Por Eduardo Guimarães.
Posted by eduguim on 8/04/10 • Categorized as Opinião do blog
publicado, originalmente, em 3 de agosto de 2010 às 17h12m
O título me foi sugerido por seguidores no Twitter. Alude à impressionante disposição do povo de São Paulo de manter no poder o mesmo grupo político que o massacra e que ali se encastelou em 1994, de onde não saiu mais.
De 1994 para cá, o Estado mais rico e desenvolvido da Federação sofreu um regresso dramático em quase tudo o que é mais importante. Pode-se dizer que temos hoje, os paulistas, a mesma Saúde, a mesma Educação e a mesma Segurança Pública de quando o PSDB chegou ao poder por aqui, só que em um Estado muito mais populoso, o que torna o não-progresso nessas áreas uma legítima tragédia social.
Manipulações das estatísticas engendradas pelos grandes grupos de mídia paulistas (Grupo Folha, Grupo Estado, Editora Abril e o braço da Globo em São Paulo) vêm conseguindo esconder de uma população politicamente perdida dados tétricos como os da Segurança Pública – que, neste momento em que o PCC volta a mostrar seu poder no Estado, explicariam o que está acontecendo novamente por aqui.
Semana passada, por exemplo, a Folha de São Paulo deu manchete de primeira página para uma suposta “redução” da criminalidade que vem sendo alardeada há anos. Duvido de que algum paulista concorde que a criminalidade caiu. Qualquer pessoa, por aqui, dirá que não pára de subir.
O que acontece na Segurança, por exemplo, é que, de 1994 para cá, houve um salto enorme na criminalidade e na violência. Subiu rápido e a patamares altíssimos nos últimos anos do século passado, no âmbito da eterna crise da octaeteride tucana, que, depois de resultados sociais positivos nos primeiros anos do Plano Real, gerou desemprego, inflação, quebradeiras incessantes até 2002, empurrando parte de uma geração inteira de jovens pobres para a criminalidade.
Na Saúde, persiste a prática vigente desde a ditadura de se inaugurar algumas unidades cinematográficas para a propaganda do governo do Estado na TV, enquanto que o grosso da rede pública de saúde permanece sem pessoal, sem equipamentos, com pacientes internados amargando a dor nos corredores dos hospitais transbordantes de gente sofrendo.
A Educação talvez seja o que está pior em São Paulo. Em todos os certames nacionais e internacionais, este Estado fica nas últimas colocações. Os professores são tratados como inimigos pelo governo do Estado. Nas recentes manifestações por melhores condições trabalho, o então governador José Serra colocou sua polícia para espancá-los em praça pública.
Já contei aqui uma história sobre a greve dos professores, mas vale repeti-la. Minha filha casada hospedava em sua residência uma jovem professora universitária francesa que veio ao Brasil no âmbito de um acordo de intercâmbio entre o nosso país e a França. Esteve no Brasil durante a recente greve dos professores paulistas.
Minha filha, como eu mesmo, mora bem perto da avenida Paulista, de forma que a jovem acadêmica francesa acabou presenciando uma das manifestações dos professores naquela avenida neste ano.
Tivemos uma longa conversa sobre o assunto, eu e a moça. Ela não conseguia entender por que os pais dos alunos das escolas públicas não estavam ao lado dos professores e, sobretudo, como era possível que estivessem ao lado do Estado. Seu espanto aumentou depois de saber quanto o governo paulista paga aos que têm a duríssima missão de educar crianças e adolescentes em grande parte bastante pobres e, alguns, até miseráveis.
Fica difícil a qualquer observador isento entender, portanto, que o mesmo Geraldo Alckmin que fez parte dos governos que pioraram tanto São Paulo, que não fizeram metrô, que deixaram a situação da Segurança chegar a esse ponto etc., tenha chance de se eleger no primeiro turno para o governo de São Paulo.
O que acontece com os paulistas? Dizer que o povo do meu Estado é meramente direitista como Alckmin, Serra, Kassab e companhia limitada – coisa que eu mesmo já disse, mas que já não julgo mais que seja exatamente o ponto –, não explica nada.
O que acontece em São Paulo é que a população é mantida sem informação por todos os grandes jornais, rádios e tevês, sem falar na Veja. Aqui, a imprensa escrita tem grande influência. As bancas de jornal são uma instituição, um meio de comunicação à parte. Caminhando por qualquer parte do Estado – mas, sobretudo, pela capital – encontra-se uma a cada esquina.
As manchetes de jornais e revistas são um meio de comunicação à parte, em São Paulo. É por isso que Folha, Estadão e Veja, sobretudo, fazem tantas manchetes que distorcem o que dizem as reportagens às quais remetem – porque os paulistas, sobretudo os paulistanos, não compram essas publicações, mas gostam de ler suas manchetes expostas nas bancas e dali tiram suas conclusões sobre assuntos intrincados.
Além disso, por força de uma educação ruim até no setor privado, a maioria dos paulistas não sabe de quem cobrar Saúde, Educação ou Segurança, por exemplo. Muita gente aqui pensa que o responsável pela Segurança Pública é o governo federal, ou seja, atribuem a guerra paulista ao governo Lula.
Em 2006, quando o PCC pôs este Estado de joelhos tanto quanto começa a colocar agora, os jornais e as tevês locais colocaram na cabeça dos paulistas que a culpa pelas penitenciárias mal-administradas, nas quais os celulares entram como se fossem shoppings centers, era o presidente da República e não o governador do Estado.
Hoje mesmo (3 de agosto), o Estadão publica um editorial eximindo o governo do Estado da responsabilidade pela nova ofensiva do PCC e coloca a culpa no presidente Lula. E o povo acredita. Aliás, se você perguntar a uns dez paulistas de todas as classes sociais para que serve o governo do Estado, digo que a maior parte não saberá responder.
O metrô paulistano, por exemplo, que tem cerca de 60 quilômetros de linhas para uma cidade de cerca de 11 milhões de habitantes, só é do governo do Estado, na mídia paulista, quando o governador tucano de plantão inaugura alguma nova estação. Fora isso, a imprensa empurra a responsabilidade pelo colapso metroviário para o governo Lula.
Como já disse, leitores me sugeriram o título deste post lá no Twitter. Alude ao fenômeno de seqüestrados criarem empatia com seus seqüestradores. Esse fenômeno ficou conhecido como “Síndrome de Estocolmo”. E me pediram que comentasse sobre a candidatura de Aloizio Mercadante.
Além do transe paulista, temos, os paulistas, uma oposição ao PSDB local com um histórico pouco positivo. O episódio dos aloprados, em 2006, criou sérios problemas para a imagem do candidato do PT ao governo do Estado. O PT paulista é meio “domesticado” pelo PSDB e pelo PFL. Enfim, apesar de Mercadante ser a minha única opção de voto para governador neste ano, ainda estou por ver alguma prova de que sua candidatura pretende vencer.
Para começar, teria que fazer uma campanha didática para explicar quais são as responsabilidades do governador. Muita gente se surpreenderá ao descobrir que está apoiando uma facção política que é responsável pela guerra civil paulista. E também terá que manter alguns petistas aloprados longe de encrencas.
Não é modesta a missão de Mercadante. Modesto é o tempo que tem para levá-la a cabo. Em minha opinião, porém, se o PT paulista usar o cérebro e fugir de idéias “brilhantes”, pode eleger seu candidato a governador. Basta falar a verdade no horário eleitoral.
Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
WikiLeaks começa a sofrer ameaças
WikiLeaks começa a sofrer ameaças
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03/08/2010
(Chico Villela) Começou. Um colaborador essencial do Wikileaks foi detido por três horas e interrogado por agentes de Inteligência dos EUA.
Para saber o que é Wikileaks, leia Diário da Guerra Afegã nesta NovaE. O colaborador ativista Jacob Appelbaum, 27, foi detido no aeroporto de Newark, ao chegar de viagem internacional, da Holanda, por agentes de Inteligência militares e do Departamento de Segurança Interna dos EUA. As informações partem do World Socialist Web Site.
Vários movimentos vêm sendo anotados da parte da Inteligência dos EUA contra colaboradores, simpatizantes ou membros do WikiLeaks. O celebrado e veterano repórter investigativo Seymour Hersh avisou Julian Assange de que evitasse o território dos EUA, sob pena de graves ocorrências, a menor delas, sua prisão. Como as leis fascistas atuais, herança de Bush filhote que BHObama cultiva como flores de jardim, não contemplam nem habeas corpus nem informações a advogados ou família, é de se entender que Assange anda pela Europa, e, mesmo por lá, em endereço só sabido de poucos.
Appelbaum é profissional de desenvolvimento de softwares e, há pouco, substituiu o coordenador do Wikileaks, Julian Assange, numa palestra em conferência de informática e tecnologia de Las Vegas, à qual Assange não pôde ir por razões de segurança. O interrogatório, que durou três horas, focou suas relações com o Wikileaks e com Assange e suas opiniões sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão.
Os agentes apreenderam de início seu laptop e três celulares, e ao final foi-lhe devolvido apenas o laptop. Foi-lhe negado o direito da presença de um advogado, e Appelbaum foi informado de que será interrogado toda vez que chegar de viagem, o que faz sempre, em razão de sua especialidade: softwares para segurança e privacidade em internet.
Segundo o Independent londrino, Appelbaum foi questionado há três dias por agentes do FBI, que haviam estado presentes à conferência de Las Vegas, sobre “como subverter a segurança de internet do governo chinês”. Appelbaum recusou-se a conversar.
Appelbaum ironizou as declarações do secretário da Defesa Robert Gates e do comandante chefe das forças armadas Mike Mullen, sobre Assange, de que deveria “ter sangue nas mãos” por colocar em perigo soldados e informantes no Afeganistão. “Se alguém vem fazendo uma guerra por 10 anos, quem é ele para dizer isso?”.
Antes de Appelbaum, agentes do FBI estiveram interrogando estudantes do Massachussetts Institute of Technology e outras universidades próximas, em busca de relações com o jovem Bradley Manning, acusado de ter fornecido os arquivos da guerra afegã ao Wikileaks. As acusações e hipóteses, reproduzidas e apoiadas pela grande mídia, vêm caindo no vazio. Da mesma forma, convites para agir contra o Wikileaks vêm sendo recusados pelos jovens, alguns deles colegas e amigos de Manning. A mãe de Manning, cidadã britânica de Gales, foi visitada pelo FBI.
