Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

terça-feira, 29 de março de 2016

O preço do golpe será (?) descrédito interno e externo do país

impeachment

O golpe ainda não vingou. Se vai vingar, só saberemos mais adiante. Mas, desde já, é possível mensurar o que acontecerá no país se um bando de parlamentares envolvidos até o pescoço em corrupção – e processados por isso – cassarem o mandato de uma presidente contra quem não pesa nem mesmo acusação de desvio ético.
No próximo dia 31, quando o golpe de 1964 completar 52 anos, haverá uma manifestação gigantesca contra o golpe parlamentar que se avizinha. Será, sem sombra de dúvida, a maior manifestação com esse fim que o país já viu.
A resistência ao impeachment aumentou muito. Até setores da esquerda que torciam o nariz para defender o governo Dilma estão se posicionando contra. Até o PSOL, partido de esquerda que mais condescendeu com o golpismo, dividiu-se irremediavelmente. Pode-se dizer, hoje, que a maioria se posiciona contra o impeachment.
Grande parte da imprensa internacional enxerga o golpe como o que ele é, um golpe. Não estamos falando de qualquer veículo. The New York TimesThe GuardianLos Angeles TimesL’Humanité… Espalhou-se pela imprensa internacional a suspeita de que não há normalidade no processo que pretende jogar no lixo 54 milhões de votos.
Ao mesmo tempo, centenas de juristas condenam esse processo. Ministros do Supremo veem abusos nas investigações e violação do Estado Democrático de Direito.
Se o golpe vingar, o Brasil deverá mergulhar em uma tempestade de greves e paralisações. O Congresso ficará em pé-de-guerra. E quanto mais a situação da economia não evoluir, mais difícil será ao governo Michel Temer conseguir apoio para governar.
Os grupos de mídia formuladores de mais um golpe no país já tratam de preparar o terreno, ou seja, o espírito das pessoas para o fato de que a economia não irá reagir com a simples substituição de Dilma por Temer. É claro que durante algum tempo tentarão atribuir o caos na economia ao PT, a Lula, a Dilma, mas essa desculpa tem prazo de validade.
Concomitantemente aos problemas econômicos, o plano de um eventual governo Temer é desmontar o estado de bem-estar social edificado pelos governos do PT. O Congresso conservador, agora com o apoio do Planalto, tratará de suprimir direitos trabalhistas, colocando a massa trabalhadora em pé-de-guerra.
O pré-sal será entregue às petroleiras estrangeiras. A privatização da Petrobrás é uma possibilidade concreta.
Mas o pior de tudo está nas perspectivas. A estratégia usada para derrubar Dilma e jogar fora os 54 milhões de votos que a elegeram permanecerá pairando sobre a República. Nenhum governo estará seguro de que chegará ao fim, o que tornará o Brasil um país imprevisível, o que, vejam só, é o que há de pior para o capitalismo.
O capitalismo requer previsibilidade. Sem ela, não se anima.
O grande dano que o golpe causará à imagem do Brasil, porém, está no fato de uma presidente contra quem nunca terá pesado uma única ação na Justiça e nem mesmo uma investigação ter sido cassada por um Congresso cuja maioria de seus membros está sendo investigada e/ou processada por corrupção.
Se o golpe se concretizar, o Brasil estará com a sua imagem maculada para sempre. Será visto como uma republiqueta com instituições débeis e suscetíveis a arranjos políticos improvisados como o que terá resultado na derrubada de um governo legítimo e na mudança brusca das regras do jogo.
A instabilidade político-institucional fará deste país um alvo para saqueadores internacionais, que virão para cá pilhar o que puderem no menor espaço de tempo possível e irão embora. Não contem com investimentos de médio e longo prazos, não contem com fé neste país.
Os efeitos desse golpe irão perdurar por gerações. Os corruptos que terão derrubado Dilma para se safar das investigações irão interrompê-las e os órgãos de controle fortalecidos pelos governos do PT serão sumariamente desmontados.
O Brasil voltará a ser uma fazendona, com uma elite minúscula e uma massa descomunal de cidadãos comendo o pão que o diabo amassou.
A consequência mais imediata do aumento da pobreza e da desigualdade que se seguirá ao golpe será o correspondente aumento da violência e da criminalidade. Com a ascensão dos Bolsonaros da vida, tentarão combater o problema com violência policial e encarceramentos, o que só fará aumentar esse problema.
Este país irá mergulhar em um mar de violência, criminalidade e carestia.
Durante 13 anos, os brasileiros se acostumaram a melhorar de vida mês a mês, ano a ano. De 2003 a 2014, os salários e o nível de emprego só aumentaram e a pobreza e a desigualdade só caíram. É isso que os brasileiros querem de volta. Eu não queria estar na pele dos golpistas quando o povo descobrir que eles não trarão isso de volta.
E que, muito pelo contrário, farão a vida deste povo voltar ao que era antes de o PT chegar ao poder.
*
PS: aconteça o que acontecer, este Blog estará sempre aqui externando suas posições, analisando o cenário e divulgando aquilo que o fascismo tupiniquim não quer que seja divulgado. Como este espaço nunca dependeu do poder para existir, se esse poder mudar de mãos nada mudará por aqui. 

Requião: Temer vai desmantelar programa habitacional, intervir no SUS e privatizar ensino médio

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O sucateamento do Ensino Médio em São Paulo, por Geraldo Alckmin, foi só o começo…
Ponte para o futuro: análise das consequências das 30 propostas do documento do PMDB para o Brasil
Enviado pelo gabinete do Senador Roberto Requião (PMDB-PR)
Este resumo é dividido em duas partes. A primeira contém uma nova lista de propostas complementares que deverão ser incluídas no documento original, pela Fundação Ulysses Guimarães, de Moreira Franco, segundo o jornal Estado de São Paulo. A segunda é a lista de propostas originais.
a) Novas propostas que vão ser incluídas no documento Ponte para o futuro
Neste domingo, 27 de março, o jornal O Estado de São Paulo publicou novas propostas complementares ao documento Uma Ponte para o Futuro, também coordenadas pelo Moreira Franco.
1) Fim ou severa restrição aos subsídios da política industrial e de comércio exterior brasileira. Ou seja, o objetivo é acabar com as políticas que visam desenvolver e impedir maior desindustrialização do Brasil.
2) Henrique Meirelles ou Armínio Fraga no Ministério da Fazenda.
3) Não usar mais o excesso de rendimento do FGTS como fonte de recursos a “fundo perdido” para subsidiar e financiar o programa Minha Casa, Minha Vida. A razão disso é que o dinheiro do FGTS seria propriedade do trabalhador e não deveria ser usado para fazer política pública. Na prática, isso levaria a um desemprego em massa na indústria da construção civil, e muito menos pessoas teriam acesso à casa própria
4) Estender o Pro-Uni para o ensino médio com o objetivo de privatizar de forma muito mais generalizada o ensino médio.
5) Limitar o Pronatec, que é um sistema de bolsas de ensino, para cursos profissionalizantes rápidos para a camada mais pobre da população e que tem muita dificuldade material e não-material de realizar cursos profissionalizantes tradicionais que são extensos, dispendiosos ou focados para jovens com bom embasamento educacional.
6) Limitar as concessões de empréstimos estudantis pelo FIES. O objetivo declarado é gerar mais “meritrocracia”. Na prática, isso significa que milhões e milhões de jovens deixarão de ter acesso à universidade.
7) Concentrar os programas sociais apenas nos mais miseráveis, os 10% mais pobres, que vivem com menos de 1 dólar por dia.
8) “Intervenção no SUS”. Não sabem o que fazer com ele, só dizem que está sem controle e que precisa ser “reorganizado”. Na prática, certamente são desculpas para justificar a redução dos repasses orçamentários para o Ministério da Saúde. A “reorganização” é só uma forma de descobrir como fazer o SUS funcionar pelo menos precariamente com menos recursos. Ou seja, descobrir quem vai chorar menos se não puder mais ser atendido: os pacientes de câncer, ou com diabetes ou de tuberculose ou as grávidas com zica…
b) PONTE PARA O FUTURO
Abaixo as propostas iniciais do documento Ponte para o futuro.
Política fiscal e orçamento
9) Novo regime orçamentário, com o fim de todas as vinculações de receitas. Dito dessa forma, parece uma medida burocrática. Mas é simplesmente o fim de todo o modelo de financiamento da Educação e da Saúde Pública brasileiras.
10) A implantação do orçamento inteiramente impositivo. Quem não é especialista em assuntos do Parlamento pode não entender imediatamente o que isso significa. Mas significa talvez o fim de um dos últimos instrumentos de governabilidade nas mãos do Executivo. Essa medida faria com que o governo funcionasse na prática como um semi-parlamentarismo.
11) Fim de todas as indexações, seja para salários, benefícios previdenciários e tudo o mais. Quando a indexação é pelo salário mínimo, como é o caso dos benefícios sociais, a distorção se torna mais grave, pois assegura a ele um aumento real, com prejuízo para todos os demais itens do orçamento público, que terão necessariamente que ceder espaço para este aumento. Com o fim dos reajustes automáticos, o Parlamento arbitrará, em nome da sociedade, os diversos reajustes conforme as condições gerais da economia e das finanças públicas. Em contrapartida a este novo regime, novas legislações procurarão exterminar de vez os resíduos de indexação de contratos no mundo privado e no setor financeiro.
12) “Orçamento com base zero”, que significa que a cada ano todos os programas estatais serão avaliados por um comitê independente, que poderá sugerir a continuação ou o fim do programa, de acordo com os seus custos e benefícios. Hoje os programas e projetos tendem a se eternizar, mesmo quando há uma mudança completa das condições. De qualquer modo, o Congresso será sempre soberano e dará a palavra final sobre a continuação ou fim de cada programa ou projeto. Isso significa outro passo decisivo para o semi-parlamentarismo que alguns caciques defendem. Além disso, prejudicaria muito a gestão pública, já que todos os programas ficariam sempre à mercê de uma permanente negociação fisiológica.
13) Equilíbrio fiscal de longo prazo seria um dos princípios constitucionais que deve obrigar a Administração Pública, aprovando-se uma lei complementar de responsabilidade orçamentária. Busca-se com isso uma suposta trajetória de equilíbrio fiscal duradouro, com superávit operacional e a redução progressiva do endividamento público. Será apenas a recessão e o desemprego permanente.
14) Criação de uma instituição que articule e integre o Poder Executivo e o Legislativo, uma espécie de Autoridade Orçamentária, com competência para avaliar os programas públicos, acompanhar e analisar as variáveis que afetam as receitas e despesas, bem como acompanhar a ordem constitucional que determina o equilíbrio fiscal como princípio da administração pública. Isso foi recentemente aprovado no Senado em uma votação relâmpago com muito pouco acesso ao contraditório. É mais uma medida do projeto de limitar o poder do Executivo e criar um semi-parlamentarismo de fato.
15) Estabelecer um limite para as despesas de custeio inferior ao crescimento do PIB, através de lei, após serem eliminadas as vinculações e as indexações que engessam o orçamento. Isso gerará estagnação econômica, dificuldade de tirar o país da recessão e pode tornar o país ingovernável a menos que acabe ou desmonte boa parte dos programas sociais.
Previdência e demografia
16) Ampliar a idade mínima para a aposentadoria, de sorte que as pessoas passem mais tempo de suas vidas trabalhando e contribuindo, e menos tempo aposentados. Querem uma idade mínima que não seja inferior a 65 anos para os homens e 60 anos para as mulheres, com previsão da idade mínima aumentar dependendo dos dados demográficos.
17) É indispensável que se elimine a indexação de qualquer benefício, inclusive aposentadorias e auxílios a pessoas deficientes, ao valor do salário mínimo.
Juros e dívida pública
18) Aumento acentuado do superávit primário, ou seja, um mega arrocho fiscal. O instrumento normal para isso é a obtenção de um superávit primário capaz de cobrir as despesas de juros menos o crescimento do próprio PIB. Em tese, isso faria reduzir os juros. Mas não foi o que aconteceu em outras situações como no primeiro ano do mandato da Dilma.
Privatizações e infraestrutura
19) Maiores tarifas para os concessionários privados de serviços públicos: energia elétrica, gás, telefonia, internet, pedágios…
20) Privatizações. Executar uma política de desenvolvimento centrada na iniciativa privada, por meio de transferências de ativos que se fizerem necessárias, concessões amplas em todas as áreas de logística e infraestrutura
21) Fim do Regime de Partilha para o Pré-Sal.
22) Fim do controle da Petrobras sobre o Pré-Sal. Isso foi recentemente aprovado no Senado após um ano de manobras regimentais capciosas.
23) Estatuto das estatais. Promover legislação para garantir o melhor nível possível de governança corporativa às empresas estatais e às agências reguladoras, com regras estritas para o recrutamento de seus dirigentes e para a sua responsabilização perante a sociedade e as instituições. Medidas diversas para limitar a capacidade do governo usar as estatais para fazer políticas de interesse público e força-las à privatização.
Comércio Exterior
24) Focar na aliança comercial com grandes potências em detrimento do Mercosul. Regredir nos acordos do Mercosul em benefício de acordos com EUA e Europa.
25) Redução das tarifas e políticas que protegem o mercado e o emprego na indústria brasileira.
26) Incluir o Brasil nos novos acordos de investimentos que os EUA estão propondo na Ásia e no Atlântico Norte.
Política Social
27) Reduzir os gastos sociais em assistência, saúde e educação. Eufemisticamente propõem estabelecer uma agenda de “transparência” e de “avaliação de políticas públicas”, que permita a identificação dos beneficiários, e a análise dos impactos dos programas. O documento afirma que “o Brasil gasta muito com políticas públicas com resultados piores do que a maioria dos países relevantes”
Política trabalhista
28) Fim da CLT. Na área trabalhista, permitir que as convenções coletivas prevaleçam sobre as normas legais.
Política tributária e desburocratização
29) Na área tributária, realizar um vasto esforço de simplificação, reduzindo o número de impostos e unificando a legislação do ICMS, com a transferência da cobrança para o Estado de destino; desoneração das exportações e dos investimentos; reduzir as exceções para que grupos parecidos paguem impostos parecidos. O último item é um grande prejuízo para a política industrial brasileira e, portanto, ao emprego industrial e ao desenvolvimento tecnológico do país.
30) Promover a racionalização dos procedimentos burocráticos e assegurar ampla segurança jurídica para a criação de empresas e para a realização de investimentos, com ênfase nos licenciamentos ambientais que podem ser efetivos sem ser necessariamente complexos e demorados. O que os ambientalistas acham disso?
Leia também:

Eles querem golpear os direitos do trabalhador! A classe trabalhadora vai resistir!

trabalhadores contra o golpe
 Conversa Afiada 

A agenda dos golpistas é a retirada de direitos

Se o objetivo fosse de fato combater a corrupção, o processo teria de começar com a cassação dos corruptos que comandam o processo ilegítimo de derrubar uma presidenta que não cometeu nenhum crime

Por João Cayres, secretário Geral da CUT-SP

A estratégia de suposto combate à corrupção usada pela oposição, em conluio com a mídia e setores do Ministério Público e do Judiciário, para tentar cassar uma presidenta legitimamente eleita é a mesma que foi usada para derrubar os  presidentes João Goulart e Getúlio Vargas.

Notem que os três têm características fortemente trabalhistas. No caso do PT destaca-se um detalhe que a elite considera quase um delito: o olhar especial com as questões sociais mais urgentes do Brasil, como a desigualdade, a fome e a miséria.

Não é só uma coincidência. Setores conservadores da sociedade não suportam que tenhamos direitos. Caiu a máscara. Agora escancaram que estão odiando ter de pagar aos empregados domésticos os mesmos direitos que a CLT garante há mais de 70 anos a todas as categorias profissionais do Brasil. Queriam continuar tratando domésticos como pessoas "quase da família", mas que não têm direito sequer de comer da mesma comida que eles. Hipócritas!

Querem acabar com as nossas oportunidades de ascensão social por meio da escolaridade e do trabalho decente e bem remunerado, que Lula e Dilma vêm garantindo desde 2003. Odeiam que nossos filhos tenham as mesmas condições de acesso a boas universidades e - vejam a petulância - que filhos de pedreiros e domésticas – as milhares de Jéssicas do nosso Brasil -  estudem nas mesmas salas de aulas que seus filhos "cheirosos" que nunca puseram os pés em um ônibus.

A diferença agora é que, além da ampla cobertura da mídia, parlamentares e empresários se aliaram a parte de promotores públicos e até ministros do Supremo Tribunal Federal. De forma organizada e pautada de acordo com a cartilha da propaganda nazista, eles ocupam dezenas de páginas de grandes jornais e horas de programação em rádios e TVs para propagar sua suposta indignação contra a corrupção.

Dão a entender que a corrupção nasceu e se criou a partir do momento em que o Partido dos Trabalhadores subiu a rampa do Palácio do Planalto.

A turma da intolerância e do ódio aceita de bom grado essa versão que ignora fatos históricos que relatam corrupção no Brasil no século 16, quando funcionários públicos faziam vistas grossas ao comércio ilegal de produtos brasileiros como pau-brasil, tabaco e diamante e do ouro – é daí que surgiram  expressões como “santo o pau oco” e a outra, que se refere à sonegação fiscal “quintos dos infernos”. E até as mais recentes, como as denúncias de compra de votos para aprovar a reeleição do  ex-presidente FHC – segundo o delator Pedro Correia, do PP, o Itaú financiou este momento de corrupção histórica ignorada pelos órgãos de vigilância e pela mídia que se diz investigativa.

Os golpistas usam a mídia e ambos nos tratam com o desprezo que a burguesia reserva aos seus vassalos, pessoas que eles consideram desinformadas e intelectualmente incapazes.

Digo isso porque eles repetem uma estratégia antiga de dizer que o PT inventou a corrupção. Ora, se eles combatiam a corrupção desde a década de 1960, como o PT pode ser o criador deste mal?

Os golpistas, via mídia e discursos inflamados na Câmara e no Senado, confundem o leitor ou telespectador com distorções e manipulações das notícias. As pessoas até agora não entenderam que o processo de impeachment contra a presidenta Dilma não é por crime de corrupção. Ouvem dizer que ela não cometeu crime nenhum. E ficam confusas. O fato é que o processo de cassação do mandato de Dilma está sendo votado por causa do que na imprensa chama de pedaladas fiscais. Sabe do que se trata?

Provavelmente não, porque a mídia sonega esta informação. Simplificando. A pedalada ocorre quando o governo atrasa o repasse de recursos a outros órgãos para o ano seguinte para manter o superávit. Por exemplo, a Caixa Econômica Federal repassa os benefícios dos programas sociais aos cidadãos e cidadãs cadastrados. Para isso, o Governo Federal deve manter uma conta com saldo positivo para a Caixa fazer os pagamentos. A pedalada ocorre quando o governo atrasa o repasse, só isso. Nada mais.

O que de fato está acontecendo no Brasil é uma tentativa antidemocrática de assumir o poder sem ganhar as eleições. E isso é golpe! Um golpe de estado comandado por deputados e senadores que estão sendo investigados por corrupção. Alguns já são inclusive réus no STF, como é o caso de Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados e um dos líderes da tropa de choque do golpe.

O que eles querem é ganhar no "tapetão", o que não conseguem via eleições democráticas. Querem chegar ao poder para implementar a agenda do PMDB “Ponte para o Futuro”  (para nós, uma ponte para o retrocesso), uma espécie de programa de governo do vice, Michel Temer muito parecida com a de Aécio Neves, que não foi aceita pela maioria da população nas urnas. A agenda dos golpistas é a retirada de direitos sociais e trabalhistas duramente conquistadas ao longo de muitas décadas, e, ampliados nos anos recentes, como o citado exemplo das trabalhadoras, que eram tratadas como escravos modernos. A classe trabalhadora e os movimentos sociais irão resistir! 

Anotação em documento liga herdeira da Globo diretamente a três empresas offshore, uma delas a Vaincre, dona da mansão de Paraty

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Do Garganta Profunda
Uma anotação manuscrita no que parece ser o controle de uma conta bancária liga diretamente Paula Marinho, filha de João Roberto Marinho e herdeira do Grupo Globo, à Vaincre LLC,  empresa offshore baseada em Nevada, nos Estados Unidos, que é uma das donas da mansão de concreto na praia de Santa Rita, em Paraty.
Em mensagens enviadas a blogs, João Roberto sustentou que a filha não tem relação com a casa, nem com nenhuma das empresas ligadas à mansão ou ao ex-marido dela, Alexandre Chiappetta de Azevedo.
Porém, a anotação na página 17 do documento de apreensão número 9 levanta dúvidas sobre esta versão.
O nome de Paula, uma das netas preferidas do patriarca da família, Roberto Marinho, aparece ao lado de três pagamentos feitos à Mossack & Fonseca, empresa panamenha especializada em criar empresas laranja.
Em geral, estas empresas são utilizadas para esconder patrimônio, burlar o imposto de renda ou lavar dinheiro de origem duvidosa.
O nome da Vaincre LLC é um dos mencionados. A Vaincre é sócia da Agropecuária Veine Patrimonial na propriedade da Paraty House.
Uma recepcionista informou recentemente a um repórter que a Veine ocupa uma sala na sede da Lagoon, na avenida Borges de Medeiros, 1424, Rio de Janeiro. A Lagoon é do ex-marido de Paula.
A informação é consistente com a possibilidade de Paula e Alexandre serem sócios na mansão: Veine (Alexandre)/Vaincre (Paula).
A Vaincre LLC é sócia de uma segunda empresa no Rio de Janeiro, a Shiraz Participações, com o pai de Alexandre, Marco Aurélio de Azevedo.
Vaincre, Veine e Shiraz dividem um mesmo endereço de correspondência: rua Bulhões de Carvalho, 296, apartamento 610.
Também era o endereço de correspondência de uma sociedade entre João Roberto Marinho e a filha Paula: a FN5 Participações Ltda. O dono do Grupo Globo, em mensagem ao blog Tijolaço, diminuiu a importância deste fato dizendo que o ex-marido de Paula havia autorizado a utilização do endereço e que ele era sócio minoritário.
Na anotação que consta no documento apreendido na Mossack & Fonseca o nome de Paula também aparece associado a outras duas offshore: a A Plus Holdings, baseada no Panamá, e a Juste, criada nas Ilhas Seychelles.
A A Plus é integrante do consórcio permissionário do estádio de remo da Lagoa Rodrigo de Freitas, um contrato que vem sendo questionado através de duas ações do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Uma ação pretende recuperar o patrimônio público, alegando que o estádio foi entregue em 1997 ao casal Alexandre/Paula sem licitação. A herdeira dos Marinho assinou o primeiro aditivo do contrato como fiadora.
A segunda ação é para reaver todo o investimento feito por governos do Rio no estádio, onde o permissionário opera cinemas, restaurantes e clube noturno. É um dos endereços mais desejados do Rio. O valor investido em duas reformas gira em torno de R$ 30 milhões. O MP argumenta que as reformas deveriam ter sido bancadas pela empresa permissionária.
Apesar de ter se instalado no estádio com a promessa de fortalecer o remo, duas décadas atrás, a empresa Glen/Glem/Lagoon não o fez: o Brasil tem remotas chances de conquistar uma das 42 duas medalhas que estarão em jogo nas Olimpíadas de 2016.
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A terceira empresa associada a Paula Marinho no documento apreendido na Mossack & Fonseca é a Juste International, criada em nome de Lúcia Cortes Pinto, moradora do bairro do Grajaú, no Rio. Tentamos ouvir Lúcia por telefone, mas ela desligou. A Juste aparece associada a outras duas empresas, de origem desconhecida: a Direhold e a Shareton.
Foi numa anotação em que o nome dela vinha acompanhado do valor 3.741,00 e da data 27 de julho de 2015, além do que parece ser o número de uma conta bancária: 576764-15.
Nesta segunda anotação, no entanto, além do nome de Paula aparecem três valores, os nomes A Plus, Vaincre e Juste e a data 27 de junho de 2015.
Isso é consistente com o pagamento de taxas de manutenção de empresas de fachada à Mossack. O banco destinatário é o FPB Bank Inc, do Panamá.
As anotações manuscritas foram apreendidas na mesa de Ricardo Honório Neto, funcionário da Mossack. Tudo indica que foram feitas por ele. Ricardo chegou a ser preso e em seguida libertado pelo juiz Sérgio Moro. O depoimento dele será essencial para confirmar o grau de envolvimento de Paula Marinho com as empresas offshore.
A quebra do sigilo fiscal da herdeira da Globo permitirá à Policia Federal rastrear os pagamentos feitos por ela. É uma forma de obter provas muito mais sólidas do que aquelas que ligam o ex-presidente Lula ao triplex do Guarujá ou ao sítio de Atibaia.
PS do Viomundo: Este post foi atualizado para acréscimo de informações.
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