Saiu na primeira página do Valor, o PiG (*) cheiroso:
PETROBRAS REDUZ DIVIDENDOS PARA REFORÇAR CAIXA E PODER INVESTIR
de Fernando Torres, Karla Spotorno e Claudia Schuffner
A mudança na distribuição dos lucros pela Petrobras, anunciada na segunda-feira, incomodou analistas e investidores e contribuiu para a desvalorização das ações ON (ordinárias, com direito a voto) no pregão de ontem (dia 5).
(…)
A conduta tradicional da companhia era remunerar de forma mais generosa do que prevê a política de dividendos, que diz que o valor mínimo a ser distribuído é de 25% do lucro líquido ajustado. Em 2009, a Petrobras distribuiu 31,5% dos resultados. Em 2010, o percentual ficou em 28%. E, em 2011, subiu para 34,3%.
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Depois de ressaltar que as diferenças nas regras de dividendo mínimo entre as classes de ações sempre foram divulgadas de forma clara, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que essa opção de pagamento diferente foi usada neste momento “por um bom motivo, pelo caixa que a companhia preserva” com a medida. “Sempre que possível, é claro, a melhor alternativa é pagar igual. Mas as condições nesse momento requerem a decisão que foi tomada”, acrescentou.
“Estamos fazendo os ajustes onde são possíveis de se fazer”, acrescentou o executivo, ao explicar por que houve corte no dividendo, mas não na despesa de capital.
(…)
A presidente da Petrobras, Graça Foster, reforçou o argumento para a decisão, dizendo que o dinheiro economizado com dividendos permite, por exemplo, a construção de uma plataforma para aumentar a produção diária de petróleo em 150 mil barris por dia, o que propicia ao acionista um “retorno melhor”.
A Petrobras prevê investir R$ 98 bilhões em 2013, mesmo se não houver reajuste dos combustíveis
Se o amigo navegante fosse um administrador zeloso, o que faria ?
Distribuía dividendos ou garantia o caixa da empresa para continuar a investir ?
Para construir uma plataforma adicional e produzir 150 mil b/d ?
Foi a opção do Governo Dilma.
Quem mais se prejudicou ?
A União, você, amigo navegante, portador de ações ON, com direito a voto ?
Não, não foi você, porque você vai se beneficiar da politica de longo prazo da Petrobras, de explorar mais – e gerar mais lucros, no futuro.
Clique aqui para ler “Compre Petrobras. O lucro superou as expectativas”.
Então, amigo navegante, a Dilma pisou no calo de quem, para gerar tanta gritaria ?
Pisou no calo dos espertinhos que, em 1999, compraram ações ON da Petrobras a preço de banana, na Bolsa de Nova York.
No Governo de quem ?
Do Farol de Alexandria.
No Governo do Farol de Alexandria, a Petrobras era preparada para ser a Petrobrax e ser passada nos cobres pela Chevron, do Cerra – clique aqui para ver a consumação da patranha no WikiLeaks.
Como Presidente, o Farol, primeiro, construiu um gasoduto para a Bolívia, um dos mais desastrados contratos da história da Petrobras, sob medida para beneficiar a Enron e a Repsol.
Como Presidente, o Farol, tentou, em 1996, quebrar o monopólio estatal do petróleo, ao dar a propriedade (100%) a quem o produzisse.
Lula, como se sabe, na prática, revogou a desestatização da Petrobrax.
Em 1997, o Farol criou a ANP e entregou ao genro, David Zylberstajn, um campeão de privatização, desde que trabalhou na Secretaria de Minas e Energia de São Paulo e deu a Eletropaulo a uma empresa americana, AES, com dinheiro do BNDES.
Em 1999, o Farol de Alexandria nomeou presidente da Petrobras Philip Reichstuhl, administrador profissional, que se tornou inesquecível por sua passagem no comando das Organizações Globo.
Reichstuhl criou a marca “Petrobrax” e vendeu ações ordinárias da Petrobrás em Nova York.
Foi o maior negocio da China em Wall Street.
Por irrisórios US$ 5 bilhões, o Farol de Alexandria vendeu 20% e depois 16% das ON da empresa.
Essa é a rapaziada que, hoje, chia através de seus instrumentos no PiG (*).
São os portadores e ONs, que, ao fim do dia, no happy-hour em Wall Street, tomam um dry Martini em homenagem ao Fernando Henrique Cardoso.
E caem na gargalhada !
Outra obra do Farol, pelas mãos de Reichite, foi fatiar a Petrobrax em 40 “unidades de negócio”, por sugestão do banco Credit Suisse First Boston, com o óbvio objetivo de facilitar a venda das fatias.
Nesta quarta-feira, o PiG vocifera o fracasso da Petrobras, por causa do anúncio dos resultados na véspera.
Diz que a culpa é da Dilma, porque interfere demais.
A culpa, enfim, é do monopólio estatal do petróleo, que levou Vargas ao suicídio.
O jornal nacional desta terça-feira celebrou ritos fúnebres para a Petrobras com a liturgia do Zorra Total.
A Globo quer que a Dilma aumente o preço da gasolina, para depois acusá-la de incendiar a inflação.
Depois do mensalão, o do PT, o Golpe se armou com o apagão da energia.
Teve o desgaste Golpista da eleição do Renan e do Alves.
Nesta quarta-feira, o afundamento da Petrobras.
E tem a crise institucional que se avizinha por conta do mandato do Genoíno (devidamente aguçada pelo jn do Gilberto Freire com “i”(**). (Clique aqui para ver a resposta que Rodrigo Vianna deu ao “com i” e à Folha (***). )
Dia a dia, a Falange montada na Casa Grande, no PiG e seus representantes no Supremo cerca o Governo trabalhista.
Água mole em pedra dura tanto bate que até fura.
Como disse Gilberto Carvalho, na importante entrevista à Carta Capital:
Eu considero um milagre a gente ter ganho o governo, ter conseguido governar, fazer uma reeleição e depois uma eleição da Dilma. É um milagre ante o bombardeio diário que a gente sofre. Esse milagre só ocorreu pela transformação do País. Agora, há um limite. A persistência desses movimentos ideológicos pode fragilizar nossa relação com o povo, a compreensão do nosso projeto e o apoio ao nosso projeto.
Há um limite, é claro.
Esse limite foi ultrapassado.
Como diz o José Dirceu sobre a condenação no Supremo construída, antes, no PiG (*): os trabalhistas perderam a batalha.
Perderam a batalha política – diz o Dirceu.
E a batalha das mentes, diz o ansioso blogueiro.
Perdeu a batalha pelo que Gramsci chama de “hegemonia”.
A possibilidade de levar à “sociedade civil” uma proposta de Governo.
Convencê-la.
Mostrar em que difere da proposta alternativa.
Achar que os benefícios materiais falam por si próprios e neutralizam o efeito do Golpe da Falange – é um equívoco.
Achar que os beneficiados não assistem à Globo ou não lêem o Globo – outro equívoco.
O Gilberto Freire “i” (**) e seus instrumentos tem o poder de fazer a agenda.
Impor a ordem dos trabalhos.
E redigir a ata.
Precisa de um exemplo ?
A inacreditável conversão do Big Ben de Propriá – clique aqui para ler “o prefácio de Ayres Britto é imoral”.
Lula e Dilma vão perder a batalha das mentes.
Cedo ou tarde.
Correm o risco de isso ocorrer antes da eleição de 2014.
Quem vai contar a história da Petrobrax aos netinhos ?
Em tempo: não deixe de ver como o Supremo e os Estados Unidos deram um Golpe “legal” no Paraguai.
Em tempo2: liga o Warren Buffett, lá de Omaha: “senhor Amorim, saiba que o Alexandria Lighthouse chegou aqui em Wall Street e me vendeu as ações ordinárias da Petrobrás no limite, bateu na trave: a União só ficou com 50,000000001% das ações. Quase que me vende o controle dessa empresinha por preço de banana. Banana do mesmo cacho por que vendeu a Vale do Rio Doce. Outra beleza ! E isso não tem a menor importância para os cidadãos brasileiros, na grande maioria, acionistas preferencialistas. Eu é que got f… up ! Acho que a Dilma quis me dar uma banana !
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.
(***) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores