Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 14 de junho de 2017

MP-SP acoberta Alckmin e Serra nos casos metrô e CPTM

festa tucana
Enquanto ficamos olhando para o deboche que tem sido Michel Temer e Aécio Neves irem escapando ilesos de denúncias com todas as provas possíveis e imagináveis para condenar alguém em qualquer tribunal do planeta, em São Paulo uma farsa criminosa afronta qualquer um que se digne a olhar.
Há vários anos que o país tem assistido à novela conhecida como escândalo dos trens paulistas. Empresas fornecedoras de bens e serviços para o Metrô de São Paulo e para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) venderam seus produtos a preços superfaturados aos governos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra.
O escândalo estourou em 2008 com o caso Alstom, uma série de denúncias de suborno envolvendo a empresa francesa Alstom e governos de vários países do mundo.
No Brasil, foi apontado o envolvimento de autoridades ligadas ao Governo do Estado de São Paulo. Tais denúncias foram veiculadas pela imprensa internacional, especialmente pelo Wall Street Journal e por Der Spiegel, a partir de 2008.
Conforme consta em documentos enviados ao Ministério da Justiça do Brasil pelo Ministério Público da Suíça, pelo menos 34 milhões de francos franceses teriam sido pagos em suborno a autoridades do Governo do Estado de São Paulo e a políticos paulistas através de empresas offshore, ou seja, empresas criadas em paraísos fiscais, onde gozam de proteção por regras de sigilo que dificultam investigações.
Estranhamente, as investigações no exterior não geraram investigação por parte do órgão que tem por obrigação funcional fiscalizar o governo do Estado de São Paulo: o Ministério Público Estadual de São Paulo.
Em 2013, o Conselho Nacional do Ministério Público abriu o processo para apurar atraso do procurador Rodrigo De Grandis para responder a pedido de cooperação feito pela Suíça ao MP paulista, para investigar três pessoas ligadas à empresa francesa Alstom acusadas no país europeu de distribuir propina a servidores e políticos.
Surpresa: quando o caso bateu em Gilmar Mendes foi arquivado.
Segundo noticiou o jornal “Folha de S.Paulo” em outubro de 2013, o pedido, suíço feito em fevereiro de 2011 ficou parado por mais de três anos porque o procurador em tela disse ter “esquecido o processo em uma gaveta”. A Suíça ficou à espera de resposta e, como não recebia, arquivou o caso.
Após a reportagem da Folha, a cooperação com o país europeu foi retomada. Contudo, desde 2013 o Ministério Público paulista não toma qualquer providência nem contra esse caso nem contra, por exemplo, a compra de 65 trens por R$ 2 bilhões há 5 anos, sendo que, hoje, só 2 estão operando.
Para quem não sabe, Há quase quatro anos o governo de São Paulo abriu licitação para comprar 65 trens para operar nas linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), em dois lotes. O valor total do negócio ficou em torno de R$ 2 bilhões.
Mais “surpresas”: até hoje apenas 11 trens foram entregues e somente dois estão funcionando, segundo informações do Jornal Hoje, da Globo.
Pior do que isso é que, enquanto o Ministério Público de São Paulo foca, exclusivamente, nos funcionários do metrô e da CPTM e nos empresários que fizeram negócios com essas empresas públicas, delatores da Odebrecht acusam o governador Geraldo Alckmin e o ex-governador José Serra de terem recebido propina por obras NO METRÔ E NA CPTM (!!!).
O vídeo que você vai assistir a seguir aborda o assunto em maior profundidade e demonstra como todo esse tal “combate à corrupção” vendido por “pastores” do Ministério Público não passa de uma farsa, já que a instituição tem acobertado um dos maiores escândalos de corrupção deste país. Assista, abaixo, a reportagem.
Em seguida, uma nota do Blog que peço que você leia
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quinta-feira, 16 de março de 2017

jornal nacional tirou o Alckmin da lista Esculhamba a mãe do cara por 3 horas e dá 3 segundos ao filho da...


jornal nacional tirou o Alckmin da lista

Esculhamba a mãe do cara por 3 horas e dá 3 segundos ao filho da...
Janot1.jpg
A edição do jornal nacional dessa quinta-feira 5/III foi de exemplar sordidez.
Um motivo para que, ao virar a canoa, se concretize o projeto irresistível do professor Wanderley Guilherme dos Santos: estatizar o departamento de jornalismo (sic) da Globo!
Para começar, o jn do Gilberto Freire com “i” dedicou 2'40" às manifestações impressionantes contra a Reforma (sic) da Previdência do MT, ou Treme (antes que o amigo navegante se esqueça: não deixar de assistir a "cadê o Ali Babá dos ladroes do Janot?").
2'40" sem direito a "sobe som", o que, na linguagem da televisão, significa "não permitir que alguém na matéria fale, ou abra a boca".
Não subiu o som nem do Lula, que lá esteve.O Freire com "i" re-estabeleceu a regra do regime militar: só a imagem - e olhe lá - do Lula.
A voz do Lula, nunca!
(Por falar nisso, amigo navegante: não parece estranho que o jn dê tanto espaço ao Chico Alencar, do PSOL do Rio? O que ele, Chico, fez de errado?)
Tanta economia com a preparação para a greve geral, como diz o Miro e abundância de espaço para "a defesa" dos "acusados" na lista do jn.
Sim, o jn tem a sua lista do Janot, que, como se sabe, é muito mais importante que a lista do Janot.
É uma lista em que o Santo, o Alckmin, não aparece e nela tem mais petista que tucano.
O risco é o Supremo jogar a lista do Janot no lixo e adotar a lista do jn...
(O Globo Overseas Investment BV, em sua versão escrita - moribunda versão - dedica toda a página 3 à lista do jn e ignora a do Janot!)
Aí, num gesto de generosidade e benemerência, o jn reservou 3 minutos para a "defesa" das vítimas de sua lista.
2'40" para as manifestações e 3 minutos para a "defesa" dos destruídos por um repórter do jn (que revela traços inesquecíveis da Miriam Leitão): num "furo" de vazamento, foi ele quem apresentou a lista das vítimas.
Mas, não adianta, porque a Fel-lha pôs o nome do Alckmin na pedra, como tinha feito, desde a véspera, o próprio PiG cheiroso.
O jn adota o que, nos Estados Unidos, se chama de "falsa equivalência".
Você esculhamba a mãe do cara por três horas e, numa suposta equivalência, concede ao filho da ... três segundos para se defender.
Formidável.
E tudo isso no espectro magnético que pertence ao povo brasileiro e num regime de concessão outorgado pelo povo brasileiro!
Dilma, vai lá e usa o controle remoto, Presidenta!
PHA

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Com 11 anos de atraso, FHC, Aécio, Serra e Alckmin serão investigados

furnas-capa

Neste fim de semana saíram notinhas nos portais da grande mídia informando que 11 anos depois das primeiras denúncias de corrupção em Furnas Centrais Elétricas, ocorridas em 2005, o Ministério Público do Rio encaminhou a investigação à Procuradoria-Geral da República.
Segundo o órgão, a decisão foi tomada após o MP constatar, com um “certo atraso”, a incontestável materialidade da dita “lista de Furnas”, documento sobre esquema de caixa dois nas eleições de 2002 e que envolve essencialmente o PSDB.
furnas-1O esquema é essencialmente tucano, como todos sabem. Mas só para refrescar a memória, já que as notinhas da imprensa tucana dão poucos detalhes sobre o que é esse escândalo, aí vai um gráfico mostrando quanto cada partido denunciado está envolvido.
furnas-2Os nomes dos envolvidos explicam a razão da censura que a mídia tucana baixou sobre esse caso durante mais de uma década. Alckmin, Serra, Aécio, FHC e cia. ltda. Vão ter muito a explicar, caso a investigação ande, apesar de que esse Procurador Geral da República já recusou outras vezes abrir a investigação, haja vista que integra o complô que derrubou Dilma Rousseff e persegue petistas até hoje.
Desta vez, porém, Rodrigo Janot não poderá simplesmente arquivar o pedido de investigação porque não são adversários políticos dos tucanos que pedem a investigação, mas o MP do Rio. Mesmo que seja pra inglês ver, ele vai ter que ao menos abrir a investigação.
O nome de FHC não consta como recebedor de propina, mas ele terá que ser investigado porque foi no governo dele que o escândalo ocorreu e Furnas, empresa portanto, estava sob seus desígnios.
A decisão de investigar o caso foi tomada pelo promotor Rubem Viana, da 24ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos que remeteu a documentação em setembro deste ano. Os autos, que estão sob sigilo, só chegaram à Procuradoria-Geral da República na sexta-feira, 2, mas ainda nem foram para o gabinete de Janot.
Ele provavelmente vai embromar o quanto puder e a imprensa tucana certamente não irá pressioná-lo, de modo que, muito provavelmente, haverá que empreender manifestações e pressão popular para que ele não engavete o processo.
O mais interessante nesse caso, porém, é que um jornalista que tentou dar publicidade ao caso ficou preso durante meses, em 2014, para não atrapalhar a campanha eleitoral de Aécio Neves à Presidência fazendo denúncias sobre o tema.
O jornalista mineiro Marco Aurélio Flores Carone, diretor de redação do site novojornal.com, foi preso em 20 de janeiro de 2014 em Belo Horizonte por autorização da juíza Maria Isabel Fleck, da 1ª Vara Criminal da capital mineira.
Carone foi denunciado pelo Ministério Público estadual de Minas em novembro do ano anterior por formação de quadrilha, falsificação de documentos públicos e particulares, falsidade ideológica, uso de documento falso, denunciação caluniosa majorada e fraude processual majorada – todas essas acusações decorreram do contato que fez com o jornalista e o lobista Nilton Monteiro, que tornou pública a Lista de Furnas após ter colaborado com o esquema de desvio de dinheiro da estatal.
furnas-3A juíza que encarcerou os dois afirmou que ambos faziam parte de uma quadrilha cujo objetivo seria “difamar, caluniar e intimidar” adversários políticos, e autorizou a prisão preventiva do jornalista para impedir novas publicações.
Além disso, afirmou que o NovoJornal, de Carone, seria financiado com dinheiro de origem ilegal, uma vez que o site não contaria com anunciantes suficientes para manter a página.
Tudo, entretanto, não passou de uma farsa para impedir que Carone atrapalhasse a campanha de Aécio à Presidência. Foi absolvido de todas as acusações e, após ser libertado, denunciou a arbitrariedade à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.


Não, não estamos falando de Cuba ou da Coreia do Norte, países que os fascistas tucano-midiáticos acusam de arbítrio. Tudo isso aconteceu no Brasil, que, supostamente, seria uma democracia.
Como hoje a democracia brasileira está ainda mais fragilizada que em 2014, para que Janot não acoberte Aécio Neves mais uma vez e para que Globos, Folhas, Estadões e Vejas não abafem o caso, haverá que promover atos públicos pedindo apuração dos fatos.
Neste domingo ocorre uma manifestação em cerca de 200 cidades brasileiras pedindo apoio a medidas de exceção que o Ministério Público quer ver implantadas no país para aprofundar ainda mais a perseguição a adversários do PSDB, partido que continuará mandando prender quem faça denúncias contra si. Essa ação fascistoide dos esbirros tucanos terá que ser combatida com protestos em sentido contrário, exigindo apuração do caso Furnas.
Desse modo, este Blog exorta movimentos sociais e sindicais de esquerda a se prepararem para pedir justiça em relação à roubalheira impune que o PSDB pratica há décadas sem que Polícia Federal, Ministério Público e a mídia atuem como atuam contra o PT e a esquerda em geral. Do contrário, mais essa investigação contra o PSDB será abafada.

sexta-feira, 18 de março de 2016

LULA VAI À PAULISTA, DESOCUPADA DEPOIS DE 40H

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Crise? Crise é a do PSDB! Eles batem em estudantes e se entregaram ao delírio do Aecím


polícia militar contra estudante
Na foto, Alckmin conduz eleitor (sem camisa) para a seção eleitoral

MINISTÉRIO PÚBLICO AJUIZA AÇÃO PARA SUSPENDER O PROCESSO DE “REORGANIZAÇÃO” DA REDE ESTADUAL DE ENSINO


O Ministério Público Estadual ingressou na data de ontem, 03/12, com Ação Civil Pública no Tribunal de Justiça de São Paulo para a suspensão do processo de “reorganização” da rede estadual de ensino que vem sendo imposto sem nenhum debate ou negociação pelo Governo do Estado de São Paulo.


O Conversa Afiada não leva essa Datafalha a sério, até porque ela só tem relevância porque sai no jornal nacional.

Mas, lhe dá repercussão quando é para irritar os tucanos: a popularidade do Alckmin só não é pior do que a do Farol de Alexandria:

Popularidade de Alckmin atinge pior marca, aponta Datafolha

O irônico é que Alckmin tem o controle da máquina do PSDB.

Aecím controla a máquina parlamentar.

Cerra, a máquina do Preciado, a empresarial, que ele, porém, não compartilha com ninguém.

Só com a filha.

E FHC não controla nada, nem a própria vaidade.

Alckmin é o único candidato "consistente", como disse a Tucanhede do Cerra.

Mas, o PSDB se entregou ao desvario do Aecím.

Esse impítim misto quente: Gilmarecím!

O partido está nas mãos dois: do Ministro (sic) Gilmar e do Aecím.

E, por isso, se encaminha para o mais fundo despenhadeiro eleitoral.

O PSDB vive no e do PiG.

E em 2018 será o Lula ou quem o Lula apoiar.

(Se, com o zé na Justiça, o Moro não prende-lo até o Natal, por conta da corrupção desenfreada que se registrou no Acre!)


Em tempo: o amigo navegante reparou que o Moro ficou quietinho lá em Guantánamo, depois que se revelou a chantagem do Cunha e as atenções para o impítim se voltaram?

O Moro entende de "opinião pública", é especialista em PiG.

Não quis competir com o Cunha e não lançou a 9.076ª Operação (para prender o Lula?).

Paulo Henrique Amorim

terça-feira, 21 de abril de 2015

O que tem o PSDB (Aécio) a declarar ?

E o Cerra vai correr atrás das repórteres do PiG para vender as bugigangas que leva na mochila.



A candidatura de Aecím foi a soma de dois equívocos.

O primeiro, não se candidatar em 2010, na sucessão do Lula, quando ele era governador, em plena atividade – e se escondia atrás da blindagem siderúrgica que a irmã montou em Minas.

O segundo, se candidatar em 2014, fora do Governo, desvalorizado em Minas – onde perdeu melancolicamente – e confiar, apenas, na força do PiG e nos votos de cabresto dos tucanos de São Paulo – esse pessoal que vai à Paulista e tem infinita indigência política.

O desgaste inevitável do primeiro Governo Dilma – diante da desaceleração mundial – foi seu maior trunfo.

Perdeu.

Só ele e o Luciano Huck achavam que ele ia ganhar.

Aí, o Machão do Leblão pirou.

Perdeu o rumo.

Ou, quem sabe, encontrou o genuíno rumo, aquele que sempre existiu sob a camada de proteção da irmã.

O aventureiro, o playboy irresponsável.

E queria levar o partido ao precipício do impítim.

Que o Otavím e o Ataulfo Merval (ver no ABC do C Af) insistam na tese … eles são de outro manicômio.

Otavím tem a detonar um jornal em extinção.

O Ataulfo tem a detonar uma reputação intelectual que nunca mereceu: a de pensador.

O Ataulfo só serve para revelar – às vêzes – o que pensam os filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio e não há certeza de que pensem.

Agora, o Farol de Alexandria e o Padim Pade Cerra (ambos no ABC do C Af), depois de se manifestar a inequívoca liderança do Eduardo Cunha, sepultaram a tese alucinada do impítim do Aecím.

Sem o impítim, o que sobra ao Aecím ?

A iminência de um processo sobre sua atividade em Furnas, porque, como se sabe, o Ministro Teori o livrou da forca, por enquanto

E o que sobra ao PSDB sem o impítim ?

Nada !

O combate infatigável à corrupção.

(Não deixe de ler o artigo sobre a Lava Jato como exercício egóico, do professor Rogerio Dultra dos Santos.)

Mas, isso, eles fazem desde o início dos tempos.

Foi assim que mataram Vargas, depuseram Jango, aderiram (tarde) ao Golpe e a ele se mantiveram unidos na carne e no  osso: para encher os bolsos da Globo e impedir que a corrupção contaminasse o Brasil !

Vão quebrar a Petrobras ?

Amanhã, quarta-feira 22/04, a Petrobras divulga o balanço devidamente auditado.

Os bancos confiam na robustez da Petrobras.

Não vão quebrar a Petrobras, nem as empreiteiras que interessam: porque os acordos de leniência serão feitos, queira a Urubóloga ou não.

No pôr do sol, lá pelo início do ano que vem, o PSDB estará no mesmo lugar.

À espera do nada.

Com as mesmas ideias de sempre.

Voto distrital, parlamentarismo, entrega da Petrobras à Chevron.

E o Consenso de Washington.

A Teoria da Dependência, que ninguém leu.

(O Mino Carta sustenta que ninguém leu nenhum livro do Fernando Henrique.)

O que o PSDB ainda não percebeu é que o Fernando Henrique não está minimamente interessado no destino do PSDB.

Mas, no seu – dele – lugar na História.

Por isso, ele precisa destruir o Lula.

Para que não haja a comparação.

E essa é a estrada de Damasco em que ele segue, incansavelmente.

Nem que seja preciso ir a esses encontros suspeitos, onde políticos são apresentados a ricos e ricos são apresentados a políticos.

Uma dessas invenções de engenhosidade paulista…

Quanto ao futuro do Cerra … isso depende do Alckmin.

Como se sabe, o Cerra é minoria até no PSDB de São Paulo.

Quem manda no PSDB de São Paulo é o Alckmin.

Que só não será candidato a Presidente se não quiser.

E o Cerra ficará em Brasília, atrás de repórteres do PiG para vender o que leva na mochila: voto distrital, parlamentarismo, Chevron, as bugigangas de sempre.

Em tempo: dizem que o João Dória, o empresário (sic) criador – ele inventou o vácuo – desses “encontros” ficou chateado, porque convidou centenas de petistas e ninguém foi. Chamou os petistas de “fujões”. Bem feito. Errados estavam aqueles que foram a “encontros” anteriores.


Paulo Henrique Amorim



Leia também:


FEL-LHA VEJOU. É A VISÃO DO PRECIPÍCIO

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

O PSDB e sua obra-prima de gestão: o racionamento em SP


 

'Estamos fechando a torneira porque em março, no mais tardar em junho, SP fica sem água', admitiu presidente da Sabesp. Esse é o legado do choque de gestão?

por: Saul Leblon


 
Após um ano de dissimulações, o PSDB oficializou o racionamento de água em SP nesta 4ª feira.

O novo presidente da Sabesp , Jerson Kelman, em entrevista ao SPTV, da Globo, anunciou um corte  drástico no fornecimento, que caiu de 16 mil litros/s na 3ª feira, para 13 mil l/s a partir de agora.

O racionamento anunciado  oficializa uma realidade que já atinge mais de seis milhões de habitantes, cujo abastecimento declina há um ano acumulando um corte de 60% no fornecimento padrão da Sabesp às suas torneiras (de 33 mil l/s para 13 mil l/s).

E isso é só o começo.

 'Estamos fechando a torneira porque em março, no mais tardar em junho, SP fica sem água', admitiu presidente da Sabesp na entrevista.

Nada como um copo após o outro.

Na reta final da campanha presidencial de 2014, quando o então diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, advertiu na Assembleia Legislativa de São Paulo, que o abastecimento da cidade estava, literalmente, por um fio de água, foi chamado de ‘bandido’ pelo grão tucano, vereador Andrea Matarazzo.

Ele disse aquilo que o PSDB se recusava a admitir: restavam apenas 200 bilhões de litros do volume morto do sistema Cantareira, que provê boa parte da água consumida na cidade.

O pior de tudo: a derradeira reserva de água da cidade encontra-se disponível na forma de lodo.

E será com isso que a sede paulistana terá que ser mitigada caso não chova o suficiente até o final de março.

Como de fato não tem chovido nos mananciais, nem há expectativa séria de que isso ocorra suficientemente até o final da estação das águas, avizinha-se  o que o novo presidente da Sabesp finalmente admitiu: ‘em março, no mais tardar em junho, SP fica sem água'.

Corta e volta para a campanha eleitoral de Aécio Neves em 2014.

O estandarte da eficiência tucana era martelado diuturnamente como um tridente contra aquilo que se acusa de obras e planos nunca realizados por culpa da (Aécio enchia a boca para escandir as sílabas) ‘má go-ver-nan-ça’.

Corta de novo e volta para o presente com o foco na contagem regressiva anunciada por Jerson Kelman, o novo titular do espólio da Cantareira e da Sabesp.

Vamos falar um pouco de governança?

Atribuir tudo à  ingratidão a São Pedro é um pedaço da verdade.

Num sugestivo contorcionismo eleitoral, Aécio negou a esse pedaço da verdade a explicação para a alta nos preços dos alimentos afetados pela seca.

Ou isso ou aquilo.

Estocar comida, que não grãos, caso do vilão tomate, por exemplo, que pressionou os índices de alimentos no período eleitoral,  está longe de ser uma opção exequível em larga escala no enfrentamento de uma seca.

Mas estocar água e planejar dutos interligados a mananciais alternativos, calculados para enfrentar situações limite, mesmo que de ocorrência secular, é uma obrigação primária de quem tem a responsabilidade pelo suprimento de grandes concentrações urbanas.

A Sabesp sob o comando do PSDB detém essa responsabilidade há 20 anos em São Paulo.

Omitiu-se, com as consequências previsíveis que agora assombram o horizonte de milhões de moradores da Grande São Paulo.

Carta Maior lembrou no período eleitoral --enquanto Geraldo Alckmin fazia expressão corporal de seriedade, que Nova Iorque e o seu entorno, com uma população bem inferior a de São Paulo (nove milhões de habitantes), nunca parou de redimensionar a rede de abastecimento da metrópole  movida por uma regra básica de gestão na área: expansão acima e à frente do crescimento populacional.

Tubulações estendidas desde as montanhas de Catskill, mencionou-se então, situadas a cerca de 200 kms e 1200 m de altitude oferecem ao novaiorquino água pura, dispensada de tratamento e potável direto da torneira.

Terras e mananciais distantes são periodicamente adquiridos pelos poderes públicos de NY  para garantir a qualidade e novas fontes de reforço da oferta.

O sistema de abastecimento da cidade reúne três grandes reservatórios que captam bacias hidrográficas preservadas em uma área de quase 2.000 km2.

A adutora original foi inaugurada em 1890; em 1916 começou a funcionar outro ramal a leste da cidade; em 1945 foi concluída a obra de captação a oeste, que garante 50% do consumo atual.

Mesmo com folga na oferta e a excelente qualidade oferecida, um novo braço de 97 kms de extensão está sendo construído há 20 anos.

Para reforçar o abastecimento e prevenir colapsos em áreas de expansão prevista da metrópole.

Em 1993 foi concluída a primeira fase desse novo plano.

Em 1998 mais um trecho ficou pronto.

Em 2020, entra em operação um terceiro ramal em obras desde o final dos anos 90. Seu objetivo é dar maior pressão ao conjunto do sistema e servir como opção aos ramais de Delaware e Catskill, que estão longe de secar.

Uma quarta galeria percorrerá mais 14 kms para se superpor ao abastecimento atual do Bronx e Queens.

Tudo isso destoa de forma superlativa da esférica omissão registrada em duas décadas ininterruptas de gestão do PSDB no Estado de São Paulo, objeto de crítica até de um relatório da ONU, contestado exclamativamente pelo governador reeleito, Geraldo Alckmin.

Se em vez do mantra do choque de gestão, os sucessivos governos de Covas, Ackmin, Serra e Alckmin tivessem reconhecido o papel do planejamento público, São Paulo hoje não estaria na iminência de beber lodo.

Ou nem isso ter  para matar a sede.

Pergunta aos sábios tucanos: caiu a ficha?

É verdade que o Brasil todo desidrata sob o maçarico de um evento climático extremo.

Sinal robusto dos tempos.

 Mas desde os alertas ambientais dos anos 90 (a Rio 92, como indica o nome, aconteceu no Brasil há 22 anos) essa é uma probabilidade que deveria estar no monitor estratégico de governantes esclarecidos.

Definitivamente não se inclui nessa categoria o tucanato brasileiro: em 2001 ele já havia propiciado ao país um apagão de energia elétrica pela falta de obras e a renúncia deliberada ao planejamento público.

Os mercados cuidariam disso com mais eficiência e menor preço –ou não era isso que se falava e se volta a ouvir agora sobre todos os impasses do desenvolvimento brasileiro?

Ademais de imprevidente, o PSDB desta vez mostrou-se mefistofelicamente oportunista na mitigação dos seus próprios erros.

Ou seja, preferiu comprometer o abastecimento futuro de milhões de pessoas, a adotar um racionamento preventivo que alongaria a vida útil das torneiras, mas poria em risco o seu quinto mandato em São Paulo.

É importante lembrar em nome da tão evocada liberdade de imprensa: a dissimulação tucana não conseguiria concluir a travessia eleitoral sem a cumplicidade da mídia conservadora que, mais uma vez, dispensou a um descalabro do PSDB uma cobertura sóbria o suficiente para fingir isenção, sem colocar em risco o continuísmo no estado.

É o roteiro pronto de um filme de Costa Gavras: as interações entre o poder, a mídia, o alarme ambiental e o colapso de um serviço essencial, que deixa  uma das maiores metrópoles do mundo no rumo de uma seca épica.

O PSDB que hoje simula chiliques com o que acusa de ‘uso político da água’, preferiu ao longo das últimas duas décadas privatizar a Sabesp, vender suas ações nas bolsas dos EUA e priorizar o pagamento de dividendos a investir em novos mananciais.

Há nesse episódio referencial um outro subtexto para o filme de Costa Gavras: a captura dos serviços essenciais pela lógica do capital financeiro.


Enquanto coloca em risco o abastecimento de 20 milhões de pessoas, revelando-se uma ameaça à população, a Sabesp foi eleita uma das empresas de maior prestígio entre os acionistas estrangeiros.

Mérito justo.

Como em um sistema hidráulico, o dinheiro que deveria financiar a expansão do abastecimento, vazou no ralo da captura financeira. Encheu bolsos endinheirados às custas de esvaziar as caixas d’água dos consumidores.

Não é uma metáfora destes tempos. É a síntese brutal da sua dominância.
 
Mesmo que a pluviometria do verão fique em 70% da média para a estação, o sistema Cantareira - segundo os cálculos da ANA - ingressará agora no segundo trimestre de 2015 com praticamente 5% de estoque (hoje está com algo em torno de 6%).
 
Ou seja, São Paulo chegará no início da estação seca de 2015 com a metade da reserva que dispunha em período equivalente de 2014 e muito perto da marca desesperadora do início deste  verão,quando ainda apostava no alívio da estação das chuvas --inexistente no inverno.

A seca que espreita as goelas paulistanas não pode ser vista como uma fatalidade.

Dois anos é o tempo médio calculado pelos especialistas para a realização de obras que poderiam tirar São Paulo da lógica do lodo.

 Portanto, se ao longo dos 20 anos de reinado tucano em São Paulo, o PSDB de FH e Aécio Neves, tivesse dedicado 10% do tempo a planejar a provisão de água, nada disso estaria acontecendo.

Deu-se o oposto.

 De 1980 para cá, a população de São Paulo mais que dobrou. A oferta se manteve a mesma com avanços pontuais.

O choque de gestão tucano preferiu se concentrar em mananciais de maior liquidez, digamos assim.

Entre eles, compartilhar os frutos das licitações do metrô de SP com fornecedores de trens e equipamentos. A lambança comprovada e documentada sugestivamente pela polícia suíça, até agora não gerou nenhum abate de monta no poleiro dos bicos longos.

‘Todos soltos’, como diz a presidenta Dilma.

A rede metroviária de São Paulo, embora imune a desequilíbrios climáticos, de certa forma padece da mesma incúria que hoje ameaça as caixas d’agua dos paulistanos.

Avulta daí um método – o jeito tucano de governar não pode ser debitado na conta de São Pedro.

O salvacionismo tucano em São Paulo não conseguiu fazer mais que 1,9 km de metrô em média por ano, reunindo assim uma rede inferior a 80 kms, a menor entre as grandes capitais do mundo.

A da cidade do México, por exemplo, que começou a ser construída junto com a de São Paulo, tem 210 kms.

Não deixa de ser potencialmente devastador para quem acusa agora o PT de jogar o país num abismo de má gestão só ter a oferecer à população de SP a seguinte progressão: racionamento drástico imediato, seguido de seca de consequências imponderáveis navida de uma das maiores manchas urbanas do mundo.

É essa a perspectiva para um serviço essencial na capital do estado onde o festejado choque de gestão está no poder há 20 anos.

Ininterruptos.

Uma questão para refletir:

O legado recomenda uma recidiva da receita para todo o Brasil, como exigem os centuriões do mercado e alguns cristãos novos petistas?