Danny Weil e sua esposa, amigos da família desde a infância de Appelbaum, relata que o pai sempre lhe enviava notícias sobre o filho contando de seu orgulho pelas suas atividades em nível mundial em favor da justiça e da paz. Appelbaum é um profissional autônomo de segurança em computação, de renome internacional na sua especialidade. É também artista e fotógrafo, e autor de várias invenções e descobertas na sua especialidade e em criptografia.
Appelbaum torna disponível uma ferramenta gratuita de proteção para todos, o Tor Project. Aproveite e instale; proteja-se.
Danny comenta: “De uma coisa eu sei: se estivesse vivo hoje, seu pai estaria orgulhoso da coragem de seu filho e da sua luta pela liberdade. Eu estou.”
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03/08/2010
(Chico Villela) Começou. Um colaborador essencial do Wikileaks foi detido por três horas e interrogado por agentes de Inteligência dos EUA.
Para saber o que é Wikileaks, leia Diário da Guerra Afegã nesta NovaE. O colaborador ativista Jacob Appelbaum, 27, foi detido no aeroporto de Newark, ao chegar de viagem internacional, da Holanda, por agentes de Inteligência militares e do Departamento de Segurança Interna dos EUA. As informações partem do World Socialist Web Site.
Vários movimentos vêm sendo anotados da parte da Inteligência dos EUA contra colaboradores, simpatizantes ou membros do WikiLeaks. O celebrado e veterano repórter investigativo Seymour Hersh avisou Julian Assange de que evitasse o território dos EUA, sob pena de graves ocorrências, a menor delas, sua prisão. Como as leis fascistas atuais, herança de Bush filhote que BHObama cultiva como flores de jardim, não contemplam nem habeas corpus nem informações a advogados ou família, é de se entender que Assange anda pela Europa, e, mesmo por lá, em endereço só sabido de poucos.
Appelbaum é profissional de desenvolvimento de softwares e, há pouco, substituiu o coordenador do Wikileaks, Julian Assange, numa palestra em conferência de informática e tecnologia de Las Vegas, à qual Assange não pôde ir por razões de segurança. O interrogatório, que durou três horas, focou suas relações com o Wikileaks e com Assange e suas opiniões sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão.
Os agentes apreenderam de início seu laptop e três celulares, e ao final foi-lhe devolvido apenas o laptop. Foi-lhe negado o direito da presença de um advogado, e Appelbaum foi informado de que será interrogado toda vez que chegar de viagem, o que faz sempre, em razão de sua especialidade: softwares para segurança e privacidade em internet.
Segundo o Independent londrino, Appelbaum foi questionado há três dias por agentes do FBI, que haviam estado presentes à conferência de Las Vegas, sobre “como subverter a segurança de internet do governo chinês”. Appelbaum recusou-se a conversar.
Appelbaum ironizou as declarações do secretário da Defesa Robert Gates e do comandante chefe das forças armadas Mike Mullen, sobre Assange, de que deveria “ter sangue nas mãos” por colocar em perigo soldados e informantes no Afeganistão. “Se alguém vem fazendo uma guerra por 10 anos, quem é ele para dizer isso?”.
Antes de Appelbaum, agentes do FBI estiveram interrogando estudantes do Massachussetts Institute of Technology e outras universidades próximas, em busca de relações com o jovem Bradley Manning, acusado de ter fornecido os arquivos da guerra afegã ao Wikileaks. As acusações e hipóteses, reproduzidas e apoiadas pela grande mídia, vêm caindo no vazio. Da mesma forma, convites para agir contra o Wikileaks vêm sendo recusados pelos jovens, alguns deles colegas e amigos de Manning. A mãe de Manning, cidadã britânica de Gales, foi visitada pelo FBI.
Danny Weil e sua esposa, amigos da família desde a infância de Appelbaum, relata que o pai sempre lhe enviava notícias sobre o filho contando de seu orgulho pelas suas atividades em nível mundial em favor da justiça e da paz. Appelbaum é um profissional autônomo de segurança em computação, de renome internacional na sua especialidade. É também artista e fotógrafo, e autor de várias invenções e descobertas na sua especialidade e em criptografia.
Appelbaum torna disponível uma ferramenta gratuita de proteção para todos, o Tor Project. Aproveite e instale; proteja-se.
Danny comenta: “De uma coisa eu sei: se estivesse vivo hoje, seu pai estaria orgulhoso da coragem de seu filho e da sua luta pela liberdade. Eu estou.”
Coisas da Política - JBlog - Jornal do Brasil - A revolução inconclusa (1)
A revolução inconclusa (1)
03/08/2010 - 23:04 | Enviado por: Mauro Santayana
Por Mauro Santayana
Há oitenta anos, nos primeiros dias de agosto, preparava-se a fase final da Revolução de 30. Como em todos os processos semelhantes, combinavam-se fatores objetivos e subjetivos, razões históricas e ambições pessoais de poder. Mas a principal causa da insatisfação, além da social, acabou sendo abafada pelas circunstâncias do momento: o problema da Federação, a necessidade de que a República tivesse o tamanho do Brasil, e não se limitasse aos estados mais poderosos. Essa razão, não obstante sua evidência, não era claramente exposta, a não ser pela acuidade de João Pessoa, então governador da pequena, mas importante, Paraíba.
