Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Estadão e Folha tentam usar Dilma para apedrejar Lula


Em entrevista ao jornal Washington Post, a presidente eleita Dilma Rousseff foi perguntada sobre a política brasileira em relação ao Irã, e malandramente o jornal introduziu na mesma pergunta a questão "Por que o Brasil apoia um país que permite que as pessoas sejam apedrejadas...?"
Dilma não caiu na armadilha, e deixou claro que existe uma diferença. Ela apoia a política brasileira de buscar a construção da paz no Oriente Médio (ou seja, o caminho do diálogo e não da guerra), e não apoia apedrejamento.
É exatamente a mesma posição adotada pelo governo Lula e pelo Itamaraty. Tanto é que o Presidente ofereceu asilo no Brasil para Sakineh Ashtiani (mulher iraniana condenada à morte por apedrejamento).
O repórter estadunidense insistiu no assunto, contestando: "Mas, o Brasil se absteve de votar sobre a recente resolução sobre os direitos humanos da ONU [contra o Irã]".
Dilma respondeu: "Eu não sou a presidente do Brasil [ainda], mas eu me sentiria desconfortável como uma mulher presidente eleita, para não dizer nada contra o apedrejamento. Minha posição não vai mudar quando eu tomar posse. Eu não concordo com a maneira como o Brasil votou. Não é minha posição."
Na resposta seguinte, defendeu o presidente Lula:
"O presidente Lula tem a sua própria história. Ele é um presidente que defendeu os direitos humanos, um presidente que sempre defendeu a construção da paz."
Dilma fez o certo ao reafirmar a posição dela e a posição brasileira, em defesa dos direitos humanos das mulheres, em todos os tratados internacionais.
Mas a imprensa demo-tucana destacou apenas sua frase onde diz "... não concordo com a maneira como o Brasil votou ..." - querendo "apedrejar" Lula, o Brasil e o Itamaraty.
Estadão chegou ao êxtase, ao publicar como principal manchete de capa. A Folha se conteve mais, e fez "apenas" manchete de capa menor.
Se observarmos bem a resposta, Dilma diz que ela não era a presidente do Brasil ainda. Percebe-se que as razões do voto na ONU deveriam ser perguntadas ao presidente Lula, pois foi quem analisou a fundo as razões junto à diplomacia brasileira; e que ela, pessoalmente, é contra o apedrejamento e, a princípio (sem estar na presidência, para ver todos os ângulos da questão), seria a favor de uma resolução como a citada.
Ora, não há de fato nenhuma controvérsia séria entre o que disse Dilma e a política externa do Presidente Lula, ainda que divergências até mesmo internas dentro de governos sejam perfeitamente normais, imagine entre sucessores, em conjunturas e circunstâncias diferentes.
Neste caso específico, nem o próprio Itamaraty, quando se absteve na ONU, ficou satisfeito com seu voto. O Itamaraty votaria contra apedrejamentos, mas em um texto honesto, sem exploração política, sem segundas intenções.
O apedrejamento é legal no Irã, Arábia Saudita, Paquistão, Sudão, Iêmen, Emirados Árabes Unidos e em 12 estados de maioria muçulmana do norte da Nigéria. Um texto discriminando unicamente um país, como o Irã, deixa de ser uma resolução por direitos humanos no âmbito da cooperação entre os povos na ONU, para ser mais um dos instrumentos políticos de preparação para intervenção militar imperialista no Irã. Se mudasse o texto, o Brasil poderia vir a apoiar.
Na época da abstenção, Celso Amorim declarou:
"A resolução não era de apedrejamento. Não havia uma resolução sobre apedrejamento. Houve uma resolução sobre o Irã onde havia a questão do apedrejamento. Claro que a condenamos e já falamos isso muitas vezes e de forma muito mais efetiva que outros países, porque falamos diretamente e temos condições de diálogo com o governo do Irã...
... Obviamente que condenamos o apedrejamento. Mas conseguimos falar com o interlocutor e isso é mais importante para a senhora (Sakineh) que está ameaçada que colocar um diploma na parede e dizer: Veja, aqui está, recebemos o aplauso...
... Há maneiras de atuar. É muito fácil seguir o que quer a imprensa que é dizer ´nós condenamos´, mas sem nenhum efeito prático", disse Amorim.

Mídia faz lobby para americanos na compra de caças

Na semana que passou, enquanto estive na Argentina a trabalho, tive a excelente oportunidade de conhecer um jornalista local amigo de um cliente. Ele quis me conhecer ao saber, através daquele cliente, de minhas atividades jornalísticas neste blog. Reunimo-nos em um café em Puerto Madero, pois.
Durante a conversa, abordamos a questão da compra de três dezenas de aviões de guerra que o Brasil vem ensaiando fazer desde o primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso. Uma compra de bilhões de dólares que, para esse mundo rico e afundado em problemas econômicos, torna-se da maior importância.
Além de ser três chic o Brasil ser protagonista de um negócio que aguça a ganância das nações mais industrializadas da Terra, essa negociação nos coloca em condições de força para darmos um salto que ultrapassa em muito as meras condições financeiras do negócio.  O salto em questão, vale ressaltar, seria em nossa indústria aeronáutica – e talvez, mais do que isso, em nossa capacidade defesa do território nacional e dos interesses geopolíticos do Brasil.
Até um argentino sabe o que está por trás da opção sabidamente mais ao gosto do grupo político que governa o Brasil e sabe que o que está por trás desse gosto é o melhor interesse nacional. Isso é evidente. Ao menos partindo do princípio, de difícil negação, de que os americanos não transigem em questões militares.
Os três finalistas para a compra que permitirá ao Brasil desenvolver o projeto FX-2 – de um caça legitimamente nacional, com domínio de tecnologia nacional – são o caça americano F-18 Super Hornet, o sueco Gripen NG e o francês Rafale – C.
O Brasil firmou há anos um acordo de cooperação estratégico-militar-financeira-cultural com a França, o que desagrada aos americanos porque querem ter o controle não só do seu “quintal” (as três Américas), mas do mundo inteiro – ou queriam ter, mas vão descobrindo que não podem. Esse acordo nos permitirá dominar o ciclo de produção cem por cento autônoma de aviões de guerra, sobretudo em situações de conflito.
O que interessa a nós, porém, é que esse acordo nos permite um nível de autonomia compatível com pretensões do Brasil de se tornar aquilo que Delfim Neto definiu antes de todo mundo, por aqui, como “player global”, ou jogador global, nação capaz de participar das grandes decisões definidas pelo grupo de nações mais influentes, decisões que as outras acabam tendo que aceitar.
Enfim, o fato é que toda a comunidade internacional sabe que a imprensa brasileira está fazendo o jogo dos americanos. E, para que isso não fique muito evidente, essa imprensa – Folha, Estadão, Globo e Veja, sobretudo – diz que o avião americano é o “melhor”, mas que o avião sueco seria a solução de consenso por o negócio oferecer maior transferência de tecnologia, apesar de o Gripen ser inferior ao avião americano, mas superior ao francês.
Não é verdade. O Gripen leva componentes americanos essenciais que delegariam a eles (aos americanos) a decisão de fornecer peças de reposição em caso de ser necessário, em um conflito – ou mesmo se houvesse essa possibilidade de conflito real –, o uso dessas máquinas de guerra que estamos adquirindo, em vez de podermos produzir aqui o que precisarmos.
Suponhamos que os Estados Unidos decidissem apoiar uma ação militar de seu braço colombiano contra seu desafeto venezuelano. Digamos, por exemplo, que Hugo Chávez decida interromper a venda de petróleo para os americanos. Em retaliação, seria buscado um pretexto pela aliada militar americana Colômbia para atacar a Venezuela e derrubar Chávez.
Nessa situação, haveria uma reação da Unasul contra a Colômbia – talvez uma reação militar. Nessa hipótese improvável, mas nada descartável, em havendo um conflito a necessidade de peças de reposição para sistemas vitais dos aviões – ou até a compra de aviões substitutos – seria decidida por uma das partes nesse conflito, a parte que seria nossa adversária.
Esse é o resumo da ópera. A imprensa de direita faz coro com Washington sobre governos sul-americanos que os Estados Unidos consideram hostis aos seus interesses, por isso quer fazer prevalecer os interesses de seus apoiados. Só  não se sabe sob que expectativa de recompensa, mas imagina-se.

Miro: Ley de Medios ganha força


Tremei, PiG (*) !

Extraído do Blog do Miro:

Conselho de comunicação avança no RJ


A criação de uma Comissão Especial para discutir a criação do Conselho Estadual de Comunicação do Estado foi a proposta levantada na audiência pública realizada nesta segunda-feira (06/12) pela Comissão de Trabalho, Legislação e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A criação do Conselho é objeto do projeto de lei 3323/10, de autoria do presidente da comissão, o deputado Paulo Ramos (PDT).


Durante a reunião, foram debatidas a necessidade da regulação do setor e da participação de toda a sociedade no debate, para garantir a pluralidade do Conselho. “Um projeto que tem esta natureza não pode tramitar sem ter transparência e uma publicidade muito grande”, destacou o deputado.


Durante a reunião, o parlamentar apresentou um levantamento feito acerca da legislação de países como Estados Unidos, França, Itália, Inglaterra , Portugal e Espanha, que têm agências reguladoras e conselhos destinados a regulamentar a comunicação. “Todos os países democráticos têm regulação, têm espaços definidos para a proteção da cultura local, por exemplo”, pontuou Ramos.


“O que existe hoje não é liberdade, é o monopólio, a censura por parte do poder econômico”, acrescentou. O deputado citou, ainda, os exemplos de outros conselhos em funcionamento, como o Conselho Estadual de Educação, e o estado do Ceará, que aprovou recentemente um projeto semelhante ao que está em tramitação na Alerj.


A criação do conselho foi defendida pelo procurador Cristiano Taveira, que é doutor em Direito Constitucional pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e fez um estudo, em sua tese de doutorado, sobre a necessidade da regulamentação da comunicação no Brasil. “O projeto é constitucional e necessário, pois a liberdade de expressão deve ser ampla”, ponderou Taveira.


Segundo o procurador, a Constituição prevê uma série de obrigações, por parte dos meios de radiodifusão, que não são cumpridas. “Há princípios constitucionais como o pluralismo, o princípio democrático, o acesso à informação e a proibição do monopólio, entre outros. O que estamos defendendo é o pluralismo na mídia, e não a censura” destacou Taveira, que comparou a atual polêmica a que precedeu a criação do Conselho Nacional de Justiça, tido hoje como um grande sucesso no Judiciário.


Para a representante da campanha “Ética na TV”, Claudia Abreu, é preciso que haja uma política pública para os meios de comunicação, com o objetivo de assegurar a liberdade de expressão. “O fim da censura foi uma conquista muito importante, mas ela não pode ser um cheque em branco para os radiodifusores”, defendeu. Este aspecto também foi destacado por Paulo Ramos.


“Eu vejo com muita preocupação a inexistência de uma regulação para o setor, o que faz com que alguns poucos poderosos se apropriem de uma liberdade que é de toda a sociedade”, destacou. O parlamentar garantiu que outras reuniões como essa vão acontecer com todas as partes interessadas, para acolher sugestões de modificações no texto do projeto.


A audiência contou com a presença de representantes da Associação Brasileira de Imprensa (ABI); de emissoras de TV comunitárias do Estado; do Coletivo Brasil de Comunicação (Intervozes); do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) e da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço), que declararam apoio ao projeto.


Também manifestaram apoio à proposta durante a audiência o diretor do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) e da Federação Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ), Leonel Aguiar; o presidente da Associação de Diretores de Jornais do interior do estado; Álvaro Britto, do Sinjor-RJ, e representantes dos Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs) da Universidade Federal Fluminense (UFF) e das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha).



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

O PAPEL INDUTOR DE UMA ESTATAL. OU, O QUE SE PERDERIA COM A PRIVATIZAÇÃO DO PRÉ-SAL


"...para cada dólar investido pela Petrobras, outro US$ 1,6 a US$ 2 são investidos na rede de fornecedores. Estatal investirá US$ 224 bilhões até 2014; significa que junto com seus fornecedores (os investimentos) nos próximos quatro anos serão da ordem de  US$ 624 bilhões e US$ 824 bilhões. "De janeiro a setembro, a Petrobras investiu, aproximadamente, R$ 2.370 por segundo;  hoje, sozinha, (ela responde por ) 10% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) do país. Cada sistema de produção (plataformas etc) ...custa algo em torno de US$ 3 bilhões. Precisaremos de 40/41 sistemas desses. Para funcionar, cada um precisa, em média, de cinco barcos de apoio. Estamos falando, portanto, de 200 barcos de apoio de todo tipo Para produzir 4 milhões de barris, vamos precisar de muitos petroleiros para transportar tudo isso. ....em torno de 20 a 30 navios por dia . A nossa demanda está identificada em 3.200 componentes, atualizada trimestre a trimestre, até 2014. Quando entra um novo projeto, a demanda é atualizada. Por exemplo: o fornecedor de parafuso sextavado sabe que vamos precisar de 25 mil unidades para o terceiro trimestre de 2010.(...) oferecemos aos (fornecedores) pacotes grandes, com sete sondas, dez navios, 3 mil alternadores etc. Com isso, aumentamos a escala e dizemos o seguinte ao fabricante: "O primeiro equipamento vai custar mais, tudo bem, mas o décimo tem que custar o mesmo preço do internacional. (...) temos hoje 670 termos de cooperação assinados para identificar qual é o estrangulamento daquele fornecedor específico (...) estamos investindo no aumento da capacidade da comunidade científica e tecnológica brasileira. Montamos 50 redes temáticas no país, envolvendo 70 universidades e centros de pesquisa (...)Estamos lançando também o programa Progredir, com cinco bancos brasileiros, em que o fornecedor do primeiro elo de relação com a Petrobras pode repassar para os seus fornecedores parte do contrato. Com isso, amplia-se para os fornecedores dos fornecedores..." (José Sergio  Gabrielli; Valor 06-12)
             
(Carta Maior; Segunda-feira; 06/12/2010)

A Folha NUNCA foi censurada, mas usa seu poder para censurar Leia mais em: EsquerdoNews Under Creative Commons License: Attribution

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Golpe em Honduras e o esforço contínuo dos EUA em dividir a AL: The Big Stick! (Stone e Wikileaks comprovam)

Oliver Stone e agora o Wikileaks: Os EUA derrubaram Zelaya e instabilizam a América Latina

A conflituosa relação norte americana com os governos populares latino-americanos, eleitos democraticamente em pleitos livres, provoca efeitos colaterais na política interna desses países.  Os "prepostos" do império americano, tanto na imprensa quanto na arena política, atuam constantemente para fomentar crises e desgastar um modelo diferente daquele que vinha sendo conduzido internamente e para com os vizinhos, principalmente em relação aos EUA.  Sobretudo na negação da política externa alinhada e subserviente aos interesses da América e, também, não menos importante, na superação das reformas estruturais do Estado: "enxuto", com a promoção de cortes drásticos de orçamento para prover superavits orçamentários, especialmente supridos por cortes nos gastos sociais, fato histórico continuado.

Não por acaso ideal aos interesses de quem precisa explorar uma sociedade sem proteção social e presa fácil para levar adiante a "flexiblização" de direitos e o "barateamento" dos custos de produção, como reproduzido na última década do século passado por governos neoliberais sulamenricanos, especialmente os governos brasileiro, argentino e peruano.

A chegada ao poder das lideranças populares no continente americano abalou a relação com os Estados Unidos, pois o enfrentamento de diretrizes internacionais conservadoras e atrasadas e a adoção de políticas  nacionalistas por parte desses governos, provocaram uma série de ataques aos governantes desses países, liderados por uma considerável parte da imprensa local, alinhada ao "pequeno jogo" de interesses externos, que antes garantiam, com os seus (velhos) parceiros políticos, privilégios e recursos para manter o status quo interessante a poucos e abastados usurpadores do Estado.

A dissidência consciente de Stone
O cineasta Oliver Stone é mais um dos cidadãos norte americanos a criticar a política externa de seu país, que se "sustenta" no unilateralismo de suas (pre)potências e na subserviência dos "irmãos latinos".  Em junho esteve em Buenos Aires e manifestou seu apoio a política de enfrentamento do governo Kirchner ao FMI e aos EUA, além de dar seu apoio a Ley de Medios, proposta pelo Executivo argentino.
Último Segundo publicou matéria sobre a visita de Stone a Argentina para o lançamento de seu filme, "Ao sul da fronteira", curiosamente, sem qualquer publicidade no Brasil, confira alguns trechos:

Stone elogia "luta revolucionária" dos Kirchner contra o FMI

"...O cineasta manifestou seu apoio à nova Lei de Meios de Comunicação da Argentina, a qual os principais grupos multimídia do país resistem. Oliver Stone viajou para Buenos Aires como parte da promoção de seu novo filme, "Ao sul da fronteira", um documentário que compara a visão dos meios de comunicação dos Estados Unidos sobre os Governos de esquerda da América Latina com o que ele mesmo observa no terreno. O filme inclui entrevistas com os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Cristina Fernández (Argentina), Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai), Rafael Correa (Equador) e Raúl Castro (Cuba).

O cineasta considerou que seus compatriotas "não sabem nada" da América do Sul e sustentou que as críticas dos meios de comunicação aos Governos latino-americanos de tendência esquerdista respondem aos "interesses econômicos" dos Estados Unidos "para seguir mantendo o controle". Segundo Stone, "como império, os Estados Unidos tem medo que outros países cresçam" e por isso olha com receio a nações como o Irã e a Venezuela, e lembrou o apoio dos Governos de seu país às ditaduras latino-americanas dos anos 1970 e 1980..."

Wikileaks comprova o acerto do Itamaraty sobre Honduras
Após o mais novo vazamento de documentos do wikileaks, descobre-se que o governo norte americano, especificamente a política externa do presidente Obama e conduzida por Hillary Clinton, sabia e apoiou o golpe militar que derrubou o legítimo governo de Zelaya em Honduras.
À época o governo brasileiro condenou veemente o golpe e instou, tanto a OEA quanto o governo americano, a isolar o governo golpista de Honduras, para restaurar a democracia e reconduzir Zelaya a seu posto, restabelecendo a normalidade político-social daquele país.
Lula e Amorim foram tachados, pela imprensa brasileira e do continente americano e por políticos conservadores, de praticarem "intromissão em assuntos internos" de Honduras e de exercerem uma política externa megalomaníaca.  Muitas "análises" foram produzidas para as TV's ou para os jornalões brasileiros que variaram entre o arriscado abuso da política externa brasileira sobre a soberania de um país latino americano de menores proporções, até alguns mais assanhados articulistas que tentaram formar uma imagem de Lula e Amorim como ingênuos e/ou fantoches de "ditadores", colocando em risco as "tradicionais boas relações com o império americano.
O "carnaval midiático" sobre o golpe em nenhum momento tratou o tema como deveria, preferiu buscar o tratamento político das manchetes para atingir o governo brasileiro e sua política externa ativa e emergente.
Honduras?
O golpe em si não tinha importância, nem para a imprensa brasileira ou continental, tampouco para as autoridades americanas e a OEA, não atingia um aliado (ou preposto). O aprofundamento necessário e essencial para a análise do fato histórico passaram ao largo, não serviram para cunhar chamadas de destaque na imprensa. os meios serviram aos fins...

Tivesse acontecido na Colômbia os graves fatos sofridos pela democracia hondurenha, quando da tentativa de Uribe em conseguir, e ter de fato conseguido no legislativo, mas barrado no judiciário, uma segunda reeleição, durante o final de seu segundo mandato, assim se posicionaria os EUA, a OEA e a mídia, se os opositores colombianos retirassem do poder o presidente constitucionalmente eleito, alegando uma "ação preventiva" contra uma "tentativa de golpe" de Uribe em perpetuar-se no poder? 
O Brasil, muito provavelmente, se manifestaria da mesma maneira...

O vazamento do Wikileaks comprova o que muitas pessoas comentam no campo das hipóteses, nas conversas formais e informais sobre: Os EUA, mesmo sob o governo Obama, desinstabiliza políticamente o continente americano para dividi-lo e, desta forma, continuar hegemônico sobre os destinos latinoamericanos e que os meios de comunicação agem em sintonia com este pensamento, do México ao Brasil, juntos com seus aliados políticos nativos, para fazer valer a doutrina americana do The Big Stick sobre a região.

Hoje o Brasil lidera, ao lado de governos populares como os de Chávez, Kirchner, Mujica, Morales, Correa, Castro, a constituição de um órgão transnacional de unidade e defesa dos ideais e projetos comuns da América Latina.  Isso incomoda, e muito, o gigante e seus "mensageiros" locais...

Wikileaks-Zelaya