Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

FOLHA: O DELATOR ESCLARECE; O JORNAL ESCONDE


 *Palestina ingressa na ONU com apoio de 138 nações em votação histórica que isolou os EUA e Israel: assento como Estado observador  legitima direito às fronteiras ocupadas por Israel em 1967 ( leia mais nesta pág).


A Folha voltou à carga na edição desta 5ª feira, 29-11. Não para admitir que um dia antes induzira indevidamente o leitor a enxergar no ex-ministro José Dirceu um integrante do esquema de corrupção investigado na Operação Porto Seguro. Não, o que o jornal tenta desta vez é produzir uma declaração que confirme a sua pressuposição editorial. Não deu certo. Afirmação do delator  Cyonil Borges na entrevista publicada agora pelo jornal: " O nome do ex-ministro, pelo que tudo indica, foi usado pelo Paulo (Vieira)".  A resposta é esclarecedora. No clima de linchamento dos últimos meses, o nome 'Dirceu' tornou-se um 'genérico' de uso encorajador para qualquer fim. Um corrupto se vale disso para encorpar o alcance de um esquema golpista.O que faz a Folha de posse desse desmentido em relação ao publicado? Nada. Ou melhor, tudo ao contrário do que ocorreu na 4ª feira, quando o editor e o jornal agiram como os corruptos . Usaram o 'genérico' em ilações para encorpar uma denúncia  e desse modo atingir o objetivo de denegrir adicionalmente o PT.  A pergunta ao ombudsman da Folha é: se Cyonil tivesse confirmado a pauta, a resposta seria mantida no mesmo socavão espertamente reservado ao desmentido? (LEIA MAIS AQUI)

Vice-presidente da CPI: “Questão de Policarpo não está resolvida”


O vice-presidente da CPI do Cachoeira, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), concedeu hoje (29.11) entrevista ao Blog sobre o relatório final da investigação. Segundo Teixeira, ao menos a questão do jornalista Policarpo Jr., da revista Veja, “Não está resolvida”. Ele fala, ainda, sobre a posição do partido em relação ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e explica as razões para o recuo do relator. Leia, abaixo, a entrevista.
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Blog da Cidadania – Deputado Paulo Teixeira, sobre a posição do relator da CPI, deputado Odair Cunha, de retroceder no indiciamento do procurador-geral da República e do jornalista da Veja Policarpo Jr., o que o senhor diz sobre isso? É uma posição do PT? Dizem que o PT ficou com medo da mídia, outros dizem que foi o Palácio do Planalto que pediu… Qual é a posição que levou a esse acontecimento?
Paulo Teixeira – Do relatório do deputado Odair Cunha constavam pedido de investigação do procurador-geral, tendo em vista que não há explicação sobre os procedimentos que ele adotou – ou a falta de procedimentos adotados –, e pedido de indiciamento do jornalista Policarpo Jr. Mas poucos partidos homologavam o relatório nesses termos. Havia uma ampla maioria contrária ao relatório.
Nessa ampla maioria há vários interesses. Tem o interesse que não quer o indiciamento do Marconi Perillo, tem o interesse daqueles que defendem o dono da Delta, o Fernando Cavendish, e tem o interesse dos que não querem que esteja no relatório qualquer menção ao procurador e qualquer menção ao Policarpo. Com isso, o relator entendeu que, para pelo menos ele ler o relatório a fim de construir maioria, devesse retirar o jornalista Policarpo.
Havia, entre nós, um consenso de que devesse retirar ao menos o procurador-geral, pois o objetivo principal da CPI, o foco da investigação, era o governador de Goiás e o seu aparente envolvimento com o esquema de Cachoeira.
Blog da Cidadania – Entre nós, quem, deputado?
Paulo Teixeira – No PT, o nosso consenso era de que ele devesse retirar o procurador-geral. Mas a bancada do PT quis dar ao relator Odair Cunha condições de ele tocar o relatório de tal sorte que ele pudesse, ao menos, lê-lo para votação. Então ele achou por bem retirar o jornalista Policarpo Jr.
Blog da Cidadania – Mas deputado, o PT entende que não há uma certa gravidade no fato de o procurador-geral da República ter engavetado a Operação Vegas? Ele sabia do Demóstenes Torres, sabia de tudo aquilo… O PT não entende que a conduta dele foi estranha?
Paulo Teixeira – Nós consideramos que a postura do procurador-geral foi uma postura estranha, tanto que a proposição inicial do relatório foi de um pedido de investigação. O problema, como eu te disse, ali, foi que se criou uma frente de diversos interesses que impedia sequer a leitura do relatório. Aí, o PT decidiu que, mesmo pedindo a investigação no relatório inicial, nós tiraríamos esse pedido de investigação com o objetivo de facilitar sua aprovação.
Blog da Cidadania – O PT, por si, pediria os indiciamentos do Policarpo e do Roberto Gurgel?
Paulo Teixeira – O PT proporia o indiciamento do jornalista Policarpo Jr. e isso fez parte do relatório de Odair Cunha. Mas havia debates internos, no PT, sobre o procurador-geral, sobre essa questão do indiciamento ou não, se deveria ser tocada adiante. Mas, em relação ao jornalista Policarpo, o PT é unânime. Em relação à retirada de seu nome, isso foi uma circunstância que se criou para o relator e ele percebeu que, sem isso, o relatório não seria sequer lido.
Blog da Cidadania – Agora, deputado, não seria o caso, ao menos, de a Polícia Federal abrir uma investigação sobre o Policarpo?
Paulo Teixeira – Olha, na verdade, essa questão não termina com o relatório. Qualquer deputado pode pedir, ao final, que questões que não entraram no relatório possam ser investigadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público…
Blog da Cidadania – Qualquer deputado da CPI?
Paulo Teixeira – Da CPI… Essa questão do Policarpo, na minha opinião, não está resolvida.
Blog da Cidadania – Não está resolvida… O senhor acha que pode ter algum desdobramento. E quanto ao procurador, alguma possibilidade de investigação?
Paulo Teixeira – Então… Todas as questões postas vão ficar ou dentro do relatório ou para posteriores procedimentos e providências. Isso eu não vou te adiantar. Em relação ao procurador, não saberia dizer.
Blog da Cidadania – Deputado, uma última pergunta: cogita-se que tenha havido uma interferência do Palácio do Planalto nessa decisão. O senhor confirma ou nega esse fato?
Paulo Teixeira – Não, não creio que tenha havido interferência do Planalto.