Um homem foi atingido nas costas por uma bala de um revólver calibre 38 por um guarda civil. O homem levou um tiro nas costas e está hospitalizado. Pessoas sendo espncada por grupo de guardas civis. Outras nove pessoas ficaram feridas -entre elas um assessor da Presidência da República.Advogado dos moradores, Antonio Ferreira disse ter sido baleado na virilha, no joelho e nas costas com balas de borracha. Paulo Maldos, secretário de Articulação Social da Presidência da República, foi atingido nas costas.
Atendendo a uma determinação da Justiça estadual comandada pelo tucano Geraldo Alckmin,governador de São Paulo, a Polícia Militar iniciou a operação em Pinheirinho por volta das 6 horas,de domingo,enquanto todos dormiam ainda. A PM usava balas de borracha e bombas de efeito moral e cassetete.A guarda civil,batia sem dó.
O terreno pertence à massa falida da empresa seleta do bandido Naji Nahas, foi ocupada em 2004. Cerca de 6.000 pessoas moravam no terreno, ontem, disseram ter sido pegos de surpresa, pois uma outra decisão da Justiça, esta da esfera federal, havia barrado a reintegração
A reintegração de posse da área conhecida com Pinheirinho aconteceu em meio a um imbróglio jurídico, envolvendo uma disputa de competência entre magistrados estaduais e federais.
Ontem, na hora da operação, estavam em vigor duas determinações: pela Justiça estadual, a ordem era para desocupar a área. Pela federal, nada poderia ser feito.
Só no início da noite de ontem e, portanto, após a retirada das famílias terminar, que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) emitiu uma decisão liminar dizendo que a competência sobre a permissão de reintegração de posse era da Justiça Estadual.
A reintegração, que começou no início da manhã de ontem, aconteceu com base na decisão do presidente do Tribunal de Justiça de SP (esfera estadual), Ivan Sartori.
Em seu despacho, ele disse para cumprir a ordem da juíza de São José dos Campos, Márcia Loureiro, "repelindo-se qualquer óbice que venha a surgir no curso da execução, inclusive a oposição de corporação policial federal".
Durante a execução da ordem judicial pela PM, dois oficiais federais de Justiça estiveram no local para determinar a suspensão da reintegração de posse.
Os moradores chegaram a comemorar, mas os servidores federais foram ignorados pela polícia.
O juiz Capez, irmão do deputado estadual Fernando Capez (PSDB) disse ter recebido, ao longo do dia, telefonema do do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, e de vários parlamentares. Para todos repetia que a ação da PM estava sendo realizada com profissionalismo e eficácia. A área era da empresa Selecta, de Naji Naras, que faliu. E tinha de ser liberada
Na última quarta-feira à noite, houve um acordo entre a massa falida da empresa e os ocupantes do terreno. Haveria uma espécie de trégua por 15 dias, para um entendimento entre as partes envolvidas. Mas os tucanos ignoraram esse acordo
Pinheirinho
Ocupando 1,3 milhão de metros quadrados, a invasão Pinheirinho existe há oito anos na periferia de São José dos Campos e é quase um "bairro", com ruas internas, quadras, oito igrejas e até uma praça pública.
.A área é de uma empresa cuja dívida com a prefeitura chega a R$ 15 milhões.
A prefeitura, comandada pelo tucano Eduardo Cury, é acusada por líderes da ocupação de não ter interesse em regularizar da área.
Terreno em disputa em Pinheirinho, SJ Campos, pertence ao corrupto Naji Nahas
O terreno de 1,3 milhão de metros quadrados que estava sendo usado por moradores da comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos, pertence à massa falida da empresa Selecta S/A, do libanês Naji Nahas. A área foi ocupada por um grupo ligado ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra em 2004, passando a ser disputada na Justiça desde então.
Naji Nahas se notabilizou como megaespeculador no Brasil desde que chegou ao País, na década de 1970. Em julho de 2008, foi preso em casa pela Polícia Federal durante a operação Satiagraha, que investigava desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro. Na mesma ação, também foram presos o empresário Daniel Dantas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
Nahas e Dantas foram acusados de comandar organizações que praticavam crimes no mercado financeiro. Em maio de 2011, a Operação Satiagraha foi declarada nula, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), tornando inválidas todas as provas obtidas pela PF.