A ver.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Jornal distribuído no metrô de SP ironiza apoio de nordestinos a Dilma



Em tese, se um jornal paulista da capital publica na capa as fotos de dois candidatos à Presidência da República e faz montagem na foto de um deles com uma intenção bastante óbvia de vinculá-lo ao Nordeste, só pode estar querendo ajudar esse candidato. São Paulo é um Estado repleto de nordestinos ou descendentes de nordestinos…


Porém, há anos que os paulistas vêm sendo acusados de preconceito contra nordestinos por conta de uma parcela de sua população que não faz a menor questão de esconder verdadeira ojeriza que tem ao povo do Nordeste, tanto no que diz respeito à cultura da região quanto ao fato de haver mais nordestinos negros do que brancos.
Episódios recentíssimos de manifestação de preconceito em redes sociais contra o povo do Nordeste por votar majoritariamente em Dilma acabaram mostrando que a grande maioria dessas agressões partiram de paulistas, sejam da capital ou do interior de São Paulo.
Por esse ângulo, a capa do jornal gratuito Metro News, em sua edição de 22 de outubro, induz a crer que a intenção na montagem que o leitor vê no alto da página pode não ter sido a de favorecer a presidente da República ao associá-la ao povo nordestino, já que acusações de que paulistas e paulistanos (Metrô News é da capital) repudiam esse povo são comuns.
Só para lembrar: a mais notória condenação de alguém por crime de preconceito contra nordestinos foi de uma jovem estudante de Direito de Bragança Paulista, interior de São Paulo. Em 2010, ela pregou no Twitter que matassem os nordestinos que votaram em Dilma e os “culpou” pela primeira eleição da atual presidente da República.
Para entender melhor a intenção do jornal haveria que, para começar, ler as páginas seguintes, apesar de, por estarmos em período eleitoral, ser vetado que um impresso distribuído gratuitamente em um aparelho do Estado controlado pelo partido do adversário de Dilma, tomasse partido desse adversário.
Na terceira página do jornal, duas matérias sobre o confronto Dilma/Aécio: a primeira, “Dilma Caminha com Mulheres”; a segunda, “Aécio contesta Datafolha”.
A matéria sobre Aécio dispensa comentários; o título diz tudo. A matéria sobre Dilma, apesar do título simpático, diz que ela “critica” e “acusa” Aécio, quem, na matéria sobre si, aparece vitimizando-se, dizendo-se prejudicado por pesquisas inidôneas que o colocam atrás da adversária nas intenções de voto da corrida sucessória.
Na quarta página, mais duas matérias: a primeira, “Ataques mútuos e propostas”, continua na linha de mostrar Dilma como agressora de Aécio; a segunda, “Pesquisa não indica desidratação de Aécio”. Abaixo, reprodução da matéria do Estadão republicada no jornal gratuito.
O jornal distribuído gratuitamente no metrô de São Paulo costuma publicar textos críticos ao PT e favoráveis ao PSDB, sobretudo ao governo Geraldo Alckmin, que controla o Metrô.
Abaixo, mais algumas capas do Metrô News



sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Meninas fazem “pegadinha” da água com Alckmin

aguimin
Quem disse que paulistano não tem bom-humor?
Do Estadão, agora há pouco:

Alckmin cai em pegadinha e vira alvo de protesto de estudantes

São Paulo –  O governador Geraldo Alckmin posou nesta sexta-feira, 3, para fotos com um grupo de estudantes que carregavam cartazes de protesto contra a crise de abastecimento de água que atinge a região metropolitana de São Paulo. Todos eles declararam apoio ao candidato da oposição Alexandre Padilha (PT)

 A iniciativa da reivindicação veio de sete estudantes de um cursinho da região do Largo Treze de Maio, onde Alckmin realizava uma caminhada. Eles pediram para tirar fotos com o tucano durante uma caminhada que ele fazia na região, zona sul da capital. Como de costume, o governador, que nunca recusa fotografias com os eleitores, atendeu o pedido, sem saber que seria vítima de um protesto.

Quando todos estavam a postos e sorrindo, uma das estudantes sacou do bolso um pequeno cartaz com os dizeres: “Cadê a água?”. Várias imagens foram registradas pelo celular de uma das garotas do grupo de manifestantes. 

Integrantes da campanha de Alckmin repreenderam o grupo quando se deram conta do ato. “Para que isso?”, perguntou, em tom de revolta, o ajudante de ordens do governador aos estudantes.

 Alckmin ficou constrangido ao se dar conta que tinha caído numa peça pregada pelos jovens. O tucano sorriu e se retirou.

 O grupo era formado por Aline Cerqueira, de 18 anos, Barbara Cavazzani, de 17, Gabriela Bechara, de 18, Lais Poza, de 17, Mateus Andrade, de 18, Elen Dornelis, de 20, e Maria Gabriela, de 20, que não quis se identificar pelo sobrenome.

 Eleita a porta voz do grupo, Lais disse que a ideia veio de improviso, quando o grupo saía da aula para almoçar e se deparou com a aglomeração de pessoas que acompanhavam Alckmin na caminhada. Ela afirmou que o que indigna os jovens era o fato de o governador não assumir que o racionamento de água já existe nos municípios operados pela Companhia de Saneamento Básíco do 

Estado de São Paulo (Sabesp). Para ela, Alckmin não tem “vergonha na cara”.

 ”O problema é a falta de vergonha na cara de não reconhecer que já existe racionamento em muitos lugares. E não só pela seca. É que não houve planejamento também”, afirmou ela.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Blindagem midiática é um dos grandes trunfos de Alckmin em São Paulo

Arquivo

Essa imagem do atual do governador deve-se em grande medida à imprensa, que blinda o governador, mesmo nos raros momentos em que critica o governo.


Entre os dias 26 e 28 de julho, o Ibope realizou pesquisas de intenção de voto para governador e senador em SP, MG, RJ, PE e DF.

