O banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, é um dos principais derrotados com o sucesso do leilão dos aeroportos de Confins e Galeão, que estão trazendo R$ 20,8 bilhões aos cofres do governo; em julho deste ano, em entrevista às páginas amarelas de Veja, ele debochou do País e do governo Dilma; "Em alguns segmentos do governo, falta capacidade de gestão e, em outros, os diagnósticos estão errados. E tem gente que ainda acha que está abafando", afirmou, ao se referir ao programa de concessões; na entrevista, Esteves dizia que era difícil vender o País; banqueiro virou motivo de chacota em Brasília e já é quase persona non grata nos círculos do poder, que ele já frequentou (acima)
Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Apoiar Joaquim Barbosa foi das coisas mais baixas que FHC fez em sua vida Apoiar a brutalidade de Joaquim Barbosa foi uma das coisas mais baixas que Fernando Henrique Cardoso fez em sua vida política.
Paulo Nogueira
Não sei o que é pior no martírio de Genoíno: o silêncio de Lula ou a voz de Fernando Henrique.
Se Lula acha que basta dizer, privadamente, que está com Genoino, comete um grande engano.
Há situações que exigem bravura, e até o risco que a audácia traz sempre, e esta é uma delas.
Genoíno não pode ser triturado física e mentalmente sem que Lula se manifeste claramente em sua defesa.
Lula vai esperar que Genoíno morra para berrar sua solidariedade a um companheiro de tantas jornadas? Vai deixar que os carrascos liderados por Joaquim Barbosa comandem os acontecimentos e submetam Genoíno a uma tortura ainda mais infame que a que ele sofreu na ditadura?
Repito: ainda mais infame, porque teoricamente vivemos hoje uma democracia. E é essa democracia que vai matando Genoíno sob a omissão de tantos, e mais que todos Lula.
Não é um espetáculo edificante a falta de palavras de Lula, decerto. De certa forma, ela está no mesmo patamar das abjetas declarações de Fernando Henrique Cardoso sobre o deprimente espetáculo das prisões dos reus do Mensalão.
A quem FHC pensa que engana com aquela conversa de virgem num lupanar? Apoiar a brutalidade de Joaquim Barbosa foi uma das coisas mais baixas que FHC fez em sua vida política.
Octogenário, esperto, FHC não tem o direito de achar que alguém possa acreditar, como ele disse, que a Constituição foi defendida com as prisões.
Ora, FHC comprou a Constituição em 1997 para poder se reeleger. Como contou à Folha na época um certo “Senhor X” – que até os mortos do cemitério de Brasília sabiam tratar-se do deputado Narciso Mendes, do Acre – sacolas com 200 mil reais (530 mil, em dinheiro de hoje) foram distribuídas a parlamentares para que a Constituição fosse alterada.
Os detalhes oscilam entre a comédia e a tragédia, como contou Mendes. Os parlamentarem tinham recebido um cheque, como garantia. Comprovado o voto, os cheques foram rasgados e trocados por sacolas cheias de dinheiro, como numa cena de Breaking Bad, a grande série em que um professor de química com os dias contados vira um traficante de metanfetamina para garantir o futuro da família.
E sendo isso de conhecimento amplo, geral e irrestrito FHC defende, aspas, a Constituição que ele comprou há 16 anos?
FHC, no fim de sua jornada, lamentavelmente vai se tornando parecido com o sinistro Carlos Lacerda, o homem – ou o Corvo, como era conhecido -- que esteve por trás da morte de Getúlio e da deposição de Jango.
FHC, em nome sabe-se lá do que, se presta hoje a fazer o jogo de uma direita predadora que, à míngua histórica de votos, faz uso indecente de “campanhas contra a corrupção” para derrubar administrações populares.
Sêneca, numa de suas passagens mais inspiradas, disse o seguinte: “Quando lembro de certas coisas que disse, tenho inveja dos mudos”.
É uma passagem que se aplica perfeitamente a FHC.
Espremido entre a loquacidade falaz de um ex-presidente e o silêncio inexpugnável de outro, Genoíno vai vivendo seu martírio – o segundo numa vida só, o primeiro na ditadura, este nessa estranha democracia.
Se Lula acha que basta dizer, privadamente, que está com Genoino, comete um grande engano.
Há situações que exigem bravura, e até o risco que a audácia traz sempre, e esta é uma delas.
