes para a Democracia. Se juízes não podem fazê-lo em um estado democrático de direito, na tutela da Constituição que prometeram defender, algo definitivamente está errado.
Mesmo para quem conhece a linha editorial de VEJA, cuja partidarização na política é sobejamente criticada, espanta que o interesse em calar quem pensa de outra forma, parta justamente de um órgão de imprensa.
Que a falta de pluralismo de suas páginas já fosse, por assim dizer, um oblíquo atentado à liberdade de expressão, o explícito intuito de extirpar opiniões contrárias não deixa de ser aterrorizador. Sob esse prisma, lembrar o nazismo não é mais do que medir o outro com a própria régua.
A Associação Juízes para a Democracia tem vinte anos de serviços prestados ao debate institucional na magistratura e fora dela - e eu me orgulho de fazer parte dessa história quase por inteiro.
A AJD tem entre seus objetivos o respeito incondicional ao estado democrático de direito e jamais deixou de denunciar quando este se fez ameaçado. Bate-se sem cessar pela independência judicial e é militante na consideração do juiz como um garantidor de direitos.
A promoção permanente dos direitos humanos, compartilhada com inúmeras outras entidades da sociedade civil, sempre incomodou aos que se candidatam a porta-voz dos poderosos. Mas recusamos o propósito de quem quer fazer da democracia apenas uma promessa vazia.
A associação nunca se opôs a criticar o elitismo no próprio Judiciário, nem temeu se mostrar favorável à criação de um órgão para exercer o controle externo. Tudo por entender que desempenhamos, sobretudo, um serviço essencial ao público - o que levou a AJD a participar da Reforma do Judiciário propondo, entre outros temas, o fim das sessões secretas e das férias coletivas.
Anticorporativista, a associação jamais defendeu valores em benefícios próprios, o que pode ser incompreensível em certos ambientes. Recentemente, bateu-se pela legalidade da instauração de processos administrativos contra juízes pelo Conselho Nacional de Justiça, na contramão de interesses de classe.
Em vinte anos, seus membros têm sido convidados a participar de vários debates no Poder Judiciário, no Congresso Nacional e também na mídia.
O exercício contínuo da liberdade de expressão, que fascistas de todo o gênero sempre pretenderam mutilar, não vai ceder ao intuito de quem pretende impor sua visão e seus conceitos como únicos.
VEJA não está em condições de ensinar estado de direito, se desprestigia a liberdade de expressão.
Marcelo Semer é Juiz de Direito em São Paulo. Foi presidente da Associação Juízes para a Democracia. Coordenador de "Direitos Humanos: essência do Direito do Trabalho" (LTr) e autor de "Crime Impossível" (Malheiros) e do romance "Certas Canções" (7 Letras). Responsável pelo Blog Sem Juízo.
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Santayana: Manning, Tiradentes. Traidor ? Herói ?
O soldado Manning e o problema da lealdade
por Mauro Santayana
Os Estados Unidos se preparam para o julgamento do soldado Bradley Manning, que entregou ao WikiLeaks a correspondência diplomática secreta de seu país. A discussão transcende as leis penais, para situar-se na definição ética do que é lealdade e do que é traição.
É difícil estabelecer o ato de traição, sem que se identifique profundamente as razões do traidor e do traído, associadas aos sentimentos de um e de outro. Quando o traído é uma pessoa, é mais fácil entender as razões ou desrazões morais do ato. As traições amorosas se situam nesse campo. Até faz pouco tempo, em muitos países e no Brasil, o adultério era punido pela lei, mas a realidade superou o Código Penal. Só as sociedades teocráticas, como as islamitas, mantêm o rigor da lei, mas, no caso, só contra as mulheres.
Quando se trata da traição às comunidades nacionais, a situação é mais difícil
As traições pessoais, menos aquelas que envolvam dinheiro, e podem ser levadas aos tribunais, são resolvidas no mesmo plano. Os traídos perdoam ou não os traidores; os que se sentem mais feridos alimentam o ódio ou se refugiam no desprezo ao traidor. Mas quando se trata da traição às comunidades nacionais, a situação é de análise muito mais difícil.