Os principais resultados foram amplamente divulgados pela imprensa. Nesse artigo, pretendo chamar a atenção para pontos pouco divulgados da pesquisa referente a SP. Nos próximos dias, traremos análises das pesquisas referentes ao RJ, MG, PE e DF.

Perfil - Antes de mais nada, convém averiguar o perfil do eleitor paulista: 33% dos entrevistados pertencem a famílias com renda de até 2 salários mínimos; 42% pertencem a famílias com renda de 2 a 5 salários mínimos; apenas 18% declararam ter renda familiar acima de 5 salários mínimos. 7% não responderam.

Vê-se, portanto, que a grande maioria é composta de trabalhadores. Esse é o dado óbvio. O que talvez não seja óbvio, considerando que 75% dos eleitores situam-se nas faixas de renda até 5 salários mínimos, é o fato de que a maioria destes trabalhadores são pobres, com o agravante de que parte importante vive em metrópoles, onde o custo de vida é maior e a inquietação e insatisfação com os serviços públicos igualmente pesa mais.

Intenção de voto - Na pesquisa espontânea (em que não são apresentados nomes aos entrevistados), Alckmin conta com apenas 16% das intenções de voto. Padilha e Skaf figuram com 2% cada. 62% afirma não saber em quem votar. Entre as mulheres, a indecisão atinge 68%. E entre os mais pobres, com renda até 2 salários mínimos e de 2 a 5 salários mínimos, 68% e 65%, respectivamente. Os resultados da pesquisa estimulada foram apresentados pelo próprio Ibope na forma de gráfico.

Entre os paulistas com renda familiar até 2 salários mínimos, 34% pretendem votar em Dilma, contra 18% em Aécio. Já entre os que compõem famílias com renda de 2 a 5 salários mínimos, a petista tem 29% contra 25% para o tucano.

A rejeição a Alckmin, segundo o Ibope, está na casa dos 18%. Padilha tem 19% de rejeição e Skaf, 13%. Porém, entre os eleitores com renda até 2 salários mínimos, a rejeição é baixa: Alckmin, Padilha e Skaf são rejeitados por 14%, 13% e 13%. Já entre os eleitores com renda acima de 5 salários mínimos, 25% afirmam não votar de jeito nenhum em Alckmin, 27% não votariam de jeito nenhum em Padilha e 13% não votariam de jeito nenhum em Skaf.

Senador - Na pesquisa espontânea para senador, Suplicy e Serra empatam com 4% cada. 73% não sabem em quem votar.

Já na pesquisa estimulada, entre os que pertencem a famílias com renda até 2 salários mínimos Serra tem 30% contra 18% de Suplicy; já entre aqueles com renda de 2 a 5 salários mínimos, 30% declaram votar em Serra contra 25% em Suplicy. 20% afirmam não saber em quem votar, e 14% pretendem votar em branco ou nulo, também com forte concentração entre os mais pobres: entre os que têm renda familiar até 2 salários mínimos, 22% estão indecisos e 15% pretendem anular o voto ou votar em branco.

Interesse e avaliação do governo - A pesquisa do Ibope traz informações preciosas sobre o interesse pela eleição e acerca do governo Alckmin. Tratam-se de dados que ajudam, se não a esboçar tendências eleitorais, ao menos relativizar as tendências ventiladas pela imprensa como líquidas, certas e imutáveis.

Enquanto apenas 18% dos entrevistados afirmam ter muito interesse na eleição e 22% afirmam ter interesse médio, expressivos 27% e 31% afirmam ter pouco interesse ou nenhum interesse, respectivamente, somando 58%. 2% não responderam. Entre os jovens, com idade entre 16 a 24 anos, o desinteresse atinge 62%. E entre os que têm renda familiar até 2 salários mínimos, 66%, muito superior ao desinteresse dos que têm renda acima de 5 salários mínimos, na casa dos 41%.

No tocante à avaliação do governo Alckmin, 38% consideram-no regular. 34% e 6% avaliam o governo com bom e ótimo, respectivamente, totalizando 40%, enquanto apenas 8% e 11% dizem achar o governo ruim e péssimo, respectivamente, totalizando 19%. Esse resultado mantém-se basicamente inalterado em todas as faixas de renda, níveis de escolaridade e faixas etárias. As variações são irrelevantes.

55% afirmam aprovar a maneira como o governador vem administrando, contra 45% que afirmam desaprovar. E, face à pergunta "E o(a) sr(a) confia ou não confia no Governador Geraldo Alckmin?", os eleitores dividem-se pela metade: 46% confiam, contra 45% que não confiam. Para esses dados, as variações são igualmente pequenas entre faixa de renda, escolaridade e faixa etária.

A maior preocupação dos paulistas é a saúde. 45% afirmam que essa é a área na qual a população está enfrentando os maiores problemas. Em segundo lugar, com 15%, aparece educação. E, em terceiro lugar, com 9%, a tão discutida segurança, pouco à frente do abastecimento urbano, com 7%. Entre os mais pobres, a distância entre os percentuais é maior. Entre os que têm renda familiar acima de 5 salários mínimos, saúde figura com 30%, contra 24% para educação e 14% para segurança - o que leva a crer que, entre famílias com renda superior a 10 salários mínimos (os chamados "formadores de opinião"), a preocupação principal talvez seja outra.

No tocante à avaliação do governo Dilma, 30% dos paulistas consideram-no regular, 21% e 4% avaliam-no como bom e ótimo, respectivamente, ao passo que 15% e 29% avaliam-no como ruim e péssimo, respectivamente. Entre os mais pobres, os percentuais aproximam-se destes. Entre os mais ricos, é ainda maior a avaliação negativa. 60% desaprovam a maneira como Dilma vem governando.

Conclusão - O quadro eleitoral em São Paulo é claramente favorável ao PSDB. Além de uma máquina eleitoral fortíssima, composta de prefeitos e vereadores em todo o Estado, conta a favor do atual governador e candidato à reeleição o peso do voto do interior, onde os problemas são menores do que nas metrópoles. Porém, é, sobretudo, na imagem pessoal de homem honesto, simples e trabalhador que reside o grande trunfo de Alckmin.

Essa imagem deve-se em grande medida à imprensa, que blinda o governador, mesmo nos raros momentos em que critica o governo. Não é preciso dizer que o apoio da imprensa não só pesa de maneira determinante na imagem pessoal do governador, como tem algum peso tanto na avaliação do governo Dilma e nos dados atuais de rejeição.

Que trunfos teria o PT? Além do peso dos eleitores com renda familiar até 5 salários mínimos, onde o partido e algumas de suas figuras públicas (como Lula e Marta) têm influência e a indecisão ainda é grande - esse é, aliás, o trunfo de Suplicy -, resta saber se a passagem de Padilha pelo ministério da saúde e a marca de pai do programa Mais Médicos será um trunfo a favor do petista.

Entretanto, o principal dos trunfos de Padilha talvez resida em um dado que a pesquisa não aferiu. A população sabe o que faz o governador? Sabe qual é o papel do governador no que diz respeito à saúde, à educação, à segurança, ao transporte e ao abastecimento? Sobretudo os mais pobres, que decidirão a eleição, associam os problemas ao governo e o governo ao governador? Pesquisas anteriores mostram que, se a desinformação é grande no tocante a presidente e prefeito, quando o assunto é governo de Estado e atribuições do governador, a desinformação reina.

A disputa para o governo do Estado em SP será decidida entre o esforço (tucano) para que predomine uma imagem pessoal contra o esforço (petista) em associar o homem ao cargo e o cargo aos problemas. Aliás, um esforço conjunto, posto que a campanha turbinada de Skaf terá como alvo menos o governo do que o governador.

E por falar em Skaf, resta saber se há espaço para uma terceira via. As últimas eleições em SP têm repetido o quadro nacional, marcado pela tradicional polarização entre PT e PSDB. Nas últimas três eleições, o PT não teve menos de 30% dos votos no primeiro turno. Por outro lado, nos últimos pleitos estaduais não havia uma candidatura com a força da candidatura Skaf, que terá mais tempo de TV do que o atual governador. Conseguirá Skaf empurrar a eleição para o segundo turno? E, em havendo segundo turno, terá Skaf fôlego para que o adversário de Alckmin seja ele e não Padilha? Só a campanha dirá.

Fonte: Ibope



quarta-feira, 2 de julho de 2014

Cantareira seca mais rápido e tumultua eleição

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A crise hídrica em São Paulo foi praticamente esquecida do noticiário com o início da Copa; por conta do evento, porém, retirada de água do Sistema Cantareira aumentou 64% nas duas últimas semanas e a quantidade de chuva prevista para junho foi bem abaixo da média; principal reservatório da região, que deve passar a operar exclusivamente pelo 'volume morto' na próxima semana, atingiu 20,4% de sua capacidade; Sabesp conta com a chuva e confirma que nível é suficiente até março, mas estudo aponta que a água pode acabar em 100 dias se o clima continuar como está; problema voltará a ser o grande tema dos debates entre Geraldo Alckmin (PSDB), Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT) nas eleições

SP 247 – Não se vê mais notícias sobre a crise do abastecimento de água em São Paulo. Mas isso não quer dizer que a situação está menos grave, e sim que o noticiário tem voltado todas as suas atenções para a Copa do Mundo. O evento, aliás, que já trouxe até agora cinco jogos para a capital e, com isso, dezenas de milhares de torcedores do mundo todo, fez com que a retirada de água do Sistema Cantareira, principal reservatório da região metropolitana, aumentasse 64% nas duas últimas semanas.
Além disso, a quantidade de chuva prevista para o mês de junho foi bem abaixo da média. O sistema que abastece 30 milhões de pessoas atingiu 20,4% de sua capacidade nesta terça-feira 1º. Estudo apresentado pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) indica que o volume útil do Cantareira chegará a zero entre os dias 7 e 8 de julho, ainda antes do final da Copa. A partir de então, o reservatório deverá operar exclusivamente pelo chamado volume morto.

O levantamento aponta que, depois dessa data, quando o manancial passará a usar apenas a água da reserva técnica, transferida em maio depois de o governo paulista ter descartado o racionamento como solução, a água será suficiente para no máximo 100 dias de abastecimento. Dos quatro reservatórios que compõem o sistema, dois (Jaguari e Jacareí) já estão captando o volume morto. Daqui a dez dias, esse também deve ser o cenário para os outros dois (Cachoeira e Atibainha).

Quem explica é o pesquisador da Unicamp e consultor do consórcio Antônio Carlos Zuffo. "Daqui a 10 dias, os reservatórios que ainda não recorreram diretamente à reserva só terão em sua capacidade água vinda deste recurso, ou seja, a água que em condições normais é utilizada para o abastecimento já terá se esgotado", disse. "Isso indica o perigo de desabastecimento. Caminhamos a passos largos para o desabastecimento, estamos em plena crise, não dá para negar", alertou.

Desde o início da captação do volume morto, em 28 de maio, o nível de abastecimento registrado pelo Cantareira era de 26,7% de sua capacidade. Nesta terça-feira, pouco mais de um mês depois, ele atingiu 20,4%, uma queda diária de 0,18%. O volume útil, nesse período, sofreu brusca queda: de 8,2% para 1,5%.

"O cenário em que encontramos é cada vez pior, porque as medidas deveriam ter sido tomadas em janeiro, no máximo em fevereiro, mas nada de fato foi feito. E estamos alertando para a seca desde o ano passado", diz ainda Zuffo, em entrevista ao portal iG. "O governo precisa assumir que a crise é extremamente grave e decretar o racionamento o quanto antes para garantir que cheguemos ao período chuvoso ainda com água.

Sem o Alto Tietê e o Cantareira, São Paulo literalmente para", afirma.

Sem dúvidas o tema, temporariamente esquecido, voltará a ser foco do debate depois do término do Mundial, e principalmente durante a campanha para as eleições de outubro, que definirá o próximo governador de São Paulo.