Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 28 de agosto de 2016

Caçada a Lula tenta fechar ciclo histórico

STUCKERT:
     
Paulo Moreira Leite

  Um exame frio da mobilização permanente para processar e condenar Luiz Inácio Lula da Silva mostra um fato essencial. Mesmo que se venha a provar, acima de qualquer dúvida, que Lula é o verdadeiro proprietário do apartamento no Guarujá e do sítio em Atibaia, denúncias que se tornaram a matéria prima para uma perseguição que assume uma proporção escandalosa, resta uma questão básica e intransponível.

     Nas datas em que, segundo a denúncia, as negociações com a empreiteira OAS teriam se realizado, Lula já não era mais presidente de Republica. Três anos antes, em 1 de janeiro de 2011, ele havia passado a faixa a Dilma e desde então  não ocupava nenhum cargo público, o que elimina qualquer possibilidade de que possa vir a ser condenado por corrupção passiva, como pretende a Polícia Federal. Era um cidadão privado, com direito a ganhar a vida e reforçar o patrimônio da melhor maneira possível -- respeitando obrigações que valem para o cidadão comum, e não para chefes de Estado.

     Não sou em quem diz isso. Nem os advogados de Lula. Mas uma jurisprudência nascida no final do governo Fernando Henrique Cardoso, com a colaboração do procurador Rodrigo Janot.
     Em novembro de 2002, soube-se que no apagar das luzes de seu governo  Fernando Henrique Cardoso havia promovido um alegre jantar  no Palácio da Alvorada, onde recolheu R$ 7 milhões entre empresários presentes para montar o Instituto que leva seu nome. (Em valores de hoje,  seriam aproximadamente R$ 14 milhões).  Ali estavam executivos e acionistas da Odebrecht, da Camargo Correa, do Bradesco, entre outros grupos econômicos. "Boa parte deles termina a era FHC melhor do que terminou," assinala com malícia o texto da revista Época sobre o evento, que levou o título  "FHC passa o chapéu." A notícia não causou maiores alvoroços, porém.

    Isso porque Geraldo Brindeiro, leal Procurador Geral da Republica que FHC manteve por oito anos no posto, não tomou conhecimento do caso. A Polícia Federal, entregue a homens de confiança do PSDB, também não achou necessário abrir inquérito. Procurado por Gerson Camarotti, então repórter da revista, o procurador Rodrigo Janot, que na década seguinte se tornaria PGR, abençoou esse comportamento. Esclareceu que não via nenhuma ilegalidade na coleta daquela fortuna entre empreiteiros que tinham  participado de grandes investimentos no governo do PSDB.

 -- Fernando Henrique Cardoso está tratando de seu futuro e não de seu presente, explicou Janot. O problema seria se o presidente tivesse chamado empresários ao Palácio da Alvorada para pedir doações de favores e benefícios concedidos pelo atual governo.
   O aspecto didático deste caso é insubstituível.

   Desde a AP 470, o chamado Mensalão, o caráter seletivo das investigações que envolvem políticos brasileiros tornou-se uma evidência tão cristalina que, 2013, quando tomou posse como PGR, Janot incluiu uma referência obrigatória no discurso: "Pau que bate em Chico bate em Francisco."

   No Brasil de 2016, cabe perguntar quantos apartamentos no Guarujá e quantos sítios de Atibaia cabem na bolada que, conforme a delação premiada do executivo Leo Pinheiro, da OAS, foi entregue ao comando do PSDB paulista, divulgada pela VEJA.  Geraldo Alckmin era governador de Estado e foi candidato a presidente da República, entre 2004 e 2007, quando as obras do lote 5 do Rodoanel rendiam 5% de "vantagens indevidas." José Serra assumiu o lugar e fez campanha para o goveno de Estado em 2006. Empossado, as "vantagens indevidas" seguiram seu curso, ainda que tenham sido reduzidas para 0,75%, segundo Leo Pinheiro. O detalhe é que tanto Alckmin como Serra, naquela ocasião, eram autoridades públicas, com responsabilidade pela defesa da lei, da ordem -- e do orçamento.

   Em 2009, uma auditoria realizada no conjunto de todos os lotes do Rodoanel apontou para um superfaturamento de  de RS 184,4 milhões. Olha a curiosa coincidência. Considerando que o valor dos cinco lotes do Rodoanel atingia R$ 3,4 bilhões, essa soma equivale aos célebres 5% da denúncia de Leo Pinheiro.

   Já em Minas Gerais, disse o executivo da OAS, um intermediário de Aécio Neves recebeu 3% de propina pela construção do Centro Administrativo do governo de Minas. Faça as contas: o valor da obra foi de R$ 1,5 bilhão, a maior do governo do Estado em muitos anos. Sobraram perto de R$ 50 milhões para o amigo de Aécio.  
    
   A grandeza e a natureza desses recursos deveria ser suficiente para definir prioridades no trabalho de qualquer autoridade profissionalmente obrigada a investigar e esclarecer denúncias, ainda mais desse valor.

   O tratamento  diferenciado na AP 470 e ao mensalão PSDB-MG aponta na direção oposta, porém. Enquanto os condenados pelo PT já cumpriram pena e até começam a deixar a prisão, os acusados do PSDB encontram-se em fase de recursos jurídicos -- aqueles instrumentos legais que,  em processo contra petistas, costumam ser chamados de chicanas, manobras  e até tentativa de obstruir a Justiça.  

    A denuncia de um tratamento diferenciado não se destina a justificar um erro pelo outro. A discussão aqui é política.

    Reconhecer sua existência é o ponto de partida para compreender que estamos num caso de perseguição política, numa ação orientada para atingir alvos definidos e poupar outros. 
    Essa situação foi escancarada em  reportagem de Julia Duailibi, publicada no Estado de S. Paulo, em novembro de 2014. Revelou-se, ali, que as investigações da Lava Jato são conduzidas por um núcleo de delegados com motivação política clara, chegando a participar de grupos do Facebook onde a palavra de origem mais republicana pedia "fora Dilma", ali retratada com dentes vampirescos. Neste ambiente, Marcio Ancelmo, o delegado que indiciou Lula na Lava Jato, refere-se ao ex-presidente como "essa Anta."

    Neste ponto a perseguição a Lula revela-se como o evento decisivo da nova situação política criada pelo afastamento de Dilma, a ser confirmada ou rejeitada nos próximos dias.
   Está claro que, ao lado do golpe contra Dilma, o esforço para excluir Lula da cena política, seja pelo caminho que for, envolve uma operação destinada a encerrar o mais amplo e prolongado regime de liberdades de nossa história republicada e reconstruir o Brasil que todos conhecem desde a chegada de Cabral às terras de Santa Cruz.

   A luta pelos direitos dos trabalhadores e pelas liberdades que  Lula liderou no final da  década 1970, ainda sob o regime militar, foi a pedra fundamental de uma democracia que garantiu um regime de direitos e benefícios aos trabalhadores e aos mais pobres, referendado pela Constituição de 1988 e ampliado pelos governos conduzidos pelo PT a partir de 2003. Nunca, em nenhum momento, os brasileiros e brasileiros das camadas antes chamadas de subalternas conseguiram ser ouvidas de verdade em assuntos do Estado, ainda que em várias ocasiões não tenham sido atendidas e até ignoradas. 

