Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 27 de outubro de 2013

Candidatos a feitor?

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A entrevista de Eduardo Campos à Folha – que Paulo Henrique Amorim desmontou, devidamente – as manifestações de Marina Silva em favor do reforço do “tripé macroeconômico”, começam a parecer mais que repetições vazias do discursinho do “dever de casa” que o mundo do capital cobra aos países em desenvolvimento, embora em suas próprias casas acumulem déficits imensos irrigando suas economias com juros negativos.
Vai se tornando claro, evidente a qualquer olhar mais experiente, que está em curso uma manobra não apenas de ser aceito pela mídia, mas tornar-se seu parceiro e do poder econômico para vender a ideia de que o arrocho econômico é o que nunca foi: o remédio para o subdesenvolvimento e para sanear as carências sociais da vida brasileira.
Vivemos, os mais velhos, décadas sob este discurso: o do apertar o cinto. E, quanto mais apertávamos, mais magros ficávamos e mais aperto vinha para ajustar o modelo de economia à nossa subnutrição.
Os governos Lula e Dilma, com todos os erros que tiveram e têm, têm um conteúdo que é o que os torna, apesar de todas as concessões, intragáveis para a direita brasileira e para as classes médias elitistas que a gravitam: a natureza nacional e popular.
Aliás, diga-se de passagem, foi o popular que empurrou Lula para o nacionalismo, à medida em que percebeu – e antes é mérito do que crítica –  que a ideia de país é a mais eficiente armadura de proteção de um povo, o seu castelo e sua fortaleza.
Os cabelos com gel de Eduardo Campos e seu ar ascético cobrem algo bem diferente das ideias de renovação política que sua neoaliada Marina Silva – ou devo dizer tutora? – diz lhe terem sido objeto de uma “conversão” ao seu toque mágico.
O que de fato está ali dentro e na busca, ao lado de Marina, de se tornarem disponíveis como candidatos da direita é a velhíssima ideia de aderir aos grupos dominantes é o melhor caminho para o poder.
Não é à toa que, como registra a própria Folha, seu vocabulário está cada vez mais próximo do dos tucanos.
A ideia de um “inevitável choque fiscal”  que apregoa Campos, o que é? Não há meio-termo, é aumento de receita ou corte de despesas.
É o nome bonito para dizer: “ou tiro mais de vocês ou não dou a quem tem menos e corto os investimentos públicos”.
Como nossa imprensa não é boa em perguntar aos “amigos”, Campos só tem a oportunidade de falar de um corte: o da Petrobras, justo o que dá receita ao Estado e impulsiona a indústria e os serviços.
Não lhe dá a oportunidade de expandir seus comentários sobre onde e como seria feito este ajuste, exceto numa “construtiva” reclamação sobre a lei – meu Deus, finalmente temos uma lei! – de reajuste do salário mínimo, este perigo inflacionário.
Ou se vamos cortar os financiamentos habitacionais com recursos do Tesouro, ou se vamos  bloquear os investimentos do BNDES em setores essenciais ao nosso desenvolvimento ou no equilíbrio regional com que, finalmente, estamos amortizando nossa dívida com o Nordeste do Brasil.
Ou ainda: de como não podemos transitar da condição de feitoria moderna, tangida ao látego do capital financeiro, para um país livre porque desenvolvido e desenvolvido porque vai se libertando pacientemente dos grilhões de um aprisionamento que começa por assumir o pensamento de vassalo.
Por: Fernando Brito

Os Últimos Párias da Terra




Mauro Santayanna

Há alguns dias, o mundo acompanha, com atenção, o drama de duas meninas. Uma, chama-se Leonarda. A outra, Maria. Leonarda, de quinze anos, foi tirada à força de dentro de um ônibus, em uma excursão escolar, e expulsa da França, junto com sua família.

Maria, de quatro, foi encontrada, há alguns dias, em uma cidade no interior da Grécia, e retirada do casal com que estava por suspeita de rapto.

Leonarda é morena. Maria é loira.

A primeira nasceu na Itália, e foi criada na França. Mas está em Kosovo, país em que nunca viveu, porque seu pai é originário dali, da antiga Iugoslávia. Seu irmão, Daniel, nasceu em, Nápoles, mas mora na Ucrânia. Sua irmã, Erina, mora na França, mas nasceu também na Itália, assim como Maria, que tem 17, Rocky, de 12, Ronaldo, de 8, e Hassan, de 5 anos. Só a caçula, Medina, nasceu na França.

Maria, encontrada com uma família em Farsala, na Grécia, pode ser filha – descobriu-se agora, de um casal de búlgaros que vive em um gueto da cidade de Nikolaevo. O nome deles, curiosamente, é Rusev, quase como o da Presidente Dilma.

O casal Dibrani, pais de Leonarda, têm oito filhos. Os Rusev, pais de Maria, tem dez, e a mãe alega que teria cedido a filha a um casal na Grécia, quando morou no país, porque não tinha como dar-lhe de comer.

Mas como é isso, em que tempo estamos? De que continente falamos? Da Europa do Século XXI, que manda sondas ao espaço, e se orgulha de sua alta renda per capita e do seu Desenvolvimento Humano? Ou da Europa do passado, com suas enormes famílias, seus guetos, sua fome, e os milhões de miseráveis dos séculos XVIII e XIX?

Falamos, infelizmente, de agora. Na Europa de hoje, Leonarda e Maria não são duas meninas normais. Não têm passaporte, nem pátria, nem futuro. São ciganas. E em seu sangue carregam o destino dos últimos párias da terra.

É certo que há outros deserdados, perseguidos por questões políticas ou religiosas, ou por serem minorias em seu próprio território. Mas todos têm sua terra. A lembrança do país onde nasceram, a esperança de um dia ter um documento, de voltar a ser alguém.

Em uma Europa racista, cada vez mais xenófoba, e que não reconhece o direito de jus soli, mas, na maioria dos países, apenas o de jus sanguinis (quando não basta nascer em um determinado país para adquirir a nacionalidade), os ciganos vagam, como fizeram nos últimos mil anos, sem eira nem beira, ao sabor do estado de espírito de quem manda no país em que estejam, e não podem criar raízes, nem quando deixam de agir como nômades.

Até o final da Segunda Guerra Mundial, os ciganos compartilhavam seu destino com os judeus.

Com eles, eram expulsos, de um país para o outro. Com eles, foram espancados e roubados, desde que deixaram a índia, rumo ao Ocidente, há cerca de mil anos.

Em 1925, os roms passaram a sofrer, como os judeus, as restrições das Leis de Nuremberg para a Proteção Proteção do Sangue, que proibia o casamento entre alemães e "não-arianos".

Em 1937, a Lei de Cidadania Nacional relegou os ciganos e os judeus à condição de cidadãos de segunda classe. E Himmler emitiu decreto que chamou de "A luta contra a praga cigana", que solicitava que toda informação sobre ciganos fossem mandadas para o Escritório Central do Reich.

Se os judeus tiveram a Kristallnacht, com a quebra de centenas de negócios e a queima de Sinagogas, os roms tiveram a “semana de limpeza cigana” de 12 de junho e 18 de junho de 1938.

Se os judeus foram sistematicamente perseguidos e mortos, aos milhões, calcula-se que, nos campos de extermínio e nas mãos dos “einzatsgruppen”, principalmente na Europa do leste, morreram um milhão e quinhentos mil roms.

O primeiro teste do gás Zyklon B, usado pelos alemães nas câmaras de gás, foi feito com 250 crianças ciganas, em janeiro de 1940, no campo de concentração de Buchenwald.

Ao contrário dos hebreus, os ciganos, no entanto, nunca tiveram um Deus que lhes desse terra prometida.

Os judeus fundaram Israel.

Os roms continuam, sem pátria e sem destino, a ser discriminados, perseguidos e mortos – por doença e inanição.

O leitor preste atenção. Os meninos e as meninas ciganas são os únicas, na Europa, que vivem em guetos exclusivamente étnicos. Os dez irmãos de Maria Rusev dormem todas em um cômodo de chão batido em Nikolaev.

Nos subúrbios de Bucarest, de Sofia, de Budapest, ou nas fotos e vídeos da internet, é fácil reconhecer as crianças ciganas. São as únicas (como mostra a foto que mostra dois dos irmãos de Maria) que trazem a barriga inchada por causa dos vermes, e sempre, na mão – devido à fome – um pedaço de pão.

DUDU DESMONTA A PARTILHA. E PREGA “PAU NOS JUROS !” Ele diz que quer a partilha. Desde que a Petrobras seja sufocada.


Saiu na Folha (*), que a Cynara se recusa a ler:

PARA CAMPOS, SERÁ INEVITÁVEL DURO AJUSTE FISCAL PÓS-ELEIÇÃO


NATUZA NERY – DE BRASÍLIA

Independentemente do resultado da eleição do ano que vem, quem quiser governar o Brasil a partir de 2015 terá de fazer um duro ajuste fiscal. A avaliação é do governador Eduardo Campos (PSB-PE), reproduzida por diversos de seus interlocutores.

(…) ele tem defendido em diálogos recentes o que chama de “choque de responsabilidade”

(…)

“Qualquer que seja o resultado da eleição, será um ano difícil. Vai ter de ser duro para resgatar a confiança. O que conta é a previsibilidade, sem maquiagens”, disse o governador durante conversa com auxiliares na semana passada relatada à Folha.

(…)

O presidente do PSB se mostra contrário ao método de reajuste do salário mínimo automático, com base na inflação do período e no crescimento do PIB de dois anos antes. Concorda em garantir ganho real ao trabalhador, sem indexação.

(…)

Campos respeita as ideias de Pérsio Arida, um dos formuladores do Plano Real, …

O mais importante, porém, está num ”infográfico”:

“Petrobras – É a favor (?) do sistema de partilha, mas defende que a regra que obriga a Petrobras a ser sócia em ao menos 30% dos consórcios seja opcional no percentual”.

Como previsto, nesse ansioso blog, Dudu se encaminha, consistentemente, para se tornar o nosso Campriles.
Como se sabe, Dudu acabou de receber em Recife a “alta cúpula” da Folha.
Otavinho não chegou a levar seus 102 colonistas (**), porque não haveria suco de cajá que desse conta.
Portanto, suspeita-se que essa “conversa com auxiliares”, “relatada” à Folha, seja, na verdade, a transformação dos colonistas da Folha em “auxiliares” do Dudu …
Porque da Big House sempre foram, em sua esmagadora maioria, não é isso, Cynara ?
(O Otavinho até hoje não se recuperou da decepção de ter perdido o Paulo Francis. Se arrependimento matasse …)
Portanto, pode-se tomar o relato de Natuza Nery – essa moça vai longe … – como palavras do próprio Dudu.
Por aí, se percebe que ele retoma a ideia original do “tripé” da Bláblárina.
Que, na verdade, é do Persio Arida, que ele respeita tanto.
Porque o outro da dupla “Larida”, o André Lara Resende – que o Nassif imortalizou no livro “Cabeças de Planilha” (leia a entrevista com o Nassif) – parece ter influência sobre as ideias do “crescimento sustentável” da Bláblárina.
(“Crescimento sustentável”, como se sabe, é uma das falácias que escondem os neolibelês (***).)
O choque fiscal, ou de “responsabilidade” (o que pressupõe a “irresponsabilidade” da Dilma !) significa:
– arrocho salarial (daí ele rasgar a lei de correção do salário mínimo, aprovada pelo Congresso no Governo do Nunca Dantes);
– redução drástica do investimento publico;
– e, last but not least, como deseja o Itaú, pau nos juros !
Algo assim, como nos bons tempos do jenio neolibeles (***), o Armínio Fraga: 40% ao ano.
Será muito interessante aplicar um choque de “responsabilidade” em contas que exibem uma taxa de inflação seguidamente dentro da meta (quem não ficava na meta era o FHC) e uma relação dívida/PIB que é uma das menores do mundo.
Mas, como se sabe, aí o Dudu e a Bláblárina tentam encantar os teólogos que seguem a cartilha do FMI – clique aqui para ver o que a Dilma disse ao tucano Alckmin sobre os bons tempos do FMI.
“Choque de responsabilidade” numa economia com pleno emprego !
Quero ver o Dudu explicar isso lá num boteco de Brasília Teimosa:
“Meu querido, Severino (pode ser Inocêncio, também.) Desculpa, mas precisamos tirar o teu emprego. Vamos aumentar os juros… Casa própria, meu filho ? Minha Casa Minha Vida, Minha Casa Melhor ? Bye-bye ! Vamos ter que cortar o teu consumo, Severino, para ajustar as contas do jeito que o FMI e a Urubóloga gostam !”
O Dudu e a Bláblárina dançam o pas de deux que agrada a plateia cheirosa da Big House.
Mas, eles, finalmente, foram convidados para um o garden party na Big House por causa do desmonte que o Dudu quer aplicar no regime de partilha.
(O ansioso blogueiro dizia que a eleição de 2010 era sobre o pré-sal.
De 2014 será também !)
Dudu disse à Folha que é a favor da partilha.
Mesmo, amigo navegante ?
Ele é a favor da partilha SEM a Petrobras !
Logo, a partilha perde a razão de ser.
Porque essa lorota de a Petrobras continuar na partilha, mas num “percentual opcional” é desmontar a partilha – e a Petrobras.
E, aos ouvidos da Big House, quando ele assume essa posição, o naipe de violinos se ouve a fundo…
Vamos supor o impensável: o Dudu, a Bláblárina, o Aécio e o Cerra, num consórcio com o Itaú, assumem o Governo.
(O Jorge Bornhausen seria o presidente para privatizar o Banco do Brasil …)
O presidente da Petrobras será o genro do FHC.
O diretor de exploração da Petrobras, o Adriano Pires – quando eu crescer quero ser o Adriano Pires.
Aí, o Presidente Campriles pergunta ao genro: meu querido, quanto você quer explorar do campo ?
O genro consulta o Pires, e o Pires diz que a Petrobras não tem condições de ir além de 0,1% !
Perfeito !
A Petrobras terá, com o direito à “opção”, a “responsabilidade” de explorar 0,1% dos próximos campos partilhados …
Daí a se retirar da Petrobras – sempre tão incapaz, frágil, com a “defasagem” dos preços dos combustíveis, obsessão da Urubóloga … – coitadinha, a Petrobras, nesse cenário de opções, desiste também de ser a operadora única.
Além disso, como se sabe, a indústria nacional não tem como cumprir a sua parte de “conteúdo nacional”.
Tem que trazer tudo de Cingapura, mesmo !
Sai mais barato !, não é Reichstul ?
E estará aberto o caminho para a volta triunfal da Chevron.
A Chevron tomará conta da partilha: com a redução da Petrobras a 0,1% da exploração, e a perda do caráter de “operadora única”.
E a PPSA, amigo navegante ?
Bem, como é um cabide de empregos, mais uma invenção dos trabalhistas para empregar desocupados, fecha-se a PPSA em nome da redução dos gastos do Estado.
E o Gustavo Franco, de novo, presidente do Banco Central, consegue, enfim, realizar o sonho: vender a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa.
(Por um precinho um pouco maior do que o genro e o Adriano venderam um pedaço de Libra e o Cerra torrou a Vale, segundo o insuspeito testemunho do Príncipe.)
É nisso que dá o Dudu receber os colonistas da Folha.
Abre-se a caixa de Pandora do Palácio das Princesas.
Como diria o Oráculo de Delfos, ultimamente visto em Olinda, no restaurante Oficina do Sabor: o Dudu saiu da toca.



Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(***) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

SE A COPA MELAR, A CULPA É DO ZÉ A Copa será um prato cheio para a Globo e seus “vândalos” e o zé assistirá de papagaio de pirata.


Saiu na Folha (*), que a Cynara não lê mais:

SUSPEITO DE AGREDIR CORONEL DA PM É PRESO EM SP; 77 MANIFESTANTES SÃO LIBERADOS


Um suspeito de agredir o coronel da PM Reynaldo Simões Rossi está preso no 1º Distrito Policial (Sé), região central de São Paulo. Ele foi detido junto com (sic)  outras 77 pessoas que participaram da manifestação no terminal Terminal Dom Pedro 2º, na noite de ontem.

A confusão começou por volta das 20h20, quando os manifestantes invadiram o terminal e depredaram 18 caixas eletrônicos, dois ônibus e cinco cabines de venda de bilhete. A polícia respondeu com bombas. Telefones públicos ficaram destruídos e extintores de incêndio foram usados para quebrar vidros e cabines de venda de bilhete.
Se a segurança da Copa Mundo fracassar e a Copa se tornar um desastre ferroviário – com repercussões eleitorais profundas -, a culpa será do ministro zé da Justiça.
As arruaças no Rio e em São Paulo são questões federais.
Violentas, disseminadas e frequentes deixaram a esfera municipal ou estadual.
É um problema de Segurança do Estado.
Do Estado federal !
E o zé some, como sumiu no dia do leilão de Libra, com a GloboNews a deitar e rolar do lado de fora.
Porque, como se sabe, a Globo Overseas cobre o desgoverno para provocá-lo, como fez com a captura do movimento da doença infantil do transportismo.
E, na Copa das Confederações, quando tentou melar jogos no Rio, em Fortaleza e Belo Horizonte.
A Globo Overseas e os “vândalos” vão querer melar a Copa, com a leniência do zé.
Por que ?
Porque o zé sentou em cima da proposta de criar uma Guarda Nacional como a americana.
Uma Guarda Nacional permanente, sob comando civil – do Ministério da Justiça, quando operante – treinada, equipada, que possa ser mobilizada rapidamente para qualquer ponto do território nacional.
Que, se existisse, estaria, desde já, preparada para TODOS os eventos da Copa.
Desde o desembarque das delegações estrangeiras ao final, no Maracanã.
É de uma obviedade solar que a Globo e os “vândalos” se preparam para transformar a Copa num obstáculo à reeleição da Dilma.
Mas, o zé arquivou a proposta da Guarda Nacional.
Por que será, amigo navegante ?
Primeiro, porque o zé não vai em bola dividida.
Ele é um eterno candidato a Ministro cativo do Supremo e não quer se queimar com quem serve o cafezinho do Gilmar.
Segundo, porque a criação da Guarda exigiria um trabalho competente de articulação política que o vereador zé Cardozo não seria capaz de engendrar, porque jamais demonstrou ter um fiapo de talento para construir espaços políticos.
Exigiria reunir recursos financeiros, orçamentários.
E ele não ia querer enfrentar o Mantega, a Belchior.
Teria que enfrentar a burocracia da Polícia Federal, que ele nunca dirigiu, a ponto de a Presidenta da República ser surpreendida com uma razzia num escritório da Presidência em São Paulo.
Se o zé não controla a PF, como ousaria montar uma Guarda Nacional que colocaria a PF no devido lugar ?
Se a Polícia Federal dá trela às denúncias do Marcos Valeriodantas para pegar o Lula na esquina, imagine se o zé chamaria o delegado-geral para enfiar a Guarda Nacional pela goela abaixo ?
Uma Guarda Nacional à americana exigiria também articular com as Forças Armadas, que ainda não perderam o gostinho de se intrometer para garantir “a lei e a ordem”.
O papel das Formas Armadas é criar uma Defesa capaz de defender o pré-sal.
Não é instalar-se no Morro do Alemão ou patrulhar “vândalos” da Globo na porta do Maracanã …
(Sim, porque a Globo convoca, articula, dirige os protestos e depois critica os “vândalos”…)
A Copa do Mundo será um prato cheio para a Globo.
E o zé estará confortavelmente sentado na tribuna de honra, de papagaio de pirata, função pública que ele exerce com a máxima dignidade.




Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Gaspari: Trensalão ultrapassa de longe mensalão

trensalaotucano


Elio Gaspari arriscou-se a dar uma sopradinha mais forte no trombone. Em sua coluna dominical, publicada nos dois jornais de maior circulação no país (Folha e Globo), encontrei a seguinte nota, de potencial altamente explosivo:
ALSTOM
Ou o tucanato paulista tem uma estratégia capaz de causar inveja ao comissariado petista que pretende livrar seus caciques das penitenciárias pelo mensalão, ou está numa tática suicida, jogando o escândalo do propinoduto denunciado pela Siemens para dentro da campanha eleitoral do ano que vem.
Pelas provas, depoimentos e cifras, esse caso ultrapassa, de longe, o mensalão. Ali não há domínio do fato, o que há são fatos dominantes.
*
Bem, se o trensalão “ultrapassa, de longe, o mensalão”, como diz Gaspari (e eu concordo), teríamos de ver o seguinte:
1) O Ministério Público Federal teria de publicar em seu portal uma “historinha para crianças” sobre o trensalão igual àquela que fez para o mensalão petista.
2) Os jornais deveriam escalar a mesma quantidade de repórteres que usaram no mensalão para sondar os bastidores das campanhas tucanas abastecidas com dinheiro do trensalão.
3) A quantidade de editoriais sobre o trensalão, e suas implicações morais, teria que ser multiplicada por cem para chegar perto do mensalão.
4) Os jornais têm de publicar enormes infográficos, a ocupar páginas inteiras dos jornais, trazendo os rostos de todos os implicados no trensalão tucano.
5) Chico Caruso, chargista d’O Globo, teria que fazer umas duzentas charges sobre o trensalão.
6) Os movimentos anticorrupção, sobretudo no Facebook, tem que começar a fazer pressão nas autoridades, para que o trensalão chegue à cúpula do poder, e aos financiamentos de campanha.
7) Os ministros do STF deitarão discursos raivosos e épicos sobre o trensalão, dizendo que se trata do maior escândalo de corrupção da república. E que, à diferença do mensalão, não há necessidade de se usar nenhuma teoria do “domínio do fato”, porque há provas abundantes.
8) Ex-ministros do STF, como Ayres Brito, e ex-procuradores gerais da república, como Antônio Fernando de Souza e Roberto Gurgel, que atuaram de maneira tão virulenta no mensalão, darão entrevistas dizendo que o trensalão tucano é um caso muito pior, porque há provas, emails, depoimentos, além de uma investigação internacional em curso.
9) Roberto Freire denunciará essa “ignomínia” e dirá que o PPS se decepcionou profundamente com o PSDB paulista, que achava ser um grande bastidão da ética.
Eremildo, o idiota criado por Gaspari, acredita piamente que tudo isso pode acontecer.
Por: Miguel do Rosário