Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 7 de julho de 2017

Golpistas têm que responder por crime de lesa-pátria

Golpistas têm que responder por crime de lesa-pátria


golpistas
Passei a vida pregando no deserto ao repetir, sempre que a ocasião exigia, que “A verdade é uma força da natureza como o vento ou a chuva e, assim, não pode ser contida”, e que tentar contê-la equivale a “Tentar reter água entre as mãos em concha, que escapa por entre os dedos”.
Mesmo as pessoas que se norteiam pela verdade sempre parecem algo descrentes de que a verdade vença sempre, mas é porque confundem verdade com justiça, que deveriam ser a mesma coisa, mas, na prática, raramente caminham juntas.
Mas a verdade sempre tem potencial para aumentar a chance de que seja feita justiça.
Essa reflexão faz sentido em um momento em que o país começa a enxergar a verdade. Qual verdade? São várias. Vamos a elas.
1ª – O impeachment de Dilma Rousseff foi golpe porque não havia motivo válido para derrubá-la, tanto que vemos crimes de verdade comprovadamente cometidos por Michel Temer e o Congresso, os batedores de panela e os pretensos “guardiões da moral” não dizem A.
2ª – Ao contrário do que prometiam os autores do golpe contra Dilma Rousseff, a derrubada de seu governo não pôs fim à crise econômica e, muito menos, à crise política. Pelo contrário, aumentou essas crises.
3ª – A Lava Jato foi uma farsa engendrada para abalar a economia e prender e desmoralizar petistas sem provas, à exceção de um ou outro que delinquiu mesmo porque delinquentes há em qualquer grupo político, social, econômico, acadêmico, religioso etc., etc.
4ª – As reformas trabalhista, da Previdência, a terceirização e todas as demais medidas econômicas do governo que tomou o lugar do governo Dilma são a causa do golpe: tirar do pobre pra dar ao rico – segundo pesquisas de opinião, a esmagadora maioria do país passou a pensar assim.
5ª – Os acusadores mais veementes do PT são autores de crimes tão ou mais graves que os que denunciam contra os petistas – crimes que, em grande parte, ainda não foram provados.
6ª – A Justiça brasileira condena e absolve políticos acusados de corrupção valendo-se de critérios político-partidários e ideológicos e não de provas e ritos consagrados. Por isso, absolve sempre bandidos filiados ao PSDB.
7ª – Os governos do PT fortaleceram as instituições que podem combater a corrupção e os governos que antecederam e sucedeu os do PT trataram e tratam de enfraquecer essas instituições com vistas a fortalecer a corrupção – o coordenador da Lava Jato no MPF, Carlos Fernando dos Santos Lima, declarou isso ao jornal O Estado de São Paulo.
Há muitas verdades mais, mas essas são as mais evidentes. Brilham como o sol, impedindo que seus formuladores e a massa manipulada deixem de enxerga-las.
Mas quem foi que cometeu esse crime de lesa-pátria de sabotar um país inteiro só para tirar do poder um grupo político que implantou justiça social, redução extrema da pobreza e da desigualdade e que fortaleceu as instituições que combatem a corrupção?
Também são muitos. Cada um que bateu ontem uma panela na sua varanda-gourmet ou que vestiu camisa da Seleção ou com os dizeres “Eu não tenho culpa, eu votei no Aécio”, colaborou com a sabotagem do país. Mas alguns não agiram por meramente apoiar o golpe, praticaram atos para sabotar o país sob motivação político–econômica.
Os autores do golpe são, em primeiro lugar, os 367 deputados federais e os 61 senadores que retiraram o mandato de Dilma Rousseff sem o apoio de provas cabais de crime de responsabilidade ou comum (como o de Michel Temer).
Também são autores do golpe as autoridades por trás da Lava Jato que desmontaram a economia fazendo estardalhaço de investigações policiais sobre grandes grupos econômicos e sobre a administração do país. O show paralisou a economia e provocou dramas terríveis para milhões de brasileiros.
Os meios de comunicação que organizaram campanhas para desestruturar a economia fazendo terrorismo e vendendo que a solução para os problemas causados pelos golpistas era consumar o golpe, também têm que responder por esse crime.
O Brasil não pode seguir adiante e se tornar uma nação séria, em que a Justiça funciona de verdade, sem que os autores da desgraça política, econômica e social em curso sejam punidos.
O golpe de 2016 só aconteceu porque o golpe de 1964 ficou impune. Como o golpe atual está sendo desmascarado mais rapidamente e como esse golpe requer aparência de legalidade, será mais fácil punir seus autores quando a normalidade democrática for restaurada.
Os golpistas vão rir do risco de pagarem por seus crimes, mas não percebem como o jogo está mudando e quão rápido está mudando. Até as eleições do ano que vem, o Brasil todo já saberá de tudo isso que foi dito a cima. E vai eleger um governo com mandato para punir os sabotadores do Brasil
O que esses aqui mencionados fizeram com o Brasil foi um crime de lesa-pátria, mas, também, um crime de lesa-humanidade por conta da dor, do sofrimento, das mortes, das tragédias que esse golpe parlamentar infame produziu. Eles não perdem por esperar.

