Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 2 de agosto de 2015

Pedro Celestino: A serviço das petrolíferas estrangeiras, Serra manipula dados para entregar o pré-sal

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Serra e a entrega do pré-sal, por Pedro Celestino
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Pedro Celestino, candidato de consenso à Presidência do Clube de Engenharia, sintetiza, com clareza e didatismo, as contradições e erros do projeto do Senador José Serra que retira da Petrobras a condição de operadora única e a propriedade de, no mínimo, 30% das jazidas  de petróleo do pré-sal:
“Cabe registrar a disposição do nobre senador José Serra de, finalmente, oferecer à opinião pública as razões que o fizeram apresentar o PL 131, que retira a obrigatoriedade de a Petrobras ser a operadora única dos campos do pré-sal.
O debate de idéias em termos elevados é intrínseco à democracia. É pena, entretanto, que tal disposição só tenha se manifestado após 46 senadores terem rejeitado o pedido de urgência para a tramitação do seu projeto; caso o houvessem aprovado, a deliberação sobre assunto de vital interesse para o país seria tomada sem discussão. É que o senador considera o petróleo uma “commodity”, e não um insumo estratégico para o Brasil. Não vê, ou não quer ver, que o controle do petróleo é, e continuará a ser nas próximas décadas, o pano de fundo dos principais conflitos geopolíticos mundiais.
Considere-se, por exemplo, o cenário antevisto pela AIE – Agência Internacional de Energia, que prevê que:
  1. a) a produção mundial de petróleo continuará a crescer, passando dos atuais 85 milhões de barris/dia para quase 100 milhões de barris/dia em 2035;
  2. b) os campos produtores atuais atingiram seu pico de produção (65 milhões de barris/dia) em 2007/2008, entrando em declínio desde a partir daí;
  3. c) em 2035 cerca de 38 milhões de barris/dia serão produzidos por campos já descobertos, (mas não em produção) por campos novos a serem descobertos.
Resultado deste cenário: a ampliação do estoque de reservas para futura produção de petróleo continuará a ser o principal objetivo das petrolíferas privadas mundiais (Shell, Exxon, Chevron, BP e Total). E quando se fala de petróleo, área em que os projetos são de longa maturação, pois envolvem largo espectro de riscos e incertezas, assenhorear-se de áreas já descobertas, em que tais imprevisibilidades sejam minimizadas, torna-se objetivo prioritário dessas empresas. Não foi outro o motivo que levou recentemente a Shell a comprar a BG. Segundo o seu presidente, a Shell, ao adquirir a BG, aumentará nos próximos 5 anos a produção de petróleo no Brasil, dos atuais 100 mil barris/dia para 500 mil barris/dia. Com isso, 20% da sua produção mundial sairá do Brasil.
No planeta, nos últimos 30 anos, a maior descoberta de petróleo foi a do pré-sal brasileiro, com reservatórios a exibir níveis de produtividade incomuns (poços que produzem mais de 20 mil barris/dia), com baixo custo de extração (US$ 9,00/barril, segundo a Petrobrás). Esta é a razão do desesperado interesse das petrolíferas privadas mundiais no nosso pré-sal.
Qualquer empresa petrolífera preocupa-se simultaneamente com o aumento da produção e o aumento das reservas. Se é a produção que sustenta financeiramente a empresa, são as reservas que propiciam o lastro econômico que, por sua vez, promove a sustentabilidade do seu futuro. A produção dos campos produtores decai em média 10% ao ano e as reservas se esgotam rapidamente, por isso a atividade de exploração e produção (E&P) é tão frenética na busca de novas reservas.
No Brasil, após a quebra do monopólio estatal do petróleo em 1997, a estratégia das petrolíferas privadas mundiais foi a de aguardar os resultados dos esforços exploratórios – como se sabe, carregados de riscos e incertezas – da Petrobrás, para aí sim, sem risco exploratório algum, adquirir as áreas promissoras, em leilões promovidos pela ANP, agência cada vez mais capturada por interesses privados. Basta dizer que sua diretora-geral defende a revisão da Lei da Partilha. Não por acaso, a ANP é tão cara ao senador Serra, desde o tempo de David Zylberstajn, o competente genro de FHC.
O modelo de partilha foi adotado para assegurar ao país ganhos maiores, em áreas de risco exploratório muito baixo, como é o caso do pré-sal. Ao propor que a Petrobrás deixe de ser a operadora única do pré-sal, o senador Serra presta um serviço às petrolíferas privadas mundiais. É da entrega do nosso petróleo, é disto que se trata, o que não é novidade.
Basta recordar o que ocorreu após a quebra do monopólio da Petrobrás. Para atrair as empresas estrangeiras, determinou-se irresponsavelmente à Petrobrás reduzir a aquisição de blocos para explorar, descobrir e produzir petróleo nas rodadas I, II, III e IV (esta em 2002). Se essa diretriz não fosse revertida a partir de 2003 com a retomada da aquisição de blocos nas rodadas seguintes, a partir de 2008 a Petrobrás não teria mais onde explorar em território brasileiro, comprometendo o seu futuro como empresa petrolífera.
O aumento constante das reservas e da produção a partir de 2003 decorreu da forte retomada dos investimentos em E&P e da decisão de abandonar a política de concentração dos investimentos na Bacia de Campos, com grande produção, mas com declínio de produção já à vista (sucediam-se os poços exploratórios secos perfurados). Essa inflexão permitiu que as sondas fossem espalhadas pelas bacias do Espírito Santo, Santos e Sergipe, que propiciaram, a partir de 2003, as grandes descobertas e o crescimento efetivo das reservas e da produção, processo que culminou com a descoberta do pré-sal em 2006. É bom lembrar que essas bacias tinham sido praticamente abandonadas nos anos anteriores, para permitir a entrada das empresas estrangeiras. Se a Petrobrás continuasse concentrada na Bacia de Campos – a empresa abandonara investimentos em áreas novas – aí sim, teria sido transformada em uma empresa petrolífera sem qualquer sustentabilidade financeira, a curto prazo, e econômica, a longo prazo.
O aumento da produção foi extraordinário a partir de 2003. Extraordinária também foi a elevação das reservas. Apesar dos desmandos, a Petrobras passou a ser a melhor, a mais eficaz e, economicamente, a mais sustentável a longo prazo das grandes empresas petrolíferas mundiais. Definitivamente não está, como diz o senador Serra, “quase arruinada”.
O senador Serra critica o endividamento da Petrobrás, segundo ele quase 6 vezes maior que o endividamento médio das petrolíferas. Para não questionar números, pois caberia arguir a que universo de empresas corresponderia a média por ele citada, basta dizer que há petrolíferas de inúmeros tipos, tamanhos/dimensões e missões/objetivos empresariais.
As estatais do Oriente Médio, por exemplo, têm endividamento baixíssimo, pois produzem em campos terrestres, de geologia bem conhecida; já as petrolíferas privadas mundiais têm reservas e produção cadentes há anos, o que em contrapartida lhes permitiu acumular recursos financeiros para adquirir reservas mundo a fora, o que lhes seria permitido aqui, caso o projeto do senador Serra fosse aprovado.
Nenhuma delas é como a Petrobrás, detentora de reservas totais de petróleo crescentes, que beiram os 30 bilhões de barris, que conta com um corpo técnico reconhecido como entre os melhores e mais bem capacitados – senão o melhor – dentre todas as petrolíferas, que detém tecnologia integral para não só produzir suas reservas de petróleo, como para avançar continuamente no domínio tecnológico, e que apresenta a mais segura e eficaz competência operacional do mundo para produzir em águas ultra profundas, como as do pré-sal, com total segurança paras as pessoas e para o meio ambiente. O mau uso da estatística pelo senador Serra traz à lembrança o falecido Roberto Campos, que acertadamente dizia que a estatística mostra o supérfluo e esconde o essencial.
O senador Serra, para justificar a entrega do petróleo do pré-sal às petrolíferas privadas mundiais, alega que, entre a quebra do monopólio estatal em 1997 e 2010, sob o regime de concessão, a produção de petróleo da Petrobrás passou de 800 mil barris/dia para 2 milhões de barris/dia, enquanto que, sob o regime de partilha, teve um “aumento pífio de 18%”.
Aqui está a justificativa, ainda velada, para o abandono do regime de partilha, iniciado pelo seu projeto. O argumento do senador não se sustenta: o aumento da produção de petróleo da Petrobras até 2010 decorreu, essencialmente, da produção de descobertas anteriores à quebra do monopólio, pois a produção das descobertas posteriores só começou a se fazer sentir a partir de 2005-2006; nada, porém, se compara à extraordinária curva de crescimento da produção de petróleo no pré-sal, que aumenta mês a mês desde 2013, quando lá se iniciou a produção, à taxa de 5% a.m., chegando hoje à casa dos 800 mil barris/dia. Esta é a razão da tentativa, patrocinada pelo senador Serra, de entregar o nosso petróleo às petrolíferas privadas mundiais.
O senador Serra critica a Petrobrás pelo “controle oportunista de preços” e pelos “projetos aloprados de refinarias”, que teriam quase arruinado a empresa.
Quanto ao “controle oportunista de preços”, labora em erro o senador Serra. Administrar o preço na porta da refinaria é do interesse do cidadão brasileiro – em última análise, o acionista controlador da Petrobrás – e cumpre função social de extrema importância, a do controle do custo de vida. Os acionistas estrangeiros, introduzidos na Petrobrás após a quebra do monopólio, é que não concordam com isso, exigem o alinhamento dos preços dos produtos da Petrobrás aos preços internacionais.
A quem serve o senador Serra ao defender essa opinião? Certamente, não aos interesses nacionais. Quanto aos “projetos aloprados de refinarias”, tanto o COMPERJ no Rio de Janeiro, como a RENEST em Pernambuco são tecnicamente justificados, pois agregam valor ao petróleo aqui produzido, e tornam o país auto-suficiente neste insumo.
Na verdade, a posição do senador é coerente com a do governo FHC, do qual foi uma das principais lideranças: buscou-se, então, desinvestir em refino (alienou-se ⅓ da REFAP à YPF e preparou-se a venda da REDUC, suspensa em 2003), para tornar o país dependente da importação de derivados. As beneficiárias da canibalização da Petrobrás seriam, é claro, as petrolíferas privadas mundiais.
Finalmente, o senador Serra comenta algumas decisões da atual diretoria da Petrobrás, em princípio alinhadas às suas ideias. Propõe-se a venda de ativos de produção, solução simplista que suprimirá da Petrobrás justamente a origem dos recursos que, no futuro, garantirão o rolamento das suas dívidas e a sustentabilidade a longo prazo da saúde financeira da empresa. As medidas anunciadas são, na verdade, uma solução obtusa, que beira o suicídio empresarial, em favor de interesses das petrolíferas privadas mundiais, tão caras ao senador Serra.”
Leia também:

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Lei de FHC afrouxou controles da Petrobras

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Conhecida como "Lei do Petróleo", a Lei 9478/97, idealizada por David Zylberstajn, ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo, e pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, fragilizou os critérios de governança da Petrobras; até então, as contratações da companhia estavam submetidas à rigorosa Lei 8.666, de licitações; com a abertura do mercado brasileiro de petróleo a firmas internacionais, feita por FHC e Zylberstajn, ex-genro do ex-presidente, a Petrobras ganhou o direito de contratar sem licitações; só nos últimos quatro anos, foram R$ 70 bilhões, segundo o TCU; FHC hoje se diz "envergonhado", mas sua lei contribuiu para a ascensão de personagens como Pedro Barusco, o gerente da companhia que se tornou o corrupto de US$ 100 milhões, que contratou bilhões nos últimos anos. 

247 - A origem do escândalo de corrupção que atinge a Petrobras pode ser a lei 9478/97, idealizada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e por seu ex-genro David Zylberstajn, que presidiu a Agência Nacional do Petróleo.

Conhecida como "Lei do Petróleo", a 9478/97 abriu o mercado brasileiro a firmas internacionais e, em compensação, permitiu que a Petrobras adotasse regras mais flexíveis para contratar bens e serviços.
A partir daquele ano, a empresa foi dispensa da Lei de Licitações, a duríssima 8.666, e ganhou poderes para contratar de forma simplificada – em muitos casos, até por meio de carta-convite.

Ontem, no Congresso Nacional, o secretário de Fiscalização de Obras para a Área de Energia do Tribunal de Contas da União (TCU), Rafael Jardim Cavalcante, afirmou que a estatal petrolífera realizou a maior parte das contratações diretas de bens entre os anos de 2011 e 2014 sem licitação. 

"Não temos ainda números definitivos, mas nos últimos quatro anos eventualmente em bens a Petrobrás talvez tenha contratado entre R$ 60 e R$ 70 bilhões. Levantamentos preliminares, e peço a paciência e a compreensão sobre a higidez desse número, apontam que de 60% a mais de 70%, dessas contratações de bens são feitas sem licitação. Para avaliar, antes do certo e errado, qual é o risco em termos de boa governança corporativo dessa prática e dessa previsão legal?", questionou.

Quando a lei foi adotada, no governo FHC, dizia-se que a estatal precisava de maior flexibilidade para concorrer com firmas internacionais. O presidente escolhido para comandar a empresa, Henri Philippe Reichstul, orgulhava-se de dizer que geria a Petrobras como uma empresa privada e fez vários negócios que, hoje são objeto de contestação judicial – como uma polêmica troca de ativos com a espanhola Repsol, assinada no apagar das luzes do governo FHC.

No governo Lula, a Petrobras viveu seu maior ciclo de investimentos. O gerente-executivo Pedro Barusco, hoje conhecido como o corrupto de US$ 100 milhões, teve poderes para contratar nada menos que R$ 15 bilhões em sondas e plataformas que foram fretadas à Petrobras pelo grupo Schahin.

Em 2010, a facilidade com que a Petrobras contratava, sem licitações, foi questionada junto ao Supremo Tribunal Federal. Com parecer do então advogado Luis Roberto Barros, hoje ministro do STF, a Petrobras continuou livre da lei de licitações, numa decisão que teve voto favorável do ministro Dias Toffoli (leia aqui reportagem do Conjur a respeito).

FHC hoje se diz envergonhado com o que ocorreu na Petrobras, mas ele talvez tenha sido um dos responsáveis pelo surgimento de Baruscos na empresa.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Pra quem acha que privatização é conversa…


Como eu completei 32 anos semana passada, de vez em quando me dou conta que, pro pessoal que está votando pela primeira vez, eu já sou quase um “coroa”. E sei que pra muita gente que saiu da adolescência já nos oito anos do Governo Lula, certas coisas aqui são encaradas como “ouvi dizer”, queria mostrar que esta história de privatização da Petrobras não é “conversa fiada” da gente.
Por isso, fui buscar a matéria publicada pela Folha de S. Paulo, no dia 27 de dezembro de 2000 (assinantes podem acessar aqui) que reproduz o anúncio da mudança de nome da Petrobras para PetroBrax
Reparem que a mudança de nome ia custar R$  213 milhões  ( US$ 50 milhões  de dólares da época, corrigidos pelo IGP-M). Ia, mas acabou custando R$ 1,57 milhões, pagos sem licitação à empresa Und Comunicação Visual.
Gostaria que ninguém deixasse de atentar que o presidente da empresa, na ocasião do anúncio da mudança, diz que a iniciativa tinha “o aval do presidente Fernando Henrique Cardoso”.
A grita dos brasileiros foi geral e o Governo teve de recuar. Mas a mudança valeu tempo suficiente para a própria Folha, dois dias depois, falar do patrocínio de uma peça estrelada pela (magnífica) atriz Fernanda Montenegro, referia-se ao patrocinador como “PetroBrax”.
Eu gostaria que a campanha da Dilma, para ajudar as pessoas que são incrédulas, conseguisse os exemplares do jornal em papel. Serviria não só para provar que a dupla Serra-FHC estava matando a maior empresa brasileira como, também para enrolar e matar, com uma boa jornalada, a mosca-azul que está pousando na cabeça desta gente.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

“Depois disso, aí sim, a Petrobrás poderá ir a leilão”

O Riocentro da Petrobras



Em fevereiro de 2000, o jornalista Aloysio Biondi publicou um artigo relatando os planos dos tucanos para esquartejar a Petrobras. "No Brasil a estratégia de destruir a Petrobras está sendo posta em prática pela Agência Nacional de Petróleo, confiada ao genro do presidente Fernando Henrique Cardoso, o senhor David Zylhersztajn", relatou Biondi. Para tanto, relata ainda o jornalista, fatos de impacto estavam sendo usados para desmoralizar a empresa, mostrando-a incompetente e tentando jogar a sociedade contra ela. Algo parecido com o atentado do RioCentro, que a extrema direita planejou para inculpar as esquerdas e dificultar os planos de redemocratização do País. O texto permanece atual.
Artigo publicado originalmente em 1° de fevereiro de 2000, na revista Bundas


Link do vídeo no Youtube

Primeiro, uma palavrinha aos incrédulos, ou crédulos. Na mesma semana em que a Petrobrás teve sua imagem destroçada com o vazamento na baía de Guanabara, lá longe, na Alemanha, o chanceler Schroeder pedia a criação de uma comissão independente para investigar a venda, em 1992, de uma refinaria da ex-Alemanha Oriental ao grupo estatal francês Alf-Aquitaine. Motivo: indícios de suborno e pagamento de propinas, da ordem de 45 milhões de dólares ao governo e ao próprio então chanceler democrata-cristão Helmut Kohl. E mais: tudo por ordem do ex-presidente socialista, francês, Miterrand. O episódio envolve países tidos como respeitáveis e líderes tidos como acima de qualquer suspeita até recentemente. Por isso mesmo, é um caso exemplar para relembrar aos brasileiros que a guerra secular para dominar ou garantir forte participação no setor petrolífero nunca terminou.

Assassinatos, golpes de Estado, invasão de países nunca foram descartados nesse conflito. Essas estratégias extremadas rarearam nos anos recentes, já que a "onda neoliberal" levou países de governos apátridas como o Brasil a começarem a entregar seu petróleo aos países ricos e suas multinacionais. No Brasil a estratégia de destruir a Petrobrás está sendo posta em prática pela Agência Nacional de Petróleo, confiada ao genro do presidente Fernando Henrique Cardoso, o senhor David Zylhersztajn. Primeiro houve os leilões para "venda" de áreas petrolíferas descobertas pela Petrobrás realizados no ano passado, e com novos leilões marcados estes primeiros meses do ano. Recentemente Zylhersztahn anunciou a venda de refinarias, oleodutos, gasodutos, postos de gasolina da Petrobrás - sob os argumentos mais cretinos do mundo.

A esta altura, porém, o clima de apatia em relação às privatizações sofreu substancial modificação, pela série de motivos que todos conhecem: desde os bloqueios nas rodovias à época das chuvas do começo do ano, à crise militar provocada pela tentativa de transferir o controle das indústria de aviões Embraer, estatal privatizada para grupos franceses. Diante dessa "virada", nada melhor do que um fato de impacto para desmoralizar a Petrobras, jogar a sociedade contra ela, mostrá-la incompetente, indiferente à população. Algo parecido com o atentado do RioCentro, que a extrema direita planejou para inculpar as esquerdas e dificultar os planos de redemocratização do País. As circunstâncias que cercam o vazamento de petróleo mostram a necessidade de uma investigação independente, a cargo do Ministério Público. 

Eis os principais "mistérios" a elucidar:

Pressão - o bombeamento começou à 1h00 da madrugada. Com o "rombo" no oleoduto, a quase totalidade do petróleo começou a ser despejada no mar. Logicamente, a pressão que o petróleo, fluindo, exerce sobre as tubulações (como a água no encanamento de uma casa) caiu, no trecho situado do rombo em diante. A alta direção da Petrobrás diz que a queda de pressão não foi detectada por um defeito do programa do computador, dando a impressão de que esse sistema é altamente refinado, moderno. Ora, sistemas para medir e controlar a pressão existem há séculos. Até as locomotivas Maria Fumaça tinham obviamente pequenos aparelhinhos, "reloginhos" para mostrar o nível da pressão nas caldeiras de vapor para evitar explosões. Os dispositivos de controle de pressão existem tanto no ponto de partida do oleoduto, como no ponto de chegada, junto aos tanques de armazenamento. Pergunta: os dois sistemas, nas duas pontas, falharam?

Combustível - para o motorista saber se o tanque de seu veículo está cheio ou precisa ser reabastecido, qualquer automóvel, caminhão, trator dispõe, desde priscas eras, do marcador do nível de combustível. Óbvio que tanques gigantescos para armazenagem de combustível, como os da Petrobrás, igualmente dispõe desses marcadores, para possibilitar o controle do nível armazenado - e para detectar vazamentos eventuais. Não funcionaram, também?

Demora - diz a direção da Petrobrás que um técnico "desconfiou" de algo errado por volta das 3 horas da madrugada. Mas o bombeamento, segundo ela própria, prosseguiu até às 5h30.

É nesse ponto, exatamente, que se reforça a suspeição de que tudo foi feito para ampliar ao máximo possível os estragos devastadores do vazamento, garantindo assim sua presença durante dias e dias nas manchetes dos jornais e, principalmente na televisão, para desmoralização total da Petrobrás. Além de prolongar o vazamento, a alta direção da Petrobrás retardou sempre todas e quaisquer medidas corretivas:
Mutirão - até prédios com grande movimentação de pessoas, hoje, têm "brigadas contra incêndio", planos de emergência para sinistros. Empresas como a Petrobrás, que lidam com material combustível e explosivo, obviamente sempre tiveram um e outro. Além da refinaria, a Petrobrás tem oleodutos, gasodutos, campos de poços de petróleo no Estado do Rio. Tem equipes de segurança, "brigadas" nesses locais. Por que, ao tomar conhecimento do desastre - às 5h30 o bombeamento foi suspenso- todo esse pessoal não foi mobilizado para reduzir os efeitos do acidente?

Enganação - aqui é preciso ressaltar que a direção da Petrobrás induziu os meios de comunicação a aceitarem uma explicação falsa para o problema que, mais uma vez, desmoraliza a empresa. Na versão oficial, tudo aconteceu porque ela "não tem uma política para o meio ambiente". Que fosse. Mas esse é um argumento sem vergonha; o que evita desastres é a política de segurança da empresa. E, essa, a Petrobrás sempre foi forçada a ter. Por que ela não foi posta em prática?

Ocultação - a direção da Petrobrás deveria ter estabelecido comunicação com os governos do Estado e municípios para um "mutirão ampliado" (participação do Corpo de Bombeiros, etc.) e mobilização da sociedade. Mas o fato somente foi revelado à imprensa já à noite - dando tempo, mais uma vez, para que os efeitos do desastre fossem irreversíveis.

Contenção - para a mancha de petróleo não se deslocar no mar, há o recurso das redes de bóias, que absorvem e contêm o produto. Ela não foi utilizada no primeiro dia. Por que? Depois, verificou-se que o material disponível era suficiente. Demorou-se para tomar a decisão de importar um reforço que uma semana depois ainda não tinha chegado.

