Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Jornal tucano não conta, José mente, e a verdade é: A pedido do PT,PF investiga

“dossiê” criado pelo PSDB para prejudicar campanha da Dilma
José Serra se acha esperto e pensa que nós somos um bando de idiota. Sem ter mais nada para fazer já a campanha foi para o buraco, o candidato tucano apareceu no jornal de assessoria do PSDB, dizendo que que violação de sigilo de tucanos mostra 'tática suja' e 'pura espionagem' do PT

Serra mente descaradamente. No dia 27 de junho, nós publicamos aqui no blog "A pedido do PT,PF investigará dossiê criado pelo PSDB para prejudicar campanha da Dilma"

O jornal do PSDB a Folha de São Paulo, PSDB e o candidato José Serra, acusam a campanha da candidata Dilma Rousseff (PT), de quebra do sigilo fiscal e bancário do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira.No entanto, nem Eduardo Jorge, nem PSDB,nem José Serra, acionaram a Polícia Federal para investigar o caso. Estanho não?. Se o PSDB tem tanta certeza de que a campanha da Dilma quebrou o sigilo do Eduardo Jorge, não seria natural pedir para a Polícia Federal investigar?

Pois bem. Diante das acusações, sem provas, que o candidato José Serra, tem feito na imprensa nos últimos dias, o PT ingressou com um pedido na PF para que fosse instaurado um inquérito para apurar "a veracidade" e a "autoria" do ato ilegal.

A Corregedoria-Geral da PF emitiu parecer pela abertura da investigação, a ser conduzida pela Superintendência Regional do órgão no Distrito Federal.Ou seja. A Polícia Federal decidiu abrir investigação sobre a quebra do sigilo fiscal e bancário do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira.

Em nota, a PF informou que assumia a competência do caso porque a "União, representada na figura da Receita Federal, tem interesse no esclarecimento dos fatos, para descobrir se esses dados teriam "vazado" do banco de dados do fisco".

Em Campo Grande, Dilma alerta os eleitores para as promessas infundadas ...

Campanha de Serra elimina Lula rasgando manchete da Folha

por Luiz Carlos Azenha

Muito já se falou sobre o artificialismo da campanha de José Serra na TV: da favela cenográfica, do locutor que tem a voz parecida com a do Lula, da voz da Elba Ramalho que não é da Elba Ramalho.

Dos dois professores por sala-de-aula, que ele promete levar de São Paulo para o Brasil, faltou dizer que, em São Paulo, eles não existem, como denunciou Conceição Lemes.

Muito já se falou, igualmente, das manchetes que parecem especialmente produzidas para aparecer na propaganda do PSDB.

No exemplo mais recente, para o qual um leitor me chamou a atenção, Folha, Estadão e O Globo abriram grandes manchetes para a pesquisa recém-divulgada do IBGE sobre os número do esgotamento sanitário no Brasil.

Objetivamente, a pesquisa disse, conforme escreveu Verena Fornetti, na página 7 do caderno Cotidiano 2 da Folha de S. Paulo, dia 21.08.2010:

O número de domicílios do país com acesso a rede de esgoto passou de 33,5% em 2000 para 45,7% em 2008.

Qual foi a manchete da reportagem?

Metade das casas ainda não tem esgoto

Acho que é mesmo um problema terrível e que deveria estar na manchete de todos os jornais do Brasil.

No Estadão, no mesmo dia 21.08.2010:

No País, 34,8 milhões de pessoas vivem sem coleta de esgoto

Na página 25:

Brasil tem 34,8 milhões de pessoas que vivem sem coleta de esgoto

No mesmo dia, em O Globo, primeira página:

Governo Lula não mudou a calamidade no saneamento

Na página 3:

Retrato de subdesenvolvimento

Na página 10:

Doze milhões de casas sem água

Ou seja, a campanha de Serra tinha várias opções para escolher ao tratar de saneamento. E escolheu a de O Globo, na propaganda de 24.08.2010:



Independentemente de discutir se as manchetes foram ou não produzidas para a campanha, é curioso que todas elas enfatizaram os dados ruins — que são, de fato, apavorantes. Por mim, este assunto seria manchete todos os dias.

Mas, qual o motivo da campanha de Serra ter escolhido a manchete de O Globo?

Talvez porque, no mesmo programa, outras três manchetes apareceram. Adivinhem de quem: Folha, Estadão e Veja.

A da Veja desta semana, que promove crise entre Dilma Rousseff e o presidente Lula:



As chances dessa crise decolar são tão grandes quanto as minhas na São Silvestre.

Outra manchete a campanha foi buscar num Estadão relativamente velho, 06.08.2010: Dirceu e Palocci já duelam por espaço em eventual governo.

Mas a que mais me chamou a atenção foi a da Folha de 23.08.2010: Dilma já discute ministério.

A argumentação da campanha de Serra é de que Dilma está de salto alto, já briga com Lula e já escala o ministério.

Porém, a manchete realmente publicada pela Folha, na página A6 do dia 23.08.2010, foi: Dilma já discute ministério com Lula.

O problema, para a campanha, é que não pegaria bem dizer que Dilma estava se desentendendo com Lula e, a seguir, dizer que a candidata discutia com ele o suposto futuro ministério.

O que a campanha fez, então? Simplesmente cortou a manchete:

Lula em Campo Grande - MS

Fukuyama diria: é o fim da história para a direita brasileira. Eu não!

publicada quarta-feira, 25/08/2010 às 08:06 e atualizada quarta-feira, 25/08/2010 às 13:35

Do blog O Recôncavo

Fukuyama diria: é o fim da história para a direita brasileira. Eu não!

Por Charles Carmo

No PT, a ordem é evitar o sapato alto. Os números provam que Serra já perdeu, é verdade. Entretanto, ainda não houve o escrutínio, por isso, Dilma ainda não ganhou. O sentimento de “favas contadas” virou o maior problema da campanha petista e está sendo priorizado pelo partido.

Serra teve um significante crescimento, mas na rejeição. Agora tem mais gente que diz que não vota no tucano de jeito nenhum, do que pessoas dispostas a lhe dar o voto.

Por menos que isso muito japonês celebrou o ritual do haraquiri.

A democracia brasileira precisa de uma oposição. Serra amarrou a que restou ao seu destino, com a corda do lacerdismo que ela mesmo teceu durante os oito anos de governo Lula.

Agora a oposição tenta salvar o que ainda resta.

E o que ainda resta nas hostes tucanas e democratas se dividirá entre os que irão para o colo do governo Dilma e os que terão que ressignificar o papel de uma oposição política neste novo momento histórico do país, para ter qualquer chance de sobrevivência.

Fukuyama diria que é o fim da história para a direita brasileira.

Eu não!

A direita sobreviverá enquanto existir o capitalismo.

O fato novo é que este país agora tem povo. E este povo resolveu sentar à mesa, ao invés de servi-la.

Tripudiar é preciso


Posted by eduguim on 25/08/10 • Categorized as Opinião do blog
Na edição de hoje do jornal Correio Brasiliense, o sociólogo e diretor do instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, tripudiou sobre a Folha de São Paulo. No último fim de semana, o instituto do jornal paulista chegou, com atraso flagrante, ao resultado que o Vox mostrou muito antes.

O tripúdio é um ato mesquinho, no mais das vezes. Uma atitude menor de quem precisa humilhar aquele que derrotou para a própria vitória ser completa, quando deveria lhe bastar. Contudo, como a vida não pára de nos ensinar, descobre-se que, em determinadas situações, até tripudiar é preciso.

Na situação em que o surgimento da verdade soterra uma mentira que se estendeu por meses a fio, há que martelar essa verdade mesmo depois que todos saibam dela, para que não seja esquecida.

Em 31 de março deste ano, o Vox Populi concluiria uma pesquisa que mostraria Dilma Rousseff em escala ascendente, tecnicamente empatada com José Serra (31% a 34%). Em 9 de abril, o instituto Sensus mostraria a mesma coisa (32,3% a 32,7%). Como o Datafolha, pouco depois, divulgaria pesquisa diametralmente diferente, que mostrava o tucano abrindo 12 pontos de vantagem sobre a petista ( ! ), começou um jogo sujo.

