Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 14 de março de 2017

Anote aí: brasileiros exigirão nas ruas a volta de Lula


Anote aí: brasileiros exigirão nas ruas a volta de Lula
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Na última segunda-feira, o pré-candidato a presidente da República Jair Bolsonaro (PSC-RJ) entoou um discurso que virou moda entre os golpistas. Para ele, “o trabalhador vai ter de decidir: menos direitos e emprego ou todos os direitos e desemprego”.
Bolsonaro não explica como o Brasil conseguiu fazer o emprego com carteira assinada subir sem parar de 2003 a 2014 sem tirar um só direito e aumentando salários. Vão dizer que gerar empregos formais quebrou o Brasil, mas é papo furado.
As pessoas estão percebendo que a economia brasileira foi sabotada. Alguns vão demorar um pouco mais a perceber, mas outros já percebem ou perceberão em pouco tempo.
Em resumo: essa frase de Bolsonaro sobre o trabalhador vir a ter que escolher entre direitos e empregos resume o espírito de uma direita que decidiu apostar em presumida burrice do povo brasileiro.
Um bom exemplo disso é uma manifestação que grupos antipetistas reunidos com investimentos pesados de partidos políticos de direita pretendem fazer no próximo dia 26 de março.
Os grupos MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua, dois dos principais organizadores das manifestações que pediram o impeachment de Dilma Rousseff, são os autores de uma manifestação que, apesar de não dizer, tem como pauta principal as ditas “reformas” trabalhista e da Previdência Social.
A estratégia desses malandros é propor um pacote de burrice aos incautos que vêm se deixando engabelar desde meados do primeiro governo Dilma.
Em 2013, os picaretas do MBL e do Vem Pra Rua infiltraram a extrema-direita nos protestos do Movimento Passe Livre e, ao fim de junho daquele ano, tínhamos militantes do PSTU, do PSOL, da Rede, do MST, do DEM, do PSDB e do PMDB bradando contra os famigerados “20 centavos”.
Realmente são muito espertos. Na manifestação do próximo dia 26 eles vão mesclar as ultra impopulares reformas trabalhista e da Previdência com temas ainda populares como apoio à Operação Lava Jato, ao fim do “foro privilegiado” e do estatuto do desarmamento.
É uma aposta na burrice, na falta de neurônios, na idiotia, em um “boquirrotismo bolsonarento” que contamina dez entre dez idiotas de um país em que idiotas abundam. Porém, até burrice tem limite.
Pesquisa recente do Ibope mostrou que nada mais, nada menos do que 81% dos brasileiros são contra a reforma da Previdência que o governo Temer quer aprovar, ou seja, uma reforma que aumenta absurdamente a idade e o tempo de contribuição.
Contudo, acredite quem quiser, a matéria do jornal O Globo tem um título que afirma que 60% dos brasileiros aprovam UMA reforma da Previdência. Só que o título da matéria é uma ofensa ao leitor porque 60% aprovam que seja feita alguma reforma que melhore a Previdência, mas 81% desaprovam a reforma que Temer quer aprovar.
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Essa malandragem pode dar a impressão de que seus autores estão no controle da sociedade, que fazem dela o que quiserem, que todos vão engolir todas as trapaças desses seres desprezíveis que querem estimular milhões e se afundarem voluntariamente na pobreza. Mas é só impressão. Os brasileiros não são todos idiotas. Talvez ingênuos, mas não idiotas.
PMDB, PSDB, MBL, Vem Pra Rua, Bolsonaro, mídia corporativa, enfim, todos esses espertalhões entenderam mal o apoio que granjearam para derrubar Dilma Rousseff e desmoralizar o PT.
Quando a situação econômica do brasileiro começou a ficar esquisita, em 2014, os conservadores começaram a crescer entoando o discurso de que se o povo tirasse o PT do poder a economia iria melhorar rapidamente. Assim, muitos votaram na oposição e Aécio Neves chegou ao fim do segundo turno da eleição presidencial daquele ano quase empatado com Dilma.
A tese de que derrubar Dilma faria a economia entrar nos eixos continuou se fortalecendo em 2015 e 2016, até que ela fosse afastada, em maio do ano passado. A partir dali começou a contagem regressiva para os golpistas cumprirem o que prometeram.
Porém, uma vez no poder graças ao apoio dos incautos à derrubada do governo que preservaria direitos trabalhistas e previdenciários nas medidas contra a crise, Temer e os tucanos trataram de iniciar uma agenda da qual nem suspeitava a parcela da sociedade que condescendeu com o impeachment.
Ninguém apoiou a queda de Dilma e do PT para que quem tomasse o poder piorasse as vidas das pessoas com menos direitos trabalhistas, salários menores, jornadas de trabalho maiores aposentadoria praticamente impossível. O apoio da sociedade foi para que fosse feito o inverso.
O crescente apoio a Lula refletido por sucessivas pesquisas de opinião mostra que as pessoas estão caindo na real. Trabalhadores humildes que chegaram a xingar Dilma antes de ela ser derrubada já começam a dizer que “só Lula resolve”.
Isso está nas ruas. Cada vez mais gente está vendo e ouvindo e as pesquisas de opinião refletem nos números: se houvesse uma eleição presidencial hoje, o ex-presidente seria eleito até com certa folga.
A tendência, pois, é a de que até o ano que vem Lula continue se fortalecendo de maneira persistente e em ritmo crescente, haja o que houver nos processos contra si na Justiça.
E se tentarem impedi-lo de se candidatar não é a (só) a esquerda que vai sair à rua em favor de Lula, até porque boa parte dessa esquerda faz o jogo do PSDB, do PMDB, do DEM, da mídia, do empresariado, como se viu em 2013. Quem vai exigir que deixem Lula disputar a eleição presidencial do ano que vem será o povo.
Dirão que nem a esquerda foi em peso para as ruas defender o mandato de Dilma. E que as manifestações antipetistas foram muito maiores. E é verdade. Foi isso mesmo o que aconteceu.
Porém, agora as coisas mudaram. As manifestações de direita foram infladas por pessoas que estavam acreditando que bastaria tirar Dilma do governo para tudo se ajeitar.
Essas pessoas já perderam a ilusão, e muitas estão furiosas porque os planos de Temer e do PSDB de tirar direitos dos brasileiros e piorar as condições de trabalho e de aposentadoria não foram combinados com ninguém, são uma surpresinha golpista.
E como a incerteza até sobre se Temer irá continuar a governar vai manter a economia estagnada e o desemprego alto, a tendência é de que a vida das pessoas venha a piorar muito até o ano que vem.
E que ninguém se iluda com inflação menos ferina; é consequência da falta de demanda para os produtos, gerada pela falta de dinheiro no bolso.
Assim, se a direita entender que a única forma de tirar Lula do páreo será impedindo que dispute a eleição de 2018, condenando-o em segunda instância, além de enfrentar problemas internacionais (como o processo na ONU) enfrentará pressão interna.
A maioria não poder votar em Lula por ele estar sendo condenado em favor e por conta dos interesses dos seus adversários políticos poderá provocar manifestações gigantescas em sentido contrário ao do biênio 2015-2016.
Em resumo: a aposta da direita na burrice dos brasileiros é uma aposta errada, ela mesma uma burrice.
O brasileiro foi ingênuo? Foi, mas não foi burro. Quis tentar uma cartada para consertar as coisas, foi induzido a isso pela mídia que prometia que com Dilma fora tudo melhoraria como por mágica.
A maioria que ano que vem estará com a memória do governo Lula fresca na memória não vai aceitar que o impeçam de votar naquele que venha a achar que poderá tirar o país do buraco. Se tentarem impedi-lo de concorrer, o povo irá para a rua.
Quem tiver dúvida de que estou falando sério, assista ao depoimento de Lula. E tire suas conclusões.

15/03: trabalhadores nas ruas contra as reformas de Treme O C Af informa os locais e os pontos de concentração

15/03: trabalhadores nas ruas contra as reformas de Treme

O C Af informa os locais e os pontos de concentração
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Via Central Única dos Trabalhadores (CUT):
A CUT, os movimentos populares que formam as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e demais centrais sindicais irão às ruas nesta quarta-feira (15), Dia Nacional de Paralisação e Mobilização, contra as reformas Trabalhista e da Previdência.
Várias categorias vão parar por 24 horas ou durante duas a três horas, entre elas, professores, bancários das agências dos principais corredores e centros administrativos, metalúrgicos e químicos, petroleiros. Outras categorias, vão atrasar a entrada, realizar assembleias e participar de atos públicos em diversas cidades de todo o País.
“O que Temer quer fazer não é reformar a Previdência, é acabar com a aposentadoria”, diz o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.
Para Vagner, medidas como idade mínima de 65 anos para homens e mulheres do campo e da cidade, o aumento de 15 anos para 25 anos do tempo mínimo de contribuição para aposentadoria e 49 anos de contribuição ininterrupta para o recebimento do valor integral do benefício, restringe e dificultam tanto o acesso à aposentadoria que milhões de brasileiros não terão mais acesso ao benefício.
O governo ilegítimo e golpista de Temer quer também aprovar a terceirização ampla e irrestrita e acabar com a CLT. “A ideia”, diz o dirigente, “é acabar com as férias de 30 dias, aumentar a jornada, ampliar indefinidamente os contratos de trabalho temporário, além de acabar com o direito à aposentadoria pública no Brasil”.
“Eles não tocam no assunto do sucateamento da indústria e a não competitividade da moeda. Tudo que fazem é tirar direitos dos trabalhadores para diminuir o gasto público. Só que isso não é gasto, é direito e política social. Querem fazer um governo em que o pobre não esteja no orçamento do Estado”, critica.
As ações ocorrerão em diversos estados do país. Em São Paulo, o ato público ocorrerá na Av. Paulista, a partir das 16h, com a presença do ex-presidente Lula, do presidente nacional da CUT e diversas lideranças dos movimentos sindical e social.
Confira os locais das atividades programadas em todo o Brasil:
ACRE (Rio Branco)
8h – Ato público com concentração no Palácio Rio Branco
Paralisação dos vigilantes, correios, educação, saúde, polícia civil
ALAGOAS (Maceió)
10h – Praça dos Martírios
AMAPÁ (Macapá)
15h - Ato em frente à Companhia de Água e Esgoto do Amapá em protesto contra a privatização das empresas públicas, depois caminhada até o ato unificado, na Praça Veiga Cabral, no centro da capital
BAHIA (Salvador)
7h – Manifestação no Iguatemi
15h – Ato unificado com passeata no Campo Grande
BRASÍLIA
8h – Ato público Catedral – Esplanada dos Ministérios 
CEARÁ (Fortaleza)
8h - Passeata no centro da cidade com concentração na Praça da Bandeira 
ESPÍRITO SANTO (Vitória)
7h - concentração na Praça de Goiabeiras com caminhada até o Aeroporto
GOIÁS (Goiânia)
9h - concentração na Praça Deodoro com caminhada e ato em frente ao prédio da Previdência, no Parque Bom Menino.
MINAS GERAIS (Belo Horizonte)
10h – Ato na Praça da Estação
PARÁ (Belém)
9h - Ato público na Praça da República
Paralisação dos correios, bancários e acampamento no aeroporto de Belém
PARAÍBA (João Pessoa)
16h – Ato em frente ao escritório do Ministério da Previdência com passeata pelo centro
PARANÁ (Curitiba)
9h – Ato público na Praça Tiradentes 
Paralisação da educação, servidores federais e municipais de Curitiba
PERNAMBUCO (Recife)
9h - Ato político na praça Oswaldo Cruz
PIAUÍ (Teresina)
9h - Ato público em frente à Assembleia e audiência pública sobre a reforma da Previdência
RIO DE JANEIRO 
16h – Ato unificado na Candelária
RIO GRANDE DO NORTE (Natal)
14h – Ato público na Praça Gentil Ferreira
RIO GRANDE DO SUL (Porto Alegre)
18h – Esquina democrática, em Porto Alegre
RONDÔNIA (Porto Velho)
9h - Ato e passeata com concentração na Praça Estrada de Ferro Madeira Mamoré
Fechamento das principais agências do INSS
RORAIMA (Boa Vista)
8h - Ato público na Praça do Centro Cívico
SANTA CATARINA (Florianópolis)
16h – Ato público na Praça Miramar
SÃO PAULO
Capital:
16h - GRANDE ATO NA PAULISTA – MASP
Paralisações com caminhada até o ato unificado:
- Paralisação das agências bancárias na Av. Paulista 
- 14h - Assembleia Apeoesp, na Praça da República, com caminhada até o MASP
- 14h - Assembleia Simpeem, em frente à Prefeitura de São Paulo, com caminhada até o MASP
- Paralisação do quarteirão da Saúde, no Metrô Clínicas, com caminhada até o MASP
- Paralisação dos estudantes e professores de direito da Faculdade São Francisco com caminhada até o MASP
- Arrastão dos Blocos sairá da Praça Roosevelt até o MASP
Araraquara
Aula pública na Praça Central
Matão 
5h - Panfletagem Metalúrgicos
10h – Ato em frente ao INSS 
19h – Audiência Pública sobre a reforma da Previdência
Piracicaba
9h - Praça José Bonifácio em frente ao Poupa Tempo
Ribeirão Preto 
Ato Público em Frente ao Teatro Pedro II
São José do Rio Preto
17h - ato em frente ao Terminal Rodoviário
SERGIPE (Aracaju)
14h – Praça General Valadão
TOCANTINS
8h – Ato público com concentração na Rotatória do Colégio São Francisco
Em tempo: a propósito do dia de luta contra as reformas de Treme, o C Af reproduz comunicado enviado pela assessoria de imprensa do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro:
Os bancários do município do Rio de Janeiro vão realizar paralisação de 24 horas nesta quarta-feira, 15/3, contra a Reforma da Previdência.
A categoria aderiu ao movimento do Dia Nacional de Luta e vai cruzar os braços em protesto contra ataques aos direitos dos trabalhadores que o governo vem promovendo. O protesto dos bancários é em defesa ao direito à aposentadoria e também dos bancos públicos, que vêm sendo desmontados abrindo caminho para a privatização e o desemprego.
Adriana Nalesso, presidenta do Sindicato dos Bancários Rio, espera que o governo reveja o projeto da reforma da Previdência levando em consideração a realidade dos trabalhadores e cobre dos verdadeiros devedores a dívida com a Previdência. ”Essa conta não é dos trabalhadores e sim, dos empresários”, ressalta Adriana Nalesso.
Os bancários prometem também participar do ato público marcado para 16 horas na Candelária além de instalarem bancas no Largo da Carioca para informar a população sobre os impactos da Reforma da Previdência na vida do trabalhador.
Sindicato dos Bancários Rio
Em tempo2: em São Paulo (SP), metroviários e motoristas de ônibus também prometem parar, nesta quarta-feira (15), em protesto contra os ataques dos Golpistas.

A Folha se apaixonou por Gilmar Vamos bater panelas?


A Folha se apaixonou por Gilmar


Vamos bater panelas?
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O Ministro Gilmar Mendes tem sido agraciado com lisonjeiras menções nas páginas da Fel-lha: ver aquiaqui e aqui.
Ele faz por merecer.
O Ministro presidente do Tribunal (sic) Superior (sic) Eleitoral se encontrou com o "réu" MT no domingo, no Jaburu, e depois deu "uma passada" na reunião na casa do Botafogo para tratar da assim chamada "reforma política".
Essa fixação quase freudiana da Fel-lha com o Ministro Gilmar se manifestou, nessa terça-feira 14/III, no artigo afiado de Bernardo Mello Franco, na pág. 2 (que Bernardo não se perca com a vizinhança):
Emílio Odebrecht, dono da maior empreiteira do país, disse à Justiça que o caixa dois não nasceu ontem. "Sempre existiu. Desde a minha época, da época do meu pai e também de Marcelo", contou.

Como o patriarca Norberto fundou a empresa em 1944, isso significa que a prática tem ao menos sete décadas. Sobreviveu a quatro regimes políticos, sete trocas de moeda, múltiplos arranjos partidários.

Líder maior do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ecoou o PT no mensalão e afirmou que o caixa dois é diferente do "crime puro e simples de corrupção" (veja na TV Afiada os dois crimes perfeitos do FHC Brasif - PHA). O petista José Eduardo Cardozo (aqui chamado singelamente chamado de zé da Justiça - PHA), ministro (sic) de Dilma, disse nesta segunda (13) que a prática é "eticamente reprovável, mas não se confunde necessariamente com corrupção".

Era previsível que os políticos buscassem um discurso comum para se salvar. O inusitado é que integrantes da cúpula do Judiciário se associem a essa corrida pela sobrevivência.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, deu a senha. Ele disse à BBC Brasil que o caixa dois "tem que ser desmistificado" e que "vai ter que se fazer alguma coisa". Aos ouvidos mais assustados, deve ter soado como música.


"Trump demitiu um procurador federal de Nova York. Antes, teria ligado para ele pedir demissão. Não foi encontrado e pediram que retornasse a ligação. O Procurador não o fez, porque lá existem protocolos: um procurador federal não pode falar com o Presidente.

Mas aqui somos mais republicanos.

Gilmar Mendes, ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, no fim de semana que passou encontrou-se com Temer no Jaburu.

Temer já foi citado em delações que serão julgadas pelo STF e pelo TSE.
Mas ninguém se incomoda com isso: afinal, não saiu no Jornal Nacional.

Vamos bater panelas?"

- De Marcio Tenenbaum
PHA

PSDB será o mais afetado por delações da Odebrecht e da lista de Janot

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Não precisa ser muito inteligente, nem mesmo razoavelmente inteligente, para entender por que os partidos grandes mais prejudicados por denúncias envolvendo empreiteiras foram PT e PMDB apesar de expoentes do PSDB estarem tão envolvidos quanto; desde o início da Operação Lava Jato, em março de 2014, houve seletividade nas investigações.
E o PSDB, obviamente, não vinha sendo poupado por ter não corruptos, ainda que a intenção seja levar a sociedade a esse entendimento. A Lava Jato não quer é investigar tucanos.
Investigou até a Marinha, mas não esbarrou nas estripulias das Odebrecht, Camargo Correa et caterva nos Estados e Municípios, em escândalos que se tornaram questões federalizadas pelo envolvimento desses corruptores que atuaram em todos os níveis da administração pública.
Trocando em miúdos: a Odebrecht não pode ser sujinha nos negócios que fez com a Petrobrás e limpinha nos negócios que fez com o Metrô e o Rodoanel em São Paulo e com a Cidade Administrativa em Belo Horizonte / Minas Gerais.
E do que tratam as delações da Odebrecht e a segunda lista de denúncias ao STF que está para ser emitida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot? Tratam de casos escabrosos envolvendo o PSDB que ficaram ocultados até hoje por conta da seletividade da primeira instância da Lava Jato, decorrente da parcialidade da República de Curitiba contra o PT e a favor do PSDB, ou do “Cara” que tanto encanta a Lava Jato.
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Todavia, o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Júnior afirmou, em sua delação premiada à Lava Jato, que se reuniu com Aécio Neves para tratar de um esquema de fraude em licitação na obra da Cidade Administrativa para favorecer grandes empreiteiras. http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/02/1855094-aecio-definiu-coluio-em-licitacao-em-minas-afirma-delator-da-odebrecht.shtml
A reunião, segundo o delator, ocorreu quando o tucano governava Minas.
Benedicto Júnior, conhecido como BJ, disse aos procuradores que, após o acerto, Aécio orientou as construtoras a procurarem Oswaldo Borges da Costa Filho. De acordo com o depoimento, com Oswaldinho, como é conhecido, foi definido o percentual de propina que seria repassado pelas empresas no esquema.
Ainda de acordo com o delator, esses valores ficaram entre 2,5% e 3% sobre o total dos contratos.
Oswaldinho é um colaborador das campanhas de Aécio Neves. O ex-executivo da Odebrecht afirmou que o próprio Aécio decidiu quais empresas participariam da licitação para a obra.
Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, a Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, custou R$ 2,1 bilhões em valores da época. Foi inaugurada em 2010, último ano de Aécio como governador, sendo a obra mais cara do tucano no governo de Minas.
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Com Oswaldinho, que foi presidente da Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais), as empresas negociariam, ainda de acordo com Benedicto Júnior, como seriam feitos os pagamentos.
As informações fornecidas por BJ em sua delação premiada foram confirmadas e complementadas, segundo pessoas com acesso às investigações, pelos depoimentos do ex-diretor da Odebrecht em Minas Sergio Neves.
O mesmo Sergio Neves aparece nas investigações como responsável por operacionalizar os repasses a Oswaldinho e é ele quem detalha, na delação, os pagamentos a Aécio.
Líder do consórcio, que contou com Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão, a Odebrecht era responsável por 60% da obra e construiu um dos três prédios que integram a Cidade Administrativa, o Edifício Gerais.
Benedicto Júnior e Sérgio Neves estão entre os 77 funcionários da Odebrecht que assinaram acordo de colaboração com a Lava Jato. As delações foram homologadas pela presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Carmén Lúcia, e enviadas à Procuradoria-Geral da República, sob sigilo.
A qualquer momento, segundo vem sendo amplamente noticiado, Janot fará denúncia de cerca de 80 nomes ao STF por conta dessas delações.
Procuradores da Lava Jato exigiram dos advogados da Andrade Gutierrez, no fim de 2016, uma espécie de complementação das delações de seus executivos, que eles chamam de “recall”. Isso porque, segundo investigadores, funcionários da Andrade não detalharam o esquema de propina na Cidade Administrativa e em outras duas obras especificadas nas delações da Odebrecht: a construção do Rodoanel e do Metrô, em São Paulo.
Sim, é isso mesmo. Serão investigadas obras até aqui ininvestigáveis. Obras nas quais vicejam escândalos de bilhões de reais que o Ministério Público restringiu a funcionários do Metrô, da CPTM e do Rodoanel, sem denunciar um mísero político apesar das vultosas quantias envolvidas e de esses esquemas terem atravessado os vinte anos de governos tucanos em São Paulo.
Não é à toa que militantes tucanos na mídia, como Reinaldo Azevedo ou Merval Pereira, ou militantes tucanos no STF, como Gilmar Mendes, já estejam comentando que querem colocar “todos no mesmo saco”, como se corrupção tucana fosse aceitável e corrupção petista não.
Aliás, o sigilo inquebrantável das delações da Odebrecht, que boatos diziam que seria quebrado na última sexta-feira, só existe porque as delações da Odebrecht afetam primordialmente a tucanada. Ou alguém acredita que haveria sigilo tão sigiloso se as informações afetassem o PT?
É por isso que estão fazendo tanta cera para levantar o sigilo das delações da Odebrecht e para divulgar a lista de denunciados pelo procurador-geral da República ao STF com base nessas delações, porque o Ministério Público e o STF estão agindo politicamente por medo da reação não do PSDB, mas da mídia tucana se incomodarem tucanos blindados.