Sabiam todos que o movimento era inevitável. Mais do que todos, sabia-o o presidente Washington Luís que – nascido em Macaé – sempre fizera política em São Paulo, estado de que fora governador no quatriênio 22-26. Seu raciocínio obedecia à presunção de poder dos paulistas, e rompia a política dos governadores, fundada no eixo Minas–São Paulo, não por considerá-la antirrepublicana e antidemocrática – o que era – mas por entendê-la como já desnecessária. A aliança, que o fizera presidente em 26, se firmara quando São Paulo e Minas mais ou menos se equivaliam em poder político e econômico. O grande desenvolvimento de São Paulo, do fim da Primeira Guerra Mundial a 1929, distanciara o estado de seu vizinho ao norte. A Depressão Econômica Mundial, que dava os seus primeiros passos, e os problemas internos reclamavam a solidariedade nacional. Isso recomendava concessões políticas e econômicas de São Paulo aos outros estados.
Como se sabe, o presidente tentou engambelar os mineiros e os gaúchos. Washington Luís enviou cartas pessoais a Antonio Carlos, governador de Minas, e a Getulio, do Rio Grande do Sul – já anunciado candidato dos dois estados à Presidência – afirmando que estava realizando “consultas” aos governadores sobre a sugestão de Minas. Na realidade, ele nem citava o nome de Vargas: pedia apoio a Júlio Prestes, governador de São Paulo. João Pessoa, em telegrama histórico, enviado à bancada paraibana na Câmara Federal, em julho de 1929, denunciou a manobra e negou apoio à candidatura do governador de São Paulo – isso ainda em julho de 1929. A leitura de sua mensagem provocou intensa reação em todo o país. Nos 12 meses seguintes, a nação conheceu a crise. As eleições se realizaram em 1º de março de 1930. As fraudes foram evidentes e deram a vitória a Júlio Prestes contra Vargas. Em julho e agosto, todos sabiam que a revolução era iminente.
O assassinato do candidato a vice de Getulio, João Pessoa, foi fator emocional poderoso, galvanizou a opinião pública. O crime ocorreu no Recife, aonde o governador da Paraíba fora visitar um amigo hospitalizado, no dia 26 de julho. No dia 8 de agosto, seu corpo chegava ao Rio, onde foi sepultado. O mineiro Carlos Pinheiro Chagas falou, no desembarque do corpo, na Praça Mauá, com veemência revolucionária, e disse que João Pessoa devia ser enterrado como fora sepultado Clemenceau: de pé, com o coração acima do estômago, e a cabeça acima do coração.
O tempo os acossava: sem a aquiescência do novo governador de Minas, Olegário Maciel, empossado em 7 de setembro, não tinham como mobilizar o estado. Com seu assentimento, decidiram que seria no início de outubro. Com o esforço enorme para produzir clandestinamente em Minas armas e munições, e graças à habilidade de Olegário em “tranquilizar” Washington Luís, a insurreição começou em Porto Alegre e Belo Horizonte exatamente às 5 horas da tarde de 3 de outubro.
(Continua)
03/08/2010 - 23:04 | Enviado por: Mauro Santayana
Por Mauro Santayana
Há oitenta anos, nos primeiros dias de agosto, preparava-se a fase final da Revolução de 30. Como em todos os processos semelhantes, combinavam-se fatores objetivos e subjetivos, razões históricas e ambições pessoais de poder. Mas a principal causa da insatisfação, além da social, acabou sendo abafada pelas circunstâncias do momento: o problema da Federação, a necessidade de que a República tivesse o tamanho do Brasil, e não se limitasse aos estados mais poderosos. Essa razão, não obstante sua evidência, não era claramente exposta, a não ser pela acuidade de João Pessoa, então governador da pequena, mas importante, Paraíba.
Sabiam todos que o movimento era inevitável. Mais do que todos, sabia-o o presidente Washington Luís que – nascido em Macaé – sempre fizera política em São Paulo, estado de que fora governador no quatriênio 22-26. Seu raciocínio obedecia à presunção de poder dos paulistas, e rompia a política dos governadores, fundada no eixo Minas–São Paulo, não por considerá-la antirrepublicana e antidemocrática – o que era – mas por entendê-la como já desnecessária. A aliança, que o fizera presidente em 26, se firmara quando São Paulo e Minas mais ou menos se equivaliam em poder político e econômico. O grande desenvolvimento de São Paulo, do fim da Primeira Guerra Mundial a 1929, distanciara o estado de seu vizinho ao norte. A Depressão Econômica Mundial, que dava os seus primeiros passos, e os problemas internos reclamavam a solidariedade nacional. Isso recomendava concessões políticas e econômicas de São Paulo aos outros estados.
Como se sabe, o presidente tentou engambelar os mineiros e os gaúchos. Washington Luís enviou cartas pessoais a Antonio Carlos, governador de Minas, e a Getulio, do Rio Grande do Sul – já anunciado candidato dos dois estados à Presidência – afirmando que estava realizando “consultas” aos governadores sobre a sugestão de Minas. Na realidade, ele nem citava o nome de Vargas: pedia apoio a Júlio Prestes, governador de São Paulo. João Pessoa, em telegrama histórico, enviado à bancada paraibana na Câmara Federal, em julho de 1929, denunciou a manobra e negou apoio à candidatura do governador de São Paulo – isso ainda em julho de 1929. A leitura de sua mensagem provocou intensa reação em todo o país. Nos 12 meses seguintes, a nação conheceu a crise. As eleições se realizaram em 1º de março de 1930. As fraudes foram evidentes e deram a vitória a Júlio Prestes contra Vargas. Em julho e agosto, todos sabiam que a revolução era iminente.
O assassinato do candidato a vice de Getulio, João Pessoa, foi fator emocional poderoso, galvanizou a opinião pública. O crime ocorreu no Recife, aonde o governador da Paraíba fora visitar um amigo hospitalizado, no dia 26 de julho. No dia 8 de agosto, seu corpo chegava ao Rio, onde foi sepultado. O mineiro Carlos Pinheiro Chagas falou, no desembarque do corpo, na Praça Mauá, com veemência revolucionária, e disse que João Pessoa devia ser enterrado como fora sepultado Clemenceau: de pé, com o coração acima do estômago, e a cabeça acima do coração.
O tempo os acossava: sem a aquiescência do novo governador de Minas, Olegário Maciel, empossado em 7 de setembro, não tinham como mobilizar o estado. Com seu assentimento, decidiram que seria no início de outubro. Com o esforço enorme para produzir clandestinamente em Minas armas e munições, e graças à habilidade de Olegário em “tranquilizar” Washington Luís, a insurreição começou em Porto Alegre e Belo Horizonte exatamente às 5 horas da tarde de 3 de outubro.
(Continua)
Coisa de tukano PSDB é contra Bolsa Formação dos policiais do Brasil
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (Med. Liminar) 4011-1
Origem: DISTRITO FEDERAL Entrada no STF: 25/01/2008
Relator: MINISTRO CELSO DE MELLO Distribuído: 01/02/2008
Partes: Requerente: PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA - PSDB (CF 103, VIII)
Requerido :PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Interessado:
O PSDB deixou os policiais civis e militares do Estado de São Paulo sem a opção de poder receber o benefício de R$ 400,00 mensais (válido por 12 meses, renovado a cada curso realizado) do programa Bolsa Formação oferecido pelo Governo Federal, que é concedido em contrapartida àqueles que fazem os cursos da rede de Educação à Distância do PRONASCI – Ministério da Justiça.
A intenção do PSDB era que nenhum policial do país recebesse esse benefício. O PSDB recorreu ao Supremo Tribunal Federal contra dois pontos da Medida Provisória 416, que instituiu os programas Bolsa Formação, Reservista Cidadão, Mulheres da Paz e Proteção de Jovens em Território Vulnerável, no âmbito do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, o Pronasci.
Pretende o PSDB (a ação ainda está em curso) que nem policiais civis, nem militares e nem guardas municipais recebam esse benefício que tanto lhes tem ajudado na sua formação profissional e no custeio de suas atividades financeiras.
Em obediência ao posicionamento político do PSDB, o Governo do Estado de São Paulo se recusou a fazer o convênio com o PRONASCI, de modo que todos os servidores estaduais da área da Segurança Pública ficaram impedidos de se inscrever nos cursos oferecidos pelo programa, como conseqüência, sem receber a Bolsa Formação, que hoje é de R$ 400,00 mensais, durante 12 meses, renovadas a cada curso concluído.
Com essa postura de José Serra os policiais do Estado de São Paulo perderam duas oportunidades: 1ª - A de freqüentar cursos totalmente voltados para o aperfeiçoamento profissional na área da segurança pública; 2ª – A de receber a contrapartida de R$ 400,00 (Quatrocentos Reais) mensais, que poderia servir como complemento aos baixos salários que recebem desse mesmo governo do PSDB.
Po causa dessa atitude, não é difícil imaginar o que pode acontecer com todos os policiais do Brasil caso o PSDB saia vitorioso nas eleições para a Presidência da República.
Confira abaixo as informações sobre a ADIn:
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (Med. Liminar) 4011-1
Origem: DISTRITO FEDERAL Entrada no STF: 25/01/2008
Relator: MINISTRO CELSO DE MELLO Distribuído: 01/02/2008
Partes: Requerente: PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA - PSDB (CF 103, VIII)
Requerido :PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Interessado:
Dispositivo Legal Questionado
Arts. 002º e 003º da Medida Provisória nº 416, de 23 de janeiro
de 2008.
Medida Provisória nº 416, de 23 de janeiro de 2008.
Altera a Lei no 11530, de 24 de outubro
de 2007, que institui o Programa
Nacional de Segurança Pública com
Cidadania - PRONASCI, e dá outras
providências.
Resultado da Liminar
Aguardando Julgamento
Link do STF:
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?
base=ADIN&s1=pronasci&processo=4011
base=ADIN&s1=pronasci&processo=4011
Origem: DISTRITO FEDERAL Entrada no STF: 25/01/2008
Relator: MINISTRO CELSO DE MELLO Distribuído: 01/02/2008
Partes: Requerente: PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA - PSDB (CF 103, VIII)
Requerido :PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Interessado:
O PSDB deixou os policiais civis e militares do Estado de São Paulo sem a opção de poder receber o benefício de R$ 400,00 mensais (válido por 12 meses, renovado a cada curso realizado) do programa Bolsa Formação oferecido pelo Governo Federal, que é concedido em contrapartida àqueles que fazem os cursos da rede de Educação à Distância do PRONASCI – Ministério da Justiça.
A intenção do PSDB era que nenhum policial do país recebesse esse benefício. O PSDB recorreu ao Supremo Tribunal Federal contra dois pontos da Medida Provisória 416, que instituiu os programas Bolsa Formação, Reservista Cidadão, Mulheres da Paz e Proteção de Jovens em Território Vulnerável, no âmbito do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, o Pronasci.
Pretende o PSDB (a ação ainda está em curso) que nem policiais civis, nem militares e nem guardas municipais recebam esse benefício que tanto lhes tem ajudado na sua formação profissional e no custeio de suas atividades financeiras.
Em obediência ao posicionamento político do PSDB, o Governo do Estado de São Paulo se recusou a fazer o convênio com o PRONASCI, de modo que todos os servidores estaduais da área da Segurança Pública ficaram impedidos de se inscrever nos cursos oferecidos pelo programa, como conseqüência, sem receber a Bolsa Formação, que hoje é de R$ 400,00 mensais, durante 12 meses, renovadas a cada curso concluído.
Com essa postura de José Serra os policiais do Estado de São Paulo perderam duas oportunidades: 1ª - A de freqüentar cursos totalmente voltados para o aperfeiçoamento profissional na área da segurança pública; 2ª – A de receber a contrapartida de R$ 400,00 (Quatrocentos Reais) mensais, que poderia servir como complemento aos baixos salários que recebem desse mesmo governo do PSDB.
Po causa dessa atitude, não é difícil imaginar o que pode acontecer com todos os policiais do Brasil caso o PSDB saia vitorioso nas eleições para a Presidência da República.
Confira abaixo as informações sobre a ADIn:
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (Med. Liminar) 4011-1
Origem: DISTRITO FEDERAL Entrada no STF: 25/01/2008
Relator: MINISTRO CELSO DE MELLO Distribuído: 01/02/2008
Partes: Requerente: PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA - PSDB (CF 103, VIII)
Requerido :PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Interessado:
Dispositivo Legal Questionado
Arts. 002º e 003º da Medida Provisória nº 416, de 23 de janeiro
de 2008.
Medida Provisória nº 416, de 23 de janeiro de 2008.
Altera a Lei no 11530, de 24 de outubro
de 2007, que institui o Programa
Nacional de Segurança Pública com
Cidadania - PRONASCI, e dá outras
providências.
Resultado da Liminar
Aguardando Julgamento
Link do STF:
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?
base=ADIN&s1=pronasci&processo=4011
base=ADIN&s1=pronasci&processo=4011
Piadas
Turista tucano na neve
Turista tucano brincando na neve do RS:
—Que linda herança de FHC!
Carro do turista tucano derrapa na neve e bate no muro:
—FDP esse Lula!
Alê Porto especial para O Esquerdopata. Voltaremos a qualquer instante com mais piadas.
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Pesquisas, solidão e discurso errático abalam Serra
As mais recentes pesquisas eleitorais expressam e agravam a crescente dificuldade de posicionamento político da candidatura de José Serra (PSDB). Com um discurso errático que, ora procura pegar carona nas realizações do governo Lula, ora situa-se no terreno da extrema-direita, a campanha tucana oscila sem rumo certo. Num dia o candidato diz vai duplicar os benefícios do Bolsa Família, noutro critica a política de gastos do governo Lula, noutro ataca o Mercosul, a Bolívia e procura vincular a candidata do PT à guerrilha colombiana. Desorientação é tamanha que mesmo aliados como Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Agripino Maia (DEM-RN) evitam associação com nome de Serra na campanha.
Marco Aurélio Weissheimer
Com seu humor habitual o jornal Hora do Povo satiriza a debandada nas fileiras da candidatura de José Serra à presidência da República. “Ninguém que aparecer ao lado do morto. Campanhas do PSDB e do DEM tiram nome de Serra em 12 Estados”, destaca a HP. Nos últimos dias, a Folha de São Paulo vem publicando matérias sobre a resistência dos aliados de Serra em usar o nome e a imagem do candidato tucano em seus materiais de campanhas nos Estados. De Norte e Sul do país, marqueteiros das mais diferentes matizes dão um mesmo um conselho: associar o nome a Serra pode custar muitos votos. Mesmo lideranças xiitas da oposição, como Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Agripino Maia (DEM-RN) estão distribuindo material de campanha sem mencionar a candidatura Serra.
Mesmo em Estados onde o PSDB governa, como é o caso do Rio Grande do Sul, a solidão tem sido companheira de Serra. O candidato tucano esteve em Porto Alegre no dia 23 de julho, quando participou de uma caminhada pelo centro da cidade. Não contou com a companhia da governadora Yeda Crusius (PSDB), que alegou problemas de agenda para não participar do ato. Neste caso, fica difícil dizer quem evitou quem uma vez que a popularidade de Yeda Crusius não é das maiores em função da sucessão de denúncias e escândalos de corrupção em seu governo. Se nomes como Arthur Virgílio, José Agripino Maia e Yeda Crusius não querem aparecer ao lado de Serra, quem o fará? O problema adquire contornos dramáticos na campanha tucana no momento em que as pesquisas começam a convergir apontando para a estagnação da candidatura tucana e para o crescimento contínuo da candidatura de Dilma Rousseff (PT).
"Pesquisa das pesquisas" aponta tendência de alta de Dilma
A pesquisa Ibope divulgada dia 31 de julho, dando uma vantagem de cinco pontos para Dilma Rousseff (39 a 34) confirma uma tendência apontada pelo Doxa, Laboratório de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública, que vem fazendo uma média de todas as pesquisas realizadas em 2010. Segundo dados deste ano, atualizados até 25 de julho, Dilma saltou de 25 para 41 pontos na média de todas as pesquisas. Já Serra permanece estagnado na casa dos 36 pontos. Dos últimos levantamentos divulgados, apenas o Datafolha ainda mostra Serra na frente de Dilma (um ponto). Os demais institutos de pesquisa apontam para a tendência citada acima.
Mas tudo isso é conseqüência. Os verdadeiros problemas da candidatura Serra, conforme já admitem seus próprios aliados, é de natureza política. Com um discurso errático que, ora procura pegar carona nas realizações do governo Lula, ora situa-se no terreno da extrema-direita, a campanha de Serra oscila de um lado para o outro. Num dia o candidato diz vai duplicar os benefícios do Bolsa Família, noutro critica a política de gastos do governo Lula, noutro ataca o Mercosul, a Bolívia e procura vincular a candidata do PT à guerrilha colombiana. Nesta terça-feira, Raimundo Costa, repórter especial de Política do jornal Valor Econômico, observa em sua coluna:
“O candidato insiste em cometer erros "testados" em outras campanhas dele mesmo. Este é o caso do discurso de Serra sobre a Bolívia, o Irã e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - as Farcs, um problema que já se apresentara à campanha presidencial de 2002, que Serra perdeu para Lula. Todas as pesquisas feitas à época mostraram que eram assuntos distante das pessoas e do interesse só dos eleitores já convertidos à causa tucana”.
Costa escreve ainda que deu tudo errado na coreografia de campanha ensaiada por Serra e que a prioridade do PSDB agora é evitar que Dilma ganhe a eleição já no primeiro turno:
Pelos cálculos do PSDB, o tucano chegaria ao horário eleitoral gratuito à frente da candidata do PT, Dilma Rousseff. Três dos quatro institutos de pesquisa mais conhecidos já apontam a petista à frente - o Datafolha registra empate técnico, mas também a melhoria de Dilma e a queda de Serra em todas as demais variáveis, do voto feminino à rejeição do eleitor. Na prática, o tucano entra no período de propaganda de rádio e televisão com uma preocupação mais imediata: manter o que tem e evitar que Dilma liquide as eleições já no primeiro turno.
Primeiro debate e novas pesquisas
Na quinta-feira, a partir das 22 horas, ocorre, na TV Bandeirantes o primeiro debate presidencial em cadeia nacional. As pesquisas eleitorais que devem ser divulgadas nos próximos dias (Sensus e Ibope, pelo menos) tornaram-se um pesadelo para a campanha de Serra. Caso se confirme a manutenção da tendência apontada pelo Doxa, a vantagem de Dilma pode chegar perto da casa dos 8 pontos, o que faria aumentar ainda mais a debandanda direta ou disfarçada nas hostes serristas Brasil afora. É um fato bem conhecido das campanhas eleitorais. Quanto mais a data da eleição se aproxima, maior a tendência de os candidatos preocuparem-se, sobretudo, com a sua própria eleição.
Percepção de melhoria da economia beneficia Dilma
Os problemas de Serra não terminam por aí. A pesquisa Ibope de 31 de julho mostra ainda, conforme destaca matéria do jornal O Estado de São Paulo, uma correlação direta entre o desempenho de Dilma Rousseff e a percepção dos eleitores de que houve melhora nas oportunidades de emprego e no poder de compra da população nos últimos dois anos. Segundo o Ibope, sete em cada dez eleitores consideram que seu poder de compra melhorou desde 2008. Neste segmento da população, Dilma tem 47% das intenções de voto, uma vantagem de 17 pontos em relação a Serra. Em relação ao emprego, 57% dos eleitores ouvidos pelo Ibope disseram que as oportunidades melhoraram “um pouco” ou “muito”. Neste segmento, Dilma tem 47% e Serra apenas 28%.
Essa percepção, afirma a mesma matéria, ajudaria a explicar o fato de Serra ter seu melhor desempenho no Sul do país. Nesta região, a percepção de melhora das condições de vida atinge 58% do eleitorado, contra 75% no Nordeste. “Dada as diferenças de perfil econômico, Nordeste e Sul sofreram impactos distintos de políticas públicas do governo, como a valorização do salário mínimo e a ampliação de programas sociais”, conclui a matéria.