Por Carlos D'Incao

A ÚLTIMA LINHA DE DEFESA

Entender a atual conjuntura política nacional é algo cada vez mais difícil. Os fatos ocorridos desde a reeleição de Dilma até os dias atuais nos coloca a obrigação moral de tomarmos posições políticas.

Está claro que são raros aqueles que se situam no campo progressista e que conseguem enxergar algum lado positivo no golpe de 2015 e nas reformas ultra-neoliberais da atual Ditadura Temer-Tucana.

Porém, uma coisa é ter apoiado a reeleição de Dilma frente a uma opção tucana, ter lutado contra o golpe, ter denunciado a falácia da Lava-Jato, se contrapor veementemente contra a Reforma Trabalhista e Previdenciária e apoiar uma eleição direta onde Lula teria claras possibilidades de ser eleito e, desta forma, ter o poder de frear o avanço das forças reacionárias.

Outra coisa - muito diferente - é se propor a realizar uma análise de conjuntura onde é necessário pensar nas águas profundas que movimentam a realidade brasileira.

Isso significa tentar realizar o difícil ofício de compreender a dinâmica de um sistema econômico que está em uma nova fase de desenvolvimento e encontra o nosso país apenas como "um caso" entre tantos outros existentes em todo o planeta.

O mundo capitalista está caminhando para uma fase a qual denominamos de “tendência geral de queda nos lucros”. Nessa fase, as grandes corporações não conseguem mais atingir o nível de lucros e rendimentos do passado, pois os meios de obtê-los (a exploração do trabalho e a ampliação de mercados) estão se exaurindo.

Nesse caso, o sistema econômico precisa realizar um duplo movimento: destruir todo e qualquer obstáculo que ainda existe para realizar uma livre e brutal exploração do trabalho e destruir os mercados existentes para reconstruí-los sob novas e mais vantajosas formas.

Em suma: o sistema quer impor a toda humanidade a destruição global dos direitos da classe trabalhadora e a destruição de países inteiros através da guerra.

Alguns países estão na lógica da guerra (Síria, Iraque, Afeganistão, Líbia, etc) e outros estão na lógica da destruição dos direitos trabalhistas. O Brasil faz parte do segundo grupo.

Em ambos os grupos, a defesa da democracia e da soberania nacional soa como uma “ofensa” aos ouvidos do mercado. O sistema precisa de governos ditatoriais para realizar as medidas correspondentes aos seus interesses. O governo Temer, a princípio, parece ser um deles.

O mercado exige as Reformas Trabalhista e Previdenciária aprovadas no Senado “para ontem”, se o nosso país quiser ter acesso a capital e crédito. Assim sendo, aparentemente ele opera nos bastidores para que Aécio fique livre e que Lula seja preso, ou… ao menos condenado a ponto de não poder concorrer a nenhuma eleição.

Entretanto, quem disse que o povo brasileiro não pode decidir que - no caso do impedimento de Lula - outro candidato qualquer do campo progressista vença as próximas eleições? O mercado não é estúpido. Ele sabe que esse cenário é possível. Exatamente por essa razão ele exige o fim da já combalida democracia brasileira.

Porém, quem disse que mesmo sem Lula e sem um sistema democrático, uma outra liderança política qualquer não pode criar ainda mais obstáculos para os livres interesses do mercado?

O mercado já viveu realidades semelhantes… Ele já derrubou governos democráticos e descobriu que suas sucessões foram ainda mais amargas. Exatamente por essa razão, o mercado não quer apenas a cabeça de Lula e o fim da democracia. Ele quer também a morte da política.

E como o mercado faz para destruir a política? Simples: demonizando-a. Dessa forma, o povo se voltará contra todos os políticos e elegerá para esse mundo, personagens “não políticos”.

O mercado quer um Congresso e um Senado dominado por “Tiriricas” e os cargos do Executivo sob a tutela de “Dórias”.

Um Legislativo sem legisladores terá as leis redigidas pelo mercado. E um Executivo sem líderes políticos não formará governos mas sim, “gestões” conduzidas e elaboradas pelo próprio mercado.

Percebam que “Tiriricas”  e “Dórias“ conseguem ocupar cargos de legisladores ou governos por vários mandatos; entretanto, “Tiriricas” ou “Dórias” jamais conseguiriam ocupar cargos de juízes, promotores ou até mesmo de advogados.

Daqui deduzimos que o mercado não quer apenas a morte da política, mas deseja, sob seu cadáver, um Judiciário forte e que domine por completo todos os outros poderes.

Por essas razões aqui expostas, vemos diariamente nos noticiários (financiados pelos banqueiros) o mundo político sendo denegrido sistematicamente e diariamente.

Parece até que no poder Judiciário não há corrupção… Logo aqui no Brasil, onde traficantes compram sentenças de juízes e grandes empresários - que confessam crimes por delação - ganham sua liberdade e salvo-conduto para morar nos EUA…

Na realidade o que temos aqui é um ataque ao coração do maior inimigo contemporâneo do mercado: a política.

Sob essa perspectiva, não veremos o retorno de Aécio com vibração e alegria pela imprensa (e muito menos pelo mercado). A grande mídia quer execrar todos os políticos de todos os partidos e de todas as correntes.

E... a Rede Globo é a vanguarda desse movimento... Por isso que ela, aparentemente “do nada”, abandonou o governo Temer e iniciou um ataque diário ao personagem que antes era visto como a “solução para todos os males do Brasil”…

Acontece que a classe política parece ter percebido esse jogo. Ela percebeu que está diante de um processo que resultará em sua própria extinção... e lutará para não morrer... e o maior líder político do Brasil é justamente o Lula...

Tudo isso está claro agora. O que está obscuro é saber se essa classe seria capaz de se unir a ponto de ter Lula como seu líder para evitar a sua própria morte.

Nesse momento estamos diante de uma aparente luta de “corporativismos”. O Judiciário contra o Legislativo e o Executivo. Mas, na realidade, estamos diante de uma luta entre o mercado e a política. No fim, a vitória do mercado nessa luta é - sob qualquer perspectiva - a maior tragédia que pode ocorrer contra toda a classe trabalhadora e ao nosso país.

É chegada a hora de pararmos de celebrar a prisão de políticos e pararmos de fazer coro com a Rede Globo contra decisões do STF que fortalecem as instituições políticas, mesmo que estas não estejam, nesse momento, ocupadas por aqueles que são do campo progressista.

No fim, devemos atuar dessa forma se temos o interesse de defender a classe trabalhadora e o Brasil como uma nação soberana. A defesa da política é a última linha de defesa que está posta. Para além dela, só nos restará a Ditadura do mercado.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Ei, você aí , Coxinha. Quero falar com você

🇧🇷 *Ei, você ai, coxinha. Quero falar com você.*

Disseram a você que o PT inventou a corrupção no Brasil. Você nem parou para pensar que o PT só foi fundado em 1980 e que fala-se em corrupção no Brasil desde o descobrimento.
Tentaram lhe convencer que o PT era responsável por todos os problemas do Brasil na atualidade. Você não fez nenhum esforço para lembrar da fome, da miséria, do desemprego, da falta de moradia, dos apagões e da dependência do Brasil na época de FHC.
Incentivaram você a ir às ruas em 2013. Você foi. Nem sabia exatamente o porquê. Mas foi.
A partir daí você xingou Dilma, enforcou bonecos de Lula pendurados em pontes, abraçou patos e hostilizou pixulecos.
Você vestiu camisas amarelas e pediu saúde e educação padrão FIFA, sem nem pensar que a FIFA é uma das instituições mais corruptas do mundo.
Em 2014 você marchou junto com Aécio "pela ética na política". Aécio lhe chamou para conversar e você não deu ouvidos para os inúmeros indícios de que Aécio era um verdadeiro gângster da política brasileira. Quando ele perdeu as eleições você continuou junto com ele, porque mais importante de tudo era "tirar o PT do poder".
Você foi pato da FIESP, foi japonês da Federal, foi milhões de Cunhas, apoiado pela ampla cobertura da Rede Globo de Televisão.
O "qualquer coisa, menos o PT" que você queria resultou em Temer. E você estava lá, em 2016, dizendo que tinha que dar uma chance a Temer, que tinha que "deixar o homem trabalhar".
Pensei que você iria acordar quando tornaram-se públicos os depoimentos e conversas gravadas de Sergio Machado, de Odebrecht, da JBS. Estava ali demonstrado duas coisas: 1) O PT não havia criado e nem chefiava a corrupção; 2) a saída de Dilma se deu através de um golpe que feriu de morte a nossa democracia.
Agora você está perplexo. Sente-se enganado. Se deixou fazer de pato. Mesmo assim, não quer dar o braço a torcer.
Prefere dizer que "são todos iguais", que "nenhum político vale nada". Talvez você esteja até pensando que Bolsonaro vale alguma coisa e esteja pensando em votar nele nas próximas eleições. Esse é que não vale nada, mesmo.
Mas sou eu agora que te convido para uma reflexão: já parou para pensar que nos governos do PT sua vida era melhor e que agora está piorando muito? Viu que tudo está ficando parecido com o período de FHC?
Pensa um pouco, agora. Chega de atitudes erradas. Vamos juntos retomar nossa democracia. Vamos lutar por eleições diretas e contra a retirada dos nossos direitos.
Mesmo escondido, come um pãozinho com mortadela. É gostoso. Vez em quando pode.

*Renan Araújo*
Membro do Grupo Médicos pela Democracia - Bahia.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Gilmar Mendes, FHC, Reinaldo Azevedo… Efeito Aécio assusta direita

Aécio fedido
Gilmar Mendes soltou José Dirceu em meio a um discurso “garantista” contra abusos da Lava Jato que contraria tudo que ele mesmo fez no julgamento do mensalão contra o Estado de Direito? Reinaldo Azevedo e Fernando Henrique Cardoso defenderam Lula contra as investidas de Sergio Moro? Hein!!??
Se há um ano alguém avisasse que isso ocorreria, ninguém daria a menor bola. Hoje, estamos vibrando com as manifestações libertárias daqueles que foram os maiores algozes não do PT, mas das garantias individuais que a Lava Jato vem solapando sem dó nem piedade.
Estão atribuindo esse milagre a Antonio Palocci. O STF teria começado a soltar presos da Lava Jato após o ex-ministro da Fazenda ter ameaçado fazer uma delação premiada na qual acusaria o sistema financeiro, a cúpula do Judiciário e quem sabe a mídia tucana de manter “relações indevidas” com políticos.
Não que Palocci não deva ter muito a contar…  Mas, talvez, seu potencial explosivo esteja sendo superestimado.
Não nos esqueçamos de que tanto Gilmar Mendes quanto Reinaldo Azevedo ou FHC vêm mudando de postura desde muito antes da oitiva de Palocci pelo Juiz Sergio Moro há pouco tempo.
O que já vinha acontecendo há mais tempo é a decadência lenta, gradual e segura de Aécio Neves. Este vem se putrefazendo há mais de ano e, agora, a coisa se agravou. Há pouco, teve que se explicar à PF, foi o mais citado na Lava Jato e, loucura das loucuras, denúncia contra FHC teve que ser divulgada – nada mais, nada menos do que – na… Globo!
Uau!!
É outro fato que um ano atrás nem o mais delirante analista se daria ao luxo de prever.
O efeito Aécio mostra que ninguém está seguro. A situação do presidente do PSDB e segundo colocado na eleição presidencial de 2014 se alia a notícias sobre envolvimento do Judiciário e banqueiros em próximas delações.
Ou alguém acredita que membros do Judiciário nunca trocaram vantagens com políticos ou empreiteiras? Alguém já ouviu falar de venda de sentenças judiciais no Brasil ou nunca se falou nisso e é tudo devaneio meu?
Bom, desculpem-me se inventei tal “loucura” simplesmente “do nada”…
Enfim, o que está acontecendo é medo do efeito Aécio. Mas não só.
É aí que entra a extrema-direita. Estou falando de Bolsonaro e dos malucos que o seguem e que pedem volta da ditadura e o extermínio da classe política.
Essa gente não pretende poupar ninguém. Essa gente acha que a Globo e os tucanos são “comunistas”. Além disso, são ultranacionalistas, protecionistas e censores – para extremista de direita, liberdade de expressão é “coisa de comunista”, a menos que seja para ele mesmo.
Mas onde é que entra a Lava Jato nisso tudo?
Ora, o autoritarismo messiânico da republiqueta de Curitiba tem tudo que ver com os MBL da vida, grupo de extrema-direita que atua como linha auxiliar de Bolsonaro e seu bando de energúmenos nazifascistas.
A Lava Jato é da extrema-direita pentecostal. Ou você não tinha notado ainda?
O tal D’Artagnan, ou melhor, o tal Dallagnol é um radical ultra messiânico de direita. Ou não é?
dallagnol
Chegamos ao fundo do poço e descobrimos que não tinha fundo.
E o abismo se aprofunda mais não porque vai acabar engolindo tucanos, petistas, juízes e barões da mídia eventualmente envolvidos com algum nível de corrupção ou até por corrupção inventada, mas porque essa republiqueta curitibana quer o poder.
Sim, é isso mesmo: quer o po-der!
Moro, Dallagnol, Carlos Lima e toda a fila de jovens barões curitibanos almejam governar e moldar o Brasil à sua própria imagem e semelhança – nada que ver com um ex-presidente da República que aos 80 e tantos anos é namorador e defende legalização da maconha.
A república de Curitiba pretende ser, também, uma teocracia. Além disso, pretende abolir essa coisa de comunista que permite a qualquer cidadão comum criar blogs e criticar “otoridades” judiciárias.
De repente – e isso é o mais irônico –, tucanos, peemedebês, barões da mídia, banqueiros e a cúpula do judiciário percebem que estão no mesmo barco que os petistas. Todos podem vir a ser vítimas dos fanáticos religiosos de extrema-direita da republiqueta de Curitiba. Como Dirceu, Lula e… Aécio!

terça-feira, 25 de abril de 2017

Moro, já ouviu falar em Perón? Quer um cadáver em Curitiba?

cARTAZ.jpg
Prende ele, Moro! Leva para a Ilha do Diabo!
Em 1945, ao vencer a II Guerra, os americanos trataram de se livrar de alguns líderes que os atormentavam.
Depuseram Vargas e demitiram Perón, que era Ministro da Assistência Social, já na companhia da Evita.
Os militares argentinos prenderam Perón na isla Martín Garcia, no rio da Prata.
Um milhão de argentinos foram para as ruas de Buenos Aires e arrancaram Perón da cadeia.
Perón saiu de lá e se elegeu Presidente da Argentina, contra um candidato Radical, que levava o embaixador americano para o palanque.
Esses aventureiros da Força Tarefa da Lava Jato se acham no direito de abusar da arbitrariedade - e da autoridade, como diz o Requião - e acham que podem cometer qualquer violência.
(Não deixe de ler a aula do professor Lenio Streck sobre alucinados do "Direito".)
Embarcaram na histeria da Globo Overseas Investment BV e na fúria do Ataulpho Merval, que quer ser o Japa que vai levar o Lula algemado à cadeia (a tempo de pegar o jornal nacional...)
O mundo da política, já se percebe, está longe dessa histeria, da prisão do Lula a qualquer custo...
Mineirinho, o Careca e o Santo, sem falar nos caciques do PMDB, não embarcaram nessa histeria.
Eles já viram no que deu embarcar no Golpe: a primeira vítima do Golpista é o Golpista...
(O FHC Brasif, sim, permanece na caça ao Lula, porque não tem mais nada a perder... Nem a reputação... Só os imóveis ...)
É porque a Política conhece a História - não é como esses neófitos presunçosos da Lava Jato e seus trombones no PiG.
Aqui, no Brasil, os militares foram mais espertos que os argentinos e não prenderam Vargas.
Foram mais prudentes.
Adiaram a volta dele ao poder, por quatro anos.
E botaram no poder o Dutra, um FHC, um MT.
Depois, é verdade, os militares mandaram o Lacerda puxar o gatilho do revólver que ele tinha no peito.
Mas, essa é outra História.
Quem quiser conhecer os detalhes da esclarecedora narrativa sobre a prisao do Peron, recomenda-se assistir ao excelente filme Juan e Evita ou ler o capítulo "Mundo" do também excelente livro de Aldo Rebelo, "O jogo vermelho".
PHA

terça-feira, 18 de abril de 2017

JN MASSACRA LULA, PASSA POR AÉCIO E ESQUECE TEMER

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Ora, ora, mas não era o PT que iria “censurar” a imprensa?

censura capa
Um dos incontáveis textos opinativos publicados pela Folha de São Paulo e pelo resto da mídia tucana do eixo São Paulo – Rio de Janeiro ao longo dos governos Lula e Dilma, e que acusavam o PT de ser um partido antidemocrático que pretenderia censurar a “imprensa livre”, começava assim:
Por vezes, é divulgado que o PT busca mecanismos legais para subordinar a mídia. Segundo a afirmativa básica do partido, é preciso inocular dose de responsabilidade na mídia porque a burguesia é que a domina. Instrumentos sociais devem limitar as ‘mentiras’ e ‘deturpações’ veiculadas nas mídias.
Por isso, trago ao conhecimento frases coletadas no livro ‘Minha Luta’ de outro famoso crítico da liberdade de imprensa: Adolf Hitler. No livro, ele afirma que a imprensa livre recorre a “outros processos para envenenar o espírito público”.
‘Por meio de um amálgama de frases agradáveis, eles enganam seus leitores, incutindo-lhes a crença de que a ciência pura e a verdadeira moral são as forças propulsoras de suas ações, ao passo que, na realidade, isso não passa de um inteligente artifício para roubarem uma arma que seus adversários poderiam usar contra a imprensa’.
Para Hitler, costuma-se denominar ‘liberdade de imprensa’, “como se costuma denominar o abuso desse instrumento de ludíbrio e de envenenamento do povo, ao abrigo de quaisquer punições (…)”.
Folhas, Vejas, Globos, Estadões e seus penduricalhos passaram os 13 anos e pouco de governos do PT acusando os dois presidentes da República petistas e o próprio partido de quererem censurar a imprensa. Isso a despeito de que jamais esse grupo político tenha tomado uma mísera atitude para cercear não a liberdade de imprensa, mas a mais deslavada canalhice dessa mídia.
A ficha falsa de Dilma Rousseff
No dia 5 de abril de 2009, o jornal Folha de São Paulo publicou no alto de sua primeira página uma ficha policial falsa da então pré-candidata à Presidência da República Dilma Vana Rousseff que a acusava de crimes. Era a preparação para a disputa feroz que se estabeleceria entre ela e o candidato da Folha, José Serra, no ano seguinte.
— censura 1
Em matéria posterior, nas páginas internas, sem o mesmo destaque da acusação, o jornal reconheceu o seu antijornalismo. Reconheceu que recebeu o “documento” por e-mail de um site de extrema-direita e publicou no alto de sua primeira página sem checar nada.
Apesar disso, a Folha concluiu a matéria com a seguinte pérola:
“Pesquisadores acadêmicos, opositores da ditadura e ex-agentes de segurança, se dividem. Há quem identifique indícios de fraude e quem aponte sinais de autenticidade da ficha”
Ou seja, apesar da falsificação evidente, que a própria matéria reconhecia, deixou uma porta aberta para quem quisesse acreditar. Caberia, pois, uma ação judicial não apenas para retirar do ar matéria que consta até hoje dos arquivos da Folha, mas pedindo reparação.
Dilma nunca tomou uma mísera medida para impedir que seus adversários continuassem usando até hoje uma incontestável mentira. Tudo em nome da liberdade de imprensa.
O menino do MEP
Meses após aquele ataque eleitoreiro visando as eleições do ano seguinte, mais especificamente em 27 de novembro de 2009, a mesma Folha de São Paulo publica, com grande destaque, um texto espantoso de um desafeto de Lula.
O artigo “Os filhos do Brasil” foi escrito por um ex-militante de esquerda, César Benjamin, que se irritou com o biografia filmada de Lula, o longa “O Filho do Brasil”, do diretor Fábio Barreto, que enaltecia o então presidente da República.
— censura 2
No artigo, Benjamin, sem apresentar uma mísera prova, acusou Lula de ter tentado estuprar um colega de cela quando esteve preso durante a ditadura militar.
A Folha, sempre visando a campanha eleitoral do ano seguinte, tentava enlamear a imagem de Lula para diminuir seu poder de transferência de votos para Dilma na disputa que travaria com o queridinho da mídia paulista, José Serra.
Poucas vezes deve ter existido na história da humanidade motivo mais cabal para processar alguém, e chance tão grande de vencer o processo. Benjamin e a Folha foram desmentidos por TODOS os que estiveram com Lula e Benjamin naquela cela.
Lula, como Dilma, apesar das acusações de querem censurar a mídia tucana, jamais processou o caluniador ou o jornal que lhe possibilitou caluniar.
Suprema ironia
Chegamos a 2017. O grupo político que sempre acusou o PT de censura está no poder. Não só o PSDB, mas grande parte do PMDB que sempre condescendeu com as acusações de ímpeto censor vertidas pela mídia que apoiou incondicionalmente o regime que de fato a censurou por duas décadas.
Michel Temer, o presidente da República, está metido em confusões com a Justiça. Vem sendo delatado sem parar por ter recebido propina. Há um caso esquisito envolvendo tentativa de chantagem de sua mulher. Ela e o marido tentam vender que se trata de fotos íntimas e sensuais que produziram juntos. Mas há suspeita de que a causa da chantagem seja outra.
A mando do presidente e de sua mulher, a Casa Civil da Presidência da República conseguiu CENSURAR a imprensa que tanto acusou o PT e os dois presidentes da República petistas apesar de eles nunca terem cometido um só ato igual ao do governo tucano-peemedebista.
Quanta ironia, não?