    Além do progresso material,  receberam um tratamento político respeitoso, base para uma postura de dignidade e consciência de direitos até então desconhecida.
    Neste caminho, "o golpe ou no mínimo farsa" de 2016, como escreveu Le Monde,  se aproxima do golpe de 1964 através para uma linha comum.

    Calculando que a saída de Dilma é fato  consumado, a articulação encaminha a batalha histórica e decisiva,  Anti-Lula, sem a qual não conseguirá fechar um ciclo histórico.  

    No esforço contra 1978-1988-2003, a necessidade de cercar e ameaçar a principal liderança popular da história do país cumpre uma função ao mesmo tempo óbvia e essencial.    

   Enquanto mantiver direitos políticos na plenitude, Lula será a uma peça única no atual ambiente político. Isso porque seu reconhecimento popular é o principal fator de desmoralização de projetos que pretendem acabar com eleições diretas através de um regime parlamentarista, rejeitado por dois plebiscito em pouco mais de 50 anos.

   Também é a principal força de resistência contra medidas de arrocho e destruição de direitos sociais e projetos econômicos que podem assegurar alguma autonomia aos brasileiros para decidir seu próprio destino.

   Não custa lembrar que os diálogo decisivos para a vitória dos conspiradores civis e militares que em 1964 construiram uma ditadura de 21 anos envolveu o lugar dos trabalhadores na ordem política do novo regime. Este era o ponto essencial, como fica claro por conversas travados nas horas decisivas. A questão, antes como hoje, é a renda, a partilha da riqueza.

   Num diálogo na hora mais dramática, transcrito pelo historiador Jorge Ferreira em "João Goulart -- uma biografia" o ministro da Guerra, general Jair Dantas Ribeiro, deu um ultimato ao presidente pelo telefone: "Eu me disponho a garantí-lo na presidência da República se houver de sua parte uma declaração rompendo com o Comando Geral dos Trabalhadores."

   Com pequenas alterações no texto,   conversas de teor semelhante foram travadas na época, inclusive pelo comandante do II Exército --  abrigo das tropas importantes estacionadas em São Paulo -- Amaury Kruel. A este a posteridade reservou uma ironia única a respeito de investigações seletivas sobre uma  conspiração que pretendia combater a "subversão e a corrupção."

    Conforme o Major Erimá Pinheiro Moreira, que serviu sob o comando de Kruel, na passagem da lealdade a Jango à traição o general recebeu duas malas carregadas de dólares. Verdade? Mentira? Impossível saber. Situando-se no lado conveniente do mundo dos vivos, Kruel, falecido em 1996, também teve direito a investigações seletivas, inclusive pela posteridade.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Só para recordar a isenção do delegado que chamou Marisa, mulher de Lula, a depor

anselmo

Publica o Estadão que o delegado federal Márcio Anselmo mandou chamar a depor a mulher de Lula, Marisa Letícia, além de seu filho Fábio e os donos do sítio em Atibaia, que o ex-presidente frequenta: Jonas Suassuna e Fernando Bittar.

Nada de mais em Marisa prestar declarações, como qualquer cidadão ou cidadã.

Mas é bom recordar o nível de isenção do delegado que, em princípio, será o responsável por tomar seu depoimento, trazendo o texto do mesmo Estadão, em reportagem de Julia Duailibi, em novembro de 2014.

“Alguém segura essa anta, por favor”, declarou o delegado Marcio Anselmo, ex-coordenador da Operação Lava Jato, em uma notícia cujo título era: “Lula compara o PT a Jesus Cristo”. Ele também falou sobre habeas corpus que foram impetrados nos tribunais a favor dos investigados. “Vamos ver agora se o STF aguenta ou se vai danieldantar”, declarou, numa referência ao banqueiro Daniel Dantas, que teve a prisão revogada pela Corte em 2008.

Ele também compartilhou uma notícia sobre hospedagem de Lula na suíte mais cara do Copacabana Palace. “Assim é fácil lutar contra azelite!!!”, escreveu. Na reta final do 2º turno, fez comentários em outra notícia, na qual Lula dizia que Aécio não era “homem sério e de respeito”. Escreveu: “O que é ser homem sério e de respeito? Depende da concepção de cada um. Para Lula realmente Aécio não deve ser”. O delegado apagou há poucos dias o seu perfil no Facebook.

O mínimo que este senhor deveria fazer é tomar a iniciativa de transferir a outro colega a função de interrogar pessoas que tem como desafetos políticos.

A propósito desta convocação, a assessoria de Lula distribuiu, agora á noite, a seguinte nota, protestando contra as retaliações que vem sofrendo desde que exerceu seu direito de representar ao Comitê de Direitos Humanos da ONU:

Desde que a defesa do ex-presidente Lula denunciou os abusos da Operação Lava Jato ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, Lula e sua família vêm sendo alvo de atitudes que só podem ser compreendidas como retaliação.

A convocação da Sra. Marisa Letícia Lula da Silva para prestar depoimento à Polícia Federal – divulgada ao público nesta segunda (8) antes de uma intimação oficial a ela ou à defesa – é o mais recente exemplo desse comportamento.
Na sexta (5) quatro procuradores da Lava Jato valeram-se de um ofício, que deveria tratar objetivamente da suspeição do juiz Sérgio Moro, para fazer acusações infundadas ao ex-presidente Lula, em atuação incompatível com a defesa da legalidade que deveria ser promovida pelo Ministério Público.

Protegidos pelo anonimato, operadores da Lava Jato plantaram na imprensa um calendário do linchamento “penal” que pretendem impor a Lula, antecipando denúncia e condenação para o período pós-Olimpíadas e pós-julgamento do impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

A insistência dos operadores em divulgar suspeitas infundadas configura claramente a propaganda opressiva, por meio da qual pretendem submeter o ex-presidente Lula a um julgamento pela mídia, uma aberrante exceção ao estado de direito.

O ex-presidente Lula não teme ser investigado, porque sempre agiu dentro da lei, como sabem, por sinal, os operadores da Lava Jato. E recorreu à ONU para denunciar os abusos de que tem sido vítima, para ter um processo justo e imparcial, de acordo com tratados de Direito Internacional assinados pelo Brasil.

Constranger a esposa de Lula a um depoimento desnecessário, a respeito de informações que já foram prestadas e documentadas em diversas ocasiões, é uma retaliação que apenas reforça a existência de graves violações aos direitos fundamentais do ex-Presidente e de seus familiares.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Lula não precisaria recorrer à ONU para pedir asilo, procuradores idiotas





lula capa

É de perder a paciência o nível de burrice, má fé e autoritarismo que permeou a Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal após o advento do julgamento do mensalão, em 2012, com seu “domínio fascistoide do fato”, recurso usado para jogar na cadeia, por razões políticas, pessoas contra as quais não existiam provas.

No Brasil ditatorial de Sergio Moro e daquele bando de vedetes que fazem pose de super-heróis para fotos promocionais do Ministério Público e da Polícia Federal, alegar inocência e buscar todos os recursos possíveis contra uma condenação a perda de liberdade é “antidemocrático”; o que essa gente julga democrático é jogar alguém na cadeia sem julgamento e não soltar enquanto a pessoa não confessar um crime.

 lula
 
Na ditadura tupiniquim do século XXI, não é mais necessário pau-de-arara. Você deixa o sujeito fisicamente incólume enquanto tortura a mente dele, jogando-o em uma cela escura, privando-o até de luz do sol uma vez ao dia, à espera de que fraqueje e diga o que você quiser para ele poder voltar a viver na companhia de outros seres humanos.

Na semana passada, a defesa de Lula recorreu ao Comitê de Direitos Humanos (CDH) da ONU. No imagem abaixo, trecho da reclamação do ex-presidente ao organismo multilateral dá uma pista das razões pelas quais foi feita – trata da condução coercitiva ilegal de Lula para depor, em março deste ano.


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 Para a mídia antipetista e as vedetes da Lava Jato, aquele abuso não teve nada demais. Porém, a iniciativa de levar um ex-presidente da República à força para depor escandalizou todos os que defendem o Estado de Direito. Teve até juiz do Supremo manifestando perplexidade com aquele abuso.

Se alguém não viu, vale ver a explicação de um juiz do Supremo Tribunal Federal sobre por que foi um abuso levar Lula para depor “sob vara”.


 As razões para Lula julgar que está sendo vítima de perseguição política não faltam. A última, aliás, guarda íntima relação com seu recurso à ONU, que está sendo vista pela própria mídia que quer negar ao ex-presidente o direito àquele recurso como causa para um juiz de Brasília tê-lo indiciado por “obstrução da Justiça”. Ou seja: Lula não foi indiciado por ser culpado, mas por ter recorrido à ONU contra Sergio Moro, despertando, assim, o “corporativismo” de magistrados.

 Há dezenas de matérias dos grandes grupos de mídia dizendo isso, que o indiciamento de Lula foi retaliação do Judiciário por ele ter recorrido à ONU contra Moro – basta uma busca na internet para achar essas matérias. 

 Mas a reação mais absurda e antidemocrática ao exercício do direito de Lula de se defender de todas as formas partiu dos procuradores da Lava Jato e dos empregadinhos dos barões da mídia escalados para agirem em consonância com eles. Surgiu a tese maluca de que Lula teria recorrido à ONU como preparação para pedido de “asilo político” como forma de fugir da decretação de sua prisão.

A tese do blogueiro da Globo Noblat de que Lula recorreu à ONU para fundamentar futuro pedido de asilo político caso sua prisão seja decretada não saiu da cabeça desse sujeito, mas da cabeça dos procuradores da Lava Jato, os quais já foram dando a linha de discurso aos grupos de mídia que os sustentam.

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 Fica difícil saber se é só má fé ou se não há, nessa hipótese, uma boa dose de burrice. Será que esses procuradores e pistoleiros da mídia golpista não sabem que há um sem número de países que acolheriam Lula prontamente, bastando ele pedir? 

Só para ficarmos nos países mais próximos, alguém tem dúvida de que Bolívia, Equador, Venezuela ou Uruguai dariam guardiã ao presidente sem perguntar nada, bastando ele pedir?

 Na verdade, essa teoria idiota de que Lula recorreu à ONU para preparar “pedido de asilo” com vistas a fugir da lei soa, isso sim, como justificativa para um ato de violência contra o ex-presidente; qual seja, a decretação de sua prisão preventiva sob essa desculpa esfarrapada de que está pretendendo “pedir asilo” para fugir às suas responsabilidades.

domingo, 24 de julho de 2016

Trapalhada de Temer & cia. pode pôr Brasil na rota do terrorismo

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Minority Report é um filme de ficção científica lançado em 2002, estrelado por Tom Cruise e dirigido por Steven Spielberg. O roteiro é baseado no conto com o mesmo nome de Philip K. Dick.

A trama ocorre em Washington no ano de 2054. Uma “divisão pré-crime” acaba com a criminalidade no mundo; a polícia usa pessoas paranormais, os precogs, para preverem o futuro, localizar e prender futuros culpados antes que cometam crimes.

A metáfora é

A metáfora é perfeita para definir a trapalhada marqueteira de mais um ministro “exótico” de Michel Temer, o tucano Alexandre de Moraes, quem, em lugar de combater a organização criminosa Primeiro Comando da Capital  (PCC), em São Paulo, quando foi secretário de Segurança, advogou para a facção.

O desempenho de Moraes na luta fracassada do governo paulista contra o PCC parece ter-lhe subido à cabeça. O histriônico ministro agora quer usar suas fórmulas fracassadas para o enfrentamento de uma organização radical que vem desafiando – e até vencendo, algumas vezes – as grandes potências ocidentais: o dito “Estado Islâmico”.

A organização é conhecida por “Estado Islâmico do Iraque e do Levante” (EIIL), ou “Estado Islâmico do Iraque e da Síria” (EIIS). É uma organização jihadista islamita que opera no Oriente Médio e que vem sendo combatida por grandes potências do Ocidente por razões controversas que não vêm ao caso neste texto, que não pretende julgar os conflitos no Oriente Médio, mas atos do governo brasileiro que podem envolver este país nesses conflitos.

Às vésperas das Olimpíadas, com as ações do Estado Islâmico se radicalizando mundo afora, o governo Temer resolve promover um show de marketing usando aparato de segurança como a Polícia Federal, que tem se notabilizado por ações de cunho político contra inimigos políticos de grupos radicais de direita, ou seja, contra o Partido dos Trabalhadores e seu governo federal recém-deposto por um processo que, mundo afora, vem sendo chamado de golpe por grandes meios de comunicação estrangeiros, por governos, celebridades, intelectuais etc.
O Show
A duas semanas da Olimpíada, a Polícia Federal prendeu na quinta-feira (21) dez brasileiros ditos “suspeitos de simpatizar com grupos terroristas”.

As forças de segurança do governo federal vinham monitorando cem pessoas no país que, segundo o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, manifestam simpatia ao Estado Islâmico. Os dez presos compunham os 10% que mais despertaram atenção das forças de segurança. Eles ficarão presos por 30 dias, prorrogáveis por mais 30.

Esta foi a primeira ação anti-terror da PF depois da aprovação da lei que tipificou os crimes dessa natureza, mas que recebeu uma leitura totalmente descabida do governo Temer.

Pelo texto sancionado pela presidente afastada Dilma Rousseff, o terrorismo é tipificado como a prática, por uma ou mais pessoas, de atos de sabotagem, de violência ou potencialmente violentos “por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública”.

Os suspeitos presos pela PF foram enquadrados nos artigos 3º e 5º.

> 3º — promover, constituir, integrar ou prestar auxílio, pessoalmente ou por interposta pessoa, a organização terrorista;

> 5º — Realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco de consumar tal delito.
Ocorre que essas pessoas que foram presas não cometeram nenhum ato concreto que permitiria às autoridades enquadrarem-nas nos artigos da nova lei antiterrorismo, exigência feita ao Brasil para receber as Olimpíadas.

Não há um único registro de contatos diretos das pessoas presas com terroristas. Segundo a imprensa, um dos suspeitos teria chegado a entrar em contato com uma empresa de armas para comprar um fuzil AK-47, mas a compra nunca se concretizou e mesmo a tentativa de efetuar a transação nunca foi confirmada.
Aliás, vale perguntar: que tipo de terrorista é esse que compra armas por meios legais, no próprio nome? Um membro do grupo Estado Islâmico precisaria fazer tal transação para obter arma por um meio que seria tão fácil de rastrear?

Já os outros presos teriam “feito juramento de lealdade ao Estado Islâmico por meio de um site que oferece uma gravação do texto que deve ser repetido a quem deseja fazer parte do EI”. Mesmo se isso fosse verdade, porém, não há lei que proíba uma pessoa de simpatizar com o que quer que seja.

Invadir residências de cidadãos por crimes que eles possam vir a cometer tem tudo que ver com o filme hollywoodiano supracitado. E é muito ridículo.

A tal A Operação Hashtag, deflagrada na quinta-feira (21) pela Polícia Federal, deveria ser sigilosa. Mas recebeu grande publicidade no mundo inteiro. Seria extremamente simples surpreender essas pessoas e levá-las para depor sem alarde, mas o caráter marqueteiro da operação, com entrevista espalhafatosa do ministro da Justiça, é claro.

A inépcia é tanta que os envolvidos tiveram seus nomes divulgados:

Alisson Luan de Oliveira

Antonio Andrade dos Santos Junior

Daniel Freitas Baltazar

Hortencio Yoshitake

Israel Pedra Mesquita

Leandro França de Oliveira

Leonid El Kadre de Melo

Levi Ribeiro Fernandes de Jesus

Marco Mario Duarte

Mohamad Mounir Zakaria

Oziris Moris Lundi dos Santos Azevedo

Valdir Pereira da Rocha

Vitor Barbosa Magalhães

É desoladora a trapalhada do governo Temer. E preocupante.

Pelo seguinte: o EI é realmente uma organização que está promovendo um tipo de luta contra os excessos das grandes potências que comete crimes inomináveis sob o pretexto de combater o imperialismo. Porém, essas ações de grupos radicais islâmicos não são empreendidas aleatoriamente e contra quem não os incomoda.

A França, por exemplo, tem sido alvo de atos de terrorismo em retaliação a suas ações contra o EI no Oriente Médio. E todos sabemos que ações das grandes potências econômicas e militares no Oriente Médio cometem tantos abusos e crimes quanto os grupos radicais que praticam atos de terror em retaliação.
Que o diga o Wikileaks, que denunciou que em 12 de julho de 2007 um helicóptero Apache da Força Aérea dos Estados Unidos fazia o patrulhamento em Bagdá e a tripulação resolveu fazer uma “brincadeira de tiro ao alvo”, como se aquelas pessoas fossem reses para o abate.

Sete iraquianos desabaram mortos no chão, com os corpos perfurados de bala. O repórter Namir Noor Eldeen, da agência de notícias Routers, e seu motorista, Said Chmag, estavam no local fazendo uma matéria e foram atingidos pelos disparos.



Se o grupo radical Estado Islâmico não tinha razões para atacar o Brasil, após a ação destrambelhada do governo Temer passou a ter. Simpatizantes do grupo e do islamismo foram tratados de uma forma que pode estimular fanáticos a retaliarem o Brasil. A decisão do governo Temer comprou uma briga que não era nossa.

PS: se tivéssemos um governo com cérebro, ele exortaria o Estado Islâmico a não praticar atos contra o Brasil, pois não nos metemos nos conflitos no Oriente Médio.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Juntos pelos cassinos: Cachoeira pediu ajuda a Temer para regularizar; hoje, núcleo duro do interino trabalha para aprovar a lei

temer e cachoeira
 
Cachoeira pediu para Temer encaminhar regularização de jogos de azar
  
por Cíntia Alves, no Jornal GGN, em 06/07/2016

Jornal GGN – Março de 2012. O ex-senador Demóstenes Torres, que chegara a estampar reportagens de Veja como um “mosqueteiro da ética”, vira o centro das atenções após cair em grampos da Polícia Federal na Operação Monte Carlo, que investigava o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Na edição do dia 31 daquele mês e ano, Folha de S. Paulo publicou um diálogo entre Demóstenes e Cachoeira, no qual o bicheiro pediu que Michel Temer (PMDB) encaminhasse um projeto de lei que regulariza os jogos de azar.

O diálogo foi usado na reportagem “Gravações revelam favores de senador para empresário”. A conversa se deu no dia 24 de abril de 2009, quando Temer era deputado e presidente da Câmara.



Cachoeira diz: “Aquele negócio que eu pedi pra você olhar lá. Já chegaram lá? Aquela lei do Maguito?”

Demóstenes responde: “Já chegaram lá. Ela está na Câmara…”

Cachoeira: Pois é, você tinha que trabalhar isso aí com o Michel [Temer], né? Para por em votação…

Demóstenes: Lá isso passa por votação simbólica. Como passou no Senado.

O trecho foi usado para acusar Demóstenes de usar o mandato em nome dos interesses de Cachoeira, que foi preso recentemente na Lava Jato.

A regularização dos jogos de azar é um assunto que volta e meia entra em pauta, sempre que o governo está em crise e busca fontes de receita.

Na época do Cachoeiragate, Demóstenes apareceu alertando que trechos do projeto de regularização de jogos discutido no passado prejudicavam as atividades do bicheiro.

Hoje na presidência em virtude o impeachment de Dilma Rousseff (PT), Temer permite que o núcleo duro do governo trabalhe para aprovar o projeto de lei do Senado (PLS) 186/2014, que consta na Agenda Brasil – conjunto de propostas que o PMDB diz ter apresentado para tirar o País da crise. Geddel Vieira Lima e Henrique Alves, por exemplo, foram citados em reportagem apontando que o PLS seria uma fonte de receita conveniente em meio à situação econômica atual.

O PLS está inserido na ordem do dia, com previsão de ser votado no Senado nesta quarta (6).
Nas contas do governo, a liberação de cassinos e regularização de bingos e caça-níqueis, entre outros pontos, renderia à União uma receita anual de R$ 15 bilhões.

No passado, Temer, enquanto vice-presidente, fez lobby pela regularização. Um jornalista ligado a Cachoeira chegou a publicar que Temer usava um assessor pessoal pra fazer interface com o então presidente da Abrabin (Associação Brasileira do s Bingos).

No governo Lula e início do governo Dilma, o projeto foi ofuscado por escândalos de corrupção envolvendo Cachoeira.

Na CPI de 2012, instaurada na Câmara e Senado após as revelações da Monte Carlo contra Demóstenes e o bicheiro, Temer apareceu novamente. Dessa vez, como um dos membros da cúpula do PMDB – incluindo Eduardo Cunha – que trabalharam duro para evitar a convocação de Fernando Cavendish – também preso na Lava Jato – para depor na CPI. Cavendish era sócio oculto de Cachoeira e dirigente da Delta. A empreiteira, àquela época, era a que mais atuava junto ao governo federal em obras do PAC.

Artigo do jornalista Leandro Fortes, em CartaCapital de maio de 2012, mostrou envolvimento de Temer para impedir, inclusive, que a CPI do Cachoeira avançasse contra jornalistas.

Fortes escreveu: “Desde o início de maio, Temer tornou-se uma espécie de mensageiro da família Marinho. O vice de Dilma tem ouvido e repassado os recados do grupo que comanda a Globo ao governo e aos integrantes da CPI do Cachoeira. E que pode ser resumido em um ponto: a mídia não pode virar alvo na CPI. Isso inclui deixar de fora a mais explícita das relações do bando de Cachoeira com os meios de comunicação: aquela estabelecida com a revista Veja.”

O jornalista referia-se a outra descoberta da Operação Monte Carlo: a de que Cachoeira teria fortes relações com repórter de Veja, Policarpo Junior, a ponto de decidir quando emplacar matérias contra seus adversários na revista semanal.

No final, o time de Temer teve sucesso: a CPI do Cachoeira – que também recebeu ajuda do PT para ser freada – entregou um relatório de uma página e meia, sem indiciar ninguém, muito menos jornalistas. O caso foi sumindo do noticiário tão logo o julgamento do mensalão foi tomando conta daquele segundo semestre de 2012.

Artigo da jornalista Helena Chagas, publicado no portal Os Divergentes, nesta quarta, mostra que o governo Temer tem sofrido pressão para aprovar o projeto de regularização dos jogos.

“O Planalto tem se mantido à distância da discussão porque o assunto é uma bola dividida, mas o governo, nos bastidores, apóia a aprovação do projeto que legaliza os jogos de azar, que será votado hoje pelo Senado. (…) Aliados vêm tratando do assunto na surdina já foram procurados por grandes grupos hoteleiros internacionais interessados em implantar no Brasil resorts com cassinos – modalidade prevista pelo projeto em discussão”, escreveu.

A ideia, contudo, sofre forte resistência de setores que consideram os jogos de azar uma forma de lavagem de dinheiro para criminosos de colarinho branco e traficantes.

“E é por isso que o governo não saiu ainda na defesa aberta do projeto. Michel Temer não quer, por enquanto, comprar briga com setores como o Ministério Público. (…) Há também problemas com a bancada evangélica.”

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terça-feira, 5 de julho de 2016

Humor: PF diz que saída de delegados da Lava Jato é “para oxigenar”

pf capa

Sempre que vejo acusarem Lula, Dilma e o PT de terem, deliberadamente, montado governos corruptos, pergunto-me como é possível que pessoas que tiveram tanta competência política para chegar ao poder e nele se manter por mais de uma década poderiam ser tão incompetentes, caso seu objetivo fosse mesmo roubar.

Tome-se o que os governos petistas fizeram na Polícia Federal, por exemplo. E para entender o que fizeram basta ver o perfil dos delegados da Operação Lava Jato exposto em matéria recente deste Blog.
Não é novidade para ninguém que a Polícia Federal foi aparelhada durante os governos do PT, mas esse aparelhamento não se deu no sentido de favorecer quem dispunha de todos os poderes para moldar a instituição policial como quisesse; a PF foi aparelhada pelos inimigos de quem tinha poder sobre ela, ou seja, foi aparelhada por antipetistas.

A citada matéria anterior do Blog (linkada acima) retrata uma Polícia Federal cujos delegados assumem publicamente posições políticas contra o PT desde muito antes do aprofundamento da Lava Jato. A quase totalidade dos delegados da PF que atuam nessa investigação fez campanha para Aécio Neves ou contra a reeleição de Dilma, sem falar nas persistentes postagens de cunho político antipetista desses policiais.
A pergunta que não quer calar – e que já fiz milhões de vezes, mas que nunca algum antipetista respondeu – é muito simples: por que um grupo político que chega ao poder pretendendo “roubar”, e que controla as instituições que poderão investigá-lo, simplesmente não fez o que o ministro da Justiça de Temer pregou, aparelhar órgãos de controle do Estado?

Observação: por “órgãos de controle”, entenda-se Polícia Federal, Ministério Público, Controladoria Geral da União etc.

Na última segunda-feira, no Jornal Nacional, em 28 segundos foi lida uma nota pra lá de esquisita e que se conecta com esse caráter antipetista da Polícia Federal. Segundo uma apresentadora “interina”, “Dois delegados da Polícia Federal que cuidam de inquéritos ligados ao ex-presidente Lula estavam deixando a Operação Lava Jato.

O telejornal citou o delgado Eduardo Mauat, dizendo que ele iria “voltar para a unidade de origem dele, no Rio Grande do Sul” e o delegado Luciano Flores, que “interrogou Lula quando o ex-presidente foi levado para depor” e que, agora, iria “trabalhar na coordenação da Olimpíada”.

No post “Delegados anti Lula afastados da Lava Jato por suspeita de vazamento (?)” (4/7, linkado acima), o Blog divulgou algumas das várias versões que circulam por aí para essas mudanças na “força-tarefa” da Polícia Federal que atua na Operação Lava Jato. Para alguns, os dois delegados afastados teriam sido identificados como autores dos reiterados vazamentos dessa investigação.

Há outras explicações pela rede. Uma delas, bem interessante, é a de que, como o nome dos delegados recém-afastados não consta da reportagem de Julia Dualibi, que o Estadão publicou em 13 de novembro de 2014 e mostrava grupo de delegados da PF que divulgava no Facebook que Lula era “a anta” e Aécio era “o cara”, eles foram afastados por NÃO serem antipetistas.

A versão teria lá sua lógica, já que o chefe dos delegados federais na Lava Jato, Igor Romário de Paula, aparecia na matéria do Estadão de 2014, supracitada, e é ele quem comanda a força-tarefa da PF na Lava Jato. Para De Paula, Aécio é “o cara” e Lula é “anta”.

Aquela matéria mostrava que havia cinco delegados dedicados a fazer campanha para Aécio e a desqualificar os petistas. O grupo tinha o propósito de denunciar que “o comunismo e o socialismo são um mal que ameaça a sociedade”.

A turma se intitulava “Organização de Combate à Corrupção”. O símbolo era uma caricatura de Dilma com dois dentões, com uma faixa vermelha onde se lia: “Fora PT”.

A constatação oferecida pela reportagem era óbvia: parte importante da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba assumia uma postura explicitamente tucana e antiPT. Não só era tucana como fazia militância declarada, mesmo que entre eles, pela internet.

O que aconteceu com esse pessoal? Nada. O delegado Igor Romário de Paula, chefão da PF na Lava Jato, que achava Aécio o cara, é o mesmo que anunciou agora o desligamento não de dois, mas de três colegas. A outra versão que circula por aí, portanto, é a de que ele afastou esses três delegados para colocar outros ainda mais antipetistas na investigação.

Essa informação não faz sentido. Dois dos três delegados afastados Por De Paula são conhecidos por atuarem politicamente contra o PT. Um por fazer postagens no Facebook exaltando protestos contra o PT e outro por ter montado uma operação midiática e ilegal que levou Lula à força para depor em um aeroporto.
A informação que o Blog obteve de fonte que já mostrou que sabe das coisas em mais de uma oportunidade é a de que os policiais afastados teriam se envolvido em divulgação de operações da Lava Jato para grupos de mídia de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Na verdade, De Paula anunciou, em março, que abriria investigação para esclarecer vazamento da 24ª fase da Lava Jato, operação que este Blog denunciou por ter sido vazada antecipadamente para grupos de mídia. A notícia se conecta com a informação de que ele afastou delegados que possam ter se envolvido nessa ação de vazamento

Só o que não dá para dar crédito é nova explicação das organizações Globo para essa medida inexplicável do comando da força-tarefa da PF na Lava Jato. Matéria publicada pela sucursal do G1 no Paraná diz que os três delegados foram afastados para “oxigenar” e “dar novo fôlego” à investigação. Confira a matéria, abaixo, que volto em seguida.

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Façamos as perguntas óbvias, já que vivemos em um tempo em que há´que dizer o óbvio:

1 – Por que só três membros de uma equipe de oito “oxigenariam” os trabalhos dessa equipe?
2 – O que significa “oxigenar” e “dar novo fôlego”? Os policiais afastados estavam desmotivados, não estavam trabalhando, não tinham interesse ou tinham interesse incompatível com a investigação ou com o que se pretende que ela faça?
3 – Qual é a diferença fundamental entre os que saem e os que entram?
Há muitas outras questões, mas a resposta a essas três já seria um bom começo, o que, obviamente, não vai acontecer, pois as declarações do comando da PF conseguem não apenas não esclarecer nada como ainda deixam tudo ainda mais turvo.

De qualquer forma, os vazamentos da Lava Jato continuam ocorrendo de forma sistemática, ilegal e escancarada. E ninguém da PF fala em investigar. E muito menos em punir quem vaza. Só se falou nisso quando, de forma ridícula, um delegado da PF ameaçou um Blog por ter divulgado que o rei estava nu.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Mudança de foco da Lava Jato favorece o governo

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Tereza Cruvinel

A Operação Lava Jato, que vinha mantendo seu foco no envolvimento de políticos do PMDB com o esquema de corrupção na Petrobrás, e causou a queda de três ministros de Temer, voltou a mirar o PT nesta quinta-feira, dois dias depois da visita do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ao comando da Operação em Curitiba.

A coincidência está sendo registrada por petistas e por movimentos sociais que também foram alvo da Operação  Custo Brasil de hoje, que prendeu o ex-ministro Paulo Bernardo e o secretário municipal de Gestão de São Paulo, Valter Correia, invadiu a sede do PT em Brasília e São Paulo e fez busca e apreensão na casa do ex-ministro Carlos Gabas. O MST também foi alvo da operação em Goiás. A mudança de foco, do PMDB para o PT,  favorece o governo na fase final do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em sua visita a Curitiba na terça-feira, a pretexto de apoiar a Lava Jato, o ministro da Justiça reuniu-se com o juiz Sergio Moro, com procuradores e mais longamente com a equipe da Polícia Federal. Deste último encontro participaram o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, o superintendente regional no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco, e o chefe da PF na Lava Jato, em Curitiba, Igor Romário de Paula. Fez declarações enfáticas de apoio à Operação.

A visita de “cortesia” do ministro foi vista como um gesto para neutralizar as suspeitas de que, sob Temer, a Lava Jato seria enfraquecida, tal como projetado nas conversas que Sergio Machado gravou com Romero Jucá e outros peemedebistas, tramando o impeachment como meio de deter a “sangria” da classe política. Na semana passada o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, defendeu a fixação de prazo para o encerramento da Operação, o que também pegou mal em Curitiba.

Sobre a relação que vem sendo feita entre sua viagem a Curitiba e a operação desta quinta, Moraes comentou: "Não há nenhuma relação da minha visita institucional, de apoio à Lava Jato, provavelmente seja isso que tenha deixado desconfortável essas pessoas, é que o governo anterior jamais apoiou institucionalmente a Lava Jato, porque o governo anterior jamais apoiou o combate à corrupção", disse.
Depois da posse de Moraes, que foi advogado de Eduardo Cunha, o presidente da Associação Nacional dos Delegados Federais chegou a externar a “preocupação” da instituição com a nomeação de ministros investigados pela Lava Jato. O procurador Deltan Dallagnol também mencionou o temor de que “pessoas poderosas e influentes” tentassem barrar as investigações.
PF, lava jato, moro, 
Com a operação de hoje, a Lava Jato prova que continua tendo bala na agulha, mas mudou a direção de seus tiros.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

A prisão de Vaccari: o forno do Moro não deixa a coxinha esfriar Autor: Fernando Brito

morodiretor
Tem-se de reconhecer: o “timming” do Dr. Sérgio Moro é digno dos melhores diretores de filme policial.
Não permite que o ritmo caia, cria a todo momento fatos que alimentam o clima de tensão permanente.
Gente que está há meses com seu sigilo bancário quebrado, com todas as suas movimentações financeiras expostas faz tempo vão sendo presas em doses, mantendo a “chapa quente” e um clima de apreensão e gritaria da mídia.
Prisões são feitas às dezenas e só há uma maneira de serem relaxadas: a “voluntária” delação premiada.
Os ladrões confessos sabem que terão leniência se distribuírem acusações e suspeitas, haja ou não fatos palpáveis.
Qualquer juiz sabe que revogar as ordens do “justiceiro” do Paraná significará ser execrado na mídia e linchado perante a opinião pública.
Seu trabalho é planejado, meticuloso e a trama construída com capricho.
Quando um filão vai se esgotando, abre-se outro.
O que, aliás, não deve ser difícil quando a política, como é desde onde a memória alcança, exercida com dinheiro de origem privada.
Em todos os partidos, embora só seja crime no PT, percepção que se agrava quando se vê a atuação de “porquinhos” como André Vargas.
O Dr. Sérgio Moro trabalha com maestria, senão no Direito, na dramaturgia.
É caso de Oscar.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Crime de Veja é grotesca fraude jornalística

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A revista que hoje pertence aos irmãos Giancarlo e Victor Civita Neto cometeu um atentado à democracia brasileira; a dois dias de uma eleição presidencial, fez circular uma edição sensacionalista, que acusa a presidente Dilma Rousseff, favorita à reeleição, assim como o ex-presidente Lula, de "saberem de tudo" na Petrobras, a partir da delação premiada do doleiro Alberto Youssef; eis o que diz a própria reportagem: "O doleiro não apresentou – e nem lhe foram pedidas – provas do que disse. Por enquanto, nessa fase do processo, o que mais interessa aos delegados é ter certeza de que o depoente atuou diretamente ou pelo menos presenciou ilegalidades"; o depoimento já foi negado pelo advogado e a revista Veja teve ainda a desafaçatez de negar interesse eleitoral na publicação da reportagem; banditismo midiático supera todos os limites e envergonha o País. 

247 - O ato cometido pela família Civita em sua mais recente edição não merece outra qualificação. Trata-se de um atentado à democracia brasileira. Um crime. Uma tentativa escancarada de golpe.
A dois dias da eleição presidencial, A Abril faz circular uma edição em que a presidente Dilma Rousseff, que lidera as pesquisas Ibope e Datafolha já fora da margem de erro, é acusada de comandar um esquema de desvios na Petrobras.

Assinada pelo repórter Robson Bonin, a reportagem já principia com uma explicação, que é quase um pedido de desculpas pelo crime:

A Carta ao Leitor desta edição termina com uma observação altamente relevante a respeito do dever jornalístico de publicar a reportagem a seguir às vésperas da votação em segundo turno das eleições presidenciais. "Basta imaginar a temeridade que seria não publicá-la para avaliar a gravidade e a necessidade do cumprimento desse dever". VEJA não publica reportagens com a intenção de diminuir ou aumentar as chances de vitória desse ou daquele candidato.

Feita a explicação, parte-se para a reportagem em si sobre o depoimento de um doleiro, que já foi negado por seu próprio advogado (leia mais aqui).

Lá pelas tantas, eis o que diz o repórter: "O doleiro não apresentou – e nem lhe foram pedidas – provas do que disse. Por enquanto, nesta fase do processo, o que mais interessa aos delegados é ter certeza de que o depoente atuou diretamente ou pelo menos presenciou ilegalidades".

O que mais é preciso dizer?

Nada.

Simplesmente, que a família Civita cometeu um atentado contra a democracia brasileira, com a intenção se colocar acima da vontade popular, estimulando seus colunistas raivosos a já falar em impeachment, caso a presidente Dilma Rousseff confirme sua vitória no próximo domingo.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Dilma: não dou sinal ao mercado. Isso é coisa do outro “Onde estão os envolvidos em escândalos como o Sivam e a Pasta Rosa ? Estão todos soltos !”

De Política é F, no twitter


A Presidenta Dilma Rousseff fez duros comentários sobre a Operação Lava-jato ao comparar as investigações feitas nos governos do PT com as do PSDB, período em que Fernando Henrique Cardoso presidiu o país. “(As denúncias) Não são um ponto fora da curva. É que antes não se investigava. Quem não investiga, não acha”, declarou a candidata à reeleição em coletiva no Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (13).

“Onde estão todos aqueles envolvidos em escândalos anteriores como Sivam e o da Pasta Rosa?  Estão todos soltos”, continuou Dilma para quem a Lava-jato “tem que ser aberta, pois tudo deverá ser investigado”.

No inicio do mandato do turcano, denúncias de corrupção e tráfico de influências em um contrato de US$ 1,4 bilhão para a criação do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) chegaram a derrubar um ministro e dois assessores presidenciais. Logo depois, a Procuradoria-Geral da República arquivou  os processos da chamada “pasta rosa”. Era uma alusão à pasta com documentos citando doações ilegais de banqueiros para campanhas eleitorais de políticos da base de sustentação do governo. 

Confrontada com a intenção de Aécio Neves (PSDB) de acabar com a reeleição, Dilma enfatizou: “Quem propõe o fim da reeleição foi quem criou, em um processo que não houve investigação. Hoje, estão todos soltos. Quero saber que negociação é esta que está por trás da proposta. É uma negociação dos tucanos? Essa é uma proposta que deve vir à mesa de forma clara. Não existe uma proposta teórica sobre reeleição. Tem que ter uma proposta muito concreta. Ninguém consegue fazer um governo efetivo em quatro anos.”

A presidenta participou na tarde de hoje de um ato de mobilização pela reforma política, bandeira do partido após as manifestações de junho de 2013. “Concordo com o fim do financiamento empresarial de campanha, o financiamento deve ser de pessoas físicas. É muito relevante o fim das coligações proporcionais. O mais relevante é o fato que não é possível reforma política sem apoio popular”, defendeu a petista para completar: “Considero que a reforma política é a condição para um efetivo combate à corrupção”.

“Não posso me posicionar sobre uma Assembleia Constituinte porque represento uma coligação, tenho que consultá-la. O centro pra mim é um plebiscito. Quem tem que votar é o povo brasileiro”, ponderou Dilma.

Questionada sobre a declaração de Marina Silva (PSB), que comparou Aécio Neves a Lula, quando o Presidente assinou a Carta aos Brasileiros, Dilma opinou: “A comparação  é infeliz, seja pela trajetória, seja pelo que realizaram. O que Lula fez pelo Brasil foi crescer, empregar. O que Aécio fez foi deixar uma dívida monstruosa no Estado. Lula fez uma revolução. Aécio deixou um estado endividado, sem investir 7 bilhões na saúde e R$ 8 bilhões na educação”, disse.

Dilma também foi perguntada sobre uma carta, que ela enviou a Fernando Henrique Cardoso, em 2011. “Eu mandei mesmo uma carta ao Fernando Henrique Cardoso. A estabilização da moeda é um ganho, mas não significou estabilização da economia. Estabilizar a moeda não é estabilizar a economia. Eles quebraram o país três vezes. Ele deixou o país com desemprego elevado. Vamos separar os cumprimentos, não foi pelo mandato geral dele. Eu não concordo em proibir escolas públicas federais. Os tucanos proibiram”, esclareceu a Presidenta.

Por fim, Dilma afirmou que não divulgará sua equipe econômica do segundo mandato e comentou a atual conjuntura no setor. “Eu não tenho que dar sinal para o mercado, como fez o Aécio, eu tenho que dar sinal para o povo. Nós teremos uma política duríssima contra a inflação, como já tivemos e vamos ter ainda mais. Não tem mágica a fazer. Querer que a gente tenha como impedir que haja flutuação de preços está descartado”, encerrou.


A seguir, outras frases da Presidenta:



Eu concordo com financiamento público de campanha

Não haverá reforma política sem o povo pressionando

Tenho interesse em receber manifestação das diferentes entidades

O Lula tentou três eu tentei uma (vez passar a reforma). É difícil porque essa é uma estão q divide. Só quem pode decidir isso é o povo.

Em parte, o que garante que o brasileiro possa colocar carne, ovo, leite na mesa é que nós criamos empregos

Eles sempre desempregaram. No meu governo foram criados 5 milhões de empregos

É importante lembrar como era antes: a fila dobrava o quarteirão por uma vaga de emprego

Antes de Lula passou por um momento em que as crianças não tinham o que comer

A campanha em questão era composta pelo PSB e pela Rede. O PSB não apóia totalmente uma ou outra. O Coutinho está com a gente

A eleição é algo democrático. Todo mundo tem direito de escolher quem vai apoiar

Todos os debates são importantes para dar uma métrica e esclarecer o eleito

Só tem um jeito de saber quem teve mais apoio, é no dia 26 de outubro

Eu não tenho nenhuma manifestação sobre pesquisa. Não é papel de presidente da república se manifestar sobre isso

Acho que pesquisa é importante. Mas todo mundo que conhece estatística sabe que varia

Eu já cumprimentei o Evo Morales e vou falar com ele amanhã. Ele é um grande presidente

tem muita demagogia em eleição. A imprensa é muito compreensiva com a crise de abastecimento de água de SP

Havendo seca, afeta o preço dos alimentos aqui, nos EUA, em todos os lugares. É temporário. E não tem mágica





Em tempo:


Logo após, a Presidenta Dilma Rousseff recebeu os oito milhões de votos obtidos em plebiscito sobre a reforma política no Brasil. No evento, a petista apontou o que considera diferenças entre o modelo defendido pelo PT e o tutelado pelo PSDB. 

“Eles tentam dizer que farão um governo para os pobres. São 2 projetos de país, que dizem respeito a questões fundamentais. A primeira dessas questões é a prioridade. A nossa prioridade é o social. Nós não achamos que é possível crescer se o nosso povo não crescer junto. Por isso, ao contrário deles, nós empregamos. Eles desempregam. Nós não aceitamos que o salário-mínimo é razão de inflação”, afirmou a candidata à reeleição para a plateia.

No discurso, Dilma enalteceu os programas sociais de seu governo e criticou a ausência deles na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).  “Eles dizem que vão fazer um governo para os pobres. Como, se eles tiraram o pobre do orçamento? Eles não gostam de uma palavra: gratuito. Se o Pronatec não fosse gratuito, você faria a velha seleção: só quem tivesse dinheiro, poderia fazer o curso. Outra palavra que eles odeiam: subsídio”.

E continuou: “A faixa maior do MCMV é de famílias que ganham 1600 reais e hoje pagam 5% da renda na prestação. Se a família for comprar no mercado, sem subsídio, paga R$ 940. Se ela ganha mil reais, como vai viver? As pessoas moram em área de risco porque não tinham onde morar”.

Aos gritos de “Segura, segura, imperialista, a América Latina será toda socialista”, a Presidenta falou sobre a importância das parcerias com os vizinhos. “Eles fingem que não viram os Brics. Viraram as costas para o Mercosul  .A proposta deles é virar as costas pra América Latina”, disse.

Abaixo, outras frases da Presidenta:


Vocês conseguiram quase 8 milhões de votos. Feitos pela espontânea ação de consulta

Hoje, aqui, a gente reconhece uma atividade que mobilizou 8 milhões de pessoas votando pela força de mudanças

Não serão aqueles no exercício do mandato que reformarão as estruturas do país, mas com a mobilização popular

Acho que tem que expandir essa unidade. 8 milhões é suficiente pra aproximar mais pessoas

Tem que ter paridade homem e mulher nas eleições proporcionais

Eu acho que tem que fazer uma unidade entre pontos fundamentais e levar isso pra frente

Não é possível um combate efeito à corrupção sem reforma política

No dia 26, diante das urnas, temos que pensar qual é o futuro desse país

Em 1998, eles proibiram o governo federal em investir em escolas técnicas

Aí, o Lula acabou com essa proibição, em 2005. O Lula fez 214 escolas técnicas e eu fiz 208

Foi por causa dessas 422 escolas a mais, feitas por Lula e por mim, que nós pudemos fazer o Pronatec




Alisson Matos, editor do Conversa Afiada.


Leia mais:

DILMA E AÉCIO, DOS 17 AOS 21

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Contadora de Youssef acusa Veja de mentir

Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados:

Em depoimento à CPI Mista da Petrobras, contadora Meire Poza desmente reportagem de Veja, publicada às vésperas do primeiro turno; em vários momentos do seu depoimento, ela frustrou parlamentares, ao sugerir que a reportagem sobre "malas de dinheiro" pagas a parlamentares é fantasiosa; "isso é a Veja, não o que eu disse"; sobre parlamentares, ela afirma ter pago apenas o voo de André Vargas num jatinho e o helicóptero dado a Luiz Argôlo; ela também negou que Youssef tivesse ascendência sobre prefeituras do PT, conforme publicado por Veja; e negou "chantagem" de Enivaldo Quadrado, doleiro condenado no "mensalão", sobre o PT; "não tenho conhecimento"; CPI frustrada com balde de água fria da contadora 

247 – A ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, preso no âmbito da Operação Lava Jato, Meire Poza, desmentiu a revista Veja em diversos momentos de seu depoimento à CPI Mista da Petrobras nesta quarta-feira 8, no Congresso. "Eu não disse o que Veja colocou. Não disse que Youssef tinha ascendência sobre prefeituras do PT", afirmou a depoente aos parlamentares.
Questionada sobre se o tesoureiro do PT, João Vaccari, seria o "operador" do esquema, ela negou e disse não ter qualquer informação a respeito.

Mais de uma vez, Meire declarou que diversos comentários publicados por Veja, em uma edição que saiu às vésperas do primeiro turno das eleições, não foram feitos por ela. A contadora ressaltou nunca ter distribuído dinheiro a ninguém – a capa da reportagem tinha como título: "Eram malas e malas de dinheiro". "Isto é a Veja, não é o que eu disse", disse a depoente.

Em outro trecho da reportagem de Veja, afirma-se que "Meire Poza viu malas de dinheiro saindo da sede de grandes empreiteiras, sendo embarcadas em aviões e entregues às mãos de políticos". Ao ser questionada por parlamentares, ela novamente negou. "Não é o meu depoimento. Isso é a Veja."

Sobre parlamentares envolvidos em esquemas de corrupção, ela afirmou ter ciência do voo do deputado federal André Vargas (ex-PT/PR) num jatinho e do helicóptero dado ao deputado federal Luiz Argôlo (SD/BA). Outro político mencionado foi o ex-ministro Mario Negromonte, das Cidades. Ela negou, ainda, que Youssef tivesse ascendência sobre prefeituras do PT, conforme publicado pela revista da Abril.

Meire Poza também foi questionada sobre a suposta chantagem feita pelo doleiro Enivaldo Quadrado sobre o PT em razão da morte do ex-prefeito Celso Daniel – tema de outra reportagem de Veja. "Não sei de chantagem", afirma. "Esse contrato não me dizia nada", disse. Ela afirmou, apenas, que Enivaldo Quadrado teve sua multa no processo do mensalão paga pelo PT.

O depoimento vem frustrando os parlamentares. "O depoimento coloca os pontos nos is em questões que foram atribuídas a ela", disse o senador Humberto Costa (PT-PE). "Como por exemplo dizer que o senhor Youssef tinha ascendência sobre prefeituras do PT e que o senhor João Vaccari operasse qualquer esquema junto a fundos de pensão", afirmou. "Órgãos de imprensa colocam na boca de pessoas coisas que não são verdade. Aliás, essa conspiração citada por um órgão de imprensa [Veja] sobre chantagem foi negada pela própria Justiça Eleitoral".
 

Contadora destrói bala de prata do Aécio

O PT vai agasalhar mais essa ?

Amigo navegante envia trechos de depoimento da contadora do doleiro Youssef, aquele que só lava dinheiro de aliados da Dilma, nessa quarta-feira (8/10), no Congresso:

Meire Poza: “Eu não disse o que Veja colocou. Não disse que Youssef tinha ascendência sobre prefeituras do PT”.

O tesoureiro do PT, João Vaccari, seria o “operador” do esquema ?

Ela disse não ter informação sobre isso.

A capa da Veja dizia: “Eram malas e malas de dinheiro”.

“Isto é a Veja, não é o que eu disse”.

A Veja disse que “Meire Poza viu malas de dinheiro saindo da sede de grandes empreiteiras, sendo embarcadas em aviões e entregues às mãos de políticos”.

“Não é o meu depoimento. Isso é a Veja”, ela disse.

 
Depois do jatinho sem dono, o PT vai agasalhar mais essa ?
Os Correios vão processar o Aécio …
E o PT …
Como diz o professor Wanderley, o PT foi o que prendeu a roda da Dilma.

Paulo Henrique Amorim



quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Marina acaba de se associar a um crime eleitoral

marinajn
Independente do resultado “marquetológico” da entrevista de Marina Silva ao Jornal Nacional – e eu acho que foi desastroso – há um elemento gravíssimo nas declarações da nova candidata do PSB.
Marina confessou o conhecimento de um crime eleitoral e a participação nos benefícios desta transgressão.
Ela confessou saber que o avião era produto de um “empréstimo de boca” que seria “ressarcido” – se é ressarcido, tem preço – ao final da campanha.
Poderia, se fosse o caso, dizer que não sabia dos detalhes da contratação do serviço, feita por Eduardo Campos. Mas está amarrada de tal forma no assunto que teve de se acorrentar à fantasiosa versão do PSB.
Que é uma aberração jurídica e contábil, que não pode prevalecer – e não prevalece – em qualquer controle de contas eleitorais.
Até no Acre de Marina Silva, o TRE distribui um formulário onde o dono de um veículo, mesmo que seja um Fusca 82, tem de assinar a cessão e atribuir o valor em dinheiro do bem.
O que dirá para um jato de R$ 20 milhões!
Não há um contrato sequer, não há preço estabelecido e, sobretudo, as empresas (ou o laranjal) que tinham o controle do avião não se dedicam à locação de transporte aéreo.
É um escândalo de proporções amazônicas.
Só menor do que o escândalo que é, depois de tantas confissões, o silêncio do Ministério Público.
Todos se lembram da Procuradora Sandra Cureau, que por um nada partia para cima do Presidente Lula e da candidata Dilma Rousseff.
Está mudo, quieto, silente.
Acovardado diante dos novos santos da mídia.
A partir de agora, prevalecendo isso, se podem emprestar prédios, frotas, aviões, até uma nave espacial para Marina ir conversar com Deus.
De boca, sem recibo, sem contrato, sem papel.
Na fé.