Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

SERRA: CRONICAMENTE INVIÁVEL


*Ciclo de governos progressistas reduz pobreza na América Latina ao nível mais baixo em 20 anos: taxa cai para 31,4% contra  48,4% em 1990

Apontado por amigos e colunistas como alguém que 'entende de economia', o tucano José Serra classificou nesta 2ª feira como 'o erro mais espetacular da história econômica
brasileira', o fato de o BC não ter reduzido os juros na crise de 2008. A observação correta na boca da impostura política amesquinha-se à categoria dos 'faits divers', curiosidades irrelevantes. Sabedorias de Almanaque Biotônico Fontoura desprovidas de consequência histórica.  É esse enquadramento que faz de Serra uma figura cronicamente inviável em seus próprios termos, um janismo com caspa (falsa) da Unicamp, na medida em que o discurso do qual se apropria contrasta com a aliança política --retrógrada, rentista e midiático-conservadora-- que  hoje, como ontem, se opõe à queda dos juros. A mesma que sempre o apoiou, e na qual sempre se abrigou, inclusive nas duas derrotas presidenciais: para Lula, em 2002, e para Dilma, em 2010. O Brasil precisa reforçar as linhas de passagem para transferir recursos do rentismo aos investimentos em infra-estrutura, saúde e educação. Um governo do PT tem a obrigação de dar velocidade a essa travessia; não será o conservadorismo com plumas de 'industrialista' que o fará.


 ** Grécia recebe 8 bi de euros de resgate do FMI e CE, em troca de arrocho que provocou fuga de 14 bi de euros entre setembro e outubro 

*maiores BCs do mundo se unem para dar liquidez aos mercados** objetivo é evitar um contágio da crise bancária que avança na Europa** apreensivos com a saúde das carteiras de títulos públicos da banca, investidores estão sacando aplicações; ** todas as opções ortodoxas para estabilizar a economia do euro  fracassaram** crise tornou-se sistêmica; exige recursos que a ortodoxia não previu e rejeita: sobretudo, soberania estatal à moeda única, com um BCE que dome a manada especulativa, colocando as dívidas públicas sob sua fiança** greve de 2 milhões de trabalhadores paralisa serviço público na Inglaterra** maior movimento grevista em 30 anos contesta arrocho neoliberal de Cameron, o 'pró-cíclico': desemprego castiga a Europa e a 'Tatcher de terno' quer demitir mais 700 mil servidores 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O perigoso mito da solvência dos bancos


Há uma falácia em uso segundo a qual o sistema bancário internacional estaria numa situação de perfeita solvência, enfrentando apenas um problema temporário de liquidez gerado pelo mau funcionamento dos mercados. Com o tempo, os mecanismos de mercado restaurariam o real valor dos ativos “herdados” e a economia caminharia para a recuperação. É um absurdo. O volume de dívida privada segue muito alto, o emprego segue caindo e a inadimplência e os despejos crescendo. Muitas entidades financeiras são insolventes sem esperança, portadores de uma multidão de papéis podres que não valem nada. O artigo é de Marshall Auerback.

Os bancos provavelmente terão demasiada liquidez até 2019 por culpa das regras de Basileia III para o sistema bancário global, sustentou o executivo chefe da União Bancária Suíça, Oswald Grübel, na semana passada. “Nos próximos dez anos, até o final de 2019, teremos bancos super capitalizados, com excesso de liquidez”, disse Grubel para uma plateia composta de homens de negócios em uma convenção. “No entanto, isso significa também que não haverá crescimento”. O senhor Grubel refletia sobre as mudanças no equilíbrio global de poder e sobre as possíveis consequências dessas mudanças. O alto executivo financeiro disse que a banca de investimentos poderia terminar se deslocando para os Estados Unidos e a Ásia se a Inglaterra e a Suíça seguirem exigindo fundos de capital próprio cada vez maiores. Mas o princípio econômico básico segue sendo o mesmo: “o poder vai para onde está o dinheiro”, disse.

Tudo isso está em sintonia estupenda com a falácia segundo a qual os bancos são basicamente solventes e seriam capazes de aumentar o crédito, se todos esses malditos reguladores públicos saíssem de cena. Como bem argumentou James Galbraith, toda essa gente acredita que o problema da banca financeira se reduz a um que outro encanamento obstruído. Um pouco de solvente em forma de ajudas e garantias públicas bastaria para fazer o crédito voltar a fluir normalmente. A maioria dos grandes bancos não seria insolvente, diz-se, e teria apenas um problema temporário de liquidez gerado pelo mau funcionamento dos mercados financeiros. Com o tempo, os mecanismos de mercado restaurariam o verdadeiro valor dos ativos “herdados”. E uma vez recobrada a saúde dos bancos, a economia toda caminharia para a recuperação.

Um absurdo. As cargas da dívida privada seguem sendo demasiado altas, o emprego segue caindo, e a inadimplência e os despejos seguem aumentando. Os ativos estão super valorizados mesmo com os preços deprimidos atuais. Muitas entidades financeiras (entre as quais se incluem, muito provavelmente, as maiores) são insolventes sem esperança, portadoras de uma multidão de papéis podres que jamais valerão nada.

Assim, portanto, por que estamos nos esforçando para implementar políticas que não fazem outra coisa que manter uma economia fundada no crédito? Aqueles que tomam decisões políticas no mundo seguem alimentando por toda parte a ficção de que se trata apenas de um problema de falta de liquidez temporária e não, como é o caso, de um problema de alavancagem excessiva, de endividamento excessivo e de alguns ativos herdados incrivelmente sobrevalorizados, baseados em alguns cenários econômicos acontecerão. Dadas as premissas erradas utilizadas pelos tomadores de decisões nos EUA, na Inglaterra e na Eurozona para lidar com a alavancagem das entidades financeiras, resulta óbvio que os problemas seguiram agravando-se se os governos não mudarem seu curso de ação. Isso redundará em uma restrição da capacidade de recuperação econômica mundial, trazendo consigo uma miríade de “décadas perdidas” de estilo japonês por todo o planeta.

Todo o boom econômico dos últimos 25 anos se baseou na desregulamentação financeira, na fraude massiva e em uma imensa acumulação de dívida privada, consequência de uma política fiscal incapaz de gerar pleno emprego e receitas crescentes. O crescimento se baseou no empréstimo ás famílias e na persistência de tendências de poupança negativa (ou seja, no crescimento da dívida das famílias). Por conseguinte, um bom ponto de partida para os esforços de recuperação seria mudar este método de crescimento econômico: promover o emprego em vez de capitular ante os cantos de sereia de alguns banqueiros, cuja falta de escrúpulos nos meteu nesta situação.

Em um mundo muito mais saudável, já teríamos sido arrastados pelo impulso de um gigantesco investimento público, ao estilo do que já ocorreu por ocasião da corrida espacial ou do Projeto Manhattan, para desenvolver novas tecnologias energéticas, ampliando a produtividade e a inovação, rebaixando assim os custos por unidade. Seria preciso também um esforço articulado para garantir as novas infraestruturas que são necessárias. (Cabe lembrar que as autoestradas foram construídas, em parte, por razões de defesa nacional e as ferrovias e canais foram parcialmente subsidiadas com dinheiro público). Mas com as colossais quantidades de dinheiro destinadas às campanhas eleitorais, não se pode confiar que um tal esforço público possa receber apoios significativos, tampouco de uma cidadania fragmentada e convertida em uma coleção de consumidores ansiosos. Os fundamentalistas da austeridade do déficit não conseguem compreender que o déficit orçamentário é essencial para o crescimento econômico estável, e que a contribuição do saldo comercial da balança de pagamentos – a diferença entre exportações e importações – não basta para sustentar a demanda interna quando o que o setor privado interno busca é economizar.

É preciso por fim a estas políticas econômicas ridículas. Não precisamos só de um incremento substancial da supervisão e da regulação do setor financeiro, mas temos que deter imediatamente as práticas que geraram, em primeira instância, esta crise. Abandonados a sua própria inércia para enfrentar os problemas atuais, o que os mecanismos de mercado conseguirão é empurrar os executivos e os proprietários de entidades financeiras insolventes a ampliar suas perdas e enrolar-se em uma contabilidade ainda mais fraudulenta, o que inelutavelmente trará consigo um colapso ainda maior.

(*) Marshall Auerback é analista econômico, membro conselheiro do Instituto Franklin e Eleanor Roosevelt, onde colabora com o projeto de política econômica alternativa New Deal 2.0.

Tradução: Katarina Peixoto

quinta-feira, 14 de abril de 2011

CORRETORAS DE ALTA FREQUENCIA: O BORDEL DOS CAPITAIS ESPECULATIVOS


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 As corretoras de alta frequência empregam sistemas de transações automatizados, utilizando computadores acoplados às centrais das Bolsas que trabalham com algoritmos manipulando bilhões de cálculos por segundo. A meta é entrar e sair dos mercados em alta velocidade. Ganhar muito com períodos de manutenção de posições de frações de segundo. Nesse sentido, são estruturas de suporte inseparáveis dos capitais voláteis. Essa logística  complementar à rapinagem arisca, que 'gosta de dançar o baile sempre perto da porta', tem encontrado opções de caça reduzidas nos mercados ricos. Por isso as corretoras de alta frequência estão migrando para mercados emergentes, como Rússia, Brasil e México, 'onde as bolsas começam a modernizar seus sistemas para atrair esse participantes, diz o Financial Times. O jornal explica que entidades reguladoras americanas e européias querem saber se  esses entes rapináceos dão liquidez aos mercados - como afirmam seus defensores - ou exacerbam as crises como fermento desagregador. O  Brasil perdeu o medo de discutir  restrições aos capitais especulativos. Deve ampliar esse desassombro e incluir  na agenda prudencial a interdição aos bordeis de alta rotatividade  que lhes dão cobertura.  
(Carta Maior; 5º feira, 14/04/2011)