Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

LULA E DILMA VÃO PERDER. O PIG VAI FAZER A CABEÇA



Saiu na primeira página do Valor, o PiG (*) cheiroso:

PETROBRAS REDUZ DIVIDENDOS PARA REFORÇAR CAIXA E PODER INVESTIR


de Fernando Torres, Karla Spotorno e Claudia Schuffner

A mudança na distribuição dos lucros pela Petrobras, anunciada na segunda-feira, incomodou analistas e investidores e contribuiu para a desvalorização das ações ON (ordinárias, com direito a voto) no pregão de ontem (dia 5). 

(…)

A conduta tradicional da companhia era remunerar de forma mais generosa do que prevê a política de dividendos, que diz que o valor mínimo a ser distribuído é de 25% do lucro líquido ajustado. Em 2009, a Petrobras distribuiu 31,5% dos resultados. Em 2010, o percentual ficou em 28%. E, em 2011, subiu para 34,3%. 

(…)

Depois de ressaltar que as diferenças nas regras de dividendo mínimo entre as classes de ações sempre foram divulgadas de forma clara, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que essa opção de pagamento diferente foi usada neste momento “por um bom motivo, pelo caixa que a companhia preserva” com a medida. “Sempre que possível, é claro, a melhor alternativa é pagar igual. Mas as condições nesse momento requerem a decisão que foi tomada”, acrescentou.

“Estamos fazendo os ajustes onde são possíveis de se fazer”, acrescentou o executivo, ao explicar por que houve corte no dividendo, mas não na despesa de capital.

(…)

A presidente da Petrobras, Graça Foster, reforçou o argumento para a decisão, dizendo que o dinheiro economizado com dividendos permite, por exemplo, a construção de uma plataforma para aumentar a produção diária de petróleo em 150 mil barris por dia, o que propicia ao acionista um “retorno melhor”.

A Petrobras prevê investir R$ 98 bilhões em 2013, mesmo se não houver reajuste dos combustíveis



Se o amigo navegante fosse um administrador zeloso, o que faria ?
Distribuía dividendos ou garantia o caixa da empresa para continuar a investir ?
Para construir uma plataforma adicional e produzir 150 mil b/d ?
Foi a opção do Governo Dilma.
Quem mais se prejudicou ?
A União, você, amigo navegante, portador de ações ON, com direito a voto ?
Não, não foi você, porque você vai se beneficiar da politica de longo prazo da Petrobras, de explorar mais – e gerar mais lucros, no futuro.
Clique aqui para ler “Compre Petrobras. O lucro superou as expectativas”.
Então, amigo navegante, a Dilma pisou no calo de quem, para gerar tanta gritaria ?
Pisou no calo dos espertinhos que, em 1999, compraram ações ON da Petrobras a preço de banana, na Bolsa de Nova York.
No Governo de quem ?
Do Farol de Alexandria.
No Governo do Farol de Alexandria, a Petrobras era preparada para ser a Petrobrax e ser passada nos cobres pela Chevron, do Cerra – clique aqui para ver a consumação da patranha no WikiLeaks.
Como Presidente, o Farol, primeiro, construiu um gasoduto para a Bolívia, um dos mais desastrados contratos da história da Petrobras, sob medida para beneficiar a Enron e a Repsol.
Como Presidente, o Farol, tentou, em 1996, quebrar o monopólio estatal do petróleo, ao dar a propriedade (100%) a quem o produzisse.
Lula, como se sabe, na prática, revogou a desestatização da Petrobrax.
Em 1997, o Farol criou a ANP e entregou ao genro, David Zylberstajn, um campeão de privatização, desde que trabalhou na Secretaria de Minas e Energia de São Paulo e deu a Eletropaulo a uma empresa americana, AES, com dinheiro do BNDES.
Em 1999, o Farol de Alexandria nomeou presidente da Petrobras Philip Reichstuhl, administrador profissional, que se tornou inesquecível por sua passagem no comando das Organizações Globo.
Reichstuhl criou a marca “Petrobrax” e vendeu ações ordinárias da Petrobrás em Nova York.
Foi o maior negocio da China em Wall Street.
Por irrisórios US$ 5 bilhões, o Farol de Alexandria vendeu 20% e depois 16% das ON da empresa.
Essa é a rapaziada que, hoje, chia através de seus instrumentos no PiG (*).
São os portadores e ONs, que, ao fim do dia, no happy-hour em Wall Street, tomam um dry Martini em homenagem ao Fernando Henrique Cardoso.
E caem na gargalhada !
Outra obra do Farol, pelas mãos de Reichite, foi fatiar a Petrobrax em 40 “unidades de negócio”, por sugestão do banco Credit Suisse First Boston, com o óbvio objetivo de facilitar a venda das fatias.
Nesta quarta-feira, o PiG vocifera o fracasso da Petrobras, por causa do anúncio dos resultados na véspera.
Diz que a culpa é da Dilma, porque interfere demais.
A culpa, enfim, é do monopólio estatal do petróleo, que levou Vargas ao suicídio.
O jornal nacional desta terça-feira celebrou ritos fúnebres para a Petrobras com a liturgia do Zorra Total.
A Globo quer que a Dilma aumente o preço da gasolina, para depois acusá-la de incendiar a inflação.
Depois do mensalão, o do PT, o Golpe se armou com o apagão da energia.
Teve o desgaste Golpista da eleição do Renan e do Alves.
Nesta quarta-feira, o afundamento da Petrobras.
E tem a crise institucional que se avizinha por conta do mandato do Genoíno (devidamente aguçada pelo jn do Gilberto Freire com “i”(**). (Clique aqui para ver a resposta que Rodrigo Vianna deu ao “com i” e à Folha (***). )
Dia a dia, a Falange montada na Casa Grande, no PiG e seus representantes no Supremo cerca o Governo trabalhista.
Água mole em pedra dura tanto bate que até fura.
Como disse Gilberto Carvalho, na importante entrevista à Carta Capital:
Eu considero um milagre a gente ter ganho o governo, ter conseguido governar, fazer uma reeleição e depois uma eleição da Dilma. É um milagre ante o bombardeio diário que a gente sofre. Esse milagre só ocorreu pela transformação do País. Agora, há um limite. A persistência desses movimentos ideológicos pode fragilizar nossa relação com o povo, a compreensão do nosso projeto e o apoio ao nosso projeto.
Há um limite, é claro.
Esse limite foi ultrapassado.
Como diz o José Dirceu sobre a condenação no Supremo construída, antes, no PiG (*): os trabalhistas perderam a batalha.
Perderam a batalha política – diz o Dirceu.
E a batalha das mentes, diz o ansioso blogueiro.
Perdeu a batalha pelo que Gramsci chama de “hegemonia”.
A possibilidade de levar à “sociedade civil” uma proposta de Governo.
Convencê-la.
Mostrar em que difere da proposta alternativa.
Achar que os benefícios materiais falam por si próprios e neutralizam o efeito do Golpe da Falange – é um equívoco.
Achar que os beneficiados não assistem à Globo ou não lêem o Globo – outro equívoco.
O Gilberto Freire “i” (**) e seus instrumentos tem o poder de fazer a agenda.
Impor a ordem dos trabalhos.
E redigir a ata.
Precisa de um exemplo ?
A inacreditável conversão do Big Ben de Propriá – clique aqui para ler “o prefácio de Ayres Britto é imoral”.
Lula e Dilma vão perder a batalha das mentes.
Cedo ou tarde.
Correm o risco de isso ocorrer antes da eleição de 2014.
Quem vai contar a história da Petrobrax aos netinhos ?



Em tempo: não deixe de ver como o Supremo e os Estados Unidos deram um Golpe “legal” no Paraguai.

Em tempo2: liga o Warren Buffett, lá de Omaha: “senhor Amorim, saiba que o Alexandria Lighthouse chegou aqui em Wall Street e me vendeu as ações ordinárias da Petrobrás no limite, bateu na trave: a União só ficou com 50,000000001% das ações. Quase que me vende o controle dessa empresinha por preço de banana. Banana do mesmo cacho por que vendeu a Vale do Rio Doce. Outra beleza ! E isso não tem a menor importância para os cidadãos brasileiros, na grande maioria, acionistas preferencialistas. Eu é que got f… up ! Acho que a Dilma quis me dar uma banana !


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.

(***) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores

WIKILEAKS: COMO CERRA IA ENTREGAR O PRÉ-SAL



“Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem… E nós mudaremos de volta” – Cerra.


Do twitter de Stanley Burburinho (quem será ele ?):

Telegrama enviado da embaixada americana para o Depto. de Estado dos EUA, vazado pelo Wikileaks, denuncia que Serra prometeu entregar o pré-sal às petroleiras do exterior:


““Eles são os profissionais e nós somos os amadores”, teria afirmado Patrícia Padral, diretora da americana Chevron no Brasil, sobre a lei proposta pelo governo . Segundo ela, o tucano José Serra teria prometido mudar as regras se fosse eleito presidente.”

“Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, teria dito o pré-candidato.”

Nos bastidores, o lobby pelo pré-sal

“A indústria de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal?”. Este é o título de um extenso telegrama enviado pelo consulado americano no Rio de Janeiro a Washington em 2 de dezembro do ano passado.

Como ele, outros cinco telegramas a serem publicados hoje pelo WikiLeaks mostram como a missão americana no Brasil tem acompanhado desde os primeiros rumores até a elaboração das regras para a exploração do pré-sal – e como fazem lobby pelos interesses das petroleiras.

Os documento revelam a insatisfação das pretroleiras com a lei de exploração aprovada pelo Congresso – em especial, com o fato de que a Petrobras será a única operadora – e como elas atuaram fortemente no Senado para mudar a lei.

“Eles são os profissionais e nós somos os amadores”, teria afirmado Patrícia Padral, diretora da americana Chevron no Brasil, sobre a lei proposta pelo governo . Segundo ela, o tucano José Serra teria prometido mudar as regras se fosse eleito presidente.

Partilha

Pouco depois das primeiras propostas para a regulação do pré-sal, o consulado do Rio de Janeiro enviou um telegrama confidencial reunindo as impressões de executivos das petroleiras.

O telegrama de 27 de agosto de 2009 mostra que a exclusividade da Petrobras na exploração é vista como um “anátema” pela indústria.

É que, para o pré-sal, o governo brasileiro mudou o sistema de exploração. As exploradoras não terão, como em outros locais, a concessão dos campos de petróleo, sendo “donas” do petróleo por um deteminado tempo. No pré-sal elas terão que seguir um modelo de partilha, entregando pelo menos 30% à União. Além disso, a Petrobras será a operadora exclusiva.

Para a diretora de relações internacionais da Exxon Mobile, Carla Lacerda, a Petrobras terá todo controle sobre a compra de equipamentos, tecnologia e a contratação de pessoal, o que poderia prejudicar os fornecedores americanos.

A diretora de relações governamentais da Chevron, Patrícia Padral, vai mais longe, acusando o governo de fazer uso “político” do modelo.

Outra decisão bastante criticada é a criação da estatal PetroSal para administrar as novas reservas.

Fernando José Cunha, diretor-geral da Petrobras para África, Ásia, e Eurásia, chega a dizer ao representante econômico do consulado que a nova empresa iria acabar minando recursos da Petrobrás. O único fim, para ele, seria político: “O PMDB precisa da sua própria empresa”.

Mesmo com tanta reclamação, o telegrama deixa claro que as empresas americanas querem ficar no Brasil para explorar o pré-sal.

Para a Exxon Mobile, o mercado brasileiro é atraente em especial considerando o acesso cada vez mais limitado às reservas no mundo todo.

“As regras sempre podem mudar depois”, teria afirmado Patrícia Padral, da Chevron.

Combatendo a lei

Essa mesma a postura teria sido transmitida pelo pré-candidtao do PSDB a presidência José Serra, segundo outro telegrama enviado a Washington em 2 de dezembro de 2009.

O telegrama intitulado “A indústria de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal?” detalha a estratégia de lobby adotada pela indústria no Congresso.

Uma das maiores preocupações dos americanos era que o modelo favorecesse a competição chinesa, já que a empresa estatal da China, poderia oferecer mais lucros ao governo brasileiro.

Patrícia Padral teria reclamado da apatia da oposição: “O PSDB não apareceu neste debate”.

Segundo ela, José Serra se opunha à lei, mas não demonstrava “senso de urgência”. “Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, teria dito o pré-candidato.

O jeito, segundo Padral, era se resignar. “Eles são os profissionais e nós somos os amadores”, teria dito sobre o assessor da presidência Marco Aurelio Garcia e o secretário de comunicação Franklin Martins, grandes articuladores da legislação.

“Com a indústria resignada com a aprovação da lei na Câmara dos Deputados, a estratégia agora é recrutar novos parceiros para trabalhar no Senado, buscando aprovar emendas essenciais na lei, assim como empurrar a decisão para depois das eleições de outubro”, conclui o telegrama do consulado.

Entre os parceiros, o OGX, do empresário Eike Batista, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a Confederação Naiconal das Indústrias (CNI).

“Lacerda, da Exxon, disse que a indústria planeja fazer um ‘marcação cerrada’ no Senado, mas, em todos os casos, a Exxon também iria trabalhar por conta própria para fazer lobby”.

Já a Chevron afirmou que o futuro embaixador, Thomas Shannon, poderia ter grande influência nesse debate – e pressionou pela confirmação do seu nome no Congresso americano.

“As empresas vão ter que ser cuidadosas”, conclui o documento. “Diversos contatos no Congresso (brasileiro) avaliam que, ao falar mais abertamente sobre o assunto, as empresas de petróleo estrangeiras correm o risco de galvanizar o sentimento nacionalista sobre o tema e prejudicar a sua causa”.

http://cartacapitalwikileaks.wordpress.com/2010/12/13/nos-bastidores-o-lobby-pelo-pre-sal/


Sobre Petrobrás, clique aqui para ler “Lula e Dilma vão perder . O PiG é que vai fazer a cabeça”.

Clique aqui para ler “Compre Petrobrás !”.

Livro sobre ‘mensalão’ pode virar novo best-seller político


Posted by  


O blogueiro recebe da “Geração Editorial” release de livro que está para ser lançado e que, por razões que serão explicadas adiante, pode reeditar o sucesso de obra anterior publicada pela mesma editora, “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que, entre o fim de 2011 e início de 2012, tornou-se o maior best-seller político do século XXI no Brasil.
Trata-se de “A Outra História do Mensalão”, do jornalista Paulo Moreira Leite, ex-colunista da revista Época e atual colunista da revista IstoÉ. Como bônus, a obra ainda tem prefácio do jornalista Janio de Freitas, colunista da Folha de São Paulo e um dos maiores – e escassos, na grande mídia – críticos dos excessos do julgamento do mensalão.
Basicamente, o livro reúne colunas de Moreira Leite no blog que tinha hospedado no portal da Globo na internet, o qual teve que abandonar após ser boicotado pela revista Época por estar divergindo da linha editorial da publicação. O autor, porém, inseriu textos novos para encadear as postagens de seu antigo blog.
Os exemplares de “A Outra História do Mensalão” chegarão da gráfica para a editora no próximo dia 18 e, no dia seguinte, já deverão começar a ser despachados para livrarias de todo país.
Detalhe: a livraria Saraiva e a “Livraria da Folha” já abriram pré-venda do livro de Moreira Leite. Na Saraiva, em preço promocional, custa R$ 27.
O campeão de vendas anterior da Geração Editorial, o “Privataria Tucana”, cumpriu um ritual antes de chegar às livrarias que parece estar se reeditando. Vale relembrar a trajetória impressionante de um livro que se transformou em best-seller com base exclusiva em repercussão antecipada na internet.
Com exceção da revista Carta Capital e da TV Record, o resto da mídia, em um primeiro momento, ignorou solenemente o lançamento do “Privataria Tucana”, mas só até o dia 15 de dezembro.
Carta Capital, Record e blogs de esquerda acusaram a imprensa corporativa de boicotar a obra para não prejudicar José Serra, personagem central do livro.  A despeito do boicote, “Privataria” teve uma repercussão que nenhum livro amplamente divulgado pelos grandes meios obteve.
Para que se possa mensurar o sucesso daquela obra, os 15 mil exemplares de sua 1ª edição se esgotaram no primeiro dia em que foram distribuídos às livrarias, em dezembro de 2011.
Nos dois meses seguintes, “Privataria” alcançaria a marca impressionante de 120 mil exemplares vendidos. Livro de denúncias políticas análogo, o “Pais dos Petralhas”, de Reinaldo Azevedo, colunista e blogueiro da revista Veja, vendeu apenas 30 mil exemplares em seu primeiro ano.
Naquele dezembro de lançamento do “Privataria”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, outra personagem central do livro, chegou a cancelar evento de autógrafos de seu novo livro de memórias e todos os seus eventos de fim de ano, adiantando suas férias. Foi praticamente impossível falar com José Serra até várias semanas após o lançamento da obra.
Vale outra medida de comparação sobre a supremacia da obra: o livro de não-ficção mais vendido no Brasil em 2011, “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, lançado em 2009 pelo jornalista Leandro Narloch, vendera 71 mil cópias em todo o ano. Tanto este quanto “Petralhas” tiveram enorme divulgação da grande mídia, enquanto que “Privataria” virou best-seller com divulgação apenas em blogs e redes sociais.
Após o boicote inicial à obra, porém, o interesse comercial falou mais alto e a grande mídia passou a incluir o fenômeno de vendas em suas listas de livros mais vendidos.
Passados 19 dias da chegada de “A Privataria Tucana” às livrarias, do alto de uma busca ensandecida de leitores por exemplares em todo país a obra foi inserida na lista de Veja. O Globo, no caderno Prosa & Verso, colocou o livro em primeiro lugar, à frente do livro de Steve Jobs, que ficou em segundo.
“A Privataria Tucana”, com 120 mil exemplares vendidos, chegou ao topo da lista geral de vendas da primeira semana de 2012. “Steve Jobs” e “As esganadas”, de Jô Soares, fecharam em segundo e terceiro lugar, respectivamente.
“A Privataria Tucana” também foi um dos finalistas da 54ª edição do Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, o prêmio mais prestigiado da literatura brasileira, na categoria Reportagem.
Eis que, agora, experiência pessoal do blogueiro – que, na última terça-feira (5), divulgou a obra em primeira mão no Facebook, ao mesmo tempo em que mais alguns poucos outros blogueiros que também receberam o release da Geração Editorial – mostra que o fenômeno pode se repetir.
postagem naquela rede social anunciando o lançamento da obra do jornalista Paulo Moreira Leite, em algumas horas foi “compartilhada” por 1.178 pessoas, o que quem conhece o Facebook sabe que é muita coisa, sobretudo em se tratando de lançamento de um livro.
Os comentários dos leitores de tal postagem no FB dão a medida do sucesso que o livro pode vir a ter. Vale a pena ler. Mostram que importante setor da sociedade está sequioso por ver contada versão dessa história que a grande imprensa brasileira sonegou amplamente no âmbito de sua tentativa de condenar o governo Lula e desmoralizar o PT.

A PETROBRAS AFUNDOU? A IMPRENSA GOLPISTA E A SÍNDROME DE FHC.


SAÍDA DA CRISE: NAÇÃO OU PAÍS-MERCADORIA?


*'Não há como apoiar Dilma sem se opor à trama embutida na AP 470; e vice-versa' (ex-ministro José Dirceu, em debate em Brasília, nesta 3ª feira)**Corrida contra o tempo: governo amplia atrativos para viabilizar investimento em grandes projetos de  infra-estrutura.



Quando foi eleito presidente do Chile, em janeiro de 2010, o direitista Sebástian Piñera reacendeu a esperança conservadora  na América Latina.Sua vitória reluzia como a revanche diante de um colar de governos progressistas que asfixiavam o horizonte da direita regional. Enfim, um presidente para chamar de seu.Transcorridos três anos, Piñera rasteja a caminho de uma derrota sucessória  antevista como inevitável nas eleições de novembro próximo.Dilma, 'o poste', como queria Serra, ostenta mais de 70% de aprovação.O jornalismo que apostou na ressurgência neoliberal mostra-se estupefato. O Chile fez tudo como deve ser. É a economia mais aberta da América Latina. O Estado é mínimo: a dívida do setor público é de apenas 11,5% do PIB (36% no Brasil). A previdência foi privatizada. A proteção trabalhista é pífia. O raciocínio conservador desdenha de uma lacuna-chave:o 'mandatário moderno' esqueceu de transformar a maçaroca econômica em uma Nação.Um 'país-mercadoria' não precisa de projeto nacional. A qualidade distinta do desenvolvimento perseguido pelo Brasil não representa uma certeza. É um projeto em disputa. A crise mundial estreitou a margem de manobra. Reclama definições mais duras. E linhas de passagem mais curtas e ousadas. A cada dia as opções reforçam a excludência entre a lógica que modelou o Chile, de Pinochet a Piñera, e a que tateia o Brasil, de Lula a Dilma. Projeto de Nação ou 'país -mercadoria'?.(LEIA MAIS AQUI)



Madame Christine e a presidente Cristina


A inflação argentina é, efetivamente, muito mais elevada do que o governo diz. E, a partir disso, pode-se até mesmo duvidar também do crescimento do PIB. O que não dá para entender – e aceitar – é o tom da declaração que, na verdade, foi uma ‘moção de censura’ de Christine Lagarde e do FMI. Boas razões tem Cristina Kirchner, presidente da Argentina, para bater duro. A análise é de Eric Nepomuceno

  •  
Foi a mais dura crítica do Fundo Monetário Internacional, o FMI, contra um de seus integrantes, a Argentina. Em 69 anos de história, jamais o FMI havia ameaçado um de seus sócios de expulsão sumária, além de advertir do alto risco de, mesmo permanecendo na instituição, o país não poder ter direito a receber empréstimos.

A razão da barafunda toda: os índices oficiais argentinos de inflação. De acordo com esses números, em 2012 a inflação foi de pouco mais de 10% na Argentina. Ninguém, inclusive gente muito próxima ao governo, engole esse número. A cifra é de mais de o dobro. O país vive uma inflação oficial e outra, a dos supermercados, ou seja, a real, calculada em uns 25% no ano passado. De roldão, o FMI deu um prazo de oito meses para que o país reveja não apenas esse índice, mas também o da evolução do PIB em 2012. Ou seja, o FMI disse que é tudo duvidoso. Pelo menos duvidoso.

Até aí, tudo bem. A inflação argentina é, efetivamente, muito mais elevada do que o governo diz. E, a partir disso, pode-se até mesmo duvidar também do crescimento do PIB. Portanto, daria para entender a chamada de atenção do FMI presidido por madame Christine Lagarde, uma advogada de 57 anos com certa trajetória progressista e que substituiu Dominique Strauss-Kahn no cargo de diretor-geral, o mais alto da organização. 

O que não dá para entender – e aceitar – é o tom da declaração que, na verdade, foi mais do que isso: foi uma clara ‘moção de censura’, com todas as letras. Afinal, se de errar feio se trata, difícil será achar alguém capaz de competir com o FMI.

Boas razões tem Cristina Fernández de Kirchner, presidente da Argentina, ao bater duro. É bem verdade que ela não esclarece a questão da distância olímpica entre preços nas ruas e índice oficial de inflação. Preferiu bater em vez de rebater. E acertou em cheio. Primeira pergunta da presidente eleita pelos argentinos: onde estava o FMI, que foi incapaz de detectar com um mínimo de antecipação uma só das crises que sacodem países europeus? Onde estava quando um dos bancos espanhóis, o Bankia, foi para o brejo, presidido por um de seus antigos diretores, Rodrigo Ratto, obrigando o Estado a se endividar para salvar a ganância dos abutres da banca? 

Onde está o FMI neste exato instante, quando países endividados se afundam levando sua população ao desespero, como acontece na Grécia, em Portugal, na Irlanda, na Espanha?

Cristina Kirchner lembrou, com amarga memória, que seu país, a Argentina, foi dileta seguidora das receitas do FMI nos anos 90. O resultado é pago até hoje. Em 2001 a Argentina quebrou, foi para o brejo, e só foi resgatada a partir da chegada de Nestor Kirchner ao poder, em 2003. 

Aliás, em 2005 Kirchner liquidou o que a Argentina devia ao Fundo Monetário Internacional e prometeu que seu país nunca mais cairia na esparrela de tomar dinheiro se obrigando a cumprir receitas nefastas e perversas. 

São muitas as sequelas padecidas pela Argentina desde a quebra de 2001. Uma delas é a dificuldade de obter financiamento em organismos internacionais e na banca global. Outra é desconfiar de números e dados oficiais.

Acontece que isso pode ser corrigido, de uma forma ou de outra. Retomando fórmulas de cálculo abandonadas, por exemplo. Encarando o problema de frente, por exemplo. 

Muito, muito mais difícil, porém, é, foi e tem sido reparar os danos profundos causados pelas regras absurdas e as receitas malvadas do FMI que o país adotou no período bizarro de Carlos Menem.

Ao longo dos últimos anos, vários países emergentes, com destaque para o Brasil de Lula e de Dilma, vêm pressionando para que ocorra uma profunda mudança no diálogo entre os organismos financeiros internacionais, a começar pelo FMI, e seus sócios. 

Criticar as estatísticas oficiais da Argentina até que seria cabível. Mas partir para moções de censura e ameaças de expulsão é inadmissível.

Aliás, está mais do que na hora de examinar a atuação do FMI e sua influência na crise econômica e financeira que sacode a Europa. Onde estava todo esse rigor prepotente na hora de examinar os números falsos de países como a Grécia, a Itália, a Irlanda e um longo rosário de nações?

Nós, latino-americanos, conhecemos bem os efeitos colaterais das receitas do FMI. Cada um de nossos países padeceu esse mal, essa perversão. Muitos de nossos países encontraram seu caminho para evitar essa cura que mais mata que salva.

A Argentina tem equívocos, e deve corrigi-los. Cabe aos argentinos pressionarem para evitar números duvidosos, que contrastam com a realidade vivida no seu dia a dia.

Cabe, ou deveria caber, a madame Christine Lagarde e seus cúmplices do FMI saber a hora certa de se pronunciar. E entender que, a esta altura do campeonato, prepotência e impertinência são atitudes que não têm o menor cabimento.