Entre os dias 12 e 14 últimos, a roubalheira dos tucanos em São Paulo e Minas Gerais finalmente foi noticiada no “Jornal Nacional”. Uns poucos minutos. Mas como tucanos têm queixo de vidro e não aguentam nem um tapinha, a Globo sumiu com eles e o telejornal passou a atacar Lula e só ele. Há dez dias que o maior telejornal do país se dedica exclusivamente a atacar o petista. Assista vídeo que denuncia essa vergonha.
Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 25 de abril de 2017
quinta-feira, 16 de março de 2017
jornal nacional tirou o Alckmin da lista Esculhamba a mãe do cara por 3 horas e dá 3 segundos ao filho da...
jornal nacional tirou o Alckmin da lista
Esculhamba a mãe do cara por 3 horas e dá 3 segundos ao filho da...

A edição do jornal nacional dessa quinta-feira 5/III foi de exemplar sordidez.
Um motivo para que, ao virar a canoa, se concretize o projeto irresistível do professor Wanderley Guilherme dos Santos: estatizar o departamento de jornalismo (sic) da Globo!
Para começar, o jn do Gilberto Freire com “i” dedicou 2'40" às manifestações impressionantes contra a Reforma (sic) da Previdência do MT, ou Treme (antes que o amigo navegante se esqueça: não deixar de assistir a "cadê o Ali Babá dos ladroes do Janot?").
2'40" sem direito a "sobe som", o que, na linguagem da televisão, significa "não permitir que alguém na matéria fale, ou abra a boca".
Não subiu o som nem do Lula, que lá esteve.O Freire com "i" re-estabeleceu a regra do regime militar: só a imagem - e olhe lá - do Lula.
A voz do Lula, nunca!
A voz do Lula, nunca!
(Por falar nisso, amigo navegante: não parece estranho que o jn dê tanto espaço ao Chico Alencar, do PSOL do Rio? O que ele, Chico, fez de errado?)
Tanta economia com a preparação para a greve geral, como diz o Miro e abundância de espaço para "a defesa" dos "acusados" na lista do jn.
Sim, o jn tem a sua lista do Janot, que, como se sabe, é muito mais importante que a lista do Janot.
É uma lista em que o Santo, o Alckmin, não aparece e nela tem mais petista que tucano.
O risco é o Supremo jogar a lista do Janot no lixo e adotar a lista do jn...
(O Globo Overseas Investment BV, em sua versão escrita - moribunda versão - dedica toda a página 3 à lista do jn e ignora a do Janot!)
Aí, num gesto de generosidade e benemerência, o jn reservou 3 minutos para a "defesa" das vítimas de sua lista.
2'40" para as manifestações e 3 minutos para a "defesa" dos destruídos por um repórter do jn (que revela traços inesquecíveis da Miriam Leitão): num "furo" de vazamento, foi ele quem apresentou a lista das vítimas.
Mas, não adianta, porque a Fel-lha pôs o nome do Alckmin na pedra, como tinha feito, desde a véspera, o próprio PiG cheiroso.
O jn adota o que, nos Estados Unidos, se chama de "falsa equivalência".
Você esculhamba a mãe do cara por três horas e, numa suposta equivalência, concede ao filho da ... três segundos para se defender.
Formidável.
E tudo isso no espectro magnético que pertence ao povo brasileiro e num regime de concessão outorgado pelo povo brasileiro!
Dilma, vai lá e usa o controle remoto, Presidenta!
PHA
quinta-feira, 9 de março de 2017
SERÁ QUE YUNES FOI MULA DE TEMER, E NÃO DE PADILHA?
SERÁ QUE YUNES FOI MULA DE TEMER, E NÃO DE PADILHA?

Essa é a questão mais relevante, agora que o delator da Odebrecht José Carvalho Filho esclareceu que o dinheiro foi entregue no escritório do melhor amigo de Michel Temer pela própria empreiteira, e não pelo empresário Lúcio Funaro, como disse José Yunes em depoimento à Procuradoria Geral da República; além de ter mentido sobre a identidade de quem lhe trouxe o pacote de dinheiro, Yunes omitiu o detalhe mais importante: a quem se destinava o dinheiro; agora a PGR irá convocar o "psicoterapeuta político" de Temer para esclarecer a história?
9 DE MARÇO DE 2017 ÀS 09:15 // 247 NO TELEGRAM
// 247 NO YOUTUBE 
Por Fernando Brito, do Tijolaço - A inacreditável história do “amigão” e assessor de Michel Temer não durou um mês.
Traz a Folha hoje que José Carvalho Filho, entregador de dinheiro da Odebrecht, diz que não foi Lúcio Funaro quem levou R$ 1 milhão ao escritório de José Yunes, em São Paulo.
Yunes, portanto, mentiu sobre a identidade de quem lhe trouxe o “paco” de dinheiro. Mais importante: mentiu sobre a quem se destinava.
Diz a delação de Carvalho que houve outra entrega, em Porto Alegre, no escritório de Eliseu Padilha.
Não havia, portanto, razão para entregar algo a Yunes para que repassasse a Padilha, pois havia uma entrega direta ao próprio ainda ministro da Casa Civil de Temer.
Há pouco mais de dez dias isso já tinha sido registrado aqui:
O provável destino do dinheiro era São Paulo, onde fica a sede da Odebrecht, onde Funaro tinha escritório, assim como Yunes.
Então vejamos: segundo o delator da Odebrecht Cláudio Melo Filho, o grupo que negociava ajuda ao “PMDB da Câmara” era formado por Geddel Veira Lima, de Salvador; Moreira Franco, que é do Rio de Janeiro; Eliseu Padilha, que é tem apartamento no elegante bairro dos Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Ah, sim, tinha também o “MT”, que mora em…
Naquela ocasião, escrevi que havia duas questões a serem esclarecidas na incrível história de Yunes, que era mula, mas não de Padilha.
A primeira, quem levou o pacote, cujo nome está registrado e será conhecido na sexta-feira, quando José Carvalho Filho depuser ao ministro Herman Benjamin. E porque dizer que era Funaro? Provavelmente para enfiar Cunha como o “apanhador” original do dinheiro e livrar Padilha e Yunes do “molha a mão” direto com a Odebrecht.
A segunda, a quem se destinava o pacote. O que, agora, parece estar bem claro.
Que doação legal, registrada, não se faz com entrega de pacotes é evidente.
Fica, então a alternativa que Aécio Neves disse ontem ser imperdoável: “crime praticado por quem obteve recursos para enriquecer pessoalmente”.
E que Fernando Henrique definiu ao defender os recursos de caixa 2 para campanha ou para proveito próprio: é “crime puro e simples de corrupção”.
PS. E, se não bastasse, a empresa de Yunes, repassada a seus filhos, recebeu R$ 1,3 milhões das empresas de fachada do doleiro Adir Assad, tomador de dinheiro da Andrade Gutierrez, Delta Engenharia (aquela de Fernando Cavendish) e UTC Engenharia…
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
Globo cria força-tarefa para atacar Lula e Dilma semana que vem
Jornalista de prestígio da Globo que, por razões óbvias, não quer se identificar, entrou em contato com este blogueiro e relatou o que chama de “estratégia cruel e desonesta” que diz que será usada pela emissora para criar nova onda de desmoralização dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. E disse, ao telefone, a seguinte frase:
— RIP (“rest in peace), jornalismo!
A ofensiva em questão teria sido determinada em plena redação da emissora, em voz alta, pela diretora da Globo News Eugênia Moreyra.
Na imagem acima, Eugênia Moreyra, diretora da Globo News
Recebi da fonte a informação de que o ministro do STF Edson Facchin, novo relator da Operação Lava Jato, vai levantar o sigilo das delações da Odebrecht na semana que vem e que a diretora da Globo News supracitada irá a Brasília na segunda-feira para receber material para divulgação.
Eugênia teria entrado na redação da emissora para falar com a produtora e passou a ela a determinação. Segundo o relato da fonte desta página, devido ao tom de voz da diretora os jornalistas que ficam no setor da redação da Globo News que fica ao lado do banheiro ouviram o que ela disse.
Leia, abaixo, o que disse a diretora da Globo News Eugênia Moreyra à produtora que irá com ela a Brasília na semana que vem. O intuito da determinação da diretora à produtora ter sido comunicada para todos no entorno ouvirem foi no sentido de que os jornalistas que serão requeridos atuem da forma como foi determinada sem fazerem questionamentos.
Confira, abaixo, transcrição textual da determinação da diretora da GNEWS:
— (…) Fachin vai liberar todos os vídeos das delações [da Odebrecht] de uma só vez. Não dará tempo de decupar [analisar e editar] as imagens… Você vai liderar uma força-tarefa em Brasília. Sua equipe vai assistir a todos os vídeos das delações. Assim que ouvirem “Lula” ou “Dilma”, coloquem no ar, na hora, ao vivo, interrompendo qualquer programa, no Plantão. Depois a gente assiste o resto. Dilma e Lula têm que ser denunciados na frente de qualquer outro delatado
Segundo a fonte, aparecerão nomes de políticos importantes de todos os partidos, incluindo PSDB. A estratégia em questão serve para que Lula, Dilma e o PT não se beneficiem do prejuízo de imagem que terão seus adversários.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
CHAMUSCADO, STF AINDA TEM UMA SAÍDA: ANULAR O GOLPE

Com a imagem abalada desde o episódio Renan Calheiros, em que os ministros do Supremo Tribunal Federal participaram de um conchavo com Michel Temer para salvar o senador e também a PEC 55 (que, segundo a ONU, ataca os pobres e fere direitos humanos), a suprema corte ainda tem uma saída honrosa: julgar o mandado de segurança apresentado pelo advogado José Eduardo Cardozo, que pede a anulação do golpe parlamentar de 2016; Cardozo argumenta que houve desvio de finalidade no impeachment da presidente Dilma Rousseff, uma vez que seus juízes queriam apenas se salvar da Lava Jato e das delações premiadas, como a da Odebrecht; o objetivo real era "estancar a sangria", como bem definiu o senador Romero Jucá (PMDB-RR), apontado como um dos principais negociantes de leis do Congresso; o STF tem agora uma escolha histórica: se associar ao golpe mandrake ou resgatar a democracia e devolver o poder a Dilma; vídeo
247 – A primeira das 77 delações da Odebrecht deixa os ministros do Supremo Tribunal Federal numa tremenda saia justa. Dias depois do conchavo com Michel Temer, para salvar o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e também a PEC 55 (que, segundo a ONU, ataca os pobres e fere direitos humanos), o Brasil soube que o alto comando do Senado recebeu alguns milhões para aprovar leis em benefício da Odebrecht.
É uma situação desmoralizante não apenas para o Legislativo, mas também para o Judiciário, mas a suprema corte ainda tem uma saída honrosa: julgar o mandado de segurança apresentado pelo advogado José Eduardo Cardozo, que pede a anulação do golpe parlamentar de 2016.
Cardozo argumenta que houve desvio de finalidade no impeachment da presidente Dilma Rousseff, uma vez que seus juízes – os deputados e senadores – queriam apenas se salvar da Lava Jato e das delações premiadas, como a da Odebrecht.
O objetivo real, como todos sabem, não julgar "pedaladas fiscais", o pretexto usado para o golpe, mas sim "estancar a sangria", como bem definiu o senador Romero Jucá (PMDB-RR), apontado como um dos principais negociantes de leis do Congresso.
Diante de um impeachment fajuto que mancha a imagem do Brasil no mundo, o STF tem agora uma escolha histórica: se associar ao golpe mandrake ou resgatar a democracia e devolver o poder a Dilma, que já assumiu o compromisso de chamar novas eleições presidenciais – como defendem 63% dos brasileiros.
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
Denúncia contra Serra não sai no Jornal Nacional
Todo mundo que tem vergonha na cara sabe que a corrupção não tem partido e que o PT está pagando sozinho uma dívida que é de todos os partidos. Afinal, políticos de todos os partidos vêm sendo denunciados por empresários picaretas que corrompem o Estado há décadas, subornando Executivo, Legislativo e Judiciário em nível federal, estadual e municipal.
Para as pessoas decentes e responsáveis, portanto, não constitui novidade alguma que mais um tucano tenha sofrido acusação tão ou mais grave do que as que pesam contra quaisquer petistas e que essa acusação (reiterada) não receba da mídia tratamento sequer parecido com o que é dado a estes.
Nesse aspecto, a denúncia feita pela Folha de São Paulo em agosto e agora reiterada pelo jornal, de que Serra recebeu propina da Odebrecht, soma-se a denúncias iguais contra outros tucanos – FHC, Alckmin, Aécio – que ocorrem sempre mas que não se tornam de conhecimento público porque ficam restritas ao único veículo da grande mídia que faz denúncias contra caciques do PSDB: à Folha.
E ninguém lê a Folha. Ou o Estadão. Ou a Veja. As denúncias deles só têm repercussão quando vão para o Jornal Nacional. E o Jornal Nacional não denuncia tucanos graúdos. No máximo, um Aécio. Serra, Alckmin e FHC são os políticos mais blindados do Brasil.
A matéria da Folha em questão decorre de planilhas apreendidas pela Polícia Federal na casa de um ex-executivo da Odebrecht em março deste ano. Essas planilhas listaram possíveis repasses a pelo menos 316 políticos de 24 partidos. Ecumênica, a lista da empreiteira aumentou a tensão ao tragar governistas e oposicionistas –muitos deles integrantes da tropa de choque que votaria o impeachment de Dilma – para o centro da Lava Jato.
Quem tiver curiosidade em saber que nomes apareceram na lista só tem que clicar aqui para ver
O material foi apreendido em fevereiro com o então presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Júnior, no Rio, durante a fase Acarajé da Lava Jato. Os documentos se tornaram públicos em março.
O Jornal Nacional não divulgou os nomes da lista afirmando que “não haveria tempo” para divulgar “200 nomes” de envolvidos. Mas haveria, sim. Demoraria 15 ou 20 minutos. Para atacar o PT durante campanhas eleitorais o Jornal Nacional já usou tempo maior em uma única matéria.
— vídeo
Imediatamente após a censura da Globo, Sergio Moro decidiu colocar o inquérito sob sigilo.
Mas que não exaltem muito a Folha por esse furo de reportagem porque o jornal está apenas sendo esperto, pois, apesar do antipetismo, pode se dar ao luxo de posar como único veículo “isento” do país, já que os outros grandes grupos de mídia (Globo, Estado, Abril) até podem noticiar sua denúncia em algum cantinho de seus portais ou veículos impressos, mas jamais produziriam matérias como a do jornal da família Frias contra um tucano tão graúdo.
A Folha se tornou o maior jornal do país graças à burrice da concorrência, que pratica um antipetismo suicida, desabrido, escancarado, enquanto blinda os adversários do PT.
A imagem desses veículos entre quem pensa e pode ou não ser de esquerda, desaba. Nos círculos sérios, ninguém leva a sério uma Veja, um Estadão ou uma Globo justamente porque blindam descaradamente os tucanos graúdos.
O resultado é que a Folha pode se arrogar o título de único órgão de imprensa isento, ainda que isso esteja longe da verdade devido ao volume de antipetismo ser muito maior do que as reportagens e opiniões desfavoráveis para o PSDB, o xodó da mídia do eixo São Paulo-Rio.
Ao fim de sua segunda reportagem sobre os 23 milhões de propina a Serra (que, em valores atualizados, agora são 36), porém, o jornal dos Frias tenta esfriar a denúncia contra o grão-tucano informando que “(…) Nas conversas preliminares da Lava Jato com a Odebrecht, além de Serra, vários políticos foram mencionados, entre eles o presidente Michel Temer, os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, governadores e parlamentares.”
Ah, então, tá.
Mas se todos estão envolvidos da mesma forma, o tratamento a todos é dado da mesma forma pela mídia, pela Justiça, pelo Ministério Público, pela Polícia Federal?