Genoíno não pode ser triturado física e mentalmente sem que Lula se manifeste claramente em sua defesa.
Lula vai esperar que Genoíno morra para berrar sua solidariedade a um companheiro de tantas jornadas? Vai deixar que os carrascos liderados por Joaquim Barbosa comandem os acontecimentos e submetam Genoíno a uma tortura ainda mais infame que a que ele sofreu na ditadura?
Repito: ainda mais infame, porque teoricamente vivemos hoje uma democracia. E é essa democracia que vai matando Genoíno sob a omissão de tantos, e mais que todos Lula.
Não é um espetáculo edificante a falta de palavras de Lula, decerto. De certa forma, ela está no mesmo patamar das abjetas declarações de Fernando Henrique Cardoso sobre o deprimente espetáculo das prisões dos reus do Mensalão.
A quem FHC pensa que engana com aquela conversa de virgem num lupanar? Apoiar a brutalidade de Joaquim Barbosa foi uma das coisas mais baixas que FHC fez em sua vida política.
Octogenário, esperto, FHC não tem o direito de achar que alguém possa acreditar, como ele disse, que a Constituição foi defendida com as prisões.
Ora, FHC comprou a Constituição em 1997 para poder se reeleger. Como contou à Folha na época um certo “Senhor X” – que até os mortos do cemitério de Brasília sabiam tratar-se do deputado Narciso Mendes, do Acre – sacolas com 200 mil reais (530 mil, em dinheiro de hoje) foram distribuídas a parlamentares para que a Constituição fosse alterada.
Os detalhes oscilam entre a comédia e a tragédia, como contou Mendes. Os parlamentarem tinham recebido um cheque, como garantia. Comprovado o voto, os cheques foram rasgados e trocados por sacolas cheias de dinheiro, como numa cena de Breaking Bad, a grande série em que um professor de química com os dias contados vira um traficante de metanfetamina para garantir o futuro da família.
E sendo isso de conhecimento amplo, geral e irrestrito FHC defende, aspas, a Constituição que ele comprou há 16 anos?
FHC, no fim de sua jornada, lamentavelmente vai se tornando parecido com o sinistro Carlos Lacerda, o homem – ou o Corvo, como era conhecido -- que esteve por trás da morte de Getúlio e da deposição de Jango.
FHC, em nome sabe-se lá do que, se presta hoje a fazer o jogo de uma direita predadora que, à míngua histórica de votos, faz uso indecente de “campanhas contra a corrupção” para derrubar administrações populares.
Sêneca, numa de suas passagens mais inspiradas, disse o seguinte: “Quando lembro de certas coisas que disse, tenho inveja dos mudos”.
É uma passagem que se aplica perfeitamente a FHC.
Espremido entre a loquacidade falaz de um ex-presidente e o silêncio inexpugnável de outro, Genoíno vai vivendo seu martírio – o segundo numa vida só, o primeiro na ditadura, este nessa estranha democracia.
MODELO COMPETITIVO FEZ ODEBRECHT PAGAR R$ 19 BI
Por que a maior empreiteira do País pagou R$ 5 bilhões a mais do que o segundo colocado na disputa do Galeão? Simples: tinha medo de perder, assim como perdeu na primeira rodada de leilões dos aeroportos; naquela época, o grupo de Emílio Odebrecht tentou convencer o governo a anular os resultados e não teve sucesso; depois, Emílio foi o primeiro empresário a defender a volta de Lula, já em 2014, o que ajudou a espalhar a onda sobre a "falta de diálogo" entre empresários e o Palácio do Planalto; o leilão de hoje mostra que um maior distanciamento fez bem ao Tesouro Nacional e ao País; diálogo institucional dá melhores resultados
247 - Em meados do ano passado, o empresário Emílio Odebrecht, dono da maior empreiteira do País, foi o primeiro empresário a sinalizar o desejo da volta de Lula ao poder, já em 2014. À época, a presidente Dilma respondeu com elegância. "Uai, ótimo para ele. Vivemos numa democracia. Se ele disse isso, é porque ele quer isso", disse ela (leia mais aqui).
Desde então, veio crescendo uma onda entre empresários, com o seguinte discurso: falta diálogo com o Palácio do Planalto, a confiança foi abalada e investimentos poderão cair. Em entrevista exclusiva ao 247, concedida ontem, a presidente Dilma devolveu a bola, com um recado claro. "A relação é de cooperação, mas nem o empresário pode querer subordinar o Estado, nem o Estado pode subordinar o empresário" (leia aqui)
Nesta sexta, o grupo Odebrecht, de Emílio, venceu o leilão do aeroporto do Galeão com um lance espetacular: R$ 19 bilhões – o que representou um ágio de 293% e uma proposta R$ 5 bilhões acima do que o que foi ofertado pelo segundo colocado.
O número deixa claro que Emílio tinha medo de perder pela segunda vez a oportunidade de entrar nos aeroportos. Na primeira leva de leilões, quando foi derrotada nas disputas de Viracopos (SP) e Brasília (DF), a Odebrecht tentou pressionar o governo a anular os resultados, com o argumento de que os vencedores não tinham experiência no negócio. Não conseguiu.
Desta vez, também agiu nos bastidores para que o leilão impedisse a participação dos vencedores dos leilões anteriores. Conseguiu parcialmente.
Na hora da abertura dos envelopes, o lance da Odebrecht explicitou que o grupo colocou a mão no bolso – pagando R$ 5 bilhões a mais do que o segundo colocado – porque tinha pavor de perder mais uma.
Moral da história: o diálogo em patamares mais institucionais bem ao País e ao Tesouro Nacional.
LEILÃO DE AEROPORTOS: UM SU-CES-SO ! URUBÓLOGA PISA NO TOMATE Os estrangeiros fogem – mas é da Globo Overseas. O que dirá – pela frente – o Dudu ?
Como diz a Ministra Miriam Belchior, o que o Príncipe da Privataria fez foi vender.
A Dilma aluga.
Se quiser, pega de volta.
Ou, como diz o Delfim: o Príncipe vendeu as joias da família e endividou a família.
Um jenio !
Por falar em jenio: de que vive o Cerra ?
Ao leilão que demonstra o horror que o capital estrangeiro tem do Governo da guerrilheira:
A Dilma aluga.
Se quiser, pega de volta.
Ou, como diz o Delfim: o Príncipe vendeu as joias da família e endividou a família.
Um jenio !
Por falar em jenio: de que vive o Cerra ?
Ao leilão que demonstra o horror que o capital estrangeiro tem do Governo da guerrilheira:
COM ÁGIO DE 293% NO GALEÃO E DE 66,05% EM CONFINS, AEROPORTOS SÃO LEILOADOS POR R$ 20,838 BILHÕES
O consórcio Aeroportos do Futuro venceu o leilão pela concessão por 25 anos do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, pelo valor de R$ 19,018 bilhões. Na mesma disputa, com a proposta de R$ 1,82 bilhão, o consórcio AeroBrasil conquistou a concessão, por 30 anos, no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, no município de Confins (MG). O arremate aconteceu nesta sexta-feira (22), na BMF&BOVESPA, em São Paulo, num valor total de R$ 20.838.888.000.
No Galeão, o ágio chega a mais de 293% do valor mínimo, que era de R$ 4,828 bilhões, enquanto que em Confins, o lucro do governo sobre o lance mínimo (R$ 1,096 bilhão) é de 66,05%. As empresas que conseguiram as concessões são donas majoritárias dos dois aeroportos, com 51% de participação, enquanto a Infraero permanece como sócia minoritária dos terminais, com 49%. Os operadores aeroportuários dos consórcios terão, no mínimo, 25% de participação.
Galeão e Confins respondem, juntos, pela movimentação de 14% dos passageiros do país (27,9 milhões de passageiros/ano), 10% da carga e 12% das aeronaves do tráfego aéreo brasileiro. Com estes, são seis aeroportos concedidos à iniciativa privada, com contratos geridos e fiscalizados pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), na mesma situação que São Gonçalo do Amarante (RN), concedido em agosto de 2011, Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF), leiloados em fevereiro de 2012.
São quatro os pontos de diferenças entre a rodada de concessão realizada nesta sexta-feira, para Galeão e Confins, e em fevereiro de 2012, para Guarulhos, Viracopos e Brasília: (1) previsão de melhorias de curto prazo na rodada atual; (2) exigência para operador aeroportuário de 5 milhões de passageiros/ano para os aeroportos da primeira rodada, e de 22 milhões para o Galeão e de 12 milhões para Confins; (3) os operadores da rodada atual deverão ter no mínimo 25% de participação no consórcio, contra 10% estabelecidos no processo de concessão anterior; (4) para os aeroportos concedidos em 2012, a contribuição variável é de 10% para Guarulhos, 5% para Viracopos e 2% para Brasília. Em Galeão e Confins será de 5%.
Melhorias imediatas
O governo estipulou 32 indicadores que contemplam aspectos de qualidade do serviço prestado no aeroporto, como a disponibilidade de assentos, elevadores e escadas rolantes, entre outros. A avaliação será feita por meio deles e por pesquisa de satisfação com os usuários. Os resultados poderão ter impacto no reajuste das tarifas recebidas pelo operador aeroportuário.
As melhorias de curto prazo na infraestrutura, estabelecidas no Plano de Ações Imediatas, tem o objetivo de melhorar a experiência do usuário na utilização do aeroporto. São exemplos: melhoria de banheiros, reforma das sinalizações e acesso gratuito à internet (Wi-fi).
Obras obrigatórias
Segundo a ANAC, em Confins, as obras obrigatórias incluem a construção de novo terminal de passageiros com, no mínimo, 14 pontes de embarque até 30/04/2016 e vias terrestres associadas, além da ampliação do pátio de aeronaves até 30/04/2016 e da construção da segunda pista independente até 2020 ou gatilho de 198.000 movimentos/ano.
Já no Galeão, fazem parte das melhorias obrigatórias: a construção de 26 pontes de embarque até 30/04/2016, a construção de estacionamento com capacidade mínima para 1.850 veículos (fim de 2015), a adequação das instalações para armazenamento de carga (para os jogos olímpicos de 2016), ampliação do pátio de aeronaves até 30/04/2016 e a construção de sistema de pistas independentes até atingir o gatilho de 262.900 movimentos/ano.
Em tempo: Dilma, cuidado com o Wellington Moreira Franco. Pergunta ao Fernando Henrique o que ele acha do Moreira - que o serviu com igual devoção. Por falar em PMDB, clique aqui para ler: Eduardo Cunha, o Supremo te espera de braços abertos.
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TIJOLAÇO: MORCEGO NÃO É CORVO Nos “Miseráveis”, nem Javert Barbosa é.
O Conversa Afiada recebeu este e-mail do amigo Fernando Brito, combatente do Tijolaço:
Paulo,
Agradeço, outra vez, a ajuda do amigo para não “desaparecer” da internet, neste involuntário exílio do Tijolaço, o qual espero termine na próxima semana.
Escrevo porque é impossível ficar calado diante do espetáculo dantesco a que estamos assistindo.
Ver mais alta Corte brasileira transformada em palco de mesquinharias, vaidades e crueldades desumanidades é impensável, para nós, que lutamos pelo restabelecimento de sua grandeza no Estado de Direito.
Joaquim Barbosa transformou-se num imperador inclemente, que exerce seu cargo sem grandeza.
E que apequena a todos os ministros, porque vemos reduzidos ao silêncio os seus pares que, como o nome indica, não poderiam se omitir. Alegar, apenas, que é sob o comando da presidência do STF que se encontra a execução da pena dos condenados da Ação Penal 470 não os absolve deste papel, pois o dever de preservar a Justiça se reparte igualmente entre todos.
Nem mesmo durante a ditadura a nossa Corte Suprema acovardou-se como agora.
Victor Nunes, Hermes Lima e Evandro Lins e Silva, cassados, ficaram como tributo à virtude de um Tribunal onde remanesceu o pior dos vícios judiciais: a covardia.
O poder das baionetas, porém, acovardou-o menos que o poder incontrastável de uma mídia uníssona e tomada do ódio mais irracional.
Os jornais brasileiros tornaram-se uma espécie de República do Galeão, aquela onde a única lei e a única ordem era transformar Getúlio Vargas num criminoso.
O cinismo de todos eles é tanto que são incapazes sequer de falar sobre a correria da captura, desatada num feriado, para alguns dos réus, enquanto os demais, na mesma condição jurídica, permanecem uma semana à espera que Sua Excelência determine-lhes o mesmo que aos outros réus despachou sobre a perna.
De igual forma, a demora em atender uma situação evidente de perigo físico para José Genoino torna evidente quanto apequena o cargo a atitude de Joaquim Barbosa.
Ou melhor, o quanto Barbosa faz a Presidência do STF caber numa capa miúda, como seria a de beleguim do Tribunal da Mídia, esta possuída pelo espírito de Roberto Jefferson, despertos seus instintos mais primitivos.
Javert, de Os Miseráveis, foi-lhe indevidamente comparado outro dia, em um blog. Não! Em Javert, o Estado perseguidor não apagou nele o ser capaz do gesto final de humanidade com Jean Valjean, atirando a si mesmo nas águas do Sena.
Não se sugere, em absoluto, o mesmo para Barbosa, nas águas de Key West, na Flórida, a Paris dos sem-luz de hoje.
Os dias farão melhor, porque o que se constrói com a histeria desfaz-se e evapora na serenidade.
Joaquim Barbosa nem mesmo é um Lacerda de toga.
A imagem do morcego, cego e incapaz de viver sem o abrigo da caverna da escuridão, cai-lhe melhor que a de Corvo.
Fernando Brito
DILMA GANHA MAIS UMA: ÁGIO DE 293% NO GALEÃO
Expectativa da presidente Dilma Rousseff de "competição forte" na disputa dos aeroportos, colocada em entrevista exclusiva ao 247, se confirma; consórcio liderado pelo grupo Odebrecht, em parceria com o grupo Changi, de Cingapura, fez proposta de R$ 19 bilhões pelo terminal internacional do Rio de Janeiro, com ágio de 293%; "o Brasil já vive o maior ciclo de investimentos em infraestrutura de toda a sua história", diz a presidente; resultado do leilão torna risível a crítica sobre desconfiança de empresários em relação ao Brasil; em Confins, vai vencendo a Queiroz Galvão, com ágio de R$ 1,7 bilhão
Marco Damiani - 247 - Acabam de ser feitas as propostas para os terminais aeroportuários levados a leilão nesta sexta-feira. No mais disputado, o consórcio Aeroportos do Futuro, formado pelos grupos Odebrecht e Changi, de Cingapura, apresentou proposta de nada menos que R$ 19 bilhões – o que representa um ágio de 293%. A proposta é bastante superior à dos grupos CCR (R$ 13,1 bilhões), Carioca (R$ 14,5 bilhões) e Queiroz Galvão (R$ 6,5 bilhões).
O valor é também a confirmação das melhores expectativas da presidente Dilma Rousseff, que, ontem, em entrevista exclusiva ao 247 (leia aqui), previu "competição forte" entre grupos do Brasil e do mundo pelos aeroportos nacionais. "O Brasil já vive o maior ciclo de investimentos em infraestrutura de sua história", disse ela, ao 247.
O resultado parcial do Galeão torna risível a crítica sobre a desconfiança dos empresários nacionais e internacionais em relação ao Brasil. O ágio – de 293% – fala por si. Na fase de viva-voz do leilão, os concorrentes não fizeram propostas, o que sacramentou a vitória do Aeroportos do Brasil.
Em Confins, a primeira parcial apontou liderança do consórcio AeroBrasil, composto por CCR e a Flughafen, de Zurique, na Suíça, com ágio de 27,7% e oferta de R$ 1,4 bilhão. Em seguida, houve disputa – e o mesmo consórcio elevou a proposta para R$ 1,6 bilhão, mas foi superado por Queiroz Galvão, que jogou o valor para R$ 1,7 bilhão.
Abaixo reportagem da Agência Brasil sobre o leilão:
Leilão de aeroportos tem lances de até R$ 19 bilhões
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Acabou agora pouco a etapa de apresentação dos lances escritos no leilão para concessão dos aeroportos internacionais Antônio Carlos Jobim/Galeão, no Rio de Janeiro, e Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte. Foram feitos cinco lances para os direitos de ampliação, manutenção e exploração do aeroporto carioca e três para o mineiro.
O maior lance para o Galeão foi do consórcio Aeroportos do Futuro, com um valor de outorga de R$ 19 bilhões. O lance mínimo era de R$ 4,82 bilhões. Para Confins, o maior lance foi do consórcio Aerobrasil, R$ 1,4 bilhão. O lance mínimo para o terminal mineiro era de R$ 1,09 bilhão.
As propostas estão sendo verificadas. Os consórcios que tiverem os três melhores lances considerados válidos poderão continuar participando do leilão na etapa de viva voz.
Juntos, os dois aeroportos movimentam 14% do total de passageiros do país, 10% da carga e 12% das aeronaves do tráfego aéreo brasileiro. Atualmente, o Galeão movimenta, por ano, cerca de 17,5 milhões de passageiros. O prazo de concessão será 25 anos, podendo ser prorrogado uma vez, por mais cinco anos. Segundo a Anac, a expectativa é que 60 milhões de passageiros utilizem o aeroporto em 2038, ano em que acaba a concessão.
Em relação a Confins prazo de concessão será 30 anos, também com possibilidade de prorrogação por mais cinco anos. Atualmente, o movimento é 10,4 milhões de passageiros por ano, e ao fim da concessão, a expectativa é 43 milhões de passageiros utilizando o aeroporto anualmente.
Abaixo reportagem da Reuters sobre o leilão:
Por Roberta Vilas Boas e Leonardo Goy
SÃO PAULO (Reuters) - O governo federal realiza nesta sexta-feira o leilão dos aeroportos dos aeroportos Antônio Carlos Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, e Tancredo Neves (Confins), em Minas Gerais, em mais uma etapa das diversas concessões no setor de infraestrutura, com previsão de início às 10h, na sede da BM&FBovespa.
No total, cinco consórcios entregaram propostas para participar, sendo que três deles fizeram propostas tanto para Galeão quanto para Confins.
Trata-se do segundo leilão desse tipo no setor de infraestrutura aeroportuária no país, que inclui a estatal Infraero como sócia minoritária com 49 por cento dos empreendimentos. Em fevereiro de 2012, o governo federal transferiu o controle dos terminais Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF) para a iniciativa privada, arrecadando 24,5 bilhões de reais.
O primeiro leilão de concessão de aeroportos, o de São Gonçalo do Amarante (RN), realizado em 2011, teve um modelo diferente, com uma concessão 100 por cento privada, ou seja, sem a participação da Infraero.
Para o leilão desta sexta-feira, cinco consórcios apresentaram proposta por Galeão (RJ) e três deles disputarão também a concessão de Confins (MG), disse à Reuters uma fonte do governo que acompanha o processo nesta semana.
Destaca-se também a presença de operadores de grandes aeroportos internacionais, como a Changi, de Cingapura, a Fraport, de Frankfurt, e a ADP, de Paris, além da espanhola Ferrovial, que administra o aeroporto de Heathrow, em Londres.
Entre os consórcios aptos a participar, a brasileira CCR associou-se à Flughafen, que opera os aeroportos de Munique e Zurique, enquanto a Odebrecht formou consórcio com a Changi, e a Queiroz Galvão se uniu à espanhola Ferrovial. Esses três consórcios entregaram propostas tanto para Galeão, quanto para Confins.
A Ecorodovias se uniu à alemã Fraport, e à Invepar, que entrou como minoritária no consórcio por já operar o aeroporto de Guarulhos. A Carioca Engenharia formou consórcio com francesa ADP e a holandesa Schiphol
Durante a abertura dos envelopes, serão lidas todas as propostas, e então, serão consideradas como ofertas ativas as três maiores por cada aeroporto ou aquelas cujo valor não seja menor que 90 por cento da maior oferta de cada terminal.
No caso dos consórcios que fizerem ofertas pelos dois aeroportos, uma das propostas será considerada inativa caso a outra seja a oferta titular. Pelas regras do governo, cada aeroporto terá um vencedor distinto.
INVESTIMENTOS
De acordo com o edital, o aeroporto de Galeão exigirá um lance mínimo de 4,828 bilhões de reais e Confins, de 1,096 bilhão de reais. O valor final do lance será pago em parcelas anuais ao longo do prazo de concessão, que é de 25 anos para o Galeão e de 30 anos para Confins.
Os investimentos estimados no aeroporto fluminense são de 5,7 bilhões de reais e no mineiro, de 3,5 bilhões de reais. Segundo a Anac, Galeão e Confins respondem juntos por 14 por cento da movimentação de passageiros e 10 por cento de carga no país.
Entre os investimentos exigidos pelo governo estão a construção de 26 novas pontes de embarque e a ampliação do pátio de aeronaves do Galeão até 2016. Em Confins, o vencedor terá que construir um novo terminal com no mínimo 14 pontes de embarque também até 2016, entre outras obrigações.
Os vencedores terão que se associar à estatal Infraero, que terá 49 por cento de participação nas futuras concessionárias.
2014: Impressões Iniciais II
O que de fato explica o novo cenário apontado pela última pesquisa Ibope é a queda relevante no apoio a Eduardo Campos e Marina Silva.
Fabiano SantosA última pesquisa IBOPE de intenção de voto para a presidência indica vitória de Dilma Rousseff em primeiro turno em todos os cenários, além de ampla margem contra os principais postulantes em segundo turno. Não obstante, alteração apenas marginal ocorreu na avaliação positiva do governo e na taxa de aprovação da presidenta no exercício do mandato.
Qual fator contribuiu para aquela mudança, esta sim, mais significativa, nas chances eleitorais dos candidatos? Salvo melhor juízo, nenhum veículo da grande imprensa falada ou escrita conferiu a devida ênfase, ma mas o que de fato explica o novo cenário é a queda relevante no apoio a Eduardo Campos e Marina Silva.
Vejam que não apenas a vantagem no apoio a Dilma se elevou em alguns cenários, mas também, e de forma até certo ponto surpreendente, o nível de rejeição aos candidatos psbista e redista se eleva para muito além da margem de erro.
A análise dos candidatos sobre os resultados ressalta, é claro, o fator que pode lhe render bons argumentos na captação de apoios e financiadores. Na mesma pesquisa, os respondentes, em sua maioria, sinalizam o desejo de mudanças, alterações de rota a serem realizadas pelo governo a ser eleito em 2014. E foi nesta linha, por exemplo, que as informações do IBOPE acabaram sendo comemoradas por Aécio Neves. Mas deixando de lado o viés político, qual a leitura que devemos fazer do quadro resultante desta última sondagem?
De um lado, a presidenta continua favorita, com sua aprovação e margem de vantagem se ampliando contra os demais possíveis candidatos, de outro, um aparente sentimento mudancista prevalecendo na população num contexto, contudo, no qual a grande novidade no cenário (uma eventual junção de Marina com Eduardo Campos) perde força entre aqueles que os apoiariam, além de ver sua rejeição aumentada.
Num país com tantos e tão graves problemas sociais, estranho seria se encontrássemos um sentimento de que tudo vai bem, não sendo nenhuma mudança tida como necessária. A esta altura é importante distinguir sentimento em favor de mudanças de sentimento oposicionista. Em tese, nada impede que se cultive um desejo em favor de mudanças e considerar o governo da vez como o mais bem preparado ator político para conduzi-las.
O ponto político central é saber qual dos candidatos apresentados ao público pelos partidos até o momento aparece como melhor credenciado para operar tais mudanças. Na média das opiniões, tal candidatura possui nome e endereço: Dilma Rousseff. Por óbvio, o cenário seria bastante distinto caso prevalecesse entre os eleitores um sentimento oposicionista – neste caso, certamente algum candidato da oposição, muito provavelmente do PSDB, por ser identificado como a contrapartida ao PT, estaria em elevação nas intenções de voto.
É preciso ter calma e frieza para entender os motivos pelos quais o sentimento de mudança não esteja se transformando num sentimento oposicionista mais consistente. A começar pelos números da economia: embora o crescimento não seja robusto, não se vê decréscimo nas taxas de emprego e renda, além de não ter havido algo que foi amplamente alardeado pela oposição e mídia anti-petista: o descontrole inflacionário.
No âmbito social, depois das manifestações de junho, o governo agiu em diversas frentes, sobretudo na saúde, com o programa “Mais Médicos”, mas também na educação com aprovação de parte dos royalties do pré-sal para o financiamento do ensino básico e algumas iniciativas na questão da mobilidade urbana. Pode ser pouco até 2014, mas certamente o eleitor percebe que não está diante de um governo passivo. E resta saber também se os conflitos internos à coalizão dilmista não acabarão fragilizando a candidatura à reeleição diante de um cenário muito duro que se avizinha, com Copa do Mundo, protestos e o desespero dos derrotados no âmbito político, societal e midiático.
Singela e importante mensagem está sendo dada pelo cidadão brasileiro. Depois de um grande alarido em torno da decisão de Marina Silva de se filiar ao PSB de Eduardo Campos e dos passos firmes deste em se tornar oposição ao governo do qual sempre fez parte, o eleitor pensou, refletiu e decidiu. Decidiu que não gostou.
Razões, podemos elencar várias, mas a realidade, tal como posta no momento, é esta: a coalizão PSB/REDE não é vista como opção consistente. Talvez a sinalização seja mais ampla – não é especificamente a junção de Campos e Marina o que incomoda, mas sim o que de aventura e oportunista encontra-se implícito na operação. A percepção de aventura e inconsistência pode demorar a aparecer, mas depois de tantas eleições e experiências políticas coletivas, o óbvio se desnudará para todos.
(*) Cientista político, professor e pesquisador do IESP/UERJ
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Somos todos PT!
Ao cair da tarde de ontem, a indignação já não cabia mais no peito. Tornou-se difusa, errática, descontrolada e insensata, até. Voltou-se inclusive contra o alvo da injustiça, o próprio PT, por loucura que pareça eu ter agido assim. Afinal, a permanecer na retranca, o partido presta colaboracionismo às hordas selvagens que o fustigam.
Genoino finalmente enfartou. Era o que esperavam para enviá-lo ao hospital. Acudi-lo só quando chegou aos umbrais da morte lembra o que faziam os torturadores do regime militar quando as vítimas de suas sevícias chegavam ao limite da resistência humana e só então os algozes as cuidavam a fim de que pudessem suportar mais torturas.
Escrevo uma saraivada de impropérios nas redes sociais… Perdi o controle. A indignação pode ser uma droga, em certo grau.
Eis que o amigo bem-informado telefona e recomenda calma. Tranquiliza-te. Eles foram longe demais. A reação está começando. Movimentos sociais, centrais sindicais, políticos, militantes, blogueiros, tuiteiros, estudantes, jovens, idosos, homens e mulheres de todo o país estão se erguendo contra a injustiça. Logo mostrarão a força de nossa indignação.
Muitos jamais se filiaram nem virão a se filiar ao PT. Grande parte é crítica ao partido, em maior ou menor grau – e estou entre eles. Acusam-no de fazer concessões à direita, de incoerências. Enfim, acusam-no de tudo. Às vezes com razão… Mas a imagem daqueles três homens sendo enclausurados sem um julgamento justo, revolta ao impensável.
De repente, muitos enxergam que, neste país, cadeia é só para preto, pobre, prostituta e, agora, também para petista. O escândalo é com a oposição? Eles dão um jeito de meter o PT no meio. O Jornal Nacional conseguiu colocá-lo até no escândalo dos trens comprados pelo PSDB de SP.
Nunca ficou tão claro a tantos que alguns tentam destruir um partido político por todo e qualquer meio possível e imaginável. Mesmo os que resistem a esse partido se perguntam se podem compactuar com esse fascismo em estado puro, com essa “petefobia” delirante que se sustenta na mentira, na distorção, no acobertamento, na trapaça.
Muitos vão se surpreendendo ao descobrir que os “poderosos” que os jornais dizem que finalmente estão sendo punidos não passam de homens que estão longe de ter enriquecido na política e que um deles é praticamente um espartano, em termos de modo de vida.
Não importa o que você pensa do PT. Se não nutrir ódio pelo partido, mas meramente uma discordância legítima, não pode compactuar com o que estão fazendo. Você é capaz de se olhar no espelho e dizer que o PT é o único partido que merece ter membros presos?
Só um demente pode dizer justo que os únicos políticos presos sejam José Genoino, José Dirceu e Delúbio Soares. Só um hipócrita crônico pode aceitar isso enquanto tantos corruptos que enriqueceram até estourar estão vagando há décadas por aí sem jamais ter sido incomodados.
Não, você que é uma pessoa decente, que tem consciência, que não se entrega à perversão que tomou alguns setores de nossa sociedade sabe que sempre haverá tempo para combater o PT por esta ou por aquela razão, mas não é agora. Neste momento, barrar a tentativa de destruição de um partido político como o PT é uma causa da democracia.
E, se discorda, nem perca seu tempo dizendo que não o represento. Nem sonharia em falar por aqueles ou para aqueles que adotam a conduta que a charge que ilustra este post reproduz. Minha indignação não é seletiva. Falo para e pelas pessoas lúcidas, de caráter, com vergonha na cara, com um mínimo senso de justiça. E por mais e para mais ninguém.
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