Fotos: Carta Capital
SERRA': ESSE NOME CONTEM CONTRAINDICAÇÕES
Dos 17 prefeitos do PSDB em Pernambuco, apenas três continuam na campanha estadual de Jarbas Vasconcelos, um nome fortemente associado ao de José Serra na oposição a Lula e Dilma. No Rio Grande do Norte o nome de Serra não aparece nas propagandas da candidata estadual do DEMO, aliado do PSDB. No Mato Grosso do Sul, o pemedebista Pucinelli apóia a coalizão demotucana, mas esconde o nome de Serra em sua campanha estadual. No Amazonas , o tucano Artur Virgílio faz campanha ao lado do candidato estadual que apóia Dilma. No Paraná, o centurião tucano Álvaro Dias não acompanha Serra nas visitas ao Estado e seu irmão é candidato estadual pró-Dilma. No RJ, Zito, presidente local do PSDB, apóia Sergio Cabral, em vez de corpo a corpo faz corpo mole em relação a Serra , cujo palanque estadual se escora na dissolvente figura pública de Fernando Gabeira. Em MG, onde a vantagem de Dilma é de 12 pontos, superior até a de Lula sobre Alckmin em 2006, o material de campanha de Aécio Neves, candidato ao Senado, e Antonio Anastásia --ao governo estadual, omite a imagem de Serra em santinhos e adesivos. É fácil imaginar o que acontece nas candidaturas locais. No Maranhão, Jackson Lago, na oposição a Roseane Sarney que apóia Dilma, admite que carimbar o nome de Serra na sua propaganda 'não puxa voto', embora contemporize gentilmente, 'também não é que tira...' No Tocantins , pesquisa Ibope demonstra que tira: Siqueira Campos, candidato tucano ao governo estadual, tem 40% de intenções e quase empata com o atual governador Carlos Gaguim (43%), que busca a reeleição. Ao informar ao eleitor que tem o apoio de Serra, o saldo de Campos cai para 37% ; o de Gaguim sobe para 46% quando expressa sua aliança com Lula e Dilma
(Carta Maior; 04-08)
(Carta Maior; 04-08)
Serra fala sobre pré-sal por meio de assessor: Entregar!
O consultor de José Serra em suas propostas na área de energia, David Zylbersztajn, revelou hoje como o candidato tucano vê o pré-sal e o papel da União no gerenciamento dessa imensa riqueza. Segundo matéria do Estadão, ele atacou sem meias palavras o fortalecimento do Estado no setor energético durante o governo Lula, em especial na área do petróleo.
Ex-genro de Fernando Henrique Cardoso, Zylbersztajn recebeu o comando da Agência Nacional do Petróleo durante o governo tucano para tocar a licitação de áreas de exploração e produção na costa brasileira, depois da quebra do monopólio da Petrobras. Sempre foi defensor ferrenho do modelo de concessão, que entregava o petróleo brasileiro às multinacionais.
Em palestra no Energy Summit, evento que orienta os investidores a atuar no mercado brasileiro de energia, Zylbersztajn disse que o Brasil está “saltando de um clube a outro” ao assumir maior controle sobre o petróleo e classificou a criação da Pré-Sal Petróleo, estatal que assegura a hegemonia pública sobre a nova província petroleira, de “uma das maiores barbaridades já vistas no mundo.”
Barbaridade só se for para as empresas privadas a quem Zylbersztajn passou a prestar consultoria depois que deixou a agência pública, mandando às favas os pruridos de quem lidou com informações privilegiadas do setor. Para o Brasil é a segurança de gerir a imensa riqueza do pré-sal, garantir que ela atenda aos interesses do povo brasileiro e controlar sua exploração de forma racional.
A revolta do assessor de Serra na área de energia é perfeitamente compreensível. A criação da empresa do pré-sal e o novo marco regulatório que garante à Petrobras o papel de operadora exclusiva das gigantescas jazidas enterra qualquer pretensão privatizante tucana. Durante os anos de Zylbersztajn à frente da ANP, no governo integrado por José Serra, o petróleo deixara de ser nosso para ser explorado por dezenas de empresas que invadiram o país com a quebra do monopólio da Petrobras. Para o pré-sal, era esse o modelo com que os tucanos sonhavam, mas o governo Lula garantiu no Congresso Nacional que a regra do jogo mudasse.
É essa a mudança de clube que o consultor de Serra trata de forma tendenciosa em seus argumentos. Ao se referir à troca do regime de concessão para o de partilha, ele disse que o Brasil sai de um clube integrado por Noruega, Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, para outro onde estão Iraque, Arábia Saudita, Nigéria e Líbia, mas ao criticar a estatal do pré-sal não menciona que ela se inspira justamente no bem sucedido modelo norueguês.
E ao tentar contrapor de forma preconceituosa países europeus e norte-americanos aos países árabes, o representante de Serra não menciona o fato de que dos 24 países com as maiores reservas de petróleo do mundo, dois terços operam sob o regime de partilha ou de prestação de serviço.
Zylbersztajn expôs muito mais do pensamento de Serra, como a defesa de um papel menor do Estado na economia, a acusação de aparelhamento do Estado, que Serra chamou de “República Sindicalista”, retomando o palavreado da direita na derrubada de Jango, e as acusações genéricas de corrupção de quem só vê o mal nos outros.
Ao fim do evento, não respondeu aos jornalistas de que forma um suposto governo tucano lidaria com o novo modelo de partilha, aprovado pelo Congresso. Mas nem era preciso. A resposta já estava contida em sua palestra e nos oito anos do governo que integrou, com papel relevante na entrega de nossas riquezas.
http://www.tijolaco.com/?p=21717
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