O acidente - finalmente, cabe investigar as causas do acidente. Segundo técnicos da Petrobrás, em entrevista à imprensa, houve um "deslocamento do terreno" em que o oleoduto estava assentado, e ele se rompeu. Por que não se pode aceitar a explicação? Para explorar petróleo no fundo do mar, realmente a Petrobrás teve que desenvolver técnicas sofisticadíssimas, inclusive, a "invenção" de metais novos, que “combinem” duas qualidades (em linguagem de leigo precisam ser “fortes” para resistir a correntes submarinas, ondas, ventos - mas também precisam de flexibilidade (molecular) para não quebrarem diante de pressões exageradas ou deslocamentos de terreno. Poucos brasileiros sabem, mas a Petrobrás é campeã mundial, premiada por instituições internacionais, como líder absoluta na exploração de petróleo no fundo do mar, graças à técnicas que tem desenvolvido desde meados dos anos 60. Agora, a direção da Petrobrás alega que o oleoduto se rompeu porque o terreno ali é de tipo diferente, de “calcáreo”, e sofreu um grande deslocamento para o qual os materiais do oleoduto não eram adequados. Santa desculpa. As grandes descobertas da Petrobrás no litoral do Rio se devem exatamente às técnicas de perfuração do “calcáreo”. Há 25 anos, a Petrobrás opera ali, conhece o “calcáreo”. E o oleoduto foi construído há apenas dez anos.

Um incrédulo rejeitará a hipótese de que a incrível extensão do desastre ecológico tenha sido planejada. Aos incrédulos é bom lembrar que tampouco os cidadãos alemães e franceses suspeitavam de Kohl e Miterrand. Como parecia inverossímil que o atentado do RioCentro fosse um plano militar. Somente o Ministério Público pode dar uma resposta aos crédulos. E impedir o esquartejamento da Petrobrás.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Os novos Judas


A coisa mais maravilhosa na verdade é que ela tem uma capacidade inacreditável de brotar, a despeito do quanto busquem escondê-la sob a propaganda. Aliás, nem é preciso que a escavemos, busquemos nas entrelinhas. Não, ela surge, luminosa, nos momentos decisivos, quando uma coeltividade busca seus caminhos. O acessório, o ilusório, o modismo, tudo se dissolve e a realidade aparece.
Ontem, mesmo ainda meio baqueado, já havia dado para divisar a questão centralcontida na decisão que  Nação irá tomar: se vamos continuar no caminho da afirmação soberana do Brasil – a qual passa, indispensavelmente, pelo desenvovimento humano – ou se iremos retormar nossa mal-disfarçada sina de colônia ajoelhada ante as esquadras financeiras da ordem neoliberal, o nome atual do colonialismo e da dominnação pelos países centrais.
Nem precisávamos t~e-lo feito. Como uma força irresistível, neste momento em que divisaram, graças às explorações mais abjetas e ao papel confusionista da candidatura Marina Silva, a própria direita o evidencia.
A capa do Estadão de hoje, que reproduzo ao lado, mostra que a direita, agora, não quer enfrentar Dilma. Está se achando capaz de enfrentar o que representou o Governo Lula.
Discussões como esta do aborto já deram o que tinham que dar. São lateralidades que serviram apenas – repito, com a tosca colaboração de Marina Silva – para encobrir a questão central. A este tipo de história, ao contrário do que vêm dizendo muitos dirigentes que estão ainda com a cabeça no que aconteceu nos últimos dias do primeiro turno, tem de ser afastado de plano, com um único argumento: ” em oito anos de governo, aponte um ato de Lula ou Dilma neste sentido, ou qualquer coisa que se assemelhe a discriminação religiosa. Não tem, não é?
E vamos direto ao que está em jogo: um Brasil que não se ajoelha, que voltou a se desenvolver, a gerar empregos, a valorizar os salários, a defender da cobiça internacional as nossas riquezas sempre espoliadas e, agora, este imenso tesouro de petróleo encontrado no pré-sal.
Aliás, o genro de FHC e assessor de Serra, Davi Zylbernstein, já deixou claro que as novas leis do petróleo devem ser revistas. Revistas para que fim? Para abrir o petróleo do pré-sal às multinacionais, para negociar, em troca de migalhas, a riqueza que pode ser a redenção do povo brasileiro.
Os marqueteiros vão torcer o nariz, mas temos logo que colar na testa desta gente o estigma que devem ostentar como traidores da pátria: entreguistas. Sim, pois é entreguistas o que eles são.
São, como o foi Fernando Henrique, verdadeiros judas da nacionalidade. Aliás, quem diz é o próprio FHC, Serra é mais vendedor do que ele e foi quam mais pressionou pela venda da Vale e de suas imensas reservas de minério brasileitro.
Se querem discutir religião, tomem logo este nome como padrão: Judas, o que entregou seus irmãos e Cristo por trinta dinheiros. Os judas de hoje são cheios de argumentos sofisticados, mas da parafernália midiática de que dispõe emerge, quando eles estão inflados de pretensão, a verdade cristalina sobre o que são.

Assessor de Serra quer privatizar o pré-sal

David Zylberstajn, ex-genro de Fernando Henrique Cardoso e assessor técnico para a área de energia da campanha de José Serra à Presidência da República, aconselhou o tucano a desistir da proposta do governo Lula de modificar o modelo de concessão de campos de petróleo para o modelo de partilha, no caso dos blocos do pré-sal. Além disso, criticou o aumento da participação do Estado na empresa. "Não tem que existir estatal comprando ou vendendo petróleo", disse. No governo FHC, Zylberstajn queria encolher a Petrobras, vendendo refinarias. E por pouco a empresa não passou a se chamar Petrobrax.
Matéria de Juliana Ennes, no jornal Valor Econômico , informa que David Zylberstajn, ex-genro de Fernando Henrique Cardoso e assessor técnico para a área de energia da campanha de José Serra à Presidência da República, aconselhou o tucano a desistir da proposta do governo Lula de modificar o modelo de concessão de campos de petróleo para o modelo de partilha, no caso dos blocos do pré-sal. Zylberstajn defende que o regime de concessões (para empresas internacionais) seja melhor não somente em termos de arrecadação, mas também na vantagem de antecipar o recebimento dos recursos. 

O assessor de Serra disse ainda que a obrigatoriedade de que a Petrobras opere ao menos 30% de todos os blocos do pré-sal “traz um grande risco”. Entre outras questões, afirmou que seria “ruim para o Brasil” ficar preso à capacidade da Petrobras investir. O ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo criticou o aumento da participação do Estado na empresa, retomando o discurso histórico do PSDB que defende a privatização da Petrobras. Para ele, “não tem que existir estatal comprando ou vendendo petróleo”. A coluna Toda Mídia, do jornal Folha de S.Paulo também citou as declarações do assessor, publicadas pelo Wall Street Journal

As declarações de Zylberstajn atualizam as declarações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a capitalização da Petrobras na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Na ocasião, Lula lembrou que se as riquezas tivessem sido descobertas em “outros tempos”, elas poderiam ter sido alienadas do Estado brasileiro. O presidente disse ainda que um Estado fraco nunca foi sinônimo de iniciativa privada forte e defendeu o planejamento do governo para exploração das reservas e futura utilização do dinheiro obtido com elas. Uma das metas, reafirmou Lula, será investir para que a educação pública tenha a mesma qualidade que as instituições de ensino privado. 

O processo de capitalização da Petrobras foi justamente uma das salvaguardas utilizadas pelo governo para que os recursos gerados com o petróleo e o gás extraídos da camada pré-sal fossem investidos prioritariamente no país. Na contramão das afirmações do assessor de Serra, Lula defende que a capitalização da Petrobras serve como afirmação da empresa, de seus engenheiros e técnicos.

Em 2000, cabe lembrar, o governo Fernando Henrique Cardoso queria mudar o nome da Petrobras para Petrobax. O “x”, na avaliação do governo tucano, ajudaria a “captar dinheiro no mercado internacional”. A lógica dessa mudança também estava baseada na idéia de que “não deve existir estatal comprando ou vendendo petróleo”, bandeira histórica daqueles que pretendem privatizar a Petrobras. 

Quando presidiu a ANP, Zylberstajn defendeu a redução do tamanho da empresa na economia brasileira. Conforme matéria da Folha de S.Pauloreproduzida acima, ele queria que a Petrobras vendesse parte de suas refinarias para aumentar a participação do capital privado no setor.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

DIFERENÇAS


FHC queria chamar a Petrobrás de ‘Petrobrax’ para torná-la ' mais palatável aos mercados'. 

Lula batiza hoje uma plataforma com o nome de Apolonio de Carvalho e festeja a soberania no pré-sal 

Em 2002, em Angra dos Reis, o candidato Lula fuzilou a política tucana de terceirizar encomendas da Petrobrás a estaleiros no exterior, gerando falências na indústria naval e a demissão de cerca de 30 mil trabalhadores brasileiros. Nesta 5º feira, o Presidente Lula volta Angra dos Reis para um balanço dos compromissos assumidos há oito anos. Leva trunfos respeitáveis: a] no batismo da gigantesca plataforma P 57 –que terá o nome do legendário Apolonio de Carvalho-- ele poderá festejar um índice de nacionalização superior a 65% (exceto casco e grandes máquinas); b] a Petrobrás em seu governo tornou-se uma das 4 principais empresas de energia do planeta, fortalecida pelo sucesso da maior capitalização da história econômica mundial; c] a parcela do Estado na empresa saltou de 39,8% para 48% e foi a 63% do capital votante; d] já aprovado, o regime de partilha do pré-sal garante o comando da Petrobrás na exploração da maior reserva de petróleo descoberta nas últimas décadas; e] se predominasse o regime de concessão defendido pelo coordenador do programa de energia de José Serra, David Zylberstajn [Valor, 06-10), essa riqueza irrigaria os circuitos das petroleiras internacionais, mas sobraria pouco para investir no país e no seu povo, como defende Lula ; f] graças à soberania brasileira no pré-sal, as encomendas de embarcações, plataformas, sondas e outros equipamentos vão rechear a carteira de pedidos do parque naval brasileiro ao longo de muito anos; g] hoje, a indústria naval já emprega 45 mil trabalhadores, vinte vezes mais do que o saldo deixado pelo governo FHC, que teve Zylberstajn na Agencia Nacional de Petróleo e José Serra, no ministério do Planejamento.
(Carta Maior e o confronto entre dois projetos de país; 07-10)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Serra fala sobre pré-sal por meio de assessor: Entregar!





O consultor de José Serra em suas propostas na área de energia, David Zylbersztajn, revelou hoje como o candidato tucano vê o pré-sal e o papel da União no gerenciamento dessa imensa riqueza. Segundo matéria do Estadão, ele atacou sem meias palavras o fortalecimento do Estado no setor energético durante o governo Lula, em especial na área do petróleo.
Ex-genro de Fernando Henrique Cardoso, Zylbersztajn recebeu o comando da Agência Nacional do Petróleo durante o governo tucano para tocar a licitação de áreas de exploração e produção na costa brasileira, depois da quebra do monopólio da Petrobras. Sempre foi defensor ferrenho do modelo de concessão, que entregava o petróleo brasileiro às multinacionais.
Em palestra no Energy Summit, evento que orienta os investidores a atuar no mercado brasileiro de energia, Zylbersztajn disse que o Brasil está “saltando de um clube a outro” ao assumir maior controle sobre o petróleo e classificou a criação da Pré-Sal Petróleo, estatal que assegura a hegemonia pública sobre a nova província petroleira, de “uma das maiores barbaridades já vistas no mundo.”
Barbaridade só se for para as empresas privadas a quem Zylbersztajn passou a prestar consultoria depois que deixou a agência pública, mandando às favas os pruridos de quem lidou com informações privilegiadas do setor. Para o Brasil é a segurança de gerir a imensa riqueza do pré-sal, garantir que ela atenda aos interesses do povo brasileiro e controlar sua exploração de forma racional.
A revolta do assessor de Serra na área de energia é perfeitamente compreensível. A criação da empresa do pré-sal e o novo marco regulatório que garante à Petrobras o papel de operadora exclusiva das gigantescas jazidas enterra qualquer pretensão privatizante tucana. Durante os anos de Zylbersztajn à frente da ANP, no governo integrado por José Serra, o petróleo deixara de ser nosso para ser explorado por dezenas de empresas que invadiram o país com a quebra do monopólio da Petrobras. Para o pré-sal, era esse o modelo com que os tucanos sonhavam, mas o governo Lula garantiu no Congresso Nacional que a regra do jogo mudasse.
É essa a mudança de clube que o consultor de Serra trata de forma tendenciosa em seus argumentos. Ao se referir à troca do regime de concessão para o de partilha, ele disse que o Brasil sai de um clube integrado por Noruega, Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, para outro onde estão Iraque, Arábia Saudita, Nigéria e Líbia, mas ao criticar a estatal do pré-sal não menciona que ela se inspira justamente no bem sucedido modelo norueguês.
E ao tentar contrapor de forma preconceituosa países europeus e norte-americanos aos países árabes, o representante de Serra não menciona o fato de que dos 24 países com as maiores reservas de petróleo do mundo, dois terços operam sob o regime de partilha ou de prestação de serviço.
Zylbersztajn expôs muito mais do pensamento de Serra, como a defesa de um papel menor do Estado na economia, a acusação de aparelhamento do Estado, que Serra chamou de “República Sindicalista”, retomando o palavreado da direita na derrubada de Jango, e as acusações genéricas de corrupção de quem só vê o mal nos outros.
Ao fim do evento, não respondeu aos jornalistas de que forma um suposto governo tucano lidaria com o novo modelo de partilha, aprovado pelo Congresso. Mas nem era preciso. A resposta já estava contida em sua palestra e nos oito anos do governo que integrou, com papel relevante na entrega de nossas riquezas.


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