O que separa o herói do traidor? Borges tem um conto muito interessante sobre o tema, com hipotética situação na Irlanda do século 19, que Bertolucci aproveitou, atualizando-o para os tempos de Mussolini, com o filme A estratégia da aranha. O escritor não toma partido, e deixa a dúvida se Fergus Kilpatrick fora herói ou traidor, mas deixa entender que na face do herói podem estar as marcas do traidor — ou o contrário.
Será traidor aquele que se orienta por sua consciência, e considera necessário sacrificar os planos de ação a fim de evitar o sacrifício inútil de vidas? Como estabelecer essa diferença dramática entre o traidor e o herói?
Tomemos dois casos conhecidos, o de Calabar, que ficou ao lado dos holandeses, e o de Tiradentes. Os defensores da memória de Calabar afirmam que, para o Brasil, melhor teria sido a colonização holandesa. A história lhes retira a razão: se os holandeses houvessem expandido sua presença a todo o país, o nosso destino teria sido, provavelmente, o da Indonésia. E outros seriam os habitantes de nosso país, não exatamente nós mesmos.
Tiradentes era suboficial da Cavalaria da Tropa Paga das Minas. Servia, assim, às forças armadas da Coroa Portuguesa. Para os julgadores de seu tempo, ele traíra a rainha de Portugal e os seus companheiros de farda, ao participar da Conjuração que tinha como objetivo final a independência das Minas e do Brasil, e, como objetivo imediato, a prisão e a possível execução do governador da Capitania, o visconde de Barbacena.
Poucos foram os habitantes da Capitania que, naquele momento, o viram como herói. Além dos intelectuais, sacerdotes e comerciantes que participaram da Conspiração, só lamentaram, no momento dos fatos, sua prisão e sua morte, com os requintes de crueldade física e moral conhecidos, homens do povo, que dele se lembravam em sua pregação nacionalista em suas viagens pelos sertões. O reconhecimento público do heroísmo de Tiradentes e de sua profunda razão ética na busca da independência, como realização da solidariedade nacional, só viria muitos anos depois.
O primeiro ato de reabilitação se deve a José Benedito Ottoni, pai dos irmãos Ottoni que, logo depois da Independência, e como vereador em Vila Rica, sugeriu e obteve a retirada do padrão de ignomínia que havia sido erguido na cidade, como repúdio à “traição” de Tiradentes. Recorde-se que a cabeça do Alferes, que deveria permanecer no alto desse poste, “até que a consumisse o tempo”, foi retirada de lá, poucos dias depois de colocada, por mãos até hoje desconhecidas e corajosas, e enterrada em algum lugar de Ouro Preto, não se sabe onde.
No raciocínio dos partidários de Portugal, o herói fora Joaquim Silvério dos Reis, que mantivera (pouco importa conhecer as suas razões) fidelidade à rainha, em carta manuscrita de denúncia da conspiração, enviada ao governador da Capitania. A reabilitação oficial da memória de Tiradentes viria, com a iniciativa de Mário Soares, que, presidente de Portugal — e em cerimônia no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte — decretou o fim do labéu de ignomínia que, imposto pelo Estado monárquico português, ainda pesava sobre o Alferes e seus descendentes.
Uma visão pragmática da História mostra que os heróis estão sempre no campo vitorioso, ainda que a vitória, como a liberdade que Tiradentes pretendia, tardasse no tempo. Os americanos têm um traidor exemplar, na figura de Benedict Arnold, que desertou das tropas revolucionárias, passando ao inimigo britânico. Os norte-americanos não conseguiram prendê-lo e enforcá-lo, mas os próprios britânicos, passada a sua utilidade, deixaram-no morrer quase à míngua em Londres. É certo que, se os britânicos houvessem sido vitoriosos, o busto de Arnold estaria em algum lugar de Londres, como se encontram as estátuas de Nelson e Wellington.
Bradley traiu quem? O governo belicista dos Estados Unidos, servidor do famoso Complexo Industrial-Militar, denunciado pelo presidente Eisenhower, herói da 2ª Guerra Mundial, ou a nação americana que, em tese, o julgará? Traiu os seus companheiros de farda, ou um sistema de poder mundial responsável pela morte de centenas de milhares de pessoas inocentes, nos países mais pobres do mundo, mediante as guerras de conquista, os golpes de Estado, como os que sofremos na América Latina?
Quem trai, trai sempre em troca de algum benefício. Bradley não agiu em benefício de si mesmo, desde que não recebeu qualquer compensação pelos seus atos, nem se pode dizer que tenha passado as informações de que dispunha, diretamente, para os “inimigos” escolhidos pelo governo de seu país.
Um juízo rápido, provavelmente superficial mas indicado pelas informações disponíveis, pode identificar Bradley como um jovem inquieto, preocupado com as crueldades da guerra de que participava, com a segurança real e a felicidade de seu povo. Em favor da nação — essa é a ideia que se impõe no exame de seu caso — ele se colocou contra o Pentágono e contra a diplomacia cínica, hipócrita e prepotente de seu governo.
De acordo com os observadores, ele poderá ser condenado à prisão perpétua, mas, provavelmente, um dia, seus atos serão vistos como heróicos.
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OCDE: Desigualdade de renda cai no Brasil e sobe nos países ricos
Novo estudo da insuspeita organização, que reúne países ricos e emergentes como o México, reconhece importância do Estado para "enfrentar" mercado e reduzir diferença de renda entre as pessoas, defende que ricos paguem mais impostos e ainda pede elevação das taxas sobre propriedade e riqueza. Apesar do avanço na última década, Brasil segue entre os campeões de desigualdade.
Marcel Gomes
São Paulo – A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), clube que reúne países ricos e emergentes como México, divulgou segunda-feira (5) um compêndio sobre a evolução da desigualdade de renda no mundo. O estudo “Permanecemos divididos: por que a desigualdade segue aumentando” traz três conclusões importantes:
1) A diferença da renda recebida pelos trabalhadores da OCDE aumentou na maioria dos países do grupo para o maior nível em 30 anos;
2) Na contramão, o Brasil – que não é membro da OCDE, mas também foi analisado – registrou queda da desigualdade nos últimos anos;
3) Não fosse a ação dos Estados através de suas políticas sociais, o buraco entre ricos e pobres seria muito mais profundo.
O estudo da OCDE aponta que mesmo países reconhecidos por sua igualdade, como Alemanha, Dinamarca e Suécia, enfrentam processos de concentração econômica. Nessas nações, a média da renda dos 10% mais ricos em relação àquela dos 10% mais pobres saltou de cinco para seis vezes, dos anos oitenta para cá – ou seja, a concentração aumentou 20%.
A desigualdade subiu também em países como Itália, Japão, Coréia e Reino Unido, que atingiram uma taxa de dez para um. Na direção oposta, o México assistiu a um recuo das diferenças de renda, mas continua sendo o mais desigual da OCDE – os mexicanos mais ricos ganham 27 vezes a mais do que os mais pobres.
Já o Brasil é um caso a parte. Apesar do recuo da desigualdade desde o final da década de noventa, em torno de 8,5%, os 10% mais ricos recebem em média 50 vezes mais do que a renda dos mais pobres. Entre as nações analisadas, o país só é batido pela África do Sul, onde a herança do apartheid mantém essa relação em 61 para um.
Causas e conseqüências
De acordo com a OCDE, a principal razão para a desigualdade de renda nos países do bloco é o aumento das diferenças salariais entre os trabalhadores.
A acelerada evolução tecnológica abre mais vagas para os altamente qualificados e impulsiona a elevação do salário deles, enquanto os trabalhadores com menos anos de estudos mantêm remuneração estagnada.
"Não há nada inevitável quando se fala de desigualdade", disse o mexicano Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, na conferência à imprensa.
"Nosso relatório indica claramente que aperfeiçoamento profissional da força de trabalho é de longe o mais poderoso instrumento para combater a alta desigualdade de renda. O investimento nas pessoas deve começar na primeira infância e ser mantido na educação formal e no trabalho", completou.
A aposta na educação pode ter um viés ideológico, mas também é pragmática. A OCDE reconhece que desde os anos noventa os países do bloco reduziram benefícios sociais pagos aos trabalhadores e apertaram as regras de elegibilidade para conter gastos públicos.
Reverter isso no atual momento da crise financeira internacional parece um caminho improvável diante das medidas já tomadas em países com Grécia, Portugal e Itália.
Mas a organização não descarta a importância estatal no combate à desigualdade. Para reforçar esse papel, defende novas políticas fiscais para que os ricos paguem mais impostos, que sejam eliminadas deduções tributárias e reavaliados as taxas sobre propriedade e riqueza.
1) A diferença da renda recebida pelos trabalhadores da OCDE aumentou na maioria dos países do grupo para o maior nível em 30 anos;
2) Na contramão, o Brasil – que não é membro da OCDE, mas também foi analisado – registrou queda da desigualdade nos últimos anos;
3) Não fosse a ação dos Estados através de suas políticas sociais, o buraco entre ricos e pobres seria muito mais profundo.
O estudo da OCDE aponta que mesmo países reconhecidos por sua igualdade, como Alemanha, Dinamarca e Suécia, enfrentam processos de concentração econômica. Nessas nações, a média da renda dos 10% mais ricos em relação àquela dos 10% mais pobres saltou de cinco para seis vezes, dos anos oitenta para cá – ou seja, a concentração aumentou 20%.
A desigualdade subiu também em países como Itália, Japão, Coréia e Reino Unido, que atingiram uma taxa de dez para um. Na direção oposta, o México assistiu a um recuo das diferenças de renda, mas continua sendo o mais desigual da OCDE – os mexicanos mais ricos ganham 27 vezes a mais do que os mais pobres.
Já o Brasil é um caso a parte. Apesar do recuo da desigualdade desde o final da década de noventa, em torno de 8,5%, os 10% mais ricos recebem em média 50 vezes mais do que a renda dos mais pobres. Entre as nações analisadas, o país só é batido pela África do Sul, onde a herança do apartheid mantém essa relação em 61 para um.
Causas e conseqüências
De acordo com a OCDE, a principal razão para a desigualdade de renda nos países do bloco é o aumento das diferenças salariais entre os trabalhadores.
A acelerada evolução tecnológica abre mais vagas para os altamente qualificados e impulsiona a elevação do salário deles, enquanto os trabalhadores com menos anos de estudos mantêm remuneração estagnada.
"Não há nada inevitável quando se fala de desigualdade", disse o mexicano Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, na conferência à imprensa.
"Nosso relatório indica claramente que aperfeiçoamento profissional da força de trabalho é de longe o mais poderoso instrumento para combater a alta desigualdade de renda. O investimento nas pessoas deve começar na primeira infância e ser mantido na educação formal e no trabalho", completou.
A aposta na educação pode ter um viés ideológico, mas também é pragmática. A OCDE reconhece que desde os anos noventa os países do bloco reduziram benefícios sociais pagos aos trabalhadores e apertaram as regras de elegibilidade para conter gastos públicos.
Reverter isso no atual momento da crise financeira internacional parece um caminho improvável diante das medidas já tomadas em países com Grécia, Portugal e Itália.
Mas a organização não descarta a importância estatal no combate à desigualdade. Para reforçar esse papel, defende novas políticas fiscais para que os ricos paguem mais impostos, que sejam eliminadas deduções tributárias e reavaliados as taxas sobre propriedade e riqueza.
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Globo tenta e, não consegue derrubar o Pimentel.
O jornal nacional desta terça-feira fez o que pôde para derrubar o Ministro Fernando Pimentel, da Indústria.
Como o Ali Kamel não entende de televisão, ele literalmente copiou a edição impressa do Globo que imprimiu uma suspeita que não provoca suspeita em ninguém – clique aqui para ler “Globo diz só até a página 3 que Pimentel não roubou”
Depois dessa longa leitura, o espectador virou a página e se deparou com um “tom”, um “ambiente” de deslavada corrupção.
Um suposto líder do PSDB deu uma declaração notável: se houver suspeita ele tem que se explicar.
Não se pode conviver com a suspeita.
A suspeita é inadmissível !
Suspeita de quem, cara pálida ?
Do Ali Kamel ?
O Conversa Afiada, por exemplo, suspeita que esse cavalheiro não pode ser líder de partido nenhum.
A suspeita é livre, não é isso, amigo navegante ?
Aí, vem uma repórter de nome Bomtempo, que, por bom tempo, parecia a vice-lider da oposição ao Governo Lula, na bancada do Bom (?) Dia Brasil.
Deve ter sido promovida – suspeita-se.
No fim, Pimentel explica tudo.
Renda compatível com os valores do mercado.
Nota fiscal.
Tributo recolhido.
Ganhou um bom dinheiro.
Ganhou um bom dinheiro quando estava fora do Governo.
Como faz o Padim Pade Cerra, hoje, que está fora do Governo, com suas inúmeras palestras mundo afora..
Ou o Farol de Alexandria.
O problema não é ganhar dinheiro fora do Governo.
É ganhar dentro, diria o Toni Palocci.
O interessante também observar o legado da Fatima Bernardes.
Quando queria revelar a sua indignação, sua perplexidade diante de algum malfeito (geralmente de um trabalhista), Bernardes erguia as sobrancelhas em sinal de veemente protesto.
Pois não é que a Patrícia Poeta fez o mesmo, quando se encerrou a fala do Pimentel ?
Pela eloquência do movimento das sobrancelhas, Poeta deve suspeitar de alguma coisa.
Suspeita-se.
Paulo Henrique Amorim
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Israel promovendo a limpeza étnica palestina
As demolições de casas palestinas continuam. Os palestinos de Jerusalém Oriental estão sendo despejados e suas casas continuam sendo demolidas.
É a limpeza étnica palestina.
O vídeo adiante mostra com riqueza de detalhes a forma como a polícia israelense age para praticar tamanha injustiça e crueldade.
No Oriente-se
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Agripino é eleito presidente do DEMo até 2014
O senador Agripino Maia (RN) foi confirmado hoje (6) na presidência do Democratas (DEMo), com mandato até dezembro de 2014. Para ele, o DEMo é, hoje, um partido consolidado e com pessoas que acreditam nas ideias e na formulação programática da legenda. Embora o partido tenha perdido alguns parlamentares para o PSB, Agripino desejou aos que saíram “boa viagem”.
“O Democratas vai sobreviver em nome de suas ideias porque temos autoridade moral para combater a corrupção, porque não convivemos com a improbidade”, disse Agripino. Segundo ele, a principal meta do partido é eleger em 2012 mais prefeitos do que os que tem atualmente e, em 2014, uma bancada na Câmara dos Deputados maior do que a da última eleição.
O líder do partido na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), disse que este é um momento muito especial para o DEMo, que hoje é integrado por pessoas que têm compromisso e propósitos, o que fez com que se consolidasse como o maior partido de oposição. “Em todos os episódios de corrupção do governo federal, o Democratas assumiu a dianteira. Fomos capazes de mostrar que existem políticos de bem neste país", afirmou.
A convenção nacional do DEMo foi realizada hoje, na sede do partido, no Senado Federal, e contou com a presença das bancadas na Câmara e no Senado, de líderes partidários como o ex-senador Marco Maciel, e a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, entre outras.
Durante a convenção, o deputado Onyx Lorenzoni (RS) foi escolhido secretário-geral do partido.
Iolando Lourenço
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‘Saberes’ dos Republicanos-EUA (que chegam, de segunda mão, ao Grupo GAFE – Globo-Abril-Folha-Estadão):Como falar de/sobre/com Occupy Wall Street
1/12/2011, Chris Moody, The Ticket (Opednews) – http://www.opednews.com/populum/linkframe.php?linkid=142167
LEGENDA: Protesters form a wall of signs at the Occupy Portland camp in downtown Portland, Oregon. (AP)
ORLANDO, Fla. – A Associação de Governadores Republicanos reuniu-se essa semana na Florida, num treinamento para dirigentes e quadros de PR (‘relações públicas’ e ‘marketeiros’ em geral) e jornalistas alinhados com o Partido Republicano) que visa a rejuvenescer e tornar ‘estratégicos’ os discursos do grupo. Na sessão plenária da 4ª-feira, contudo, uma questão dominou todos os trabalhos: “Como melhorar os discursos dos Republicanos (e do Grupo GAFE – Globo-Abril-Folha-Estadão, em São Paulo) quando falam de/sobre/com Occupy Wall Street?”
“Estou muito assustado com essa onda, dentro do Partido, contra o movimento Wall Street. Estou morto de medo” – disse Frank Luntz, estrategista e marketeiro Republicano e uma das estrelas, nos EUA, da carpintaria de discursos políticos e de campanha eleitoral, para construir e distribuir mensagens políticas ‘perfeitas’. – “A verdade é que Occupy Wall Street está conseguindo mudar o que o americano médio pensa do capitalismo. Temos de reagir imediatamente”.
Luntz deu algumas ‘dicas’ de como os Republicanos devem discutir as reivindicações dos Ocupantes, para ajudar os governadores e políticos Republicanos e os jornalistas alinhados aos Republicanos a enfrentar questões novas para eles, como “desigualdade”, “exploração” e “injusta distribuição da riqueza de todos”.
Yahoo News assistiu a essa sessão e reuniu 10 ‘dicas’ de “sempre diga” e “jamais diga” sugeridos por Luntz, em sua ‘aula’ de como os Republicanos (e o Grupo GAFE – Globo-Abril-Folha-Estadão, em São Paulo) devem falar, nas discussões de/sobre/com o Movimento Occupy Wall Street.1. Jamais utilize a palavra “capitalismo”“Estou tentando remover totalmente a palavra “capitalismo” dos discursos do Partido (o Grupo GAFE – Globo-Abril-Folha-Estadão, em São Paulo, teve a mesma ideia!), e substituí-la por “liberdade econômica” ou “livre concorrência” ou “livre mercado” – disse Luntz. “O público aind usa a palavra “capitalismo”, mas, hoje, muitos pensam no capitalismo como coisa imoral. Se os Republicanos (e o Grupo GAFE – Globo-Abril-Folha-Estadão, em São Paulo) passarmos a ser vistos como defensores de Wall Street... teremos problemas eleitorais.”2. Jamais diga que os impostos “taxam os ricos”. Diga que os impostos “sacrificam os ricos”“Se se fala de ‘impostos sacrificam os ricos’, o público responde favoravelmente” – alertou Luntz. – Não digam que os impostos sacrificam os trabalhadores, porque o público discordará de vocês. Mas se disserem que os ricos são sacrificados, o grande público concordará com vocês.” 3. Digam sempre “trabalhadores contribuintes”“Os Republicanos jamais vencerão a disputa, se se puserem contra os “trabalhadores contribuintes”. O público não acreditará, se dissermos que defendemos “a classe média”. Para aumentar nossa vantagem, temos de dizer que defendemos “os trabalhadores contribuintes”.4. Jamais fale de “empregos”. Fale sempre de “carreiras”“Todos, nessa sala, falam de ‘empregos’ – disse Luntz. Em seguida, pediu que todos os que desejassem um “emprego” levantassem a mão. Poucos se manifestaram. Em seguida pediu que levantassem a mão os que desejassem uma “carreira”. Praticamente todos os presentes levantaram a mão. “Estão vendo? Até os desempregados, podendo escolher, preferirão “carreiras” a “empregos”.
“Estou muito assustado com essa onda, dentro do Partido, contra o movimento Wall Street. Estou morto de medo” – disse Frank Luntz, estrategista e marketeiro Republicano e uma das estrelas, nos EUA, da carpintaria de discursos políticos e de campanha eleitoral, para construir e distribuir mensagens políticas ‘perfeitas’. – “A verdade é que Occupy Wall Street está conseguindo mudar o que o americano médio pensa do capitalismo. Temos de reagir imediatamente”.
Luntz deu algumas ‘dicas’ de como os Republicanos devem discutir as reivindicações dos Ocupantes, para ajudar os governadores e políticos Republicanos e os jornalistas alinhados aos Republicanos a enfrentar questões novas para eles, como “desigualdade”, “exploração” e “injusta distribuição da riqueza de todos”.
Yahoo News assistiu a essa sessão e reuniu 10 ‘dicas’ de “sempre diga” e “jamais diga” sugeridos por Luntz, em sua ‘aula’ de como os Republicanos (e o Grupo GAFE – Globo-Abril-Folha-Estadão, em São Paulo) devem falar, nas discussões de/sobre/com o Movimento Occupy Wall Street.1. Jamais utilize a palavra “capitalismo”“Estou tentando remover totalmente a palavra “capitalismo” dos discursos do Partido (o Grupo GAFE – Globo-Abril-Folha-Estadão, em São Paulo, teve a mesma ideia!), e substituí-la por “liberdade econômica” ou “livre concorrência” ou “livre mercado” – disse Luntz. “O público aind usa a palavra “capitalismo”, mas, hoje, muitos pensam no capitalismo como coisa imoral. Se os Republicanos (e o Grupo GAFE – Globo-Abril-Folha-Estadão, em São Paulo) passarmos a ser vistos como defensores de Wall Street... teremos problemas eleitorais.”2. Jamais diga que os impostos “taxam os ricos”. Diga que os impostos “sacrificam os ricos”“Se se fala de ‘impostos sacrificam os ricos’, o público responde favoravelmente” – alertou Luntz. – Não digam que os impostos sacrificam os trabalhadores, porque o público discordará de vocês. Mas se disserem que os ricos são sacrificados, o grande público concordará com vocês.” 3. Digam sempre “trabalhadores contribuintes”“Os Republicanos jamais vencerão a disputa, se se puserem contra os “trabalhadores contribuintes”. O público não acreditará, se dissermos que defendemos “a classe média”. Para aumentar nossa vantagem, temos de dizer que defendemos “os trabalhadores contribuintes”.4. Jamais fale de “empregos”. Fale sempre de “carreiras”“Todos, nessa sala, falam de ‘empregos’ – disse Luntz. Em seguida, pediu que todos os que desejassem um “emprego” levantassem a mão. Poucos se manifestaram. Em seguida pediu que levantassem a mão os que desejassem uma “carreira”. Praticamente todos os presentes levantaram a mão. “Estão vendo? Até os desempregados, podendo escolher, preferirão “carreiras” a “empregos”.
5. Não falem de “investimentos do governo”. Digam sempre “dinheiro mal administrado”, “dinheiro mal gasto” ou “desperdício” Jamais digam “investimentos do governo”. A palavra tem de ser, sempre, “gastos”. E o problema é o “desperdício”. O público apoia que o governo invista, mas fica furioso se ouve falar de “gastos” e “desperdício”.6. Jamais diga que você fará “concessões” “Se vocês falam de fazer ‘concessões’, estão dizendo que cederão, que entregarão os pontos. Nossos eleitores não querem nos ver nessa posição. Em vez de dizer que farão ‘concessões’, digam que vocês ‘colaborarão’ para algum acordo. Significa quase a mesma coisa, Mas ‘colaboração’ sugere que você conseguirá o que quer, sem mudar de posição. ‘Fazer uma concessão’ significa que você mudou de posição e abriu mão de princípios.” 7. As duas palavras mais importantes, que se devem repetir o mais possível, em discussões de/sobre/com o Movimento Occupy, são “Entendo perfeitamente” “A fórmula é repetir sempre ‘Entendo perfeitamente...’ (que vocês estejam zangados). ‘Entendo perfeitamente” (que vocês protestem contra a desigualdade). ‘Entendo perfeitamente’ que vocês queiram consertar o sistema.”
Em seguida – ensinou o especialista – “ofereçam soluções do Partido Republicano, uma solução para cada problema”. 8. Palavra proibida: “Empreendedor”; troque-a por “criador de empregos” Fale de “lojistas”, “pequenos comerciantes” e “criadores de empregos, em vez de “empresários”, “empreendedores” e “inovadores”. 9. Não peça “sacrifícios” a ninguém“Não há um norte-americano hoje, em novembro de 2011, que não sinta que já fez todos os sacrifícios possíveis. Se você lhe pedir mais “sacrifícios”, você só o enfurecerá ainda mais. Repita sempre que: “estamos juntos nessas dificuldades. Venceremos juntos ou fracassaremos juntos.” 10. Culpe Washington (Brasília). O governo Obama (Dilma) é culpado de tuuuuuuuuuuudo!Diga ao Movimento Occupy: “Estão perdendo tempo ocupando Wall Street. Vocês deveriam estar ocupando Washington (Brasília). Ocupem a Casa Branca (o Palácio do Planalto), porque as políticas que saem ‘de lá! De lá! De láááá!’ [como guinchava o ex-Bob Jefferson, tambiqueiro ‘ético’, quando trabalhava com o Grupo GAFE – Globo-Abril-Folha-Estadão, para construir a farsa do ‘mensalão’] são a causa de todas as nossas dificuldades.BÔNUS:Nunca mais pronunciem ou escrevam a palavra “bônus”! Luntz aconselhou que sempre que os Republicanos façam pagamentos extras a seus empregados, a título de recompensa de fim de ano (ou a qualquer título), jamais pronunciem a palavra “bônus”. “Se distribuírem bônus aos seus empregados no final do ano, em tempos de graves dificuldades, só conseguirão enfurecer ainda mais o eleitorado. Digam sempre ‘recompensa por desempenho’ ou ‘prêmio por produtividade’.”
Em seguida – ensinou o especialista – “ofereçam soluções do Partido Republicano, uma solução para cada problema”. 8. Palavra proibida: “Empreendedor”; troque-a por “criador de empregos” Fale de “lojistas”, “pequenos comerciantes” e “criadores de empregos, em vez de “empresários”, “empreendedores” e “inovadores”. 9. Não peça “sacrifícios” a ninguém“Não há um norte-americano hoje, em novembro de 2011, que não sinta que já fez todos os sacrifícios possíveis. Se você lhe pedir mais “sacrifícios”, você só o enfurecerá ainda mais. Repita sempre que: “estamos juntos nessas dificuldades. Venceremos juntos ou fracassaremos juntos.” 10. Culpe Washington (Brasília). O governo Obama (Dilma) é culpado de tuuuuuuuuuuudo!Diga ao Movimento Occupy: “Estão perdendo tempo ocupando Wall Street. Vocês deveriam estar ocupando Washington (Brasília). Ocupem a Casa Branca (o Palácio do Planalto), porque as políticas que saem ‘de lá! De lá! De láááá!’ [como guinchava o ex-Bob Jefferson, tambiqueiro ‘ético’, quando trabalhava com o Grupo GAFE – Globo-Abril-Folha-Estadão, para construir a farsa do ‘mensalão’] são a causa de todas as nossas dificuldades.
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