domingo, 15 de janeiro de 2017

STF: o silêncio da conivência e a desculpa esfarrapada

Roberto Stuckert Filho/PR

EMIR SADER
Tanta gente se pergunta, diante do silêncio cúmplice do STF diante do golpe, o que passa pela cabeça dos juízes. O silencio diante de todo o processo que levou ao golpe se prolonga e se complementar com o silencio posterior.
De repente, interpelado, um dos juízes se manifesta. E o faz catastroficamente, revelando como a posição do STF é indefensável.
Marco Antonio Mello tem a petulância de descarregar a responsabilidade sobre as duas casas do Congresso e dizer que eles ocuparam "uma cadeira de uma envergadura maior". E' um escarnio com a democracia e com o povo brasileiro. O Congresso apelou para o argumento do crime de responsabilidade das chamadas pedaladas, argumento pelo menos altamente polemico
O que deveria fazer o STF se cumprisse minimamente com suas obrigações de zelar pela Constituição? Abrir a Constituição, analisar os argumentos do golpe à luz dela e se pronunciar sobre se estava caracterizado ou não o crime de responsabilidade. Elementar.
Mas o STF nem sequer se pronunciou. Poderia até concordar com os argumentos – dificilmente sustentáveis – dos adeptos do golpe. Mas nem isso fez. Se omitiu diante da mais importante decisão tomada pelo Congresso brasileiro, destituindo uma Presidente reeleita pelo voto popular, frente a ações que todos os outros presidentes e os governadores usam normalmente e, para ficar ainda mais insustentável a posição do STF, usa a rodo o governo saído do golpe.
Vergonhosamente, o STF se omitiu. O seu presidente, presidindo o Senado nas sessões do golpe, segundo noticia da FSP, não desmentida, fazia lobby pelo aumento de 41% para o Judiciário, concedido para o hoje preso Eduardo Cunha, nos intervalos das sessões. Vergonhoso!
Pior do que isso. O STF assistiu passivamente a demora do PGR em dar andamento ao processo contra Eduardo Cunha, tendo todos os dados para faze-lo, desde dezembro de 2015, esperando até que ele prestasse o serviço sujo de dirigir o processo do golpe contra a Presidenta da Republica.
Como argumenