Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O que a TV nos manda ver


Reproduzo artigo publicado no blog Passe Livre:

O Correio do Metrô desta semana, ano 18/edição 397, traz interessante, oportuno e inquietante artigo da jornalista e psicóloga Sandra Fernandes onde ela nos propoe uma reflexão acerca da forma como nós aceitamos, passivamente, a ditadura de conteúdo da TV.

Trata-se de reflexão pra lá de oportuna, tendo em vista que o telespectador brasileiro se depara uma vez mais com o tal do BBB e a manipulação de conteúdo dos telejornais no que diz respeito ao Egito e Oriente Médio. Confira!
via Blog do  Miro

O que a TV nos manda ver

Sandra Fernandes

Você já reparou que temos o hábito consolidado de sentar no sofá, ligar a TV e esperar por informações acerca do que está acontecendo no mundo, dia após dia, ouvindo, consumindo, mas nunca questionando? Alguma vez já se perguntou que fatia dos acontecimentos mundiais, nacionais e locais está representada ali? Já pensou em quanta coisa fica fora dos noticiários? Já parou para refletir que existe alguém que decide o que entra no ar e o que não entra? Já se perguntou quais critérios essa pessoa usa para fazer essa triagem noticiosa decidindo o que será e o que não será repassado ao telespectador? Será que aquilo que ela considera importante seria o mesmo que você consideraria importante? Se você pudesse selecionar as informações, será que escolheria as mesmas notícias? O que eles mostram ali realmente influencia sua vida?

É assustador pensar que tem alguém decidindo por nós o que iremos saber e aquilo de que não tomaremos conhecimento. A quem servem esses senhores anônimos, mas conscientes do que fazem, levando mensagens a um público semi-adormecido? Precisamos acordar, despertar de nossa passividade e refletir acerca de como são fabricados, distribuídos e vendidos esses produtos chamados notícias, bens intangíveis, mas que nem por isso deixam de ser bens de consumo. Ligamos nossa TV despreocupadamente acreditando que iremos ouvir verdades. Será? Acreditamos que seus “conselhos” são bons. Será que são? Pensamos que as notícias veiculadas refletem realmente o que há de mais importante para saber. Será mesmo?

Você já reparou nos anúncios que assiste enquanto espera pelo próximo bloco? Quem são aquelas empresas que investem milhões para veicular seus nomes e seus produtos naquele chamado horário nobre em que milhões e milhões de pessoas estão, tal qual você, sentados assistindo aquele programa jornalístico? Claro, elas bancam o custo da produção televisiva que, todos sabemos, é muito alto e que nós recebemos gratuitamente em nossos lares.

Mas, será que em algum momento não pode haver um choque entre os interesses deles (patrocinadores) e nosso direito de conhecer os fatos e suas verdades? Se houver esse conflito, que sairá ganhando, nós, simples consumidores – e no mais das vezes, nem consumidores somos porque não podemos comprar o que eles vendem – ou os grandes e poderosos grupos que patrocinam os telejornais e enchem de glamour e de dinheiro os concessionários de canais de TV? Aliás, vale lembrar que as TVs têm apenas concessões e que, portanto, prestam um serviço publico por delegação do Estado.

Você já reparou que há varias formas de contar a mesma história? Várias abordagens, várias ênfases, vários significados? Já reparou que normalmente a primeira frase de uma matéria televisiva já determina de que forma ela deve ser interpretada e já prepara o caminho para a conclusão que deve ser tomada sobre o que foi dito? Já reparou que não há questões em aberto para você refletir? Tudo vem pronto, mastigado, resolvido. Em perfeita harmonia como roupa prêt-à-porter e como a comida fast-food, também alguém já lhe poupa o trabalho de pensar, de refletir, de analisar os fatos. O risco é você começar a acreditar que não tem capacidade para pensar, já que não lhe dão essa oportunidade.

Você já reparou que todos os dias as pessoas repetem, nas ruas, no trabalho, nos bares, a surrada frase “você viu… na TV ontem, que coisa horrível/engraçada/triste/absurda?” E se você, naquela fatídica noite, precisou levar sua sogra para a rodoviária e perdeu o famigerado pautador de assuntos, passa a ser considerado um desprezível e desatualizado cidadão que não leu na cartilha da boiada a lição da noite anterior. O curioso é que todos saem com a mesma opinião pasteurizada sobre os assuntos e ai de você se discordar do senso comum!

Em suma, alguém decide sobre o que você vai conversar no dia seguinte e que impressão você vai causar no seu grupo social. Curioso, não? Mais curioso ainda é que tudo isso nos parece normal. Estranho é questionar essas coisas. Mas precisamos questioná-las. Não podemos permanecer adormecidos, passivos, conformados. Precisamos ansiar pela verdade simples, clara e objetiva e, sobretudo, não podemos deixar de considerar que toda mensagem é transmitida por alguém que está dentro de um contexto, que faz escolhas, que tem um objetivo ao transmiti-la. É necessário que essas mensagens astutamente elaboradas cheguem a cabeças críticas e conscientes e não apenas depósitos cerebrais de informações e interpretações pré-fabricadas.

Normalidade reina em São Paulo



Gabo Morales/Folhapress
Mais normal que isso só se um tucano fosse denunciado pela justiça de outro país como ladrão.
Leia mais em: O Esquerdopata

EUA dizem que somos racistas, sim


Blog Cidadania-Eduardo Guimarães
Apesar de jornalistas brancos de renome empregados em impérios de comunicação nacionais escreverem livros e fazerem comentários no âmbito de uma cruzada que empreendem com a finalidade de negar que exista racismo no Brasil, telegramas entre diplomatas americanos e o governo dos Estados Unidos que o site Wikileaks vem vazando, dizem o contrário.
Em um pacote de 25 telegramas da embaixada dos Estados Unidos em Brasília e do consulado em São Paulo redigidos entre 2004 e 2009 e vazados pelo WikiLeaks, os diplomatas americanos informaram ao seu governo que “Muitos (brasileiros) alegam que o racismo não existe, apesar das evidências esmagadoras do contrário“.
Certamente, os americanos, considerados um dos povos mais racistas do mundo, referem-se, acima de tudo, ao notório livro do diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, que não faz por menos e crava um título que exibe a conduta que a diplomacia americana no Brasil reporta ao seu governo: “Não somos racistas”.
Por meio de concessões públicas de rádio e TV, a tese é martelada diariamente, para espanto não só do movimento negro ou dos neo abolicionistas que tentam pôr fim à escravidão informal que ainda vitima negros e descendentes de negros neste país, fazendo com que ganhem piores salários e formem, em esmagadora maioria, a massa pobre e miserável que persiste apesar das políticas públicas dos últimos anos que tentam acabar com essa chaga, como a política de cotas para negros nas universidades, que busca pôr fim ao absurdo de, apesar de os negros serem mais da metade da população, não serem nem  10% dos universitários.
Na imagem acima, um dos exemplos mais dolorosos da campanha que a Globo empreende para negar o racismo que a diplomacia americana denuncia. A atriz Juliana Alves (ex-BBB), no papel de “Gislaine” na novela global “Duas Caras” (2008), lê o livro de Ali Kamel, no âmbito de uma trama que exibe uma democracia racial fictícia que qualquer pessoa racional sabe ser inexistente.
Abaixo, áudio de comentário do “analista político” da Globo Arnaldo Jabor, que afirma que combater o racismo no Brasil e implementar políticas públicas para reduzir seus efeitos seria tornar o Brasil uma nação “bicolor”.
Felizmente, como negros e descendentes correspondem a mais da metade da população brasileira, segundo o IBGE, e começam a ter acesso à educação, agora votam de uma forma que permite que o Estado promova políticas para atacar essa trama hedionda do racismo cordial brasileiro, trama em que o cinismo e o egoísmo da direita branca são protagonistas.

O GLOBO: OS POBRES PODEM ESPERAR. "Mais uma merda evacuada pelas organizações criminosas globo"


REVOLTA ÁRABE - Clique para ver a página especial
A  emergência da rua no xadrez do Oriente Médio   
 "...a presidente Dilma Rousseff fixou como meta prioritária do governo acabar com a miséria, estimada em 5% da população. Estudo do Ministério do Desenvolvimento Social calcula em R$6 bilhões por ano os recursos adicionais destinados ao Bolsa Família a fim de cortar este índice para 2%. Se a injeção de dinheiro novo chegar a R$10 bilhões, a faixa de pobreza absoluta minguará para 1%; e a miséria será, enfim, eliminada caso o orçamento anual do Bolsa Família dobre para R$28 bilhões. O ponto-chave a debater é a oportunidade da aceleração dos gastos com o Bolsa Família, por mais justificável que seja a extirpação da miséria. Se de um lado há sólidos argumentos nos planos ético, social e político a favor deste ataque final à pobreza extrema, de outro existem não menos concretos constrangimentos macroeconômicos, de origem fiscal. Imaginar que, nesta conjuntura, se pode ampliar o Bolsa Família, até mesmo duplicá-lo, é ir na contramão da realidade. O melhor a fazer é abrir, de uma vez por todas, as tais "portas de saída" do Bolsa Família, ações educacionais e de treinamento para que beneficiários do programa possam entrar no mercado de trabalho e se emancipar da tutela do Estado. Mesmo que houvesse abundância de recursos, este seria o melhor caminho. " (trechos, Globo, 16/02)

EM TEMPO:
 escapou ao editorialista dos Marinhos examinar outros valores  robustos que pressionam o gasto público , competindo  diretamente com a meta da Presidenta Dilma Rousseff de erradicar a miséria  até o final de seu mandato. Recuerdos: a)  a dívida pública brasileira é da ordem de R$ 1,5 trilhão; b) o pagamento de juros sobre esse montante custa cerca de R$ 190 bilhões ao ano aos cofres púbicos -leia-se, de cerca de R$ 800 bi em arrecadação fiscal líquida,  o Estado transfere quase ¼ aos rentistas, um custo que o Globo omite em suas reflexões prudenciais. Cada ponto percentual de elevação da taxa de juros representa um gasto adicional de R$ 15 bilhões ao ano. Portanto, mais que o total dispendido com os pobres do Bolsa Família. Os dois pontos de alta da Selic previstos para este ano --requeridos, seria uma expressão mais apropriada para externar a sofreguidão dos 'mercados' e da mídia--  somam gastos suficientes para erradicar a miséria prometida pelo novo governo.

(Carta Maior, 4º feira, 16/02/2011)

De 2003 a 2010, mínimo subiu 112% e inflação, 44%


Em janeiro de 2003, quando Lula assumiu, o salário mínimo herdado de FHC foi de R$ 200. O aumento dado pelo novo governo foi de 20%, fazendo o piso subir a R$ 240. Em 2010, chegou a R$ 510. Aumento de 112%.
Abaixo, o gráfico anual da evolução do mínimo
No que diz respeito à inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) subiu 44% entre 2003 a 2010, pouco mais de um terço do que o mínimo teve de aumento no período.
Abaixo, o gráfico anual dos índices de inflação
Já em dólar, o salário mínimo subiu quase quatro vezes entre o primeiro e o último ano do governo Lula, de US$ 82 em 31 de dezembro de 2003 para US$ 307 em 31 de dezembro de 2010.