Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Daniel Dantas e a metonímia. Ou os olhos azuis de Sinatra


Dantas? Abadia? Fernandinho Beira Mar?

O excelente advogado Cesar Marcos Klouri sugeriu a este ansioso blogueiro que relesse as ações que o banqueiro condenado por passar bola move contra este ansioso blogueiro na 36ª. Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio.

(Não perca o vídeo do jornal nacional que em Cesar Tralli mostra como Dantas passou bola a agente da Polícia Federal e Gilmar Dantas (*) ignorou.)

São apenas duas das 13 ações que o banqueiro condenado move contra este ansioso blogueiro.

E treze das 41 que movem contra ele, e que muito o enobrecem: diz-me quem te processa e dir-te-ei quem és  (onde se encontrará a Galeria de Honra Daniel Dantas).

Neste caso em exame, o banqueiro condenado processa este ansioso blogueiro pelos posts abaixo:

PiG divide mesmo espaço a crimes e defesa de Dantas, o “brilhante”


Posted on 22/07/2009


Saiu no Estadão pág. A8, na parte de cima da página:


De Sanctis decreta sequestro de 453 mil cabeças de gado de Dantas


De acordo com juiz, banqueiro teria usado suas 27 fazendas para lavagem de recursos de origem ilícita


O juiz federal Fausto Martin De Sanctis decretou o sequestro de todo o complexo agropecuário do banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity — 27 fazendas e 453 mil cabeças de gado. Amparado em investigação da Polícia Federal, na Operação Satiagraha, o juiz suspeita que Dantas teria usado suas propriedades rurais para lavar recursos de origem ilícita. A ordem judicial foi comunicada ontem ao Ministério Público Federal, à PF e à defesa.


Também deu no Estadão, na parte da baixo da página:


Conduta de juiz abre polêmica entre juristas


Liquidação de fundo foi classificada por alguns como “inusitada” e por outros como “legítima”


A liquidação do Opportunity Special Fundo de Investimento em Ações (Opportunity Special FIA) criou polêmica entre juristas consultados pelo Estado.


A decisão foi classificada pelos especialistas como “precipitada”, “inusitada” e, ao mesmo tempo, como “legítima e ideal”.


Metade de cima da página a decisão corajosa do corajoso Juiz Fausto De Sanctis, que deu às fazendas de Dantas o tratamento que deu aos bens do traficante Abadia, já que os dois jogam no time do “crime organizado”.


A metade de baixo da página se ocupa da “suposta” defesa do”brilhante”, segundo FHC.


Também a Folha (**), na pág. A4, dedica à “suposta” defesa do passador de bola apanhado no ato passar bola o mesmo espaço que dedicou à corajosa decisão do corajoso Juiz De Sanctis.


Uma questão de equidistância…


O Bom (?) Dia Brasil também deu à suposta defesa do “brilhante” o mesmo espaço da decisão corajosa do corajoso De Sanctis…

E o post:

Fernandinho Beira-Mar diz à Folha (*) que PF foi quem plantou a cocaína


Postado em 25/julho/2009


Saiu na primeira página acima da dobra e na pág. A10, pág. inteira:


“(Daniel) Dantas diz ter provas de que Brasil Telecom subornou a PF”; “Tenho provas de que dinheiro da BrT bancou a Satiagraha”.


Navalha do Conversa Afiada


Fernandinho Beira-Mar não apresenta uma única prova, uma única informação para lastrear a denuncia de que foi a Policia Federal que plantou cocaína na casa dele.


Trata-se de uma entrevista do tipo “púlpito”: perguntas ineptas e respostas inúteis.


A única informação relevante da Folha (*) está num quadradinho que diz “Banqueiro se projetou no Governo FHC”.


Não se tem noticia de que o New York Times tenha concedido uma página a Benard Maddof ou a Al Capone, DEPOIS de condenados.


Mas, a Folha e o PiG fazem qualquer coisa.


Na pág. A2, por exemplo, um articulista de quem Lula diz que é amigo chama Lula de Hitler …


Em tempo: nessa edificante entrevista, Fernandinho Beira-Mar fez acusações terríveis ao empresário Luiz Roberto Demarco. A Folha (*) ligou para Demarco: queria ouvir o “outro lado”. (*) Demarco, por e-mail (atenção, amigo  navegante, só dê entrevista ao PiG  por e-mail), disse que ia processar Dantas, já que, dessa vez, fazia acusações pessoalmente e, não, pela boca de advogados, assessores ou jornalistas de seu Sistema Dantas de Comunicação. A Folha não de uma única  linha do que Beira-Mar disse de Demarco. Por que ?, amigo navegante, para poupar Beira-Mar de um processo ?


(*) Ouvir o outro lado é como o PiG (**) tenta demonstrar que é sério. Faz o jornalismo mais incompetente, parcial, mais golpista e elitista do mundo e, de vez em quando, “ouve o outro lado”, para fingir que é o New York Times.



Daniel Dantas não ganha NENHUMA causa no mérito.
E já perdeu várias, inclusive para o excelente advogado Cesar Marcos Klouri – clique aqui para ir à aba não me calarão.
Na Justiça da Inglaterra ele perdeu todas e foi condenado por fraudar conta de clientes.
Numa palavra: se ganha, é no tapetão, no HC Canguru, dois em 48 horas (só o McDonald’s é mais rápido) – é o que se diz na comunidade forense.
É óbvio que estes dois posts tratam da relação entre o PiG (**) e Daniel Dantas.
Uma relação íntima, conjugal.
O Dantas entra de Pilatos no credo.
E quando ele é tratado de Fernandinho ou de Abadia é uma figura de linguagem.
Uma metonímia.
(Os 3003 advogados de Dantas vão ter que ir ao dicionário.)
O ansioso blogueiro jamais cometeria o erro de confundir Dantas, fisicamente, com Fernando ou com Abadia.
O ansioso sabe distinguir perfeitamente as atividades de um e de outro.
Fernandinho e Abadia, embora também operem no business do “crime organizado”, segundo a Polícia Federal (***), não têm olhos azuis.
E, como se sabe, um dos diretores do Banco (?) Opportunity se refere a Dantas como o “blue eyes”, que era o apelido do Frank Sinatra.
Fernandinho e Abadia estão mais para funk do que para Strangers in the night (no restaurante Tramvia).



Paulo Henrique Amorim


(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews  e da CBN se refere a Ele.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(***) Quem associou Daniel Dantas ao crime organizado e a uma quadrilha foram as Operações Satiagraha e Chacal, respectivamente

SAÍDA DE ESGOTO

PM do Rio promove aberração a major

Major PM Bruno Schorcht

Oficial PM acusado de lançar spray de pimenta em crianças no Morro do Bumba é promovido a major

O ex-capitão, atual major da PM Bruno Schorcht, transferido do 12º BPM para o 20º BPM há 45 dias, saiu com uma promoção da denúncia oferecida por promotores do Ministério Público, após ele ter sido flagrado em março deste ano espirrando um spray de pimenta nos olhos de manifestantes em Niterói, entre eles duas crianças e a avó delas , que protestavam contra o descaso do poder público após a tragédia no Morro do Bumba.

Segundo o boletim 162 da PM, o major PM Bruno Schorcht, com a matrícula 65.145 publicada no memorando 0581/2551, foi transferido do 12º para o 20º Batalhão de Polícia Militar (BPM), que responde pela área dos municípios de Nova Iguaçu, Nilópolis e Mesquita, distante portanto da região de Niterói, onde o oficial foi flagrado junto com o soldado D’Angelo de Matos Pinel espirrando a substância em duas crianças, de 6 anos e 7 anos, além da mãe deles, que também aguardavam o pagamento do aluguel social destinado às famílias vítimas do desabamento.

Na denúncia, o Ministério Público Estadual ainda requereu, judicialmente, a concessão de medida cautelar em que solicita suspensão imediata dos envolvidos de suas funções policiais até que o processo seja concluído. O MP afirma que a medida “é extremamente necessária, porque os policiais militares denunciados demonstram que não têm vocação e aptidão para o exercício de função tão importante que é a de policiamento ostensivo”. O requerimento, porém, não surtiu qualquer efeito prático.

Além da denúncia de agressão aos moradores, o oficial PM responde desde o início deste ano, a outro processo criminal instaurado junto ao Tribunal do Júri de São Gonçalo, por suposto crime de homicídio duplamente qualificado, em atividade típica de extermínio
Leia mais em: O Esquerdopata

Quem está vencendo a disputa político-ideológica no Brasil?

Todos os dias, grandes jornais, televisões, rádios e portais de internet travam uma disputa surda com blogueiros, tuiteiros e facebookers pelos corações e mentes dos formadores de opinião, aquelas pessoas de diversos estratos sociais, faixas etárias e regiões do país que têm interesse em política e que, ao lado da percepção da sociedade sobre a própria vida, influem na formação das duas grandes correntes político-ideológicas do país, uma contra o governo e outra a favor, ou uma conservadora e a outra progressista.
Antes de prosseguir, porém, qualifiquemos essas correntes quanto às ideias-força que as mobilizam.
Uma corrente político-ideológica acredita em nova forma de governar em que sejam privilegiadas medidas do Estado socialmente inclusivas e as relações sul-sul em detrimento das relações sul-norte. A outra corrente privilegia a teoria de fazer o bolo crescer para só depois dividi-lo e acredita em impor sacrifícios sociais até que o bolo tenha crescido suficientemente – o que nunca se viu ocorrer, diga-se.
As duas grandes correntes políticas que dividem o país, portanto, sempre foram a dos conservadores e a dos progressistas, sendo que tanto de um lado quanto do outro cabem subgrupos com diferentes intensidades de convicções naquelas macro premissas ou visões sobre o papel do Estado e sobre quem, ao fim e ao cabo, irá ganhar ou perder na divisão de riquezas e sacrifícios.
Essas correntes, hoje, digladiam-se diariamente, ainda que de forma desigual.
De um lado, grandes impérios de comunicação dotados de recursos bilionários e que, através deles, conseguem eleger políticos que lhes conferem um braço institucional votando ou administrando como esses grupos empresariais querem. E esses grupos, valendo-se de ameaças de ataques ou de promessas de afagos em seus veículos conseguiram instalar seus representantes também no Poder Judiciário.
Do outro lado, um grande movimento na internet composto por militantes de partidos, por cidadãos apartidários e por jornalistas sem cobertura de empresas jornalísticas, todos decididos a combater os conservadores apoiando políticos alinhados à sua visão, que, no caso, no fim das contas são os políticos do PT, ainda que estes mantenham uma relação muito mais distante com as novas mídias que os apoiam em maior ou menor intensidade.
O que caracteriza esse lado progressista na internet é o trabalho voluntário e isolado, caótico, sem um comando central como o dos grupos de mídia conservadores, grupos que, por sua vez, obedecem a interesses empresariais, de classe social e regionais que se comunicam entre si em associações formais e informais, e que, junto aos políticos que elegem com seus meios de comunicação, dão combate ao governo progressista.
Na verdade, essa é uma situação nova. Até 2002, quando finalmente o poder mudou de mãos no Brasil e a internet ainda era uma infante – enquanto que hoje é uma adolescente –, não havia guerra de comunicação alguma simplesmente porque a comunicação estava toda nas mãos de um dos lados da eterna disputa entre conservadores e progressistas, uma disputa que, ao longo do século passado, foi opondo grupos com divergências cada vez menores, sendo que o lado progressista foi o que mais cedeu, ainda que o lado conservador tenha passado a admitir certas e restritas demandas sociais.
O surgimento da internet, portanto, permitiu que as eleições deixassem de depender exclusivamente da percepção da sociedade sobre seu bem-estar e do que a grande mídia dizia sobre os políticos, fórmula que manteve certa corrente político-ideológica – mas não necessariamente partidária – no poder pelo maior período do século XX, excluídos os períodos de governos menos alinhados ao conservadorismo que acabaram sendo derrubados à força, sem concurso das urnas.
Neste ponto entra a primeira eleição do pós regime militar em que o poder mudou de mãos no Brasil. Parece pouco polêmico afirmar que Lula se elegeu em 2002 por acidente, digamos assim. Se o país, à época, não tivesse caído em um imenso buraco, o político trabalhista jamais teria se convertido na única opção que faltava o eleitorado experimentar na tentativa de sair de uma crise que parecia não ter saída.
Se a situação não tivesse piorado tanto, se tivesse melhorado um pouco que fosse de forma a dar esperança à sociedade, com a mídia demonizando a então oposição petista, dizendo-a adepta do “quanto pior, melhor”, pintando-a como grupo “radical” que transformaria o Brasil em uma “Cuba” o poder jamais teria mudado de mãos, pois governos conservadores, dos quais o governo Fernando Henrique Cardoso foi o último representante no poder, eram protegidos por aquela mídia de qualquer ataque que lhes fizesse a oposição progressista, então comandada por Lula e pelo PT.
Ao fim desse quilométrico preâmbulo, pois, surge a questão de fundo que o post propõe:  quem está vencendo a guerra da comunicação, neste momento?
A resposta é menos simples do que parece. Apesar de os progressistas terem chegado ao poder em 2002 e não saído mais, com três eleições presidenciais que foram vencendo de forma cada vez mais contundente, ampliando a base de apoio do governo a cada eleição, não se pode desprezar o fato de que a máquina conservadora – composta pela mídia, por partidos políticos e por amigos de ambos no Judiciário – tem conseguido fazer quase um governo paralelo, vetando muita coisa que os três últimos governos petistas (eleitos em 2002, 2006 e 2010) tentaram fazer e não conseguiram exatamente porque os adversários não deixaram.
Os dois governos Lula e o governo Dilma, respectivamente, tiveram e tem menos poder do que os dois governos Fernando Henrique Cardoso porque o PT, enquanto na oposição, não tinha tamanho, mídia ou grandes amigos no Judiciário como tem hoje e, assim, jamais conseguiu influir nos governos do PSDB como este tem conseguido influir nos do PT a mando daqueles setores empresariais, sociais e regionais que controlam a mídia e os políticos que ela ainda elege com seu noticiário partidarizado, ideologizado e editorializado.
A pergunta sobre quem está vencendo a disputa político-ideológica lembra a metáfora sobre o copo meio cheio ou meio vazio, pois, apesar de hoje os progressistas estarem em situação muito melhor do que jamais estiveram, há que lembrar o preço que pagaram para chegar aonde chegaram, porque não se pode negar quanto tiveram que abrir mão de ideais e valores, fenômeno que os tornou mais parecidos com os oponentes, ainda que não sejam iguais.
Para não deixar o leitor sem saber se comemora ou se desanima, vale lembrar que é melhor que nenhuma corrente tenha poder esmagador sobre a outra e que não exista um abismo intransponível entre as correntes político-ideológicas, pois posições inconciliáveis costumam gerar impasses e dos impasses podem surgir conflitos bem piores do que esses que os conservadores e progressistas travam hoje na internet de forma intensa, muitas vezes exagerada, quase sempre pouco educada, mas, sem sombra de dúvida, pacífica e civilizada.

Crise é imprevisível, avaliam economistas em seminário no RJ


“O neoliberalismo não está morto, está com o olho muito aberto, mas entra em crise agora na Europa. O que eles estão fazendo em termos de ajustes recessivos é um completo disparate, no qual a Alemanha tem muita culpa. A Alemanha ainda vai pagar caro essa brincadeira. Se o euro estourar, será na cara deles também”, advertiu Maria da Conceição Tavares em seminário que reuniu nomes do pensamento econômico progressista brasileiro para analisar a crise do capitalismo mundial.

Rio de Janeiro – Alguns dos principais nomes do pensamento econômico progressista brasileiro se encontraram na segunda-feira (28) no Rio de Janeiro para analisar a crise do capitalismo mundial e seus reflexos nos países ricos, além das prováveis conseqüências do atual contexto econômico global sobre o Brasil. O debate ocorreu no mesmo dia em que a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) anunciou a redução de suas projeções para a economia global e confirmou a formação de um aparentemente inevitável quadro de recessão para os Estados Unidos e a Europa.

O seminário “A Crise do Capitalismo e o Desenvolvimento do Brasil” foi organizado conjuntamente pelos quatro maiores partidos de esquerda do país, por intermédio das fundações Perseu Abramo (PT), João Mangabeira (PSB), Maurício Grabois (PCdoB) e Leonel Brizola/Alberto Pasqualini (PDT). Os debates reuniram, além de economistas, diversos parlamentares, empresários, sindicalistas e dirigentes partidários de todo o país.

A primeira mesa de debates reuniu nomes do peso de Maria da Conceição Tavares, Carlos Lessa, Luiz Carlos Bresser Pereira e Theotônio dos Santos na análise da crise financeira que atinge o centro da economia global e hoje se manifesta mais fortemente na União Européia, onde a adoção do euro como moeda comum já é posta em xeque.

“O neoliberalismo não está morto, está com o olho muito aberto, mas entra em crise agora na Europa. O neoliberalismo na década de 90 e começo desse século era favorável ao crescimento do G7, mas agora é dramaticamente regressivo, em particular na União Européia. O que eles estão fazendo em termos de ajustes recessivos é um completo disparate, no qual a Alemanha tem muita culpa. A Alemanha ainda vai pagar caro essa brincadeira. Se o euro estourar, será na cara deles também”, disse Maria da Conceição Tavares.

Conceição não vê solução para a insegurança econômica global nos próximos anos: “A crise européia deve prolongar a instabilidade financeira, com uma ameaça de estagnação com deflação. Os preços industriais estão caindo e talvez caiam também os preços das commodities, o que não será legal para o Brasil”.

Segundo a economista, hoje na Europa a grande discussão é manter ou não o euro: “A esquerda quer manter, mas a direita nacionalista não quer, pois prefere voltar às moedas nacionais para permitir a desvalorização da dívida em moeda nacional. Se acontecer, o que isso irá gerar de desvalorização competitiva restabelecerá na Europa o clima da década de 20, quando foi rompido o padrão ouro. É uma coisa muito problemática”, avaliou.

Dupla natureza
Segundo Bresser Pereira, a crise do euro tem dupla natureza: “De um lado, é uma crise fiscal de Estados que estavam razoavelmente equilibrados do ponto de vista fiscal até 2008. Um exemplo é a dívida pública da Irlanda, que era de 25% do PIB em 2007. Aí, veio a quebra dos bancos irlandeses, o governo socorreu e a dívida pública da Irlanda, no fim de 2010, era de 99% do PIB. A dívida pública surgiu da quebra dos bancos, fundamentalmente. Os Estados do Sul da Europa se endividaram para socorrer seus bancos e aí os mercados financeiros perderam a confiança nesses países e na sua capacidade de pagamento. Então, a taxa de juros está aumentando. Isso já aconteceu com a Irlanda, depois com a Grécia, e agora está acontecendo com Itália”.

A outra natureza da crise européia, segundo Bresser, é cambial: “Os países em crise aguda tiveram déficits públicos pequenos, mas grandes déficits em conta corrente, o que se explica em parte também pelo consumo irresponsável feito internamente. A taxa de câmbio implícita desses países, definida pela relação salário-produtividade, se apreciou, e eles, então, entraram em um déficit de conta corrente muito grande em relação à Alemanha. Isso implica em endividamento para empresas, famílias e bancos, e torna a situação insustentável para esses países”.

Segundo o economista, o que ocorre na União Européia é uma crise de soberania monetária: “Ou você tem autonomia e decide sobre sua vida ou fica na mão dos outros. Não há soberania possível se você não tem uma moeda nacional. Os países da zona do euro, quando fizeram o acordo, aceitaram trocar suas moedas nacionais por uma moeda estrangeira, o euro. A moeda nacional tem duas características muito importantes, que só se percebe em tempos de crise: você pode emitir e pode desvalorizar. A Grécia não pôde fazer isso, a Espanha e a Itália não poderão fazer isso...”.

Para Bresser, a solução para o problema da dívida pública começaria com uma medida: “O banco central europeu deveria funcionar como o banco nacional desses países. Ou seja, emitir dinheiro para comprar os títulos que estão a juros altíssimos, e com isso baixar a taxa de juros e reequilibrar o sistema”. Em relação ao déficit em conta corrente, a solução racional, segundo o economista, seria cada país poder desvalorizar sua moeda: “Com isso, você baixa o salário, mas de uma forma menos dolorosa, não baixa via desemprego. A decisão de países como Espanha ou Itália de continuar no euro é complicada. Não sou capaz de dizer o que vai acontecer”.

A dificuldade em se fazer previsões sobre os desdobramentos da crise também foi citada por Carlos Lessa: “Essa crise apresenta uma grande opacidade em relação ao seu desdobramento. Esperamos _ vamos bater na madeira _ que a solução não se dê em termos de conflito mundial. Ninguém poderá dizer com razoável precisão como será o mundo daqui a dez anos. Porém, é possível dizer que será muito diferente do atual”.

G2
Essa diferença, segundo Lessa, será fundamentalmente geopolítica e terá EUA e China como atores principais, no que ele chama ironicamente de G2: “Quero crer que o império continua império. O orçamento militar norte-americano supera o somatório dos nove orçamentos militares que lhe sucedem e este ano foi aprovado nos EUA o maior orçamento militar de todos os tempos. Culturalmente, as pautas americanas já são absolutamente universalizadas. Acho que não tem G7 nem G 20. O que tem é G2, que é o matrimônio de um país chamado EUA, que é o império, e uma periferia chamada China”, disse Lessa, comparando o papel atual da China às “maquilas” mexicanas, que serviam de montadoras para produtos que depois retornavam aos EUA.

Theotônio dos Santos disse entender a natureza da atual crise européia como sendo secular: “Há um caráter cíclico na economia mundial, a crise não é novidade absoluta”, afirmou, antes de apresentar alguns números: “Entre 1900 e 1913, o PIB per capta cresceu cerca de 1,5%. Depois, de 14 a 38, período em que ocorreu a crise de 1929, o PIB cresceu apenas 0,8%. Entre 38 a 73, no chamado período de ouro do capitalismo, o PIB voltou a crescer cerca de 2,3%. Depois, de 74 a 93, o crescimento foi de 1,2%, em um período tipicamente de descenso de longo prazo. De 1994 para cá, o crescimento tem sido em torno de 2,3% apesar de duas crises fortes em 2000 e 2008. Há uma tendência a oscilar a taxa de crescimento da economia mundial”.

Exclusivo: Chevron “economizou” sapata e não cumpriu projeto de perfuração de poço que vazou

O gráfico da Chevron mostra uma única sapata, no revestimento de 13 3/8"
O vazamento de óleo para o mar do poço da Chevron aconteceu porque a empresa descumpriu o projeto de perfuração apresentado às autoridades brasileiras e não colocou, provavelmente por economia, uma sapata de cimento, que faria a vedação do poço a mais de dois mil metros de profundidade, o que evitaria que o petróleo sob pressão do reservatório atingido pela broca penetrasse nas camadas superiores da rocha e subisse para o oceano.
...tal como está previsto na página 40 do Estudo Ambiental...
O Estudo de Impacto Ambiental apresentado ao IBAMA, elaborado com base nas informações técnicas formuladas para o plano de exploração de Frade, entregue pela Chevron à Agência Nacional de Petróleo, prevê expressamente a instalação de duas sapatas e selagens  para evitar a subida do óleo para o trecho superior da rocha.
A primeira sapata foi construída a cerca de 1800 metros de profundidade (e 567 metros abaixo do solo marinho), como previa o plano. Ela é a que foi mostrada pela  própria Chevron, nos diagramas exibidos semana passada na Câmara dos Deputados. Foi logo abaixo dela, segundo a empresa, que o óleo penetrou pelas fissuras do solo marinho.
...sapata que, depois de testada, permitiria o furo de 12 e 1/4 polegadas
O que a Chevron não disse à imprensa, aos deputados e à sociedade é que deveria existir uma segunda sapata situada algumas centenas de metros abaixo daquela, capaz de sustentar a coluna de tubos de 9 5/8  polegadas e vedar o espaço entre estes tubos e a perfuração de 12 1/4  polegadas, impedindo a ascenção do petróleo por fora da tubulação.
Esta sapata – que seria também submetida, segundo o plano, a “testes de selo”, para verificar sua capacidade de vedação – simplesmente não foi construída.
...mas "desapareceu" a sapata, a vedação e o teste ao final desta fase
Veja no quadro do projeto apresentado pela Chevron que ela estaria situada entre 2050 a 2600 metros  (a sigla TVDSS significa True Vertical Depth Sub Sea, profundidade real submarina) e deveria ser capaz de resistir a pressões súbitas (explosões) de mais de seis mil PSI, ou algo como 420 quilogramas-força por centímetro quadrado.
Esta sapata e a vedação jamais existiram, apesar
mesmo a Chevron tendo previsto que ela estaria entre 2050 e 2600 m...
de o poço já ter atingido 3.329 metros de profundidade. Evidentemente, também não o teste de selo.
Só a partir daí, segundo o plano apresentado pela Chevron, é que a perfuração seria feita com a broca de 8 ½ polegadas, que é o diâmetro convencional da chamada “fase final” de um poço de petróleo, aquela que toca o reservatório subterrâneo de óleo. Esta fase não possui revestimento, o que é chamado de “poço aberto” no jargão técnico. No seu depoimento á Comissão de Meio Ambiente, o presidente da Chevron-Brasil (?), o Sr. Charles Buck, admitiu que a broca usada no momento do acidente era a de 8 ½ polegadas.
Na perfuração executada pela Chevron, a situação era de “poço aberto” a partir de 567 metros abaixo do solo marinho. Embora o ponto provável de ruptura tenha sido abaixo da sapata situada neste nível, pode ter ocorrido em outro, em razão da grande extensão – comprimento vertical + horizontal, conhecido tecnicamente como TD(MD) –  aumentada pelo fato de o poço fazer duas longas curvas (dog legs, na linguagem técnica) e ter um trecho horizontal. Se os diagramas apresentados pela Chevron tiverem proporção correta, é possível estimar esta extensão em mais de três quilômetros sem  revestimento ou vedação.
E isso numa formação geológica cheia de fraturas e fissuras, o que é admitido no estudo e provocou até a mudança de direção de três poços perfurados em Frade.
Mas o que poderia ter feito a Chevron não implantar a sapata de sustentação e vedação?
Não é possível dizer, mas é natural que se avalie a vantagem de não o fazer: economia.
Uma sapata com esta resistência  custa algo como R$ 1 milhão, o que somado ao tempo de parada na perfuração, em razão dos custos fixos, pode quadruplicar, pelo menos, de valor. Só o aluguel da sonda  – mesmo a “baratinha” que utilizaram – é equivalente a cerca de R$ 500 mil por dia e ela não pode perfurar enquanto não se completa a cimentação, espera-se o tempo de “pega”  do cimento e se realizam os testes de selagem.
O campo de Frade é conhecido desde 1986 e nele não se espera o encontro de reservatórios em altíssima pressão, o que pode ter levado, sim, a Chevron a subestimar a possibilidade de que o poço fosse submetido a elevados esforços e, portanto, corresse o risco de não criar um segundo nível de vedação.
Um dos engenheiros especializados em perfuração a quem este blog apresentou os dados da Chevron afirma:
“A Chevron sabia da existência de várias fraturas e falhas em todo o Campo de Frade (está no seu plano de desenvolvimento para a ANP). A profundidade que temos que analisar é a da cota vertical de 2279 m. Para perfurar nesta profundidade a Chevron teve que usar pressão acima da pressão de abertura das falhas ou fraturas existente no Campo.
A ocorrência do kick (perda de fluido para formação) é a prova que atingiu a pressão de fratura. Não necessariamente, como a Chevron disse, fratura na sapata. Pode ter ocorrido em qualquer ponto entre 3329 m da profundidade  do poço (ou 2279 m medida na vertical) e 567 m,  a partir de onde o poço estava revestido e a lama de perfuração não tinha mais contato com as camadas superiores (da rocha). Isto não teria ocorrido caso a Chevron tivesse posto outra sapata e revestido o poço antes de atingir o reservatório. Neste caso,  todo poço estaria isolado das fraturas e falhas, ou seja, não poderiam ser atingidas pelo fluido de perfuração.
O kick relatado pela Chevron não é uma ocorrência anormal na perfuração. Ao contrário, é bastante comum. Para preveni-lo, instalam-se equipamentos que se destinam a minimizar seus efeitos: o blowout preventer, um conjunto de válvulas que impede que ele suba pela tubulação e “estoure” a cabeça submarina do poço.
Mas há outros, como as linhas de choke, que aumentam, através do manejo de válvulas, a pressão da coluna de lama que se contrapõe à pressão do petróleo ascendente durante um kick.
Além das linhas de choke, estava prevista a existência de uma linha de kill , que é uma espécie de redundância da linha de choke, mas com a capacidade de “matar” – ou seja, vedar completamente- o poço.
Nem a Chevron, nem a a ANP deram, ainda, quaisquer explicações sobre  existirem estes sistemas  previstos e a eventual falha em sua operação.
Daqui a pouco, na Comissão de Minas e Energia, a Chevron e a ANP serão duramente questionadas a partir destas informações.
Elas estão documentadas na cópia do relatório que será ali apresentada.
Agora há um dado concreto: a Chevron não  fez o que  prometeu ao IBAMA e à ANP  no plano de perfuração, que foi avaliado  por estes órgãos.
Não há plano de contingência ou fiscalização possível  em poços no oceano, distantes centenas de quilômetros do litoral, se a empresa que os perfura não segue os  procedimentos de segurança que ela própria apresentou às autoridades.
Não seria possível esperar que um fiscal da Prefeitura estivesse ali, todo o tempo ao lado da betoneira, durante a construção do Palace 2, vendo se a areia que a empresa de Sérgio Naya estava usando no concreto não era areia do mar.
Estamos fornecendo os elementos para a investigação de um comportamento fraudulento de uma concessionária da exploração de um bem público. Que, com o acidente, passou dos limites de simples fraude para o de um crime ambiental que, pela sorte e pelas correntes marinhas, ficou na escala do imenso e não do gigantesco.
Ele precisa ser apurado e cremos ter feito a nossa parte.

Alckmin comete crime de lesa-humanidade ao privatizar saúde pública, afirma promotor

A Rádio Brasil Atual contou, nesta quarta-feira, 10, com a participação do promotor Arthur Pinto Filho, que deu detalhes da ação civil pública, movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, para impedir que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) coloque em prática a lei aprovada por ele, que transfere 25% dos leitos dos hospitais públicos do SUS, o Sistema Único de Saúde, para particulares e planos de saúde. Em entrevista à jornalista Marilu Cabañas o promotor afirmou que o governo do Estado de São Paulo aplicou R$ 77,8 milhões dos recursos, que deveriam ser investidos em programas de saúde, no mercado financeiro. Além disso, o governo tucano também deixou de investir R$ 2,1 bilhões de saúde. Os movimentos populares de saúde realizam protesto nesta manhã, para protestar contra a privatização da saúde pelo governador Geraldo Alckmin.


Leia mais em: O Esquerdopata

PSDB exibe alguns de seus ratos na TV




SERRA: CRONICAMENTE INVIÁVEL


*Ciclo de governos progressistas reduz pobreza na América Latina ao nível mais baixo em 20 anos: taxa cai para 31,4% contra  48,4% em 1990

Apontado por amigos e colunistas como alguém que 'entende de economia', o tucano José Serra classificou nesta 2ª feira como 'o erro mais espetacular da história econômica
brasileira', o fato de o BC não ter reduzido os juros na crise de 2008. A observação correta na boca da impostura política amesquinha-se à categoria dos 'faits divers', curiosidades irrelevantes. Sabedorias de Almanaque Biotônico Fontoura desprovidas de consequência histórica.  É esse enquadramento que faz de Serra uma figura cronicamente inviável em seus próprios termos, um janismo com caspa (falsa) da Unicamp, na medida em que o discurso do qual se apropria contrasta com a aliança política --retrógrada, rentista e midiático-conservadora-- que  hoje, como ontem, se opõe à queda dos juros. A mesma que sempre o apoiou, e na qual sempre se abrigou, inclusive nas duas derrotas presidenciais: para Lula, em 2002, e para Dilma, em 2010. O Brasil precisa reforçar as linhas de passagem para transferir recursos do rentismo aos investimentos em infra-estrutura, saúde e educação. Um governo do PT tem a obrigação de dar velocidade a essa travessia; não será o conservadorismo com plumas de 'industrialista' que o fará.


 ** Grécia recebe 8 bi de euros de resgate do FMI e CE, em troca de arrocho que provocou fuga de 14 bi de euros entre setembro e outubro 

*maiores BCs do mundo se unem para dar liquidez aos mercados** objetivo é evitar um contágio da crise bancária que avança na Europa** apreensivos com a saúde das carteiras de títulos públicos da banca, investidores estão sacando aplicações; ** todas as opções ortodoxas para estabilizar a economia do euro  fracassaram** crise tornou-se sistêmica; exige recursos que a ortodoxia não previu e rejeita: sobretudo, soberania estatal à moeda única, com um BCE que dome a manada especulativa, colocando as dívidas públicas sob sua fiança** greve de 2 milhões de trabalhadores paralisa serviço público na Inglaterra** maior movimento grevista em 30 anos contesta arrocho neoliberal de Cameron, o 'pró-cíclico': desemprego castiga a Europa e a 'Tatcher de terno' quer demitir mais 700 mil servidores 

Urubóloga suspeita de Dilma: é caso de impeachment !


Desculpe, mas a senhora botou o jabuti na árvore

O IBGE divulgou nesta terça-feira nota para explicar por que, como sempre faz, mudou os pesos do cálculo da inflação.

É uma mudança para refletir os novos hábitos de consumo da população:

Nota de esclarecimento sobre as mudanças nas estruturas de ponderação do IPCA e INPC


De acordo com os princípios e as melhores práticas internacionais de disseminação de estatísticas oficiais, o IBGE divulgou ontem, 28/11/2011, o detalhamento das alterações na estrutura de ponderação dos índices de preços em sua página na internet, por meio da nota intitulada “Nota técnica do SNIPC – Atualização das estruturas de ponderação a partir da POF 2008-2009”.


Importante realçar que já no dia 28/09/2011, o IBGE divulgou, a nota “Janeiro de 2012 – IPCA e INPC terão estruturas de pesos atualizadas”, em que informa que as novas estruturas de gastos de consumo, estariam disponíveis na última semana de novembro deste ano. O mesmo anúncio foi feito, também, pela Coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes, aos jornalistas presentes à entrevista coletiva quando da divulgação do IPCA/ INPC de setembro, em 7/10/2011. Na ocasião foram prestados todos os esclarecimentos solicitados pela mídia sobre o assunto.


Quanto às alterações da estrutura de consumo das famílias brasileiras, estas foram apresentadas na divulgação dos resultados da POF 2008-2009, em 23/06/2010, valendo destacar o caso da redução do peso do grupo Educação nos orçamentos familiares, que passou de 4,1% em 2002-2003 para 3.0% em 2008-2009. No entanto, como o IBGE não faz previsão a respeito de resultados, não há o que comentar a respeito do que ocorrerá a partir de janeiro de 2012 com os índices de preços.


As mudanças nas estruturas de ponderação são parte dos procedimentos regulares de atualização dos índices de preço ao consumidor adotados pelos produtores de índices. O IBGE tem adotado este procedimento sistematicamente, a exemplo da incorporação dos resultados da POF 2002-2003 realizados em julho de 2006 e anunciado em dezembro de 2005. Procedimento similar ao atual e anunciado em 2011 em três ocasiões distintas.


Mais uma vez, o IBGE coloca-se à inteira disposição da mídia e da sociedade em geral, para prestar quaisquer esclarecimentos que se façam necessários sobre esse assunto, seguindo os princípios de transparência, imparcialidade e igualdade de acesso que sempre nortearam sua atuação.



No Bom Dia (?) Brasil de hoje, a Urubóloga e o Chico Pinheiro se divertiram muito com a expressão “jabuti não sobe em árvore”.
A Urubóloga atribui o provérbio à sabedoria mineira.
Só que não é.
É um provérbio português que entrou para o dialeto da política brasileira por um coronel maranhense, Vitorino Freire, que costumava justificar o regime militar dessa forma: “se você vir um jabuti numa furquilha deixa ele lá, porque jabuti não sobe em árvore, alguém foi que botou lá”.
(Do livro “Sarney – a biografia”, de Regina Echeverria, editora Leya, pág. 82.)
No Bom Dia (?) Brasil, o que se depreende é que a Dilma botou o jabuti na árvore.
A Urubóloga suspeita que as mudanças do IBGE tenham sido feitas “na direção do que o Governo precisava”.
Isso é gravíssimo !
Se a Dilma botou o jabuti na árvore, é caso de impeachment !
Manipular a taxa de inflação significa manipular a remuneração de todos os títulos do universo financeiro do país.
Significa meter a mão no bolso dos detentores de títulos para garantir que a meta de inflação seja cumprida.
E o IBGE, nesse quadro de jabutis na árvore, passa a ser cúmplice da patranha: um órgão que não merece ser respeitado.
O IBGE está no bolso de quem: de credores ou devedores ?
Veja, amigo navegante, a gravidade dessa suspeita !
Sua diretoria tem que ser imediatamente removida e substituída, depois de apuradas as responsabilidades criminais.
É o que acontece quando o Governo deixa a Globo dizer o que bem entende.
O problema não é a Miriam, que, como se disse aqui, é um embutido da Sadia composto de ideias que, separadas, não gostaríamos de consumir.
Ela, como se vê, confunde o Maranhão com Minas (começam com “m” …)
O problema não é a Miriam: o problema é a Globo.


Clique aqui para ler “Arruda: ‘não há democracia na mídia’”.


Paulo Henrique Amorim

Rolls Royce firma acordos de até US$ 650 mi com Petrobras

Brasil Econômico


Os equipamentos operarão nos campos petrolíferos de Lula e Guará, no pré-sal da Bacia de Santos
Os equipamentos operarão nos campos petrolíferos de Lula e Guará, no pré-sal da Bacia de Santos

 
A Rolls Royce firmou com a Petrobras novos contratos, com valor que pode alcançar US$ 650 milhões, para fornecer equipamentos para exploração no pré-sal.
A Rolls-Royce fornecerá à Petrobras 32 turbogeradores com turbinas a gás, incluindo unidades de recuperação de calor, para atender aos requisitos de geração de energia de oito plataformas flutuantes, utilizadas no processamento de hidrocarbonetos e no armazenamento de petróleo.
Esses equipamentos operarão nos campos petrolíferos de Lula e Guará, localizados na área do pré-sal da Bacia de Santos.
A Rolls-Royce também fornecerá à Petrobras serviços de manutenção, suporte técnico e treinamento nos próximos dez anos.
Em fevereiro, a Rolls-Royce anunciou planos para a construção de uma instalação para montagem e testes de turbinas a gás em Santa Cruz, no estado do Rio de Janeiro, em uma área de 103 mil metros quadrados, que receberá um investimento de mais de US$ 100 milhões.
A previsão é que essa unidade esteja operacional no primeiro semestre de 2013, e será usada no processo de fabricação dos equipamentos contratados pela Petrobras.

A submissão étnica no Brasil

A imagem acima simboliza uma afronta que é feita diariamente à maioria do povo brasileiro, maioria essa que o IBGE, a partir do Censo de 2010, diz que passou a ser composta por afrodescendentes.
O censo revelou que o contingente de pessoas que se declaram negras e pardas superou o das que se declaram brancas. 91 milhões se dizem brancas (47,7%), 15 milhões se dizem pretas (7,6%), 82 milhões se dizem pardas (43,1%), 2 milhões se dizem amarelas (1,1%) e 817 mil se dizem indígenas (0,4%). Negros e pardos, portanto, somam 97 milhões.
O pior é que grande parte dos que se dizem brancos, não é. Tem pele morena mais clara, mas com evidentes traços negros. Por que isso? Simplesmente porque uma carteira de identidade que diga que o indivíduo é negro ou pardo equivale a uma condenação.
Corte para uma cena típica neste país. A casa é a de uma família negra – homem, mulher e uma filha. É fim de tarde e a jovem de quinze anos se acomoda ansiosamente no sofá, diante da televisão. “Vai começar Malhação”, diz à mãe.
A cena chama atenção e perturba porque um pensamento vem à mente: será que a garota não se sente incomodada por não se ver representada na novela das cinco, das seis, das sete ou das oito, dia após dia?
Dirão que sempre há um negro e até um mestiço nas novelas, ainda que na propaganda isso seja muito mais raro. Mas como é possível que essa maioria da população não se incomode ao ver que nessas novelas é praticamente todo mundo branco?
Vejamos, abaixo, outro exemplo de novela com elenco “nórdico”, a das seis, também da Globo, uma tal de “A vida da gente”. Dê uma boa olhada no perfil étnico do elenco, leitor, e reflita se é mesmo a vida “da gente” que está na telinha.

Antes de prosseguir, há que constatar que essa situação não vige só na Globo, mas em todas as concessões públicas de televisão, no teatro, no cinema… A menos que seja uma trama de mocinhos e bandidos. Aí os negros aparecem mais, mas não como mocinhos…
Em alguma parte do país existe um povo como o dessa ou o de qualquer outra novela? Nem no sul há população tão branca. Pior ainda onde as emissoras ambientam a maioria de suas novelas, ou seja, no Rio ou em São Paulo.
E se isso ocorresse só nas novelas, não seria nada. Cristiane Costa, leitora do blog, envia comentário que mostra como o racismo paira sobre esta sociedade majoritariamente afrodescendente.

Há, sim, bonecas negras. Mas não é fácil achar. E a maioria é de brancas e loiras.  Meninas negras brincam com bonecas brancas assim como meninos negros brincam com bonecos brancos de super-heróis, por exemplo.
É só? Claro que não. A publicidade é ainda mais racista. É raro ver uma propaganda com uma família negra. Pode ser de banco, de plano de saúde, de loja de departamentos, de supermercados…
Pode-se dizer, no entanto, que quem movimenta a economia é a massa, aquela massa que o IBGE diz que é majoritariamente negra. Depois vêm outras etnias. Essa etnia que aparece nas novelas, na publicidade ou em brinquedos não deve chegar nem a 10% da população.
Por que, então, uma população tão discriminada não boicota o supermercado, o banco ou o plano de saúde que retratam este povo como se fosse norueguês ou sueco e escondem o verdadeiro povo brasileiro?
Apenas porque essa maioria étnica aprendeu a se submeter a coisa muito pior. Submete-se a ganhar menos e até a não poder freqüentar determinados ambientes, tais como casas noturnas e, sobretudo, clubes.
Um amigo está entre os raríssimos negros de classe média alta. Mora em um dos bairros mais elegantes de São Paulo, um bairro quase totalmente branco em que, apesar de residir ali há quase vinte anos, quase não tem amigos.
O amigo negro tentou várias vezes associar a família a um clube e jamais conseguiu. Dizem-lhe que não há títulos disponíveis para venda apesar de ele saber que é mentira porque antes de se apresentar pessoalmente pede informação por telefone e lhe dizem o oposto.
Ao ser perguntado sobre por que não denuncia isso, baixa os olhos e deixa escapar, de forma quase inaudível, que “seria pior”. E muda de assunto.
A pergunta, então, torna-se recorrente: se, como diz o IBGE, a maioria do povo brasileiro é negra ou descendente de negros, por que essa maioria não se revolta com uma situação tão absurda de legítima discriminação racial?
Não há estudos sobre isso apesar de que todos sabem a razão da submissão étnica que flagela a maioria dos brasileiros: trata-se de uma herança histórica, de uma história de submissão negra ao senhor branco.
Daí as pessoas negras vibrando com novelas brancas e que continuam dando dinheiro a empresas que as discriminam nas propagandas. Até porque, não há alternativas de entretenimento ou consumo que não passem pelo cordial racismo brasileiro.
—–
A auto-imagem do negro em sociedades racistas

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A submissão étnica no Brasil

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Boni confessa manipulação do debate Lula x Collor

 
 

Entre Collor e Boni, sou mais o Boni

O Dr Roberto chegou atrasado à posse

Saiu na Folha (*):

Ex-executivo da Globo mentiu sobre debate, diz Collor


Ex-presidente nega ter recebido ajuda de Boni ao se preparar para confronto com Lula na eleição de 1989. Envolvimento com a campanha de Collor teve caráter ‘pessoal e informal’, afirma diretor da Rede Globo


NELSON DE SÁ

ARTICULISTA DA FOLHA


O ex-presidente Fernando Collor reagiu ontem a uma entrevista em que José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, principal executivo da Rede Globo durante a campanha eleitoral de 1989, descreveu os “palpites” que teria dado ao então candidato, antes do debate que antecedeu o segundo turno da eleição.


“Nós fomos procurados pela assessoria do Collor”, declarou Boni à Globo News, no sábado. Miguel Pires Gonçalves, então superintendente da Globo, teria pedido a Boni que “desse alguns palpites” para a apresentação de Collor no debate.


“Nunca pedi a ninguém para falar com o Boni, meu contato era direto com o doutor Roberto”, rebate Collor, referindo-se a Roberto Marinho, na época presidente das Organizações Globo.


Collor também nega as outras declarações de Boni, que detalhou o que teria feito: “Conseguimos tirar a gravata do Collor, botar um pouco de suor com uma glicerinazinha, e colocamos as pastas todas que estavam ali, com supostas denúncias contra o Lula, mas que estavam vazias ou com papéis em branco”.


“Nunca tirei a gravata nos debates. Mentira”, rebate Collor. “Suor: nem natural nem aspergido pelo Boni. Glicerina: mais uma viajada na maionese. Pastas vazias: ao contrário, cheias de papéis, números da economia, que sequer utilizei.”


Segundo Boni, “todo aquele debate foi produzido”, na “parte formal”, sendo de Collor “o conteúdo”. E novamente, segundo Collor, não houve “debate produzido: um foi na Manchete e o segundo foi na Band”. Em “resumo, o Boni despirocou”.

(Segue-se uma declaração de Ali Kamel, em apoio a Boni, que termina assim:

Segundo Kamel, “foi uma iniciativa do Boni, como cidadão, mesmo que com o consentimento de Roberto Marinho”. Ele acrescenta, “com segurança, que, se o episódio era factível no contexto histórico da época, hoje ele seria de todo impossível”, na Globo.
 
 
Boni jamais ajudaria o Collor sem o consentimento do Dr. Roberto.
Não tem essa de “iniciativa do Boni”.
Nem ele nem o Miguel Pires Gonçalves seriam capazes, por exemplo, de dar uma mãozinha ao Lula.
Não é verdade que o Collor só tratasse com o Dr Roberto.
A linha direta do Collor na Globo era o diretor de jornalismo (um pouco menos poderoso que o Kamel), Alberico de Souza Cruz.
(Alberico é o autor da obra prima que foi a edição do jornal nacional na véspera da eleição do segundo turno, com a edição do debate.
Trata-se de rasteira manipulação, que está nas antologias das melhores escolas de jornalismo do mundo, no capítulo “como usar a televisão para manipular um resultado eleitoral”.
Outro exemplo neste mesmo capítulo foi o que a Televisa mexicana fez para tirar a eleição de Cuahautémoc Cárdenas e dar a Carlos Salinas de Gortari, o FHC deles.
Foi quando o Dr Roberto mandou editar o debate de forma que só aparecesse o que fosse bom para o Collor e o que fosse mau para o Lula.
(Sobre este assunto, escrevi para a Carta Capital uma analise de um livro que tem duas dezenas de elogios ao dr Roberto e pretende ser uma “análise” da relação Collor x imprensa. Vale a pena! )
Foi exatamente essa linha direta com o futuro presidente da República que levou o Dr Roberto a derrubar o Armando Nogueira e colocar o Alberico no lugar dele.
Dr Roberto entrou na eleição com o pé errado.
Apoiou Covas, Quércia e só foi apoiar o Collor quando o Collor aparecia claramente como o único que podia derrotar Lula e Brizola.
Quem sempre esteve ao lado do Collor (e do Quércia) foi o Alberico.
Este ansioso blogueiro não tem como atestar a veracidade de todas as informações do Boni.
Mas, não tem dúvida de que a Globo “produziu” o Collor.
Para o Collor, o Alberico era muito mais importante do que a Belisa Ribeiro, sua marqueteira.
Hoje, talvez fosse impossível o Boni fazer o que fez pelo Collor.
De fato, o Ali Kamel talvez tenha razão.
Porém, só os métodos mudaram.
Agora, a produção se faz com outros instrumentos.
Levar a eleição de 2006 para ao segundo turno, ao ignorar o desastre da Gol, como fez o Ali Kamel.
Com a parcialidade do Casal 45, ao interrogar os candidatos Cerra e Dilma, na eleição de 2010: “mil perdões, candidato”.
O mil perdões está no jornal nacional desses dias.
Levar onze dias para denunciar a Chevron do Cerra.
Abafar a Controlar e o João Faustino do Cerra.
O método é outro.
A parcialidade, a mesma.
A manipulação para ganhar a eleição – a mesma.
Agora, entre uma reconstituição histórica e outra, prefiro a do Boni.



Em tempo: essas mal traçadas linhas sofrem de parcialidade, elas mesmas. Este ansioso blogueiro, profissional de televisão, deve ao Boni a fundação da televisão no Brasil. Televisão que este ansioso blogueiro critica. Mas, que se tornou uma indústria e, em certos momentos, de alta qualidade, devido, sobretudo ao Boni. E isso só foi possível, porque quando o Boni e o Walter Clark chegaram à Globo, os filhos do Roberto Marinho ainda não tinham idade para tocar o negócio. Quando atingiram a maioridade e foram tocar o negócio, a coisa desandou.  Fazem até hoje a televisão que o Boni deixou lá, do ponto de vista artístico e de programação. E mal sabem eles que o Boni, se pudesse, já tinha trocado isso tudo. A Boni o que é do Boni !


Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

 

FMI pede ajuda ao Brasil ( OUTRA VEZ !!!!)

A UDN do Leblon

Já tivemos Gabriela melhor do que Juliana Paes 
Nirlando Beirão 
Periguete esforçada
Ela é uma atriz esforçada, a Juliana Paes. Sempre cabe bem no papel de periguete. O último foi no seriado O Astro.

Mas, de repente, recrutá-la para reviver na TV a Gabriela que já foi de Sonia Braga, aí, gente, já é esticar demais a corda, né, não?

Sonia Braga é uma diva. Sempre foi. É uma das raras atrizes da Globo que sabem que Stanislavski não é zagueiro da seleção tcheca. Que Chantilly não é só confeito de bolo. Que Primavera Árabe não é nome de coleção de moda desfilada em Paris.

Juliana Paes está fazendo campanha contra a usina hidrelétrica de Belo Monte, a ser construída no Xingu. Ela e mais um elenco de globetes, intelectuais da Barra da Tijuca, que aparecem na TV em anúncios pagos.

Claro que quem não poderia deixar de estar no time das reclamonas é a notável Maitê Proença.

Maitê, que por algum tempo estrelou o programa mais chato da TV mundial, o Saia Justa, foi aquela que, na campanha presidencial de 2010, “embora feminista”, atiçou “os machos selvagens” a “nos salvar da Dilma”.

A UDN do Leblon, sempre atrás de uma bandeira de raiva, agora elegeu uma hidrelétrica como pretexto. Gostaria de saber o que Juliana Paes sabe realmente de Belo Monte.

O meio ambiente é um tema charmoso para quem tem a profundidade política de um pires.

Tem gente decente na área, gente bem-intencionada, séria, estudiosa. No episódio Belo Monte, creio que os doutos da ecologia estejam enganados, mas reconheço o direito deles de espernear.

A incômoda verdade é: nenhuma terra indígena será alagada, o risco ambiental é nulo.

Os ecoxiitas – abrigados numa ONG de nome Movimento Gota d’Água aparentemente muito bem aquinhoada de recursos – cooptaram os rostinhos bonitos da Globo para dizer que no futuro a gente vai assistir às novelas graças à energia gerada por pás de vento.

Parece coisa daquele antigo Fidalgo de la Mancha, simpático mas também equivocado.


Leia mais em: O Esquerdopata

Santayana: a Chevron do Cerra quer mais

A obra da Chevron e o presidente insolente

O Conversa Afiada reproduz artigo de Mauro Santayana sobre o que ainda falta explicar na questão dos royalties do pré-sal:

O mau cheiro do petróleo


por Mauro Santayana


O petróleo foi o mais importante parteiro da alucinada civilização contemporânea. A causa objetiva da Primeira Guerra Mundial já estava no controle das fontes mundiais de matérias primas – como o petróleo – indispensáveis na corrida pela prosperidade e poder das nações.


Há maldições de que não podemos escapar: uma delas é a necessidade da corrida armamentista, a fim de garantir a incolumidade das nações. Essa competição alucinada depende de uma complexidade de operações econômicas e industriais interdependentes, e acima de tudo, do acelerado desenvolvimento tecnológico. É preciso ter em conta que, para impedir o terrorismo bélico das nações mais poderosas de hoje, teremos que encontrar caminhos novos, que as contenham. Seus investimentos na indústria da guerra vão do aprimoramento de pistolas de combate à exploração do solo de Marte, sem falar nas atividades diplomáticas e atos criminosos clandestinos.


Sem o petróleo, é fácil deduzir, não haveria bombas nucleares. Sem o petróleo, dirão outros, não haveria tampouco o desenvolvimento da medicina, e o notável aumento da expectativa de vida dos homens dos paises desenvolvidos. Nem o crescimento da produção agrícola no mundo inteiro. Em suma, sem o óleo, fonte de numerosos derivados, também a química se arrastaria lentamente, e não com a  extraordinária velocidade em que ela produz centenas de novas substâncias quase todos os dias.


Chegamos tarde à era do petróleo e é constrangedor constatar  que, para esse atraso, tenham contribuído muitos brasileiros. As oligarquias rurais, que dominavam o Império e a República, durante as primeiras décadas, temiam a industrialização autônoma  do país, que reduziria sua força econômica e seu poder político. Com esse  perverso instinto de sobrevivência de classe, aceitavam o imperialismo britânico e  sabotavam o esforço de industrialização nacional. Foi assim que chegaram a somar-se aos ingleses, no pleito que esses moveram contra Mauá – e ganharam, com a providencial ajuda do tribunal mais elevado do país no período de declínio do Segundo Reinado.


É necessário que se leia, com as devidas ressalvas, tendo em vista seu interesse pessoal no caso, o excelente ensaio de Monteiro Lobato sobre o petróleo. Ele mostra como já naquele tempo – no fim da República Velha e  início do governo provisório de Vargas – os norte-americanos impediam o livre comércio dos brasileiros. Lobato conta que os soviéticos queriam trocar petróleo, que tinham em abundância, por café, cujo consumo queriam disseminar no Exército Vermelho, com o propósito de combater o alcoolismo  – e o governo do paulista Washington Luis não se dispôs ao negócio extremamente vantajoso.


O café que não trocamos pelo petróleo foi, em seguida, queimado, com a crise de 29, a fim de assegurar o preço internacional – medida que não trouxe qualquer efeito prático.


A crise, sendo capitalista, não impediria  negócio de troca de mercadorias, sem o uso de moedas, como o que Moscou nos oferecia – e seria vantajoso para ambas as nações a fim de enfrentar as dificuldades dos anos 30. Quando ainda estávamos nessas indecisões, os argentinos já contavam com a YPF, empresa estatal, detentora do  monopólio da exploração de seu petróleo, estabelecido no governo de Yrigoyen.


A campanha pelo petróleo foi um dos grandes momentos da história de nosso país, porque uniu, na mesma consciência de nação, altos oficiais das Forças Armadas, intelectuais, estudantes, sindicatos de trabalhadores, partidos políticos, e até mesmo parlamentares conservadores. Foi um belo momento que os norte-americanos trataram de esvaziar, com a cumplicidade de seus agentes brasileiros, na primeira tentativa de golpe de Estado, que levou Vargas ao suicídio. É bom lembrar a coligação de quase todos os grandes meios de comunicação do país no combate sem tréguas ao Presidente – o estadista brasileiro que melhor entendeu a necessidade de desenvolvimento econômico autônomo, como fundamento da soberania nacional.


O problema do petróleo retorna às preocupações brasileiras, com a descoberta das grandes jazidas situadas abaixo da camada de sal no litoral do país. Provavelmente a fim de criar a cizânia que favoreça as empresas estrangeiras, não satisfeitas com a legislação do governo neoliberal de 1995 a 2003, surgiu o problema da distribuição dos royalties. Para quem conhece a história política do mundo, trata-se de uma bem urdida manobra de diversão. Enquanto se discute a participação dos estados produtores e não produtores na parcela que ficará com o Brasil, fatos mais graves são esquecidos. Como se sabe, a não ser que caia veto presidencial à emenda do Senador Pedro Simon à lei do pré-sal, que impede a devolução dos royalties a serem pagos pelas empresas exploradoras, é um roubo contra os brasileiros. Como já é comum, assessores parlamentares e deputados amaciados pelos argumentos conhecidos dos lobistas, conseguiram o inimaginável: determinar que sejam devolvidos às empresas o valor dos royalties em petróleo. Trocando em miúdos: não pagarão coisa alguma – a União, isto é, o povo, é que pagará. Trata-se de entregar com uma mão e receber de volta com a outra.


Há mais: a tática é a de ganhar tempo, a fim de aumentar a brecha já existente, desde a emenda que acabou com o monopólio da atividade pela Petrobras, e se conceda a licitação de áreas do pré-sal a empresas estrangeiras, em lugar de assegurá-las à empresa nacional, que deveria ser apenas estatal.


O episódio da Chevron vai além da desídia técnica, que ocasionou o vazamento no Campo de Frade. Mais grave ainda do que o acidente, foi a arrogância com que o dirigente mundial da empresa, Ali Moshiri, se dirigiu ao Ministro Edison Lobão, ao reclamar que uma empresa do porte da Chevron não pode ser tratada da maneira com que as autoridades brasileiras a estariam tratando.  Só isso bastaria para que o Brasil exigisse o fim de suas atividades imediatamente em nosso país. Se, no Ministério de Minas e Energia, estivessem homens como Leonel Brizola ou Itamar Franco, o senhor Moshiri seria convidado a sair do gabinete, no mesmo momento de seu desaforo, antes que as autoridades de imigração o instassem e a deixar o Brasil, como persona non grata. Aconselhamos os leitores acompanhar os fatos pelo blog do deputado Brizola Neto, o Tijolaço.


Quando assistimos à insolência dos dirigentes da empresa petrolífera texana, constatamos como foi criminosa a política entreguista do governo dos tucanos de São Paulo. Já não  basta às multinacionais do petróleo obter os lucros que obtêm em nosso país, nem causar os danos que causaram. Querem, além disso, tratar os brasileiros como um povo colonizado e de joelhos.


Seria a hora de voltar novamente às ruas, como nelas estivemos há mais de meio século, e com a mesma palavra de ordem, a de que o petróleo é nosso. Todo o petróleo que a Natureza nos destinou.



Em tempo: é sempre importante recordar que o candidato à Presidência da República, Padim Pade Cerra, prometeu entregar o pré-sal à Chevron. Não apenas os royalties, mas tudo. – PHA

E....................HONDURIZAÇÃO ?

"João Faustino fala como FHC e Serra confiam nele" SÓ FALTA DIZER QUE NÃO O CONHECIAM. CADÊ O PAULO PRETO ?


Para que não se ache que a menção à amizade entre o suplente de senador João Faustino, preso no Rio Grande do Norte por participar de um esquema de fraudes inspirado no que foi descoberto na Prefeitura de São Paulo – e de cuja a montagem a Controlar teria participado – pelo Ministério Público, e a dupla Fernando Henrique Cardoso e José Serra  seja implicância  dos blogueiros, posto  este vídeo aí de cima.
Gravado em agosto deste ano, é um trecho do programa “Hilneth é Show”exibido pela SimTv,  de Natal, no qual o próprio Faustino conta como foi convidado por FHC para trabalhar no Palácio do Planalto e por Serra – de quem foi subchefe da Casa Civil – para ajudá-lo no Instituto Teotônio Vilela,  parte que lhe coube, como consolação, depois de afastado da direção do PSDB.
Nada melhor do que o próprio Faustino falar destas ligações.

Serra, você precisa se controlar…


O senhor José Serra deve estar com a cabeça meio atrapalhada pela prisão de seu amigo e ex-subchefe da Casa Civil no Governo de São Paulo, o ex-senador João Faustino (RN), e anda dizendo coisas que depõem contra o seu ex-chefe (e ex-chefe de Faustino) Fernando Henrique Cardoso.
É que ele deve ter lido a nota do Estadão, hoje, dizendo que “a engenharia do esquema de fraude na inspeção veicular em São Paulo denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) serviu de modelo para o edital e a licitação no Rio Grande do Norte, alvo da Operação Sinal Fechado, que levou para a cadeia 14 pessoas na quinta-feira. A acusação é da Promotoria potiguar, com base em interceptações telefônicas e de e-mails trocados pelo lobista paulista Alcides Fernandes Barbosa.” com o presidente da Controlar, Harald Peter Zwetkoff, caso que está complicando a vida de seu amigo Gilberto Kassab.
Mas essa perturbação não é motivo para que ele diga que “o Brasil ainda é, no contexto da economia mundial, por incrível que pareça, um país pequeno”, como fez hoje, falando a jovens empreendedores na Fiesp, segundo a Folha.
Não é, não, Serra. É injusto, mas não é pequeno.
Tornamo-nos, este ano, a sétima economia do mundo e estamos prestes a sermos a sexta, deixando para trás o Reino Unido, a depender de pequenas variações do PIB dos dois países.
Quando o governo tucano terminou, em 2002, éramos a 14ª. E caindo.
Deixamos de andar de pires na mão, de dizer “sim, alteza” para o FMI, paramos de vender patrimônio público, aumentamos o salário mínimo, não tiramos mais os sapatos para falar com os países ricos e não quebramos mais quando há uma crise na Tailândia.
Quem é o senhor para reclamar que não baixamos os juros, se participou de um Governo que, mesmo alienando quase todo mês uma empresa estatal para fazer caixa, fez quase triplicar a proporção entre a dívida pública do Governo Federal e o Produto Interno Bruto.  E fez isso porque pagava taxas de juros da ordem de 20% reais ao ano, cinco vezes mais do que hoje!
Então, menos, Serra, menos.  Se o seu plano de aliar, goela abaixo do Governador Alckmin, os tucanos ao candidato de Kassab parece que não vai emplacar mais , não é razão para andar dizendo estas besteiras.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Folha: blogosfera deu “olé” na grande mídia


Em seu “Memórias do Cárcere”, Graciliano Ramos, falando sobre a censura no Estado Novo, diz que o sumiço da literatura não se devia apenas à censura.
“Liberdade completa, ninguém desfruta: começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas, nos estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei, ainda nos podemos mexer”
E conclui: “Não caluniemos o nosso pequenino facismo tupinambá: se o fizermos, perderemos qualquer vestígio de autoridade e, quando formos verazes, ninguém nos dará crédito. De fato ele não nos impediu escrever. Apenas nos suprimiu o desejo de entregar-nos a esse exercício”
Penso que o comportamento da mídia, neste caso da Chevron, lembra muito esta situação. A postura servil e idólatra da imprensa, que atribui perfeição divina às grandes empresas internacionais e crê que as estatais brasileiras são apenas um amontoado de arranjos políticos não está apenas entre seus donos, mas espalhou-se por muitos de seus profissionais, sobretudo entre os ditos “investigativos” que, neste caso da Chevron, ficaram inertes e passivos diante do acidente.
Aliás, diga-se, continuam passivos, pois não se vê sequer uma tentativa de aprofundar a apuração do que aconteceu e uma aceitação preguiçosa dos “desvios” que se tenta fazer sobre a possíveis – e, certamente, existentes -  falhas nos sistemas de  reação aos acidentes na exploração marítima, em lugar de verificar porque o poço vazou.
Esse é assunto para o próximo post. Mas fica que descobrir e reconhecer o erro, em qualquer atividade, é uma atitude essencial de honestidade a que profissional algum pode se furtar.
Da mesma forma, não pode, independente das divergências políticas, deixar de reconhecer a autocrítica quando ela é feita sem subterfúgios ou falsas razões.
Por isso, depois deste enfadonho preâmbulo a que submeti  você, leitor/leitora, transcrevo o artigo da ombusman da Folha, Suzana Singer, de onde retirei o título do post. Como ele está restrito aos assinantes do jornal, optei por reproduzi-lo aqui, mesmo correndo o risco de cair na máxima do D. Quixote, que, com propriedade, de diz que louvor em boca própria é vitupério.
Quando se reconhece o erro – e quando, sobretudo, corrige-se a atitude incorreta – isso deve ser registrado. Nós, que criticamos o comportamento da grande mídia, não devemos, como é frequente que ela o faça, caluniá-la. Se o fizermos, como escreveu Graciliano,  perderemos qualquer vestígio de autoridade e, quando formos verazes, ninguém nos dará crédito.

Ombudsman

A grande imprensa foi passiva e demorou a

perceber a gravidade do vazamento da Chevron

Suzana Singer
O óleo subiu… e a gente não viu
Na cobertura do acidente ecológico na bacia de Campos (RJ), a mídia tradicional tomou um olé da blogosfera. A chamada “grande imprensa” demorou a entender a gravidade do que estava acontecendo, reproduziu passivamente a versão oficial e não fez apuração própria.
O vazamento ocorreu na segunda-feira, dia 7 de novembro, quando a pressão do óleo provocou uma ruptura do revestimento do poço. O líquido começou a subir pela coluna de perfuração e vazou também pelas fissuras do solo marinho.
A mancha de óleo foi vista no dia seguinte por petroleiros. Acionada, a norte-americana Chevron informou as autoridades, na quarta-feira, de que o vazamento acontecia em uma de suas plataformas.
No dia seguinte, agências de notícias divulgavam o incidente, com a porta-voz da Chevron falando em “fenômeno natural” e calculando um escape pequeno de óleo.
Só “O Globo” deu destaque ao assunto, mas em um texto tão editorializado que perdia o foco do acidente. O que acontecia no campo do Frade era só mais uma prova da “necessidade de Estados produtores de petróleo terem uma fatia maior dos royalties”. A Folha limitou-se a dar uma pequena nota.
Veio o fim de semana, quando a inércia toma conta das Redações. “Mercado” publicou no sábado, dia 12, uma capa sobre a queda do lucro da Petrobras e, no domingo, um imenso infográfico mostrando como funcionam as sondas de perfuração, sem fazer ligação com a Chevron. Sobre o acidente, só uma nota registrava que o vazamento aumentara.
Enquanto isso, uma luz amarela tinha acendido na blogosfera. O assunto circulava nas redes sociais. No dia 10, o geólogo norte-americano John Amos, 48, da SkyTruth, uma ONG ambientalista que trabalha com fotos aéreas, divulgou em seu site, no Twitter e no Facebook, as primeiras imagens da mancha.
O jornalista Fernando Brito, do blog “Tijolaço.com”, já dizia que a “história estava mal contadíssima”, porque “não é provável que falhas geológicas capazes de provocar um derramamento no mar deixem de ser percebidas nos estudos sísmicos que precedem a perfuração”.
No dia 15, a SkyTruth volta à ação e publica mais duas fotos mostrando que a mancha tinha crescido. “É dez vezes maior do que a estimativa da Chevron”, aposta Amos.
Instigados pelos blogs, leitores começam a cobrar: “A senhora acredita que a cobertura está correta?”, “E se fosse a Petrobras?”.
Só com a entrada da Polícia Federal no caso, a Folha e seus concorrentes começaram a se mexer de fato. O conselho jornalístico “follow the money” virou no Brasil, por preguiça, “follow the police”.
No dia 17, com o inquérito policial aberto, o assunto finalmente foi capa de “Mercado” e ganhou um tom cético -pela primeira vez se aponta possível negligência da empresa. De lá para cá, toda a imprensa subiu o tom e, numa tentativa de compensar o cochilo inicial, vem cobrando duramente a Chevron, que admitiu “erros de cálculo”.
Não é mesmo fácil saber o que acontece em alto-mar, mas, um ano e meio depois da grande tragédia ambiental do golfo do México, é indesculpável engolir releases divulgados por petrolíferas.
Além de recorrer a ONGs e especialistas, os repórteres poderiam ter procurado os petroleiros. O sindicato tinha divulgado uma nota no dia 10. “Os jornais brasileiros foram decepcionantes”, diz C.W., funcionário da Petrobras que sentiu o cheiro do vapor de óleo cru, mesmo estando a cerca de 15 km do local.
Para evitar que seu nome aparecesse, ele pediu à namorada que avisasse a mídia. Ela escreveu para a Folha e para o “Estado” no dia 11:
“Boa noite, Ainda está vazando óleo na bacia de Campos, o vazamento já percorreu quilômetros. É necessário averiguar, pois noticiaram o ocorrido, mas não deram a devida atenção.”
O caso Chevron mostra que faltam jornalistas especializados em cobrir petróleo, o que é grave num país que tem uma estatal do tamanho da Petrobras e que pretende ser uma potência da área com a exploração do pré-sal.
John Amos, da SkyTruth em West Virginia, deixa um alerta: “Se todos esquecerem rapidamente o acidente, porque o vazamento não foi tão grande quanto o do México, aí sim será uma tragédia. Essa é uma oportunidade de questionar a gestão da exploração em águas profundas, em territórios arriscados. Porque haverá um novo acidente. E vocês devem estar preparados para isso”.