Em 6 de abril, a Folha de São Paulo, dona do Datafolha, atacou covardemente, em sua coluna “Painel”, o primeiro instituto de pesquisas concorrente que divergiu de seus resultados:

GPS 1. Segundo dados fornecidos à Justiça Eleitoral, a pesquisa Vox Populi de intenção de voto para a Presidência recém-divulgada pela Band repetiu o itinerário (incluindo ruas, casas e endereços dos entrevistados) da sondagem anterior do instituto, feita em janeiro. Em ambas, Dilma aparece em ascensão. Na mais recente está tecnicamente empatada com Serra.

GPS 2. De acordo com profissionais da área, voltar aos mesmos lugares para uma nova rodada de pesquisa é procedimento que ameaça “viciar” o resultado. Além disso, pode fazer com que partidos tentem influenciar no campo determinado. Institutos como o Datafolha optam por variar os municípios e/ou os endereços pesquisados.

*

Em 10 de abril, quatro dias depois da primeira reportagem, a Folha volta à carga com a mesma estratégia de desqualificação da concorrência do Datafolha, insinuando, em reportagem, que os institutos concorrentes haviam manipulado o questionário de suas pesquisas para favorecer Dilma:

Questionários de institutos geram polêmica

DA REDAÇÃO

A ordem das perguntas nos questionários de pesquisas e sua possível influência nos resultados vem gerando uma polêmica que envolve os institutos e é tema de discussões na internet. O Instituto Sensus é questionado por pedir que o entrevistado avalie o governo Lula antes de declarar em quem pretende votar para presidente.

Dada a alta aprovação de Lula, o entrevistado poderia se sentir compelido a declarar voto na candidata petista, dizem os críticos.

Ricardo Guedes, sócio e diretor do Sensus, afirma que o questionário seguiu “critérios acadêmicos”. “A metodologia que a gente usa é academicamente legítima, com suporte na literatura.”

Os institutos Datafolha e Ibope abrem a pesquisa perguntando em quem o eleitor pretende votar para presidente, para depois pedir que ele avalie o governo.

O diretor do Sensus diz que o Datafolha já incluiu perguntas antes de pedir que o entrevistado aponte o candidato. Ele citou uma pesquisa feita no Rio Grande do Sul, no final de março. Tratava-se de uma pergunta que questionava o interesse dos eleitores pela eleição de um modo geral, e não de uma avaliação de governo.

No caso do Vox Populi, antes de inquirir sobre a intenção do voto, o instituto apresentou no questionário de sua última pesquisa perguntas sobre o conhecimento prévio do eleitor quanto aos pré-candidatos.

Para João Francisco Meira, diretor-presidente do Vox Populi, perguntar sobre o conhecimento dos pré-candidatos antes que ele responda a intenção de voto “não faz diferença alguma no resultado final” da consulta.

“Eu quero saber qual o percentual dos eleitores que nunca ouviu falar de Marina Silva, de Dilma Rousseff, de José Serra ou de Ciro Gomes. Porque quem nunca ouviu falar de um candidato raramente vai declarar voto nele”, disse Meira.

*

Em 23 de abril, diante de denúncias como essas da Folha contra o Vox Populi e o Sensus e das contra-denúncias da imprensa alternativa contra o Datafolha e o Ibope, o Movimento dos Sem Mídia impetrou representação na Procuradoria Geral Eleitoral pedindo que TODAS as pesquisas fossem investigadas.

Pois não é que, em 26 de abril, a Folha volta a atacar os concorrentes em uma matéria absolutamente desonesta, que tentava revestir de fundamento científico uma farsa gritante? Abaixo, a matéria:

Institutos divergem sobre metodologia

Datafolha, Ibope, Sensus e Vox Populi explicam critérios para seus levantamentos sobre a intenção de voto do brasileiro

Pontos de discordância são a definição do universo pesquisado e a formulação e ordem das perguntas mostradas no levantamento

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

De 30 de março a 18 de abril, o pré-candidato a presidente pelo PSDB, José Serra, apareceu em quatro pesquisas de intenção de voto. Suas taxas variaram de 33% a 38%. No caso da ex-ministra Dilma Rousseff (PT), os percentuais foram de 28% a 32%. A diferença entre o tucano e a petista chegou a ser de um a dez pontos pontos percentuais nesse período.

Há várias razões para essa discrepância entre Datafolha, Ibope, Sensus e Vox Populi, os institutos mais conhecidos do país. Entre as mais visíveis estão duas. Primeiro, a data de coleta de dados não foi exatamente a mesma. Segundo, a metodologia usada é diferente entre as quatro empresas.

Há grande divergência entre os institutos a respeito de qual é a melhor forma de coletar dados sobre intenção de votos. A Folha fez uma lista de perguntas e enviou para as quatro empresas detalharem seus procedimentos. A íntegra das respostas pode ser acessada por meio de link no final deste texto.

Os pontos principais de discordância são a definição do universo pesquisado (como escolher o grupo socioeconômico mais representativo do eleitorado) e a formulação e ordem das perguntas apresentadas.

O Datafolha faz sua escolha de universo a ser pesquisado mesclando dados do TSE (número de eleitores existentes em cada cidade) e do IBGE (sexo e faixa etária). “Não usamos cotas para variáveis como escolaridade ou renda familiar mensal pois não há dados atualizados para os municípios brasileiros”, diz o diretor-geral do instituto, Mauro Paulino.

Para não ocorrer distorção, o Datafolha controla algumas variáveis (renda e escolaridade) conforme o histórico de sua ampla série pesquisas.

Já o Ibope usa um sistema “de cotas proporcionais em função das variáveis sexo, idade, grau de escolaridade e setor de dependência econômica”, diz Márcia Cavallari Nunes, diretora-executiva de Atendimento e Planejamento.

Para o diretor do Sensus, Ricardo Guedes, “os dados da divisão socioeconômica geográfica do IBGE representam adequadamente o país”. O Vox Populi, de acordo com seu diretor-presidente, João Francisco Meira, “usa os dados censitários do IBGE”.

Ordem das perguntas

Apenas um dos institutos abordados nesta reportagem, o Datafolha, começa suas pesquisas sobre eleição presidencial sem “esquentar” o entrevistado. Trata-se do jargão usado no meio para designar as perguntas que oferecem algum tipo de estímulo antes de indagar sobre intenção de voto.

“A ordem das perguntas pode influenciar as respostas dos entrevistados. Dependendo dos assuntos colocados antes da pergunta central da pesquisa, seja ela sobre a aprovação do governo ou confiança no político, a resposta pode ser afetada”, diz Mauro Paulino.

Quando faz levantamentos regionais e o contratante pede uma pergunta “quebra-gelo” (outro sinônimo para “esquentar”), o Datafolha escolhe temas que não suscitem um juízo de valor sobre os candidatos.

Numa pesquisa sobre intenção de voto realizada no final de março no Rio Grande do Sul, por exemplo, o Datafolha perguntou qual era o interesse dos entrevistados pelo processo eleitoral. Só depois indagou sobre a intenção de voto. O Ibope há vários anos faz algumas perguntas de “quebra-gelo”. No último levantamento sobre voto para presidente, concluído no dia 18, indagou sobre o interesse do entrevistado pelo processo eleitoral e sobre a satisfação em relação “à vida que vem levando hoje”.

“É um tema polêmico”, diz Márcia Cavallari, do Ibope. “A única forma de comprovarmos se a ordem do questionário faz diferença seria realizarmos duas pesquisas com a mesma metodologia amostral e mesmo período de tempo, apenas com questionários diferentes”.

Para Ricardo Guedes, do Sensus, “é lícito ter perguntas que repliquem o processo natural de escolha do eleitor”. Pelo seu argumento, na hora do voto, as pessoas fazem algum tipo de reflexão sobre o desempenho do governo. Na pesquisa, portanto, seria natural buscar um comportamento semelhante.

O Sensus foi o único dos quatro institutos cuja pesquisa apontou empate técnico entre José Serra, com 33%, e Dilma Rousseff, com 32%. É também o instituto que faz mais extensivamente perguntas para “esquentar” o entrevistado.

No questionário do Sensus, antes de apurar a intenção de voto, o entrevistado é questionado sobre como avalia “o governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva”. Em seguida, outra pergunta: “Por quê?”. Só depois de o entrevistado refletir sobre esse assunto é que vêm as perguntas sobre sua intenção de voto.

João Francisco Meira, do Vox Populi, acha que um instituto pode “desejar reproduzir determinada situação que vai influir na hora do voto”. Para ele, “o questionário é relevante, mas não existe um jeito mais ou menos correto”, afirma.

O Vox Populi faz primeiro a pergunta de intenção de voto com resposta espontânea (sem mostrar os nomes dos pré-candidatos). Mas antes de começar as perguntas com estimulação de resposta (mostrando os nomes de quem vai concorrer), apresenta duas indagações.

A primeira tenta aferir se o entrevistado conhece cada candidato. Em seguida, pergunta sobre cargos ocupados pelos principais políticos na disputa presidencial. O eleitor, portanto, é instado a refletir sobre quem são os candidatos antes de declarar o seu voto.

Há um outro aspecto metodológico a ser considerado: a consistência dos formulários ao longo da série de pesquisas de cada instituto.

No caso do Datafolha, o formulário se mantém inalterado ao longo de todo o processo eleitoral. O instituto também não faz pesquisas para partidos ou para políticos.

Todos as outras empresas de pesquisa aceitam serviços de partidos ou de políticos. E há também pesquisas comparadas como se fossem da mesma série, mas cujos formulários de coleta de dados são diferentes.

No caso das duas pesquisas Sensus deste ano, há diferença nas perguntas formuladas. Em janeiro, o instituto fez o seu tradicional levantamento para a CNT (Confederação Nacional do Transporte) no qual começa a coleta de dados com mais de dez perguntas sobre a situação do país, incluindo as áreas de saúde, emprego, educação, segurança pública e renda. Pergunta sobre a avaliação do governo Lula e só depois passa para o bloco de intenção de voto.

Já em abril, o Sensus fez nova pesquisa – desta vez para um sindicato de São Paulo. As perguntas prévias foram apenas sobre preferência partidária e avaliação do governo Lula, mas com uma novidade: pedia ao entrevistado que elaborasse uma resposta sobre a razão de aprovar ou desaprovar a administração do petista. É nesse levantamento que Serra e Dilma surgiram empatados.

*

O resto da história, todos conhecem. Com cerca de 2.300 comentários neste blog em apoio à representação do MSM, os quais foram juntados à peça, a Procuradoria Geral Eleitoral acolheu o pedido da ONG e dos leitores do Cidadania e determinou abertura de inquérito na Polícia Federal contra os quatro institutos de pesquisa. Na pesquisa seguinte do Datafolha, feita duas semanas depois, a vantagem de Serra caiu de 12 pontos para… Zero!

É preciso tripudiar sobre o desmascaramento da Folha, sim. Marcos Coimbra fez muito bem. Pena que poucos estejam fazendo a mesma coisa. Quanto mais se divulgar os fatos que relato acima, mais se evitará que coisa igual se repita.

Não importa se você gosta ou não do Eduardo Guimarães ou do MSM. Se quer um país melhor, com uma política mais limpa, com eleições sem golpes baixos, esqueça o pessoal e pense no coletivo. Conte esta história a tantos quantos puder. Em nome da verdade, tripudie.

Americanos cogitaram ‘tomar a Amazônia’ no século XIX, revela livro


23/08/2010konner7Deixar um comentárioIr para os comentários
Chefe do Observatório Naval queria expandir ‘plantations’ em área brasileira.
Revelação está em livro de Gerald Horne, que falou ao G1 sobre o caso.
Daniel Buarque

Pesquisadores norte-americanos costumam chamar de paranoia a preocupação que os brasileiros têm com a ideia de intervenção dos Estados Unidos na Amazônia. Por mais que atualmente não haja nenhum indício real deste tipo de interesse na região da floresta tropical no Brasil, a história revela pelo menos um momento, no século XIX, em que políticos dos EUA discutiram a ideia de ocupar o território no norte do Brasil.

Foi em 1850, quando o chefe do Observatório Naval dos Estados Unidos, Matthew Fontaine Maury, sugeriu que seu país evitasse a Guerra Civil e continuasse expandindo sua produção de algodão com mão de obra escrava levando toda a estrutura, incluindo os escravos africanos, para a região da Amazônia brasileira. A revelação é parte do livro “O sul mais distante” (Cia. Das Letras), escrito pelo pesquisador de escravidão nas Américas Gerald Horne, professor da Universidade de Houston, no Texas. Segundo ele, Maury era interessado em deportar escravos norte-americanos para desenvolver a região com um plano de “tomar a Amazônia do Brasil”.

Em entrevista ao G1, Horne explicou que este plano de “invadir a Amazônia” surgiu no contexto da consolidação dos Estados Unidos como uma potência violenta, que fazia da conquista territorial seu destino manifesto, então “não é uma surpresa” que cobiçassem também a Amazônia. O projeto de incorporar a floresta, disse, ganhou força especialmente no Estado da Virgínia, que era o centro do poder político dos Estados Unidos na época e onde Maury continua a ser visto como um herói até hoje.

Ele comentou que, por mais que o país continue se envolvendo em guerras pelo mundo, a situação mudou e nenhuma ação do tipo é sequer cogitada pelos americanos. “Hoje, não é necessário nem dizer, não há possibilidade desse tipo de intervenção. Especialmente por conta da ascensão do Brasil, que está desafiando a liderança americana na América Latina. O Brasil é mais forte, o mundo mudou”, disse Horne ao G1.

Separação e anexação
Maury costuma ser citado como tendo sugerido que os políticos americanos deveriam forçar o Brasil a permitir a livre navegação de barcos americanos na Amazônia porque o Rio Amazonas era “uma extensão” do rio Mississippi.

Em “O sul mais distante”, livro de 2007 que acaba de ser publicado no Brasil, Horne explica que as relações entre Brasil e Estados Unidos americana foram muito intensas por conta da escravidão nos dois países. A proximidade diminuiu com a Guerra Civil, iniciada uma década depois do plano de Maury de transferir as plantações para a Amazônia.

Segundo Horne, os escravistas mais radicais do sul norte-americano defendiam fortemente a separação do país e “colocavam o Brasil próximo ao centro do seu sonho de um império transcontinental de escravidão, particularmente nos anos 1850, quando parecia que a escravidão encontrava um bloqueio em sua expansão para o Oeste”. Para eles, o futuro estava em um império “unido com o Brasil”.

Maury via a Amazônia como “válvula de segurança da União” e planejava deportar os escravos africanos dos Estados Unidos junto com seus proprietários para a região ainda não desenvolvida. “É mais fácil e mais rápido’, argumentou Maury, ‘para navios da Amazônia fazerem a viagem a Nova York de que ao Rio’”.

Segundo Horne, a proposta de Maury foi vista como provocativa e discutida no Brasil, o que fez com que o então secretário de Estado dos Estados Unidos, William Marcy, respondesse de forma superficial garantindo ao Brasil que não precisava levar a sério os argumentos de Maury. O pesquisador da Universidade de Houston, entretanto, diz que Maury gerou um forte interesse norte-americano em dominar a região amazônica, fazendo com que milhares de norte-americanos viajassem o Brasil investigando o país e analisando a possibilidade de se apropriar do território da floresta.

Em outras ocasiões no final dos anos 1850 e mesmo durante a Guerra Civil, em 1862, um comitê da Câmara de Deputados dos Estados Unidos chegou a considerar a possibilidade de deportar os negros para a Amazônia, o que foi ponderado pelo governo brasileiro e negado por a lei brasileira “não admitir negros livres em seu território”. O Brasil, diz Horne, teve um papel importante na mente de líderes do sul escravista dos Estados Unidos, que foi apoiado pelo governo brasileiro, servindo até mesmo como refúgio quando a Guerra Civil terminou com vitória do Norte do país.

Pesquisas polêmicas



Como explicar que Dilma tivesse crescido 18 pontos em 27 dias, saindo de uma desvantagem para Serra de um ponto, em 23 de julho, para 17 pontos de frente, em 20 de agosto? Que ganhasse 24 milhões de eleitores no período, à taxa de quase um milhão ao dia? Que crescesse nove pontos em uma semana, entre 12 e 20 de agosto, apenas nela conquistando 12,5 milhões de novos eleitores? O artigo é de Marcos Coimbra.
Marcos Coimbra - Correio Braziliense
Boas pesquisas são um insumo para a definição de linhas de comunicação que aumentam a percepção dos pontos fortes de uma candidatura e que explicam suas deficiências. As incertas podem fazer que um bom candidato se torne um perdedor.

Pesquisas nas quais não se pode confiar são um problema. Elas atrapalham o raciocínio. É melhor não ter pesquisa nenhuma que tê-las.

Ao contrário de elucidar e ajudar a tomada de decisões, confundem. Quem se baseia nelas, embora ache que faz a coisa certa, costuma meter os pés pelas mãos.

Isso acontece em todas as áreas em que são usadas. Nos estudos de mercado, dá para imaginar o prejuízo que causam? Se uma empresa se baseia em uma pesquisa discutível na hora de fazer um investimento, o custo em que incorre?

Na aplicação das pesquisas na política, temos o mesmo. Ainda mais nas eleições, onde o tempo corre depressa. Não dá para reparar os erros a que elas conduzem.

Pense-se o que seria a formulação de uma estratégia de campanha baseada em pesquisas de qualidade duvidosa. Por mais competente que fosse o candidato, por melhores que fossem suas propostas, uma candidatura mal posicionada não iria a lugar nenhum. Com a comunicação é igual. Boas pesquisas são um insumo para a definição de linhas de comunicação que aumentam a percepção dos pontos fortes de uma candidatura e que explicam suas deficiências. As incertas podem fazer que um bom candidato se torne um perdedor.

E na imprensa? Nela, talvez mais que em qualquer outra área, essas pesquisas são danosas. Ao endossá-las, os veículos ficam em posição delicada.

Neste fim de semana, a Folha de São Paulo divulgou a pesquisa mais recente do Datafolha. Os problemas começaram na manchete, que se utilizava de uma expressão que os bons jornais aposentaram faz tempo: “Dilma dispara…”. “Dispara..”, “afunda…” são exemplos do que não se deve dizer na publicação de pesquisas. São expressões antigas, sensacionalistas.

Compreende-se, no entanto, a dificuldade do responsável pela primeira página. O que dizer de um resultado como aquele, senão que mostraria uma “disparada”? Como explicar que Dilma tivesse crescido 18 pontos em 27 dias, saindo de uma desvantagem para Serra de um ponto, em 23 de julho, para 17 pontos de frente, em 20 de agosto? Que ganhasse 24 milhões de eleitores no período, à taxa de quase um milhão ao dia? Que crescesse nove pontos em uma semana, entre 12 e 20 de agosto, apenas nela conquistando 12,5 milhões de novos eleitores?

O jornal explicou a “disparada” com uma hipótese fantasiosa: Dilma cresceu esses nove pontos pelo “efeito televisão”. Três dias de propaganda eleitoral (nos quais a campanha Dilma teve dois programas e cinco inserções de 30 segundos em horário nobre), nunca teriam esse impacto, por tudo que conhecemos da história política brasileira. Aliás, a própria pesquisa mostrou que Dilma tem mais potencial de crescimento entre quem não vê a propaganda eleitoral. Ou seja: a explicação fornecida pelo jornal não explica a “disparada” e ele não sabe a que atribuí-la. Usou a palavra preparando uma saída honrosa para o instituto, absolvendo-o com ela: foi tudo uma “disparada”.

É impossível explicar a “disparada” pela simples razão que ela não aconteceu. Dilma só deu saltos espetaculares para quem não tinha conseguido perceber que sua candidatura já havia crescido. Ela já estava bem na frente antes de começar a televisão.

Mas as pesquisas problemáticas não são danosas apenas por que ensejam explicações inverossímeis. O pior é que elas podem ajudar a cristalizar preconceitos e estereótipos sobre o país que somos e o eleitorado que temos.

Ao afirmar que houve uma “disparada”, a pesquisa sugere uma volubilidade dos eleitores que só existe para quem acha que 12,5 milhões de pessoas decidiram votar em Dilma de supetão, ao vê-la alguns minutos na televisão. Que não acredita que elas chegaram a essa opção depois de um raciocínio adulto, do qual se pode discordar, mas que se deve respeitar. Que supõe que elas não sabiam o que fazer até aqueles dias e foram tocadas por uma varinha de condão.

Pesquisas controversas são inconvenientes até por isso: ao procurar legitimá-las, a emenda fica pior que o soneto. Mais fácil é admitir que fossem apenas ruins.

A RECONCILIAÇÃO DOS AFOGADOS





Serra tem 40,7%, de rejeição; Yeda Crusius, 42%. Vão dar ‘uma colada nas campanhas’.

"Estamos conversando com Yeda para dar uma colada nas duas campanhas" ,disse Guerra [Sergio Guerra,coordenador político de Serra]. Até agora a relação entre a governadora e Serra tem sido distante e os dois participaram juntos apenas de uma atividade pública [...] Foi na segunda-feira, dia 16, mas na ocasião ele não economizou elogios ao candidato do PMDB ao governo gaúcho, José Fogaça; só fez o mesmo em relação a Yeda --a quem pouco antes havia citado como "Yeda Cruzes"-- depois de ser lembrado pela plateia. O episódio ofuscou o evento no parque Harmonia, em Porto Alegre, e criou um profundo mal-estar entre os tucanos gaúchos. [...] Guerra disse ontem que o fato não foi "relevante". "O candidato está com a cabeça muito cansada; às vezes ele esquece até o meu nome", justificou. Segundo ele, a governadora lhe disse que fará "referência" a Serra nos próximos programas ...'
(Carta Maior, com informações Valor; 25-08)

Mau caratismo de Miriam



Nos últimos 10 anos, a Venezuela foi um dos países que mais cresceu na América Latina. A queda deste ano foi provocada pela crise financeira mundial e pela subsequente queda nos preços do petróleo. A Rússia chegou a sofrer queda superior a 10%. O recuo de 2,6% da economia venezuelana, projetado para 2010, é até leve se confrontado ao crescimento acumulado do país desde o fim das greves políticas da PDVEZA e do golpe de Estado de 2002. Miriam Leitão age como uma criança birrenta ao manipular dados de maneira tão grotescamente ideológica. Para ela, Chávez é feio, mau e bobo e nada pode dar certo na Venezuela.

# Escrito por Miguel do Rosário # Quarta-feira, Agosto 25, 2010

O prejuízo infindo da venda da Vale


Clique para ampliar e ver como fica o lucro da Vale
Acabo de ler na Folha.com que pela primeira vez a Vale ultrapassou a Petrobras como a maior empresa exportadora brasileira, nos primeiros sete meses do ano, graças à alta do preço dos minérios.
Essa notícia nos revela uma vez mais o imenso potencial da Vale, quando se completam 13 anos da venda da Companhia Vale do Rio Doce por Fernando Henrique Cardoso a preço de banana.
A maior mineradora do país, orgulho nacional e símbolo da Era Vargas que Fernando Henrique tanto se empenhou em destruir, foi vendida por meros US$ 3,3 bilhões, o que ela fatura atualmente em apenas um trimestre. Só no segundo trimestre desse ano, o lucro líquido da Vale foi de US$ 3,75 bilhões.
Antes que algum privatista de plantão alegue que o faturamento da Vale atualmente se deve a alguma eficiência de gestão, é bom ressaltar que a empresa já era grande quando estava em mãos do Estado e que seu crescimento nos últimos anos se apoiou essencialmente no aumento da demanda por minérios, sobretudo da China e sua gigantesca expansão.
Assim como a Petrobras é uma das maiores empresas de petróleo do mundo e atua de acordo com os interesses do povo brasileiro e não de seus acionistas privados, a Vale seria de importância estratégica para o governo na sua política industrial e social.
De minha parte, lutarei sempre contra este crime de lesa-pátria, e como parlamentar insistirei numa CPI para investigar a privatização da Vale. O gráfico que reproduzo acima foi feito em 2007, quando a privatização criminosa completou 10 anos. Acredito que agora, com mais informação, o percentual do brasileiros favoráveis à retomada da companhia seja ainda mais elevado.
É sempre importante lembrar que a privataria generalizada das empresas públicas brasileiras não foi obra apenas de Fernando Henrique Cardoso, mas de todo o seu governo, e de um integrante em particular, que, entre outras mentiras, tenta se passar às vezes como estatista, mas foi o maior incentivador da venda da Vale, nas palavras do próprio presidente-vendedor
Seu nome é José Serra.

http://www.tijolaco.com/?p=2396

Mude a correlação de forças no Congresso!

"Nestas eleições, há vários candidatos presidenciais de esquerda.
Eles não conseguiriam governar com um Congresso com a mesma composição de hoje, ultraconservador.
É preciso mudar essa correlação de forças"

Luiz Aparecido*

O Congresso brasileiro pode ser considerado um dos mais conservadores do mundo. Pelas ultimas estatisticas, nota-se que corporações empresariais(o presidente da Confederação Nacional da Industria-CNI, por exemplo, é deputado federal por Pernambuco), os donos o agronegócio, os latifundiários, os grandes comerciantes, enfim os conservadores e donos do poder econômico, dominam mais de 70% das duas casas congressuais, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.