Alguém aí teria a cara-de-pau de dizer isso, que mídia e autoridades tratam igualmente tucanos e petistas acusados da mesma forma? Provavelmente aparecerá algum desavergonhado para afirmar tal enormidade, mas todos sabem que é mentira.
A relação de Dilma com a Odebrecht e outras empreiteiras gerou processo do PSDB contra a ex-presidente no TSE, afirmando que as doações que ela recebeu das empresas foram produto de propina. A mídia trata as doações das empreiteiras a Dilma como propina. Vaccari está preso por isso. Palocci também. Mantega quase foi preso por isso.
E quanto à propina que a delação da Odebrecht diz que pagou a Serra e a Alckmin? Os tesoureiros das campanhas eleitorais desses dois foram presos? Aliás, alguém investigou? Quem foi que comprou a tese criminosa de que as doações legais ao PT são propina e as doações legais ao PSDB são… legais?
Quanto a Lula, nem se fala. É ocioso falar. Lula já foi até conduzido coercitivamente por muito menos do que pesa contra um Serra ou um Aécio, reiteradamente acusados por delatores. Mas sem investigação fica difícil. E as denúncias se sucedem e não são investigadas. Até porque, à exceção da folha, a mídia não pressiona por investigações contra tucanos.
A razão é muito simples: hoje o Brasil é governado por uma aliança entre a Globo, a Lava Jato, o PSDB e parte do Supremo. Assim, podemos todos ter certeza de que a denúncia da Odebrecht contra Serra vai para as calendas enquanto o mesmo Serra e seu partido continuarão acusando petistas de terem sido acusados pela Odebrecht…
Alguém discorda?
Caso Serra fragiliza acusação contra Lula
PSDB--PARTIDO SÓ DE BANDIDOS

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apresentado pela Lava Jato como o maior corrupto de todos os tempos, poderá ser canonizado quando vierem à tona novos episódios como do chanceler José Serra, acusado de ter recebido R$ 23 milhões, por fora, numa conta secreta na Suíça; se Lula, com seus pedalinhos e as reformas em dois imóveis que não lhe pertencem (o sítio em Atibaia e o apartamento no Guarujá), é o maior corrupto do País, como deve ser tratado Serra?; eis uma questão que cria dificuldades para a narrativa oficial da Lava Jato
247 – No dia 14 de setembro, o procurador Deltan Dallagonol apresentou sua denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em que ele foi colocado no centro de um power point, como se fosse o chefe do maior esquema de corrupção da história do País.
Na Lava Jato, Lula foi acusado de ter sido corrompido pelas reformas realizadas em dois imóveis que, segundo os registros imobiliários competentes, não lhe pertencem: um apartamento no Guarujá (SP) e um sítio no Guarujá (SP), onde foram fotografados dois pedalinhos comprados por Marisa Letícia, a ex-primeira-dama.
Mais recentemente, Lula também foi acusado de ter ganho um estádio de futebol, mas a acusação não prosperou diante do seu próprio surrealismo (leia mais em "Piada de domingo", por Clayton Netz).
Diante disso, Lula poderá ser canonizado quando vierem à tona novos episódios como o do chanceler José Serra, acusado de ter recebido da Odebrecht R$ 23 milhões, por fora, numa conta secreta na Suíça – um valor que, corrigido, chegaria a R$ 34,5 milhões.
Se Lula, com seus pedalinhos, é o maior corrupto do País, como deve ser tratado Serra? Essa é uma questão que cria dificuldades para a narrativa oficial da Lava Jato.
Odebrecht entrega Serra: R$ 23 milhões em conta secreta na Suíça

Chega ao fim a carreira política do chanceler brasileiro José
Serra; manchete da Folha desta sexta-feira informa que, em seu acordo de
delação premiada, a Odebrecht revelou como pagou R$ 23 milhões ao
candidato tucano à presidência da República, em 2010, numa conta secreta
na Suíça; executivos da empreiteira prometeram entregar os recibos dos
depósitos de um valor que, corrigido pela inflação, hoje seria de R$
34,5 milhões; Serra foi um dos principais articuladores do impeachment
da presidente Dilma Rousseff e, no gabinete de Michel Temer, pretendia
se credenciar para chegar à presidência da República, mas foi o primeiro
cacique abatido na nova fase da Lava Jato; sua continuidade no cargo é
insustentável
247 – Não se sabe se será nas próximas horas, dias ou semanas, mas José Serra, atual ministro das Relações Exteriores, fatalmente perderá o cargo.
Ele é o primeiro grande nome da política brasileira cujo nome aparece na delação premiada da Odebrecht, cujo acordo foi fechado nesta semana.
De acordo com reportagem de Bela Megale, a Odebrecht revelou como pagou R$ 23 milhões ao candidato tucano à presidência da República, em 2010, numa conta secreta na Suíça, pelo caixa dois.
A operação foi articulada pelo ex-tesoureiro tucano Márcio Fortes e por Ronaldo Cezar Coelho, um banqueiro e político do PSDB tucano.
Os executivos da empreiteira também prometeram entregar os recibos dos depósitos de um valor que, corrigido pela inflação, hoje seria de R$ 34,5 milhões.
Serra foi um dos principais articuladores do impeachment da presidente Dilma Rousseff e, no gabinete de Michel Temer, pretendia se credenciar para chegar à presidência da República, mas sua continuidade no cargo é insustentável.
Em breve, ele deverá ser denunciado pela procuradoria-geral da República e Michel Temer, que também deve aparecer na delação da Odebrecht, não terá como mantê-lo no Itamaraty.
Procurado pela reportagem, Serra disse que não comentaria supostos vazamentos de supostas delações.
quarta-feira, 5 de outubro de 2016
Lula rechaça indiciamento e vê massacre midiático

"A defesa do ex-presidente irá analisar o documento da Polícia Federal, vazado para a imprensa e divulgado com sensacionalismo antes do acesso da defesa, porque essa prática deixa claro que não são processos sérios de investigação, e sim uma campanha de massacre midiático para produzir manchetes na imprensa e tentar destruir a imagem do ex-presidente mais popular da história do país", diz nota divulgada pelo ex-presidente Lula, nesta tarde; mais cedo, ele foi indiciado por corrupção passiva pela Polícia Federal, em razão de contratos feitos pela Odebrecht com um de seus sobrinhos; "O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sua vida investigada há 40 anos, teve todas as suas contas e de seus familiares devassadas, seu sigilo bancário, fiscal e telefônico quebrado e não foi encontrada nenhuma irregularidade", diz ainda o texto do ex-presidente
Do Facebook do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sua vida investigada há 40 anos, teve todas as suas contas e de seus familiares devassadas, seu sigilo bancário, fiscal e telefônico quebrado e não foi encontrada nenhuma irregularidade.
Lula não ocupa mais nenhum cargo público desde 1º de janeiro de 2011, e sempre agiu dentro da lei antes, durante e depois de ocupar dois mandatos eleitos como presidente da República.
A defesa do ex-presidente irá analisar o documento da Polícia Federal, vazado para a imprensa e divulgado com sensacionalismo antes do acesso da defesa, porque essa prática deixa claro que não são processos sérios de investigação, e sim uma campanha de massacre midiático para produzir manchetes na imprensa e tentar destruir a imagem do ex-presidente mais popular da história do país.
Leia aqui sobre o indiciamento do ex-presidente Lula
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
Moro investiga palestras de Lula e decreta sigilo na planilha da Odebrecht

Ao mesmo tempo em que abre uma nova frente contra o ex-presidente Lula, em que a Lava Jato rastreia valores movimentados pela empresa de palestras LILS, o juiz Sérgio Moro decretou sigilo do inquérito que investiga a planilha da Odebrecht; o documento aponta pagamentos de propina pela empreiteira em diversas obras dos governos federal, estaduais e municipais, e a diferentes partidos, como PT, PMDB e PSDB; no caso do Metrô de São Paulo, do governo Geraldo Alckmin (PSDB), foram observados vários codinomes, como Santo e Careca; Moro afirma que novos mandados podem ser cumpridos contra terceiros e a divulgação dos autos poderia comprometer a investigação
247 - Ao mesmo tempo em que abre uma nova frente contra o ex-presidente Lula, em que a força-tarefa da Lava Jato rastreia valores movimentados pela LILS, empresa de palestras do ex-presidente, o juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da investigação em primeira instância, decretou sigilo do inquérito que investiga a planilha da Odebrecht.
As planilhas da Odebrecht apontam pagamentos de propina pela empreiteira em diversas obras do País, dos governos federal, estaduais e municipais, e a diferentes partidos, como PT, PMDB e PSDB. No caso do Metrô de São Paulo, do governo Geraldo Alckmin (PSDB), foram observados codinomes como Santo e Careca, que seriam supostos beneficiários de propina.
Para embasar a decisão do sigilo, Moro argumentou que novos mandados podem ser cumpridos contra terceiros e a divulgação dos autos poderia comprometer a investigação. "Como as investigações dos pagamentos nesse setor têm desdobramentos imprevisíveis, o que poderá levar à necessidade de novas diligências, inclusive novas quebras e buscas, decreto sigilo sobre estes autos em relação a terceiros e aos investigados", declarou.
"Observo, ademais, que nenhum dos investigados no processo 5046159- 54.2016.4.04.7000 sofre no momento qualquer restrição a sua liberdade ou a sua propriedade. Franqueado, por ora, o acesso apenas à autoridade policial e ao MPF, sem prejuízo do levantamento do sigilo quando não houver mais riscos às investigações", acrescentou o juiz.
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
O STF e os Factoides fascista Uma coisa é discutir as decisões do STF, o que pode ser feito por qualquer brasileiro, outra é querer colocar em seu lugar um monstrengo autoritário.
Mauro Santayana
O ministro Marco Aurélio Mello,
do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou decisão do Tribunal de Contas
da União (TCU), que determinava o bloqueio dos bens da Odebrecht no
valor de até R$ 2,1 bilhões em processo voltado para apurar supostos
desvios na construção da refinaria Abreu e Lima.
A decisão liminar do ministro liberou a movimentação dos bens, e reforçou o entendimento - já manifestado por ele mesmo em ocasiões anteriores - de que o TCU - cujo nome já passou da hora de ser mudado - não passa de um órgão administrativo auxiliar do Poder Legislativo, que não tem autoridade para bloquear, por ato próprio, dotado de autoexecutoriedade, bens de particulares e não possui atribuições típicas do Judiciário.
Mais uma vez, se pretendia matar os bois para acabar com os carrapatos.
Se houvesse sustentação jurídica para essa decisão espatafúrdia, o bloqueio-bomba de mais de 2 bilhões de reais já seria de uma desproporcionalidade absurda, irreal, principalmente quando se lembra que esses desvios não foram sequer comprovados.
Além de trágico, fortemente ilógico, em suas consequências econômicas, acarretando a demissão de milhares de trabalhadores de uma empresa sob a qual paira a ameaça, tão absurda quanto, de uma multa-bomba de mais de 7 bilhões de reais, que já foi obrigada a eliminar 120.000 vagas nos últimos dois anos no Brasil, também como resultado direto da falta de bom senso da Operação Lava Jato em um pseudo combate à corrupção que provocou, ainda, a quebra de dezenas, centenas de pequenas e médias empresas de sua cadeia de fornecedores.
Como não há sustentação jurídica para essa decisão, e não é possível que os técnicos e ministros do TCU que "determinaram" o bloqueio - até mesmo diante de decisões anteriores - não soubessem disso, só se pode acreditar que se tratou, mais uma vez, da criação de um irresponsável factoide, dirigido contra o STF, entre os muitos que vem se acumulando nos últimos meses e semanas.
De uma ação premeditada, deliberada, destinada a manter em movimento e em evidência, com a cumplicidade da parte mais venal e irresponsável da imprensa, o tigre de papel de uma espetaculosa, hipócrita e contraproducente "campanha" contra a corrupção, com o mal dissimulado propósito de desafiar os poderes instituídos e de provocar e testar, mais uma vez, os limites do STF e de seus membros.
A intenção, ou, ao menos, as consequências que parecem estar sendo procuradas, é jogar contra o STF uma opinião pública mal informada, manipulada, preconceituosa e burra, que, a cada vez que isso ocorre, agride de forma maciça o Supremo Tribunal Federal e os seus ministros, acusando-os de estarem envolvidos com corrupção - quanto o Exmo levou nessa? Qual terá sido o "pixuleco" para este membro da família Collor de Mello?, perguntaram dois leitores do Estadão - e propõe medidas surreais que vão da extinção da Suprema Corte à escolha de seus membros por meio - quem estabeleceria as condições e o conteúdo das provas? - de concurso público.
Esses esforços, que nada têm de descoordenados, ocorrem a cada vez que alguma decisão do Supremo Tribunal Federal desagrada certa parcela da plutocracia emplumada que se encastelou no Judiciário e no Ministério Público, e que se auto-outorgou, com a arrogância e a empáfia próprias da juventude, em muitos casos formada em universidades particulares de duvidosa qualidade e ungida por meio de concursos idem, a missão de punir a política e os "políticos" e de salvar a Nação, "exemplando" a República.
Não é outra a razão que se esconde nos insultos dirigidos ao Ministro Celso de Mello, quando da decisão de permitir que um cidadão recorresse em liberdade mesmo depois de condenado em segunda instância; ao Ministro Dias Toffoli, quando do Habeas Corpus concedido ao ex-ministro Paulo Bernardo; e da abjeta capa de Veja dedicada ao mesmo ministro Toffolli, no criminoso vazamento, ainda não investigado, de suposta "delação" da empreiteira OAS.
Os mesmos ataques feitos agora ao Ministro Ricardo Lewandowski, que se busca descaradamente constranger e pressionar com manifestações na porta de sua casa; e ao Ministro Marco Aurélio, por sua decisão de colocar em seu devido lugar o Tribunal de Contas da União - no qual se abrigam até mesmo personagens sob investigação - que, no embalo do estupro cotidiano da Constituição Federal vivido pelo país nesta vergonhosa fase de nossa história, pretende agir como se autêntica corte fosse, quando não passa de órgão auxiliar do Legislativo Federal - instância, esta, sim, a quem cabe julgar com o poder do voto que parlamentares têm e "ministros" do TCU não têm, questões ligadas à fiscalização das atividades do Executivo.
É preciso que a mais alta corte do país organize, em torno da defesa de sua autoridade e prerrogativas, um sistema de monitoramento permanente desse quadro de abuso na internet e interpele judicialmente - com tolerância zero - quem está por trás dos ataques - fazendo valer sua autoridade, antes que esta seja - como já está ocorrendo - definitivamente minada junto à população.
Uma coisa é discutir as decisões dos ministros, o que pode ser feito por qualquer brasileiro, usando, preferencialmente, como referência, a Constituição.
Outra, atacar a Suprema Corte, dentro do mesmo esquema que pretende diminuir o papel da política, do voto, da Democracia, para "reformar" de forma frankensteiniana a República, e colocar no lugar dela um monstrengo autoritário, por meio de novas leis, que limitam o direito de defesa e a liberdade dos cidadãos, ou pela eleição de um líder fascista em 2018.
A decisão liminar do ministro liberou a movimentação dos bens, e reforçou o entendimento - já manifestado por ele mesmo em ocasiões anteriores - de que o TCU - cujo nome já passou da hora de ser mudado - não passa de um órgão administrativo auxiliar do Poder Legislativo, que não tem autoridade para bloquear, por ato próprio, dotado de autoexecutoriedade, bens de particulares e não possui atribuições típicas do Judiciário.
Mais uma vez, se pretendia matar os bois para acabar com os carrapatos.
Se houvesse sustentação jurídica para essa decisão espatafúrdia, o bloqueio-bomba de mais de 2 bilhões de reais já seria de uma desproporcionalidade absurda, irreal, principalmente quando se lembra que esses desvios não foram sequer comprovados.
Além de trágico, fortemente ilógico, em suas consequências econômicas, acarretando a demissão de milhares de trabalhadores de uma empresa sob a qual paira a ameaça, tão absurda quanto, de uma multa-bomba de mais de 7 bilhões de reais, que já foi obrigada a eliminar 120.000 vagas nos últimos dois anos no Brasil, também como resultado direto da falta de bom senso da Operação Lava Jato em um pseudo combate à corrupção que provocou, ainda, a quebra de dezenas, centenas de pequenas e médias empresas de sua cadeia de fornecedores.
Como não há sustentação jurídica para essa decisão, e não é possível que os técnicos e ministros do TCU que "determinaram" o bloqueio - até mesmo diante de decisões anteriores - não soubessem disso, só se pode acreditar que se tratou, mais uma vez, da criação de um irresponsável factoide, dirigido contra o STF, entre os muitos que vem se acumulando nos últimos meses e semanas.
De uma ação premeditada, deliberada, destinada a manter em movimento e em evidência, com a cumplicidade da parte mais venal e irresponsável da imprensa, o tigre de papel de uma espetaculosa, hipócrita e contraproducente "campanha" contra a corrupção, com o mal dissimulado propósito de desafiar os poderes instituídos e de provocar e testar, mais uma vez, os limites do STF e de seus membros.
A intenção, ou, ao menos, as consequências que parecem estar sendo procuradas, é jogar contra o STF uma opinião pública mal informada, manipulada, preconceituosa e burra, que, a cada vez que isso ocorre, agride de forma maciça o Supremo Tribunal Federal e os seus ministros, acusando-os de estarem envolvidos com corrupção - quanto o Exmo levou nessa? Qual terá sido o "pixuleco" para este membro da família Collor de Mello?, perguntaram dois leitores do Estadão - e propõe medidas surreais que vão da extinção da Suprema Corte à escolha de seus membros por meio - quem estabeleceria as condições e o conteúdo das provas? - de concurso público.
Esses esforços, que nada têm de descoordenados, ocorrem a cada vez que alguma decisão do Supremo Tribunal Federal desagrada certa parcela da plutocracia emplumada que se encastelou no Judiciário e no Ministério Público, e que se auto-outorgou, com a arrogância e a empáfia próprias da juventude, em muitos casos formada em universidades particulares de duvidosa qualidade e ungida por meio de concursos idem, a missão de punir a política e os "políticos" e de salvar a Nação, "exemplando" a República.
Não é outra a razão que se esconde nos insultos dirigidos ao Ministro Celso de Mello, quando da decisão de permitir que um cidadão recorresse em liberdade mesmo depois de condenado em segunda instância; ao Ministro Dias Toffoli, quando do Habeas Corpus concedido ao ex-ministro Paulo Bernardo; e da abjeta capa de Veja dedicada ao mesmo ministro Toffolli, no criminoso vazamento, ainda não investigado, de suposta "delação" da empreiteira OAS.
Os mesmos ataques feitos agora ao Ministro Ricardo Lewandowski, que se busca descaradamente constranger e pressionar com manifestações na porta de sua casa; e ao Ministro Marco Aurélio, por sua decisão de colocar em seu devido lugar o Tribunal de Contas da União - no qual se abrigam até mesmo personagens sob investigação - que, no embalo do estupro cotidiano da Constituição Federal vivido pelo país nesta vergonhosa fase de nossa história, pretende agir como se autêntica corte fosse, quando não passa de órgão auxiliar do Legislativo Federal - instância, esta, sim, a quem cabe julgar com o poder do voto que parlamentares têm e "ministros" do TCU não têm, questões ligadas à fiscalização das atividades do Executivo.
É preciso que a mais alta corte do país organize, em torno da defesa de sua autoridade e prerrogativas, um sistema de monitoramento permanente desse quadro de abuso na internet e interpele judicialmente - com tolerância zero - quem está por trás dos ataques - fazendo valer sua autoridade, antes que esta seja - como já está ocorrendo - definitivamente minada junto à população.
Uma coisa é discutir as decisões dos ministros, o que pode ser feito por qualquer brasileiro, usando, preferencialmente, como referência, a Constituição.
Outra, atacar a Suprema Corte, dentro do mesmo esquema que pretende diminuir o papel da política, do voto, da Democracia, para "reformar" de forma frankensteiniana a República, e colocar no lugar dela um monstrengo autoritário, por meio de novas leis, que limitam o direito de defesa e a liberdade dos cidadãos, ou pela eleição de um líder fascista em 2018.
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
A caçada vai além da deposição de Dilma
Tereza Cruvinel
A deposição de Dilma pelo impeachment retorcido em golpe é só uma
face do expurgo político que, já em 2005, foi sintetizado por Jorge
Bornhausen com aquela frase: “vamos ficar livres desta raça por uns 30
anos”. Com algum atraso aquele augúrio vem se realizando. Integram a
“raça” o PT, Lula, Dilma e as esquerdas aliadas ao projeto petista. As
últimas movimentações político-judiciais sugerem que Dilma, além da
cassação, pode enfrentar, como Lula, outras ações judiciais. Com a
autorização, pelo ministro do STF Teori Zavascki, a pedido do
procurador-geral Rodrigo Janot, de investigação contra ela, Lula e mais
cinco pessoas, por tentativa de obstrução da Justiça, Dilma também corre
o risco de ser julgada e até condenada por Sergio Moro.
Sim, pois se esta investigação evoluir para uma denúncia, Dilma
provavelmente já não será presidente da República e terá perdido o
direito ao foro especial do STF. Quando e se isso acontecer, a ação será
direcionada para a primeira instância, ainda que Teori prefira
encaminhar a ação para outra vara e não para a de Moro em Curitiba. Ele
fez isso com a outra ação contra Lula, também por obstrução da Justiça,
decorrente de outros elementos da delação de Delcídio Amaral, as
supostas articulações para evitar a delação de Nestor Cerveró. A ação
foi direcionada para a 10ª. Vara da Justiça Federal em Brasília e ali o
juiz Ricardo Leite denunciou Lula, tornando-o réu pela primeira vez.
O
novo pedido de Janot também se baseia na delação de Delcídio, mas em
outras duas partes: a nomeação de Lula como chefe do Gabinete Civil por
Dilma (que teria o objetivo de dar-lhe foro no STF, livrando-o de Moro)
e a nomeação, por ela, do ministro do STJ Marcelo Navarro, com a ajuda
do então ministro da Justiça Eduardo Cardoso e de Francisco Falcão,
supostamente para que o ministro atuasse na corte em favor de
empreiteiros presos.
Outros fatos dos últimos dias e horas convergem na mesma direção: a
mulher e o filho de Lula foram intimados e mais um ex-tesoureiro do PT
foi incriminado (até parece que os outros partidos que receberam doações
de empreiteiras não tinham tesoureiros). O TCU abriu sindicância para
investigar suposto sumiço de presentes presidenciais (embora a equipe de
Dilma diga que todos estão catalogados, inventariados e guardados) e a
Operação Acrônimo voltou a mirar o governador de Minas, Fernando
Pimentel.
Dilma segue em seu combate ao impeachment, agora com a decisão de
comparecer pessoalmente ao Senado para apresentar sua defesa. Uma
decisão ousada e arriscada: ela deve ouvir desaforos que as excelências,
tão obsequiosas com quem detém o poder, reservam para os que já o
perderam ou estão prestes a perde-lo. Mas o jogo de Dilma, nesta altura,
é para a História. Assim como sua carta divulgada ontem, os anais
guardarão o vídeo desta exposição no Senado, bem como as inquirições dos
senadores. Não faltarão cenas de exibicionismo explícito, excessos
verbais e até insultos. Consumado o golpe, ela poderá enfrentar um
calvário judicial como o de Lula e até ficar impedida de deixar o país.
Lula e seus advogados, com a petição de agora à tarde ao STF, seguem
no esforço para demonstrar que o juiz Sergio Moro perdeu as condições
para julgá-lo, seja pelas ilegalidades que cometeu ao vazar grampos
também ilegais, seja pelas reiteiradas manifestações de pre-julgamento.
Mas o Supremo já se acomodou na posição de Pilatos. Dificilmente
impedirá a marcha do expurgo “desta raça”.
A nota fora do tom é a delação da Odebrecht, sempre retardada, que
pode espalhar brasas sobre todo o sistema, inclusive sobre Temer. Mas
está visto e demonstrado que o sistema judicial trata de formas
distintas as denúncias. Se envolvem a “raça petista”, avançam. Se os
atingidos são outros, as denúncias são postas para dormir.
segunda-feira, 15 de agosto de 2016
O fenômeno José Serra
João Filho - The Intercept Brasil
Quando acordei no domingo e vi a manchete “Serra recebeu R$23 milhões via caixa 2, diz Odebrecht” na capa da Folha, não acreditei. Li mais algumas vezes para me certificar. Denúncia contra o Serra na capa da Folha? Numa manchete com letras garrafais? Sim, não era uma miragem.
Passado o espanto, lembrei que notícias ruins sobre o Serra são como vídeos no Snapchat: duram 24 horas. Resolvi aguardar o desenrolar dos acontecimentos. Na segunda-feira, começo a desconfiar de que meu palpite estava correto: nada mais sobre Serra na Folha. Nenhum colunista indignado, nenhum aprofundamento sobre o assunto. Na terça, a mesma coisa. Na quarta, uma novidade: Elio Gaspari comenta o caso e a coluna ganha uma chamadinha de capa.
Mas não se emocione. O nome de Serra, o principal personagem do texto, não aparece nela. O que vemos é apenas um genérico “PSDB paulista”. Detalhe: essa chamada está presente somente na edição nacional. Na edição para o estado de São Paulo, onde o PSDB reina há 22 anos, ela simplesmente não existiu. Talvez essa notícia não seja do interesse do povo bandeirante em ano de eleição.
Há muito o que se comentar sobre as diferenças das capas, mas não comecemos com trololó. Certamente se trata apenas de uma opção editorial.
É inegável que não há nem sombra daquele ímpeto investigativo que vemos contra outros políticos. Aquela volúpia fiscalizadora parece não incomodar nosso chanceler. Talvez não seja à toa, já que todo jornalista brasileiro já ouviu alguma história referente à influência de Serra sobre as redações do país. Heródoto Barbeiro e Gabriel Priolli que o digam.
Quando ministros são acusados por corrupção, uma enorme pressão se levanta contra eles. No próprio governo Temer, três ministros foram forçados a pedir demissão após citações na Lava Jato. Editoriais do Globo, por exemplo, pressionaram Temer pela demissão de Fabiano Silveira e Romero Jucá. Mas, quando o nome é José Serra, ninguém ousa pedir sua cabeça. O ministro continua firme e forte no cargo, sem nenhuma pressão, sem ninguém cogitar sua queda.
Outro caso que evaporou do noticiário foi o da funcionária fantasma contratada para o seu gabinete no Senado, Margrit Dutra Schmidt. Ela passava de manhã para pressionar sua digital no ponto eletrônico e voltava ao fim do expediente apenas para registrar mais um dia não trabalhado – porém, muito bem remunerado pelos cofres públicos. Nenhum dos funcionários do gabinete a conheciam. Quem a conhecia muito bem é Álvaro Dias (PV). Quando ainda estava no PSDB, o tucano a exonerou do gabinete da Lucia Vania (PSDB) pelo mesmo motivo: ela não aparecia para trabalhar. Sabe onde ela não trabalhou também? No gabinete do Arthur Virgílio (PSDB).
É bonito de ver a solidariedade dos tucanos com essa trabalhadora, ainda mais eles, que são tarados por cortes de gastos públicos. Mas por que o PSDB a paparicava tanto? Não se sabe, já que esta é uma notícia natimorta, sem aprofundamento, uma notícia fantasma. Mas vamos dar uma escarafunchada nela.
Mesmo sabendo do seu passado fantasmagórico em gabinetes tucanos, Serra pediu para que Álvaro a nomeasse para o seu, porque “desejava que ela se dedicasse a um projeto na área de educação (…) Ainda é um projeto sigiloso. Lançarei em breve. Queria alguém que me ajudasse em questões não econômicas.
Conheço a Mag há muitos anos. Tenho relações pessoais e intelectuais”.
Questionado sobre onde Mag trabalhava nesse projeto educacional
ultrassecreto, o ex-senador não soube dizer se era em casa ou no Senado.
Quando lhe informaram que nenhum funcionário do gabinete a conhecia,
subitamente retomou a memória: “Ela trabalha de casa. Meu gabinete tem pouco espaço, não tem sala para todo mundo.”
Ou seja, Serra não sabia onde ela trabalhava, mas, no segundo seguinte,
lembrou que o gabinete era tão apertado que nem fantasma cabia. O
remendo só piorou a coisa, já que, pelo regimento interno do Senado, os
funcionários são proibidos de trabalhar em casa.
Seria um escândalo para atormentar qualquer político, ainda mais um senador da República. Mas Serra não é qualquer político e nunca mais foi incomodado com o assunto.
Só que Mag também não é uma funcionária qualquer. Ex-mulher do lobista Fernando Lemos e irmã de Miriam Dutra – a ex-amante de FHC –, Margrit não ficou famosa apenas por ganhar sem trabalhar em gabinetes do PSDB. Além de ser uma empolgadíssima militante anti-petista nas redes sociais, a amiga de Serra enviava dinheiro para a irmã, que havia se mudado estrategicamente para Europa após engravidar – ou não – do ex-presidente. Segundo Noblat, Miriam “recebia uma mesada em dólar paga por FHC e dinheiro que sua irmã e o marido lhe enviavam regularmente”.
A catalã Carme Polo, uma das melhores amigas de Miriam Dutra, disse ao DCM que Serra “era o contato de Miriam com Fernando Henrique Cardoso”. A relação era tão próxima, que o ministro das relações exteriores chegou a ir para Barcelona para acompanhar uma reforma no apartamento da irmã de Mag.
Aqui não estamos falando apenas da vida pessoal, mas da evidente promiscuidade entre a coisa pública e a privada – um costume político brasileiro sempre muito criticado por Serra. Mas podemos nos fazer de inocentes e acreditar que todos esses empregos fantasmas que Mag conseguiu no ninho tucano não tinham nada de mais. Assim como acreditamos que a cocaína presente no helicóptero da família de um outro senador não tinha dono.
Agora voltemos para as propinas da Odebrecht. Breno Costa, repórter do The Intercept Brasil, escreveu matéria intitulada “José Serra propôs lei que beneficia empreiteiras com redução de impostos e punições”. A Folha teria todas as condições de fazer essa relação e aprofundar o assunto. Mas não, o jornal que já publicou uma ficha policial falsa de Dilma na capa não foi capaz de levantar essa lebre. Parece que a cota de notícia ruim sobre o Serra na semana já havia sido preenchida no domingo, não é mesmo?
Irritado com a já famosa falta de memória de Serra, Paulo Preto fez uma afirmação – ou uma ameaça – que se tornaria clássica: “Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada. Não cometam esse erro”. Ainda sobre a falta de memória do ex-governador, declarou: “Não somos amigos, mas ele me conhece muito bem”.
Mesmo arranhada por tantos espinhos, a imagem de homem ilibado, competente, dotado de espírito público continua protegendo a figura de Serra. Nosso ministro é mesmo um fenômeno. Tanto que, ao ter seu nome ventilado para o ministério de Temer, Sardenberg chegou a elogiá-lo pelo – pasmem! –“rigor com as contas públicas”. A Mag que o diga!
Vamos aguardar o desenrolar dos fatos. Há muitos fantasmas no armário de Serra. Com as delações das empreiteiras prontas para sair do forno, será cada vez mais difícil manter a blindagem do nosso valoroso chanceler. Até agora, ninguém parece disposto a largá-lo ferido na estrada.
Quando acordei no domingo e vi a manchete “Serra recebeu R$23 milhões via caixa 2, diz Odebrecht” na capa da Folha, não acreditei. Li mais algumas vezes para me certificar. Denúncia contra o Serra na capa da Folha? Numa manchete com letras garrafais? Sim, não era uma miragem.
Passado o espanto, lembrei que notícias ruins sobre o Serra são como vídeos no Snapchat: duram 24 horas. Resolvi aguardar o desenrolar dos acontecimentos. Na segunda-feira, começo a desconfiar de que meu palpite estava correto: nada mais sobre Serra na Folha. Nenhum colunista indignado, nenhum aprofundamento sobre o assunto. Na terça, a mesma coisa. Na quarta, uma novidade: Elio Gaspari comenta o caso e a coluna ganha uma chamadinha de capa.
Mas não se emocione. O nome de Serra, o principal personagem do texto, não aparece nela. O que vemos é apenas um genérico “PSDB paulista”. Detalhe: essa chamada está presente somente na edição nacional. Na edição para o estado de São Paulo, onde o PSDB reina há 22 anos, ela simplesmente não existiu. Talvez essa notícia não seja do interesse do povo bandeirante em ano de eleição.
Há muito o que se comentar sobre as diferenças das capas, mas não comecemos com trololó. Certamente se trata apenas de uma opção editorial.
É inegável que não há nem sombra daquele ímpeto investigativo que vemos contra outros políticos. Aquela volúpia fiscalizadora parece não incomodar nosso chanceler. Talvez não seja à toa, já que todo jornalista brasileiro já ouviu alguma história referente à influência de Serra sobre as redações do país. Heródoto Barbeiro e Gabriel Priolli que o digam.
Quando ministros são acusados por corrupção, uma enorme pressão se levanta contra eles. No próprio governo Temer, três ministros foram forçados a pedir demissão após citações na Lava Jato. Editoriais do Globo, por exemplo, pressionaram Temer pela demissão de Fabiano Silveira e Romero Jucá. Mas, quando o nome é José Serra, ninguém ousa pedir sua cabeça. O ministro continua firme e forte no cargo, sem nenhuma pressão, sem ninguém cogitar sua queda.
Outro caso que evaporou do noticiário foi o da funcionária fantasma contratada para o seu gabinete no Senado, Margrit Dutra Schmidt. Ela passava de manhã para pressionar sua digital no ponto eletrônico e voltava ao fim do expediente apenas para registrar mais um dia não trabalhado – porém, muito bem remunerado pelos cofres públicos. Nenhum dos funcionários do gabinete a conheciam. Quem a conhecia muito bem é Álvaro Dias (PV). Quando ainda estava no PSDB, o tucano a exonerou do gabinete da Lucia Vania (PSDB) pelo mesmo motivo: ela não aparecia para trabalhar. Sabe onde ela não trabalhou também? No gabinete do Arthur Virgílio (PSDB).
É bonito de ver a solidariedade dos tucanos com essa trabalhadora, ainda mais eles, que são tarados por cortes de gastos públicos. Mas por que o PSDB a paparicava tanto? Não se sabe, já que esta é uma notícia natimorta, sem aprofundamento, uma notícia fantasma. Mas vamos dar uma escarafunchada nela.
Mesmo sabendo do seu passado fantasmagórico em gabinetes tucanos, Serra pediu para que Álvaro a nomeasse para o seu, porque “desejava que ela se dedicasse a um projeto na área de educação (…) Ainda é um projeto sigiloso. Lançarei em breve. Queria alguém que me ajudasse em questões não econômicas.
Conheço a Mag há muitos anos. Tenho relações pessoais e intelectuais”.
Seria um escândalo para atormentar qualquer político, ainda mais um senador da República. Mas Serra não é qualquer político e nunca mais foi incomodado com o assunto.
Só que Mag também não é uma funcionária qualquer. Ex-mulher do lobista Fernando Lemos e irmã de Miriam Dutra – a ex-amante de FHC –, Margrit não ficou famosa apenas por ganhar sem trabalhar em gabinetes do PSDB. Além de ser uma empolgadíssima militante anti-petista nas redes sociais, a amiga de Serra enviava dinheiro para a irmã, que havia se mudado estrategicamente para Europa após engravidar – ou não – do ex-presidente. Segundo Noblat, Miriam “recebia uma mesada em dólar paga por FHC e dinheiro que sua irmã e o marido lhe enviavam regularmente”.
A catalã Carme Polo, uma das melhores amigas de Miriam Dutra, disse ao DCM que Serra “era o contato de Miriam com Fernando Henrique Cardoso”. A relação era tão próxima, que o ministro das relações exteriores chegou a ir para Barcelona para acompanhar uma reforma no apartamento da irmã de Mag.
Aqui não estamos falando apenas da vida pessoal, mas da evidente promiscuidade entre a coisa pública e a privada – um costume político brasileiro sempre muito criticado por Serra. Mas podemos nos fazer de inocentes e acreditar que todos esses empregos fantasmas que Mag conseguiu no ninho tucano não tinham nada de mais. Assim como acreditamos que a cocaína presente no helicóptero da família de um outro senador não tinha dono.
Agora voltemos para as propinas da Odebrecht. Breno Costa, repórter do The Intercept Brasil, escreveu matéria intitulada “José Serra propôs lei que beneficia empreiteiras com redução de impostos e punições”. A Folha teria todas as condições de fazer essa relação e aprofundar o assunto. Mas não, o jornal que já publicou uma ficha policial falsa de Dilma na capa não foi capaz de levantar essa lebre. Parece que a cota de notícia ruim sobre o Serra na semana já havia sido preenchida no domingo, não é mesmo?
Mesmo arranhada por tantos espinhos, a imagem de homem ilibado, competente, dotado de espírito público continua protegendo a figura de Serra. Nosso ministro é mesmo um fenômeno.O novo escândalo pode trazer de volta uma figura relegada ao ostracismo: Paulo Preto, o ex-diretor da Dersa responsável pela contratação das empreiteiras que comandaram grande obras quando Serra era governador de São Paulo. O mesmo Paulo Preto cuja filha advogava para essas mesmas empreiteiras e emprestava dinheiro para Aloysio Nunes (PSDB). O mesmo Paulo Preto que Serra, ao ser questionado na campanha presidencial de 2010, afirmou não conhecer quando Dilma trouxe seu nome para um debate: “Eu não sei quem é o Paulo Preto. Nunca ouvi falar. Ele foi um factoide criado para que vocês fiquem perguntando”.
Irritado com a já famosa falta de memória de Serra, Paulo Preto fez uma afirmação – ou uma ameaça – que se tornaria clássica: “Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada. Não cometam esse erro”. Ainda sobre a falta de memória do ex-governador, declarou: “Não somos amigos, mas ele me conhece muito bem”.
Mesmo arranhada por tantos espinhos, a imagem de homem ilibado, competente, dotado de espírito público continua protegendo a figura de Serra. Nosso ministro é mesmo um fenômeno. Tanto que, ao ter seu nome ventilado para o ministério de Temer, Sardenberg chegou a elogiá-lo pelo – pasmem! –“rigor com as contas públicas”. A Mag que o diga!
Vamos aguardar o desenrolar dos fatos. Há muitos fantasmas no armário de Serra. Com as delações das empreiteiras prontas para sair do forno, será cada vez mais difícil manter a blindagem do nosso valoroso chanceler. Até agora, ninguém parece disposto a largá-lo ferido na estrada.
Temer confirma que pediu dinheiro no Jaburu e tenta se blindar no TSE

Pela primeira vez, o Brasil tem um presidente, ainda que provisório, que considera normal e reconhece ter pedido dinheiro a um empreiteiro no próprio palácio (no caso, o Jaburu); "Eu já confirmei que jantei com Marcelo Odebrecht, no Jaburu, em 2014. Como é natural, o partido me pressionava para obter recursos para os seus candidatos. A Odebrecht contribuiu? Claro que sim", disse o interino Michel Temer, em entrevista publicada nesta segunda-feira; em seu primeiro depoimento, Marcelo Odebrecht falou que os R$ 10 milhões saíram pelo caixa dois da empreiteira e R$ 4 milhões foram entregues em dinheiro vivo a Eliseu Padilha, atual ministro da Casa Civil e braço direito de Temer; na entrevista, o interino também defendeu a cisão da chapa Dilma-Temer no TSE – o que vem sendo negado pelos ministros da corte
247 – Michel Temer considera normal pedir dinheiro a um empreiteiro, fora do prazo de uma campanha eleitoral, em pleno Palácio do Jaburu.
Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo site Antagonista, ele confirma que pediu dinheiro a Marcelo Odebrecht no Palácio do Jaburu. O motivo: o partido o pressionava para obter recursos.
"Eu já confirmei que jantei com Marcelo Odebrecht, no Jaburu, em 2014. Como é natural, o partido me pressionava para obter recursos para os seus candidatos. A Odebrecht contribuiu? Claro que sim. Está tudo registrado. Foram mais de 10 milhões de reais, dentro da lei. Sei que muitos podem não acreditar, dado o momento terrível que vivemos, mas não tenho conhecimento sobre dinheiro dado em espécie ao partido. E, sinceramente, acho improvável que isso tenha ocorrido. A minha preocupação é institucional, não jurídica", disse ele.
Em seu primeiro depoimento visando a uma delação premiada, Marcelo Odebrecht afirmou que doou R$ 10 milhões em dinheiro vivo, a pedido de Temer. Disse ainda que tais recursos não foram contabilizados e saíram pelo caixa dois da empreiteira. Do bolo, R$ 4 milhões teriam sido entregues em dinheiro vivo a Eliseu Padilha, atual chefe da Casa Civil (saiba mais aqui).
Em sua entrevista, Temer também tentou se blindar em relação à ação, movida pelo PSDB, que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, alegando que as contas são separadas. No entanto, os ministros da corte eleitoral têm dito que será impossível condenar Dilma e preservar Temer. Eis o que disse o interino:
"Creio que o TSE vai separar o julgamento das minhas contas de campanha do das contas da presidente afastada. Foram duas campanhas com captações de recursos distintas, como manda a lei. Basta ir à Constituição para verificar que a figura do vice-presidente é apartada da do presidente, ele não é um apêndice. A tese de "arrastamento" viola o preceito constitucional segundo o qual nenhuma pena passará da pessoa do condenado. É como condenar por atropelamento alguém que estava sentado ao lado do motorista na hora do acidente".
terça-feira, 9 de agosto de 2016
Lava Jato tentou ocultar provas contra Serra, mas não conseguiu
Por razões mais do que óbvias a operação Lava Jato vem sendo vista por muita gente insuspeita de ser “petista” como um golpe político destinado única e exclusivamente a tirar o PT do poder. Afinal, as prisões sem julgamento destinadas a arrancar “delações” concentraram-se exclusivamente em pessoas ligadas ao partido ou aos governos Lula e Dilma.
O cerne da Lava Jato é – ou deveria ser – a relação de governos de todos os níveis e políticos e partidos de todas as tendências com grandes grupos econômicos, mas vinha se concentrado exclusivamente na relação de empreiteiras com a Petrobrás, o que limitava as investigações e denúncias a petistas e pessoas ou grupos ligados ao PT e aos governos Lula e Dilma.
Contudo, qualquer pessoa com uma réstia de honestidade intelectual reconhece que é preciso ser muito malandro para afirmar que só o PT ou os governos petistas podem ter mantido relações impróprias com empreiteiras e demais grupos econômicos. E que as doações eleitorais dessas empresas ao PT são sujas e ao PSDB ou a qualquer outro partido são limpas.
Nas eleições de 2014, as campanhas de Dilma e Aécio custaram, cada uma, cerca de 500 milhões de reais. As mesmas grandes empresas doaram fortunas às duas campanhas. Essas empresas têm interesses no governo federal, mas também nos governos estaduais e municipais. Ora, será que só mantinham relações impróprias com o governo federal?
É óbvio que, mesmo admitindo-se que Dilma ou os titulares dos governos estaduais do PSDB (entre outros) não soubessem que membros desses governos estavam fazendo negociatas com empreiteiras (por exemplo), ninguém acredita que só após o PT chegar ao poder houve corrupção no governo federal ou nas empresas que ele controla.
Porém, por incrível que pareça, você vai ler nos comentários deste post – ou em qualquer post anterior – pessoas dizendo que só existe corrupção no PT.
A Lava Jato, nos últimos dois anos e tanto, reforçou essa premissa maluca ao se concentrar exclusivamente nas relações de uma Odebrecht, por exemplo, com o governo federal e com o PT ou grupos ligados ao PT.
Com efeito, o PMDB só está na Lava Jato pela aliança que manteve com o PT na última década e pouco. O PSDB, por exemplo, cujas relações com a Odebrecht são muito mais antigas e profundas que as do PT, e que em Estados como São Paulo e Minas Gerais fez negócios para lá de “esquisitos” com TODAS as empreiteiras investigadas, vinha ficando de fora de qualquer incômodo pela Lava Jato.
E a postura do grande símbolo da operação, o juiz federal Sergio Moro, pouco ajuda a afastar as suspeitas de natureza político-partidária da Lava Jato. Na última segunda-feira (8), por exemplo, Moro chegou ao cúmulo de almoçar em público, em um restaurante, com um grupo de artistas e movimentos antipetistas que pregam a teoria de que só há corrupção no PT.
Contudo, se a operação pilotada por Sergio Moro tentou livrar a cara dos tucanos, a pressão sobre o herdeiro Marcelo Odebrecht, preso há mais de ano, resultou em mais do que o juiz do antipetismo poderia esperar.
As ligações do senador José Serra com a Lava Jato foram escancaradas no relatório divulgado em julho do ano passado sobre as mensagens capturadas no celular do então presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht.
O relatório da PF identificara as iniciais do vice-presidente Michel Temer, do governador de São Paulo Geraldo Alckmin, mas colocou uma tarja preta na identificação da sigla JS. Como o nome de Serra constava no relatório inicial da perícia, conclui-se que os filtros da Lava Jato haviam tentado blindar o
senador tucano.
A Lava Jato atribuiu as tarjas a preservação de nomes de políticos com foro privilegiado, mas não explicou por que o nome de Geraldo Alckmin apareceu e o de JS (José Serra) não.
Porém, o escândalo causado pela descoberta em 2015 de que a Serra estava envolvido com Marcelo Odebrecht tornou-se incontrolável. A passo de tartaruga, setores republicanos da PF e do Ministério Público chegaram a ameaçar pôr a boca no trombone se a Lava Jato abafasse as evidências e as provas contra tucanos e peemedebês ligados ao golpe contra Dilma.
Nos últimos dias, surgiram versões de que a divulgação pela Folha de São Paulo de que Serra sofrerá delação da Odebrecht se trataria de uma manobra destinada a construir uma aparência de isenção da Lava Jato na véspera da votação do impeachment de Dilma pelo Senado.
Vários leitores postaram comentários neste blog abordando essa teoria. Contudo, não faz sentido.
Em primeiro lugar, porque, à exceção da Folha, o resto da mídia abafou a notícia de que executivos da Odebrecht – e, especula-se, o próprio Marcelo – acusam Serra de receber 34 milhões de reais em propina (em valores atualizados). O Jornal Nacional e o resto da mídia esconderam a notícia. Só a Folha deu destaque.
Ora, que plano é esse para conferir aparência de isenção à Lava Jato se a mídia, que deveria fazer esse plano funcionar, ocultou a denúncia? Tudo bem que a Folha deu destaque, mas sem sair no Jornal Nacional essa denúncia não se espalha e seu suposto objetivo não se materializa.
Seja como for, o fato é que demorou mais de ano para as investigações sobre as anotações no celular de Marcelo Odebrecht chegarem a algum lugar. Contudo, estão chegando. E elas não atingem apenas José Serra. O próprio Michel Temer está exposto. Geraldo Alckmin, Aécio Neves, enfim, todos aqueles caras-de-pau que chegaram ao ponto de acusar petistas de corrupção.
Para que tudo isso não pare, porém, é preciso divulgar ao máximo que os tucanos e peemedebês pseudo moralistas foram flagrados com a boca na botija da corrupção. O aparecimento de envolvimento deles com corrupção é o que os está derrubando nas pesquisas. O povo já está sacando como são caras-de-pau
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