Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Brasil é o 14º no mundo em produção científica

Ciência brasileira
O Brasil ocupa a 14ª posição entre os países de maior produtividade científica, segundo os dados mais recentes do ranking SCImago, índice que leva em conta o número de publicações (o país registrou 34.145 em 2008), documentos citáveis (32.829) e citações (38.237).
A posição fica aquém da colocação do país em termos econômicos – o Brasil é atualmente a 8ª economia do mundo, com pretensões de conquistar a 7ª posição.
Na lista, o Brasil figura atrás de países desenvolvidos, como Estados Unidos (1º), Inglaterra (3º), Alemanha (4º) e Japão (5º) e também de economias em desenvolvimento, como a China (2º lugar) e a Índia (10º). Está uma posição à frente da Rússia (15º), outro dos quatro países que formam os Brics.
“Entre os Brics, a China foi a única que mostrou um crescimento explosivo em termos de produção científica, registrando mais de 230 mil publicações em 2008″, disse Manoel Barral-Netto, professor da Universidade Federal da Bahia, na semana passada durante a conferência “Avanços e Perspectivas da Ciência no Brasil, América Latina e Caribe”, realizada pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio de Janeiro.
Produção científica em medicina
A reunião, que tratou da área de Ciências Biomédicas, reuniu, além de Barral-Neto, Jorge Kalil, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Sérgio Costa Oliveira, da Universidade Federal de Minas Gerais), que traçaram um panorama da produção científica brasileira atual, especialmente em medicina.
Diferentemente da produção científica total, em algumas áreas de medicina o Brasil se destaca no ranking SCImago. Na categoria Doenças Infecciosas, por exemplo, ocupa o 4º lugar (com 328 documentos), atrás apenas dos Estados Unidos (com 1.583), Reino Unido e França. Em Anatomia, está em 9º e em Cirurgia, em 8º.
No campo da Imunologia e Alergia, no entanto, o Brasil está na 13ª posição. Segundo os especialistas da área reunidos na ABC, a razão para esse quadro é a falta de investimentos.
“O Brasil investe pouco e tem ainda um longo caminho em relação a pessoal para fazer ciência, especialmente em áreas como a imunologia”, disse Kalil.
No país, as áreas que contam com um maior número de artigos científicos publicados, de acordo com a Thomson Reuters, são: Medicina Clínica (35.214 artigos), Química (19.929), Física (19.243) e Biologia e Bioquímica (11.173). Os artigos brasileiros são mais representativos em Agronomia e Veterinária (3,07% do total mundial), Física (2,04%), Astronomia e Ciência Espacial (1,89%), Microbiologia (1,89%) e Ciências de Plantas e Animais (1,87%).
Habitantes cientistas
Em relação ao número de pesquisadores por habitantes, o índice, apesar de maior que em passado recente, ainda pode ser considerado baixo se comparado a outros países.
Segundo o Relatório Unesco sobre Ciência 2010, feito pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, cujos dados foram destacados na conferência da ABC, o Brasil tem cerca de 650 pesquisadores por milhão de habitantes. O Japão, para efeito de comparação, tem mais de 5,5 mil por milhão.
“Apesar de o Brasil ter conseguido aumentar o número de novos doutores formados para 12 mil ao ano, o país ainda enfrenta uma situação de carência. No passado esse número era ainda menor, mas não podemos nos dar por satisfeitos”, disse Barral-Netto.
Segundo ele, o país precisa melhorar a visibilidade internacional de sua ciência. “Em algumas áreas, tais como as biomédicas e as doenças infecciosas, nossa produção está entre as mais altas do mundo, mas o investimento em tecnologia e no número de pesquisadores é muito baixo se comparado ao dos países desenvolvidos. Esse investimento tem que crescer se quisermos alcançar um papel de destaque na ciência e tecnologia mundial”, disse o também pesquisador do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (Fiocruz).
Jovens na faculdade
De acordo com dados apresentados por Barral-Netto, o Brasil enfrenta ainda outro grande desafio no nível da graduação: em 2008, apenas 16% dos jovens entre 18 e 24 anos estavam matriculados no ensino superior.
“Tal número precisará triplicar se o Brasil quiser alcançar um nível competitivo internacionalmente”, disse.
Na América Latina, de acordo com os rankings de produção científica mencionados na conferência, o Brasil sozinho produz mais que a soma de todos os outros países latino-americanos juntos. No cenário nacional, a maior parte da produção está no Estado de São Paulo.

Um império em guerra contra a verdade e a liberdade de imprensa

Autoridades estadunidenses não escondem o alívio e a alegria com a prisão do fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, ocorrida terça-feira (7) em Londres. “É uma boa notícia”, comemorou o secretário de Defesa dos EUA, Roberts Gates, em visita ao Afeganistão, palco de mais uma guerra insana desencadeada pelo império com o apoio das potências europeias.


Por Umberto Martins

O ódio despertado na maior potência capitalista do planeta pelas verdades inconvenientes reveladas pelo Wikileaks lembra o macartismo dos anos 1950, ao mesmo tempo em que sinaliza o avanço político das forças conservadores e de extrema-direita no país. A ex-governadora do Alasca e candidata a vice-presidente pelo Partido Republicano nas últimas eleições presidenciais, Sarah Palin, comparou Assange a Obama Bin Laden. Colunistas como Jonah Goldberg, da National Review, entre outros, apelam ao assassinato puro e simples do jornalista. “Por que Assange não foi estrangulado no seu quarto de hotel anos atrás?”, indagou em artigo reproduzido recentemente numa rede de jornais.

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Hipocrisia
Os documentos secretos divulgados pelo Wikileaks até o momento não contêm grandes novidades nem informações que pudessem comprometer a segurança dos Estados Unidos, como reconheceu o próprio secretário de Defesa em carta encaminhada ao congresso. Isto não significa que sejam irrelevantes, pois sem dúvidas colaboram para evidenciar os reais motivos e interesses que orientam a diplomacia imperial, cada vez mais agressiva e belicosa.

Respaldados por um poderoso aparato mediático, que compreende a cumplicidade da mídia golpista da América Latina, os imperialistas americanos gostam de mascarar sua política reacionária com falsos sermões sobre defesa da democracia, bem como da liberdade de imprensa e expressão. A raivosa ofensiva contra o Wikileaks mostra a hipocrisia dos ideólogos e políticos ianques.

O alvo não é apenas Assange, perseguido de forma implacável a pretexto de práticas sexuais ilegais, acusado por uma “dissidente” cubana de 31 anos e caçado inclusive por supostamente ter mantido relações sem camisinha. Com apoio no imperialismo europeu, colocaram até a Interpol no encalço do fundador do site rebelde. Mas não ficaram nisto. Tentaram inviabilizar por todos os meios o próprio Wikileaks, pressionando o Amazon a retirá-lo do seu servidor e chantageando financiadores, entre outros meios.

Um império de mentiras
Deplorável é a forma com que nossa mídia hegemônica, que Paulo Henrique Amorim prefere chamar de Partido da Imprensa Golpista (PIG), reage ao golpe contra a liberdade de imprensa que os EUA e outras potências capitalistas ocidentais estão perpetrando. O tema não frequenta os editoriais nem desperta indignação no PIB, tão zeloso e radical na defesa da mídia venezuelana, que esteve envolvida até o pescoço no fracassado golpe de abril de 2002 em Caracas, ou do jornal argentino Clarín, cujos proprietários cresceram à sombra de uma ditadura que deixou pelo menos 25 mil mortos e desaparecidos. Não se tem notícia de nenhuma palavra da chamada Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) em defesa da liberdade de imprensa vilipendiada pelos EUA. Prevalece um vergonhoso servilismo.

O bordão (defesa da democracia e da liberdade de imprensa) funciona quando é do interesse do império e da mídia hegemônica. Quando o alvo é Cuba, Venezuela, Argentina ou Irã. No momento em que os segredos e os crimes do Estado imperialista são expostos a ordem é perseguir e calar quem divulga verdades inconvenientes. A diplomacia dos EUA é movida a mentiras (as armas de destruição em massa no Iraque são um exemplo entre outros), tortura (Guantânamo, Abu Ghraib) e assassinatos. É hostil à verdade, incompatível com a liberdade de imprensa e, tal como um vampiro, não resiste à luz do dia.