Há ainda a bancada evangélica, a bancada católica e outras representações do que há de mais atrasado e retrógrado no Brasil. Assim, nenhum governo consegue atuar de acordo com os interesses dos excluídos, dos pobres, dos despossuídos. È só observar como o governo Lula, o mais progressista que o Brasil teve até agora, passa por todo tipo de negociação e chantagem para conseguir aprovar qualquer projeto, que atinja mesmo de raspão os interesses dos poderosos. As leis têm que passar pelo Congresso, algumas de maior complexidade têm quorum mais alto. Quando se precisa mexer na Constituição, são necessários três quintos do voto dos parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado, em dois turnos.

Chantagem parlamentar


Nestas eleições, há vários candidatos presidenciais progressistas e de esquerda, começando com quem tem a maior chance, que é a Dilma Roussef, representando uma coligação que une o PT, o PCdoB, o PSB, o PDT, o PMN e o PMDB, mas também Plinio de Arruda Sampaio do Psol, o Ivan Pinheiro do PCB, o Zé Maria do PSTU. De nada adianta eleger qualquer um deles, o Plinio, o Ivan e o Zé Maria, por exemplo. Eles não conseguiriam governar com um Congresso com a mesma composição de hoje, ultraconservador. É preciso mudar a correlação de forças no Congresso. Em vez de um Congresso conservador, uma Câmara e um Senado progressistas, honestos e comprometidos com mudanças em favor do sofrido povo brasileiro.

Dilma Roussef, ganhando as eleições, conseguirá governar graças ao PMDB, que fora alguns poucos homens de esquerda, na sua maioria é de centro direita. Ou seja, se o PMDB repetir seu desempenho das ultimas eleições, vai manter a presidente Dilma em permanente acuo e submetendo-se a chantagem de uma maioria parlamentar, que se formará a qualquer momento entre os parlamentares de centro-direita do PMDB, com os elementos do DEM, do PP, do PSDB e outros conservadores.

Formar bancada de esquerda


Tão importante como votar na Dilma, no Plinio, ou no Ivan, é necessário votar num deputado federal ou senador de esquerda, Mas de esquerda mesmo, que não mude de lado após se eleger, como tem sido prática nas ultimas eleições, onde vemos partidos elegerem 15 deputados e depois conseguirem a adesão de mais 20 ou 30, formando bancada que se torna imprescindível na mesa de negociação politica.

Se conseguirmos eleger a Dilma e uma maioria de deputados e senadores de esquerda, podemos começar a pensar seriamente em mudar o Brasil. Romper as amarras do passado e construir um clima que permita a ruptura do sistema politico e até das estruturas sociais, abrindo caminho para o tão sonhado socialismo. Com democracia e pluralismo.

Nos Estados também


O mesmo caso vale para as eleições estaduais. Todos viram o que aconteceu em Brasília, onde um governador corrupto comprou a maioria absoluta da Câmara Distrital e só foi apeado do poder por determinação da Justiça, que teve que prendê-lo, primeiro caso ocorrido no Brasil. Mas foi o voto dos brasilienses que elegeram José Roberto Arruda, do DEM, na época, e os deputados distritais que o apoiaram até o fim. E eles, os deputados estão lá, inclusive concorrendo agora à reeleição. Esse horror pode voltar a ocorrer de novo.

É só votar no Joaquim Roriz novamente e numa bancada de deputados distritais que representam apenas interesses corporativos e do poder econômico, que domina a capital do país.

Do Rio Grande do Sul a Roraima, os casos de governos incompetentes e desonestos e que governam com apoio de deputados comprados com cargos públicos ou dinheiro fruto da corrupção, estão á vista de todos. Por isso, o eleitor, além de escolher um candidato a governante competente, correto, com uma história de vida em defesa dos interesses do povo e não de corporações e classes dominantes, deve fazer outro favor a si mesmo e ao Brasil! É votar em deputados federais, estaduais e senadores que estejam comprometidos com um país melhor, os interesses do povo, com reformas profundas no sistema politico e social.

*Jornalista e cientista social

Isso é Serra e Alckmin: moradora tem seu lar improvisado em favela, incendiado pela 3ª vez em 1 ano




Um incêndio tomou conta da favela da Rocinha em São Paulo, no Parque do Jabaquara, na manhã desta quarta-feira.

Pelo menos 70 barracos e cerca de 300 pessoas foram atingidas, segundo Ailton Araújo Brandão, subprefeito de Santo Amaro.

A moradora Tatiana Regina da Silva, assistia seu barraco em chamas, e contava que perde sua moradia pela terceira vez ao longo de um ano.

Tatiana morava com seus dois filhos e marido há sete anos no mesmo local. Segundo ela, "só deu para salvar as coisas mais importantes como documentos, cobertor e algumas roupas".

Ela morava ali do outro lado da favela, quando o fogo destruiu tudo pela primeira vez.

Nada da turma de Serra, Alckmin e Kassab darem um jeito de reconstruir a área destruída com algum programa de habitação popular.

Então, ela veio para esse barraco. Há oito meses pegou fogo na metade dele. Salvou o que deu, mas teve que continuar morando nele com o que sobrou e refazendo as paredes de madeira que queimaram, porque nada da turma de Serra, Alckmin e Kassab fazerem moradias populares.

Agora perdeu o barraco inteiro de novo, vítima do 3º incêndio.

Os moradores estavam reivindicando uma política de habitação para a favela que existe a mais de 50 anos.

A favela fica próxima ao aeroporto de Congonhas. Serra e Alckmin fazem campanha eleitoral, dizendo sua opção preferencial para melhorar o conforto nos Aeroportos. Ok que os aeroportos que precisam de reforma e expansão sejam atendidos, mas seria bom que São Paulo tivesse um governo que também desse atenção para viabilizar moradias populares no lugar das favelas abandonadas à própria sorte. (com informações do portal Terra)

Terras para estrangeiros. A diferença entre Lula e os demotucanos



Saiu no Blog do Celso Jardim:

A diferença entre Lula e os demotucanos

A União limitou a compra de terras por estrangeiros. O presidente Lula aprovou parecer da Advocacia-Geral da União que dá nova interpretação para uma lei de 1971, impondo regras para a venda de imóveis rurais a empresas com sede no Brasil controladas por estrangeiros, o que hoje não existe.

Publicadas no “Diário Oficial da União” ontem, as novas regras já estão em vigor.

Além de autorização do Incra para adquirir imóveis rurais, as empresas comandadas pelo capital externo não podem comprar mais de 25% das terras de um município nem fazer aquisições para projetos agrícolas, pecuários e industriais se esses objetivos não estiverem nos estatutos das companhias.

Está proibida ainda a venda de terras de mais de 250 hectares a 5.000 hectares, dependendo do Estado. As empresas estrangeiras perdem assim a igualdade que tinham em relação às empresas de capital nacional.

A AGU justifica a medida dizendo que “a crise de alimentos no mundo e a possibilidade de adoção, em larga escala, do biocombustível são os novos vetores dessa abordagem estratégica da questão da propriedade de terras no Brasil”. A decisão de aprovar o parecer, porém, demorou quase dois anos.

O texto -de setembro de 2008- coincide com o início da crise global. Apesar da disposição do governo de controlar a presença estrangeira na Amazônia, avaliou-se que era preciso esperar o melhor momento para impor limites à compra de terras.

Enquanto os demotucanos, FHC, José Serra, Kátia Abreu, entre outros sempre foram favoráveis a não ter limites para a venda de terras a empresas e investidores estrangeiros, o presidente Lula limita a venda.

Celso Jardim (com informações de Fernanda Odilla)

O que é um tucano?


Avis rara, animal político com grave risco de extinção, o tucano se diferencia dos outros animais. Identifiquemos suas características, antes que seja tarde demais:

O tucano tem certeza que tem razão em tudo o que diz e faz.

O tucano lê a Folha de São Paulo cedinho e acredita em tudo o que lê.

O tucano nunca foi à América Latina, considera o continente uma área pré-capitalista e, portanto, pré-civilizatória.

O tucano considera a Bolívia uma espécie de aldeia de xavantes e a Venezuela uma Albânia.

O tucano nunca foi a Cuba, mas achou horrível.

O tucano foi a Buenos Aires (fazer compras com a patroa), mas considera a Argentina uma província européia.

O tucano considera FHC merecedor de Prêmios Nobel – da Paz, de Literatura, de física, de química, quaisquer.

O tucano considera o povo muito ingrato, ao não reconhecer o bem que os tucanos – com FHC à cabeça - fizeram e fazem pelo país.

A cada derrota acachapante, o tucano volta à carga da mesma maneira: ele tinha razão, o povo é que não o entendeu.

O tucano acha o povo malcheiroso.

O tucano considera que São Paulo (em particular os Jardins paulistanos) o auge da civilização, de onde deve se estender para as mais remotas regiões do país, para que o Brasil possa um dia ser considerado livre da barbárie.

O tucano mora nos Jardins ou ambiciona um dia morar lá.

O tucano é branco ou se considera branco.

O tucano compra Veja, mas não lê. (Ele já leu a Folha).

O tucano tem esperança de retomar o movimento Cansei!

O tucano tem saudades de 1932.

O tucano venera Washington Luis e odeia Getúlio Vargas.

O tucano só vai a cinema de shopping.

O tucano só vai a shopping.

O tucano freqüenta a Daslu, mesmo que seja por solidariedade às injustiças sofridas em função da ação da Justiça petista.

O tucano nem pronuncia o nome do Lula: fala Ele.

O tucano conhece o Nordeste pelas novelas da Globo.

O tucano dorme assistindo o programa do Jô.

O tucano acorda assistindo o Bom dia Brasil.

O tucano acha o Galvão Bueno a cara e a voz do Brasil.

O tucano recorta todos os artigos da página 2 da Folha para ler depois.

O tucano acha o Serra o melhor administrador do mundo.

O tucano acha Alckmin encantador.

O tucano tem ódio de Lula porque tem ódio do Brasil.

O tucano sempre acha que mereceria ter triunfado.

O tucano é mal humorado, nunca sorri e quando sorri – como diz The Economist sobre o candidato tucano - é assustador.

O tucano não tem espírito de humor. Também não tem motivos para achar graças das coisas. É um amargurado com o mundo e com as pessoas pelo que queria que o mundo fosse e não é.

O tucano considera a Barão de Limeira sua Meca.

O tucano acha o povo brasileiro preguiçoso. Acha que há milhões de “inimpregáveis” no Brasil.

O tucano acha a globalização “o novo Renascimento da humanidade”.

O tucano se acha.

O tucano pertence a uma minoria que acha que pode falar em nome da maioria.

O tucano é um corvo disfarçado de tucano.

Postado por Emir Sader às 10:47

Governo argentino acusa jornais de apropriação ilegal

A presidente Cristina Fernández de Kirchner apresentou, na noite desta terça, um relatório de mais de 20 mil páginas acusando os donos dos principais jornais do país de envolvimento em crimes cometidos durante a ditadura. No relatório, intitulado “Papel Prensa, a Verdade”, o governo denuncia os proprietários dos jornais La Nación, Clarín e do extinto La Razón de terem se apropriado ilegalmente e mediante ameaças da maior empresa fornecedor de papel jornal do país na época da ditadura, a Papel Prensa, em novembro de 1976.
Página/12
O governo argentino denunciou, na noite desta terça-feira (24), a apropriação ilegal da empresa “Papel Prensa” (maior empresa fornecedora de papel jornal do país) por parte dos jornais Clarín, La Nación e La Razón.

A presidente Cristina Fernández de Kirchner, acompanhada de todo o seu gabinete, dos presidentes de ambas as câmaras, funcionários, dirigentes políticos empresários e de representantes de organizações sociais recebeu o informe elaborado pela Comissão Oficial formada especialmente para investigar a transferência das ações da empresa do Grupo Graiver (antigo proprietário de Papel Prensa) aos proprietários dos jornais Clarín, La Nación e La Razón. Essas empresas (durante a ditadura) “necessitavam das ações classe A para assumir o controle da empresa”, fato comunicado naquela época, nos três jornais, por meio de uma nota afirmando que “tomavam o controle da empresa conforme acordo prévio com a Junta de Comandantes” da ditadura.

Cristina Fernández de Kirchner afirmou que “no caso do Clarín ocorreu a coincidência entre quem fabrica o papel e quem controla a palavra impressa”. Ela denunciou as condições políticas nas quais a transferência das ações se deu, num país em que só existia a “liberdade ambulatória”. Denunciou também que, anos depois, por causa da falência do La Razón, os jornais controladores da empresa “acordaram um pacto de sindicalização de ações”, para controlar as decisões da companhia.

Assegurou, além disso, que a viúva de David Graiver, Lidia Papaleo, foi detida cinco dias depois de ter assinado a transferência das ações da empresa do marido, para evitar que a empresa caísse na interdição dos bens da família ordenada pela Junta militar. Por último, afirmou que “apesar de que estou convencida de como as coisas aconteceram, o Procurador do Tesouro fará a denúncia correspondente para que a Justiça determine as condições nas quais se realizou a transferência das ações da empresa” e antecipou que enviará ao Congresso um projeto de lei para “declarar de interesse público a produção de pasta de celulose e do papel jornal, bem como sua distribuição e comercialização, e para estabelecer o marco regulatório deste insumo básico, que garanta um tratamento igualitário para todos os jornais da República.”

Integrante da Comissão, Alberto González Arzac afirmou que “o informe constitui uma refutação definitiva das versões sobre a história da empresa Papel Prensa S/A que os jornais Clarín e La Nación publicaram em suas edições de 2 de março e de 4 de abril deste ano.

Tradução: Katarina Peixoto

Extraído do Viomundo, do Azenha:


Pesquisas polêmicas

por Marcos Coimbra
Correio Braziliense – 25/08/2010

Boas pesquisas são um insumo para a definição de linhas de comunicação que aumentam a percepção dos pontos fortes de uma candidatura e que explicam suas deficiências. As incertas podem fazer que um bom candidato se torne um perdedor.

Pesquisas nas quais não se pode confiar são um problema. Elas atrapalham o raciocínio. É melhor não ter pesquisa nenhuma que tê-las.

Ao contrário de elucidar e ajudar a tomada de decisões, confundem. Quem se baseia nelas, embora ache que faz a coisa certa, costuma meter os pés pelas mãos.

Isso acontece em todas as áreas em que são usadas. Nos estudos de mercado, dá para imaginar o prejuízo que causam? Se uma empresa se baseia em uma pesquisa discutível na hora de fazer um investimento, o custo em que incorre?

Na aplicação das pesquisas na política, temos o mesmo. Ainda mais nas eleições, onde o tempo corre depressa. Não dá para reparar os erros a que elas conduzem.

Pense-se o que seria a formulação de uma estratégia de campanha baseada em pesquisas de qualidade duvidosa. Por mais competente que fosse o candidato, por melhores que fossem suas propostas, uma candidatura mal posicionada não iria a lugar nenhum. Com a comunicação é igual. Boas pesquisas são um insumo para a definição de linhas de comunicação que aumentam a percepção dos pontos fortes de uma candidatura e que explicam suas deficiências. As incertas podem fazer que um bom candidato se torne um perdedor.

E na imprensa? Nela, talvez mais que em qualquer outra área, essas pesquisas são danosas. Ao endossá-las, os veículos ficam em posição delicada.

Neste fim de semana, a Folha de São Paulo divulgou a pesquisa mais recente do Datafolha. Os problemas começaram na manchete, que se utilizava de uma expressão que os bons jornais aposentaram faz tempo: “Dilma dispara…”. “Dispara..”, “afunda…” são exemplos do que não se deve dizer na publicação de pesquisas. São expressões antigas, sensacionalistas.

Compreende-se, no entanto, a dificuldade do responsável pela primeira página. O que dizer de um resultado como aquele, senão que mostraria uma “disparada”? Como explicar que Dilma tivesse crescido 18 pontos em 27 dias, saindo de uma desvantagem para Serra de um ponto, em 23 de julho, para 17 pontos de frente, em 20 de agosto? Que ganhasse 24 milhões de eleitores no período, à taxa de quase um milhão ao dia? Que crescesse nove pontos em uma semana, entre 12 e 20 de agosto, apenas nela conquistando 12,5 milhões de novos eleitores?

O jornal explicou a “disparada” com uma hipótese fantasiosa: Dilma cresceu esses nove pontos pelo “efeito televisão”. Três dias de propaganda eleitoral (nos quais a campanha Dilma teve dois programas e cinco inserções de 30 segundos em horário nobre), nunca teriam esse impacto, por tudo que conhecemos da história política brasileira. Aliás, a própria pesquisa mostrou que Dilma tem mais potencial de crescimento entre quem não vê a propaganda eleitoral. Ou seja: a explicação fornecida pelo jornal não explica a “disparada” e ele não sabe a que atribuí-la. Usou a palavra preparando uma saída honrosa para o instituto, absolvendo-o com ela: foi tudo uma “disparada”.

É impossível explicar a “disparada” pela simples razão que ela não aconteceu. Dilma só deu saltos espetaculares para quem não tinha conseguido perceber que sua candidatura já havia crescido. Ela já estava bem na frente antes de começar a televisão.

Mas as pesquisas problemáticas não são danosas apenas por que ensejam explicações inverossímeis. O pior é que elas podem ajudar a cristalizar preconceitos e estereótipos sobre o país que somos e o eleitorado que temos.

Ao afirmar que houve uma “disparada”, a pesquisa sugere uma volubilidade dos eleitores que só existe para quem acha que 12,5 milhões de pessoas decidiram votar em Dilma de supetão, ao vê-la alguns minutos na televisão. Que não acredita que elas chegaram a essa opção depois de um raciocínio adulto, do qual se pode discordar, mas que se deve respeitar. Que supõe que elas não sabiam o que fazer até aqueles dias e foram tocadas por uma varinha de condão.

Pesquisas controversas são inconvenientes até por isso: ao procurar legitimá-las, a emenda fica pior que o soneto. Mais fácil é admitir que fossem apenas ruins.

Carta aberta a José Serra

Prezado candidato José Serra,

Quem lhe escreve é alguém que já foi seu eleitor para deputado e senador, em tempos idos, mas que, hoje, retirou qualquer apoio que lhe possa ter dado um dia. Serei eleitor de Dilma Rousseff, neste ano, como fui do presidente Lula em 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006. E sou um crítico contundente da atuação político-administrativa do senhor.

Candidato, escrevo à luz das últimas pesquisas de opinião, que mostram uma tendência do eleitorado que, não entendo por que, vem surpreendo a alguns. Particularmente, como muitos outros blogueiros e jornalistas de fora da grande mídia, não me surpreendi com o que está acontecendo.

Mas não quero que pense que esta missiva tem pretensões de tripudiar ou de agredir. Escrevo meramente para lhe fazer um pedido absolutamente desvinculado dos interesses de seus adversários. É um pedido em benefício da democracia brasileira.

O prezado candidato tem todo direito de lutar até o fim pela própria candidatura, mas ousarei lhe fazer uma sugestão que, sendo absolutamente sincero, pode ser até do seu interesse pessoal.

Ainda que alguns dos integrantes de sua campanha possam dizer o contrário, julgo que o uso dos ataques e das denúncias que penso estar nos planos de algumas vertentes desse grupo político constituir-se-ão em desrespeito aos eleitores.

Governador Serra, o Brasil não merece uma campanha baixa, com mais ataques à honra de seus adversários e lances de esperteza como o do uso da imagem de seu maior adversário, o qual o grupo político que o senhor integra tanto atacou nos últimos anos.

Provavelmente, esta carta terá sido em vão. Concordo que o senhor pense que se alguém como este missivista lhe diz para fazer uma coisa, o certo será fazer exatamente o contrário. Se eu não conseguir demovê-lo das estratégias que tentarão em seu nome, portanto, peço apenas para que reflita depois de que foi avisado.

Acredito que da estratégia que já se convencionou chamar de “bala de prata”, estratégia de ataque à honra que os meios de comunicação que o admiram e defendem ajudarão o PSDB a disparar contra Dilma Rousseff na reta final do primeiro turno, será trágica para a democracia e para a sua própria imagem, candidato.

Concluo, portanto, reiterando este apelo ao seu bom senso. Se lhe restar um grama de dúvida, rogo para que consulte pessoas de sua confiança com diferentes opiniões sobre o assunto e que pondere muito bem sobre o que disser cada uma.

Atenciosamente,

Eduardo Guimarães

A Imprensa versus Lula – golpe ou sangramento”: o livro e os fatos



No momento em que jornais brasileiros jogam a toalha e já começam a falar de Dilma como eleita, é hora de lembrar que a turma do lado de lá não está morta.
Hora de lembrar do que eles são capazes.
Hora de lembrar do quase-golpe tramado em 2005 e 2006.
É o que faço agora. Reproduzo a entevista que concedi ao jornalista Antônio Barbosa Filho, e que ele publicou no livro recém-lançado ”A Imprensa X Lula – golpe ou sangramento”.
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1) Lula elegeu-se na quarta tentativa, enfrentando uma grande resistência de parte da elite empresarial (“risco Lula”), da então situação (Fernando Henrique advertindo que poderíamos “nos tornar uma Argentina”), e da chamada “grande imprensa”. Vc acha que a vitória deveu-se à fadiga das práticas neoliberais na década de 90? Quem foram os derrotados por Lula, nos âmbitos político e econômico?
Sim, a eleição de Lula deveu-se – em parte – a essa “fadiga” com as políticas neoliberais. Esse é um movimento que se observa em toda a América do Sul. O curioso é que nesses outros países os liberais foram alijados do poder, saíram completamente derrotados. Aqui no Brasil a derrota não foi completa. Lula teve que compor com os (neo) liberais, entregando o BC para um ex-tucano, e pactuando com o mercado uma política economica conservadora (pacto expresso na famosa “Carta aos Brasileiros” de 2002; e na administração Palocci na Fazenda).
Gostaria de lembrar que, em 2002, Lula não sofreu ataques da chamada “grande imprensa”. A Globo estava fragilizada (com o “default” de sua dívida, herança dos anos de FHC), e os outros veículos compreenderam que – dado o fracasso do segundo mandato de FHC – a vitória de Lula seria inevitável. O que fizeram foi “domar” Lula. Engolir a vitoria, mas garantir que ela não significasse rompimentos. Ainda assim, a eleição de Lula significou, sim, uma derrota para setores que dominaram o Estado brasileiro na década anterior. Ao contrário do que se costuma dizer, Lula não foi “apenas” uma continuidade de FHC. Não!
Apesar de conduzir um governo muito moderado, Lula conduziu mudanças emblemáticas em pelo menos 4 áreas: - criação de um mercado consumidor de massas (recuperação do salário-mínimo, do salário do funcionalismo, Bolsa-Familia, política mais agressiva e popular de crédito) – teve papel fundamental no enfrentamento da crise, porque Brasil deixou de depender só das exportações e pôde basear sua recuperação no mercado interno; - respeito aos movimentos sociais – parceria com sindicatos, diálogo com as centrais, com o MST; - recuperação do papel do Estado – fim das privatizações, valorização do funcionalismo, novos concursos públicos, recuperação do papel planejador do Estado (por exemplo, no campo da energia, em que Dilma apoiou a criação de uma estatal para planejar novos empreendimentos hidrelétricos), fortalecimento dos bancos públicos (não mais como financiadores de privatizações fajutas, mas como indutores do desenvolvimento); - política externa soberana – enterro da Alca, criação da UNASUL, valorização de parcerias China, India, Irã; fim do alinhamento com os EUA.

Os três últimos pontos explicam o ódio que latifundiários, “grande imprensa” e parte da velha classe média (que não suporta o avanço de uma nova classe média, e gostaria de ver o Brasil no velho leito de dependência em relação aos EUA) sentem por Lula.
O primeiro ponto, em contraposição, explica porque parte do grande empresariado fechou com Lula: essa turma nunca vendeu tanto, nunca faturou tanto. Lula ampliou as bases do capitalismo brasileiro.
Lula faz um governo social-democrata moderado (e o empresário inteligente gosta disso)
A esquerda sempre pregou a “aliança da classe operária com as classes médias”. No poder, Lula produziu outra aliança: classe operária + grande massa desorganizada (e agora atendida por programas sociais) + grande empresariado.
De fora, ficou a classe média. Que berra na imprensa, ou em certos blogs onde corre o esgoto da direita. Esse povo é que tentou derrubar Lula em 2005 – com um discurso udenista.
2) Contabilizo pelo menos dez “crises” fabricadas pela oposição e pela mídia nesses sete anos de governo Lula, do mensalão às epidemias, da política indigenista à importação de aviões para a FAB, do PNDH 3 ao “Estado policial” apontado por Gilmar Mendes. Em que momentos vc acha que a governabilidade esteve mais ameaçada?
Sem dúvida, esteve mais ameaçada em 2005. Ali, pensou-se em derrubar Lula. O movimento não foi adiante porque prosperou entre os tucanos a tese de “sangrar Lula” até a eleição, para que ele não saísse como “vítima” – mas humilhado, derrotado eleitoralmente.
Os tucanos só não tinham previsto que Lula já criara com as massas uma ligação que o fez forte de novo em 2006.
Ao contrário de 2002, em 2006 a “grande imprensa” foi pra cima de Lula porque entrou em desespero ao ver que o “sangramento” não surtira efeito.
Ressalto, também, que o PT cometeu muitos erros. E que não é saudável nem honesto jogar toda a culpa da crise de 2005 para a imprensa.
Lula pagou o preço por fechar uma aliança heterodoxa – com PL, PTB, PP – para governar. Além disso, o PT perdeu combatividade, acomodou-se nos acordos de bastidor. Preferiu a conciliação com velhos inimigos. Na primeira crise, os novos aliados mostraram que não eram aliados de verdade.
Tudo isso é fato.
Mas o que não dava pra aceitar, em 2006, era ver o chamado “jornalismo seletivo” - a chamar o Mensalão de “maior escândalo da história”. E quem eram os “denunciantes”? ACM, o PFL e os tucanos.
Acho que o eleitor entendeu do que se tratava…

3) A mídia tradicional engajou-se numa campanha cerrada de desgaste do Governo Lula, com denúncias quase semanais, além da visível “blindagem” das oposições. Como vc vê esta postura da mídia, agindo como partido (segundo a própria presidente da ANJ)?
Essa postura ficou mais clara a partir da campanha de 2006, e sobretudo no segundo mandato de Lula.
Em parte, essa postura se explica pelo fato de esses veículos serem os representantes dos setores derrotados pelo projeto (ultra-moderado, repita-se) de Lula.
Mas há mais que isso. Há dinheiro em disputa. Um articulista da “Folha” deixou isso muito claro em 2009, ao reclamar do que chamou de “Bolsa Mídia”. O governo Lula (sobretudo depois da entrada de Franklin Martins na SECOM) passou a distribuir verbas públicas de publicidade não apenas para os 100 ou 200 maiores veículos – como se fazia antes. Mas para 2000 ou 3000 – espalhados por todo o país.
Ou seja, a fatia ficou (um pouco) menor para “Folha”, “Estadao”, “Veja”, “O Globo”.
Eles querem “Bolsa Midia” só pra eles!
Fora isso, Lula quebrou o papel “mediador” da velha imprensa. Ele não fala mais “através” da imprensa. Ele fala direto com os cidadãos. Isso incomoda muito os velhos barões da imprensa.

4) Vc chegou a ouvir de alguém do Governo manifestação de apreensão quanto à governabilidade? Algum receio concreto de um golpe? Ou a campanha permanente visava apenas “sangrar”, mas não derrubar Lula?
Como já expliquei em resposta anterior, a campanha era pra “sangrar”. Aparentemente, ninguém realmente importante chegou a pensar em um golpe tradicional. Derrubada, se viesse, viria pelo Parlamento. Setores do então PFL (hoje DEM) chegaram a projetar essa hipóteses em 2005. Mas não vingou. Faltava a eles gente pra botar na rua. E Lula tnha povo para defendê-lo. Ficaram com medo de repetir 1954, transformando Lula num novo Getulio.

5) Explorou-se bastante as manifestações do general Augusto Heleno, como qualquer outra inquietação na caserna. Vc acha que a oposição a Lula e a mídia tentaram de alguma maneira “sublevar” algum setor ou alguma liderança militar? Como vc vê a conduta dos militares durante o Governo Lula?
Tenta-se trazer os militares (especialmente os mais antigos, da reserva) para esse movimento radicalizado da classe média anti-Lula. Pra isso, exploram-se dois temas caros aos militares da velha guarda: o suposto alinhamento de Lula com a esquerda latino-americana, e as tentativas (tímidas) de se abrir arquivos e levar a julgamento responsáveis por tortura e assassinatos durante a ditadura.
Na reação ao PNDH-3, isso ficou muito claro.
Não creio que um golpe hoje teria a configuração do golpe de 64. Militares da reserva fazem barulho. Mas golpe, se vier, terá uma aparência de legalidade (no modelo hondurenho).
Hoje, creio, a artilharia da mídia é mais pesada (e muito mais perigosa) do que os canhões dos militares.
6) Em recentes encontros, os proprietários dos meios de comunicação brasileiros têm deixado claro que farão “tudo que for possível” para evitar a vitória de Dilma Roussef. De que maneira tal interferência pode ameaçar a lisura do pleito, ou mesmo dificultar a posse da candidata da situação, caso eleita? Em síntese: o processo democrático corre risco neste ano eleitoral?
Em encontro do Instituto Millenium, e em declarações posteriores da presidenta da ANJ (Judith Brito), a mídia deixou claro que se organiza como um “partido”. Em vez de repercutir as falas e os posicionamentos da oposição, a mídia ocupou o lugar dos partidos de oposição – de forma explícita – produzindo programas, estratégias, conteúdos – que depois são utilizados pelas siglas de oposição.
O grande partido de oposição hoje no Brasil chama-se PIG (o Partido da Imprensa Golpista – detectado por Paul Henrique Amorim, com auxílio do deputado Fernando Ferro do PT-PE), e suas sublegendas são Veja, Globo, Folha, RBS, Zero Hora…
Essa turma já deu mostras de que vai radicalizar em 2010. Se sentir que pode empurrar Serra pra vitória, vai usar todas as armas –não creio em golpe clássico, mas em pequenos golpes de terror (com informações falsas ou distorcidas) a tentar influir na decisão do eleitor, às vésperas do pleito.
Não creio que tenham força para influenciar TSE, ou para fraudar a eleição.
Mas ainda possuem força para gerar pânico, para disseminar mentiras. Por isso, é preciso ficara atento em 2010. Será a eleição mais suja desde Collor em 89.

7) Várias das “crises” foram esvaziadas pela imediata resposta e esclarecimentos feitos pela chamada “blogosfera”. Qual o papel da internet e dos blogs independentes na fiscalização da mídia cartelizada, e da defesa da informação mais fiel? Em que momentos a blogosfera conseguiu maior sucesso no desmascaramento de “crises” e/ou tentativas de golpe midiático?
A blogosfera tem um papel importante, mas não devemos superestimá-lo. Ainda geramos pouco conteúdo próprio, não conseguimos criar uma “contra-pauta” àquela que a mídia tradicional impõe ao Brasil. O que fazemos é denunciar que a mídia tem lado, tem partido. Ajudamos a tirar a máscara da neutralidade e da imparcialidade que eles tentaram vestir nos anos 90…
Verdade que Folha, Globo, Veja ajudam bastante nesse processo de arrancar as máscaras. Eles adotam um comportamento quase “didático”, que facilita o trabalho da blogosfera.
Mas voltando à sua pergunta: a blogosfera teve um papel importante já desde 2006 - por exemplo, ao repercutir o belíssimo trabalho de Raimundo Pereira, na “CartaCapital”, que desmascarava o serviço sujo feito pela Globo nas vésperas do primeiro turno (naquela oportunidade, um diretor da Globo chegou a dizer na redação que, “se fosse só a revista nem valia a pena responder, mas a denúncia contra nós correu a internet, é algo muito grave”);
- mais recentemente, a blogosfera reagiu à Folha em dois episódios – quando o jornal chamou a ditadura de ditabranda (o blogueiro Eduardo Guimaraes comandou um protesto que levou 500 pessoas pra porta do jornal, e obrigou os Frias a se desculparem, ainda que de forma envergonhada), e quando o diário publicou uma ficha falsa de Dilma na primeira página (a reação foi tremenda, desmoralizando a Folha, provocando cancelamento de assinaturas…);
- em 2010, tivemos o espisodio da vinheta dos 45 anos da Globo (propaganda subliminar de Serra, com o número e o slogan do candidato); a blogosfera reagiu, e a Globo tirou o comercial do ar (porque teve também, ressalte-se, oposição interna de artistas que não aceitaram ser usados nessa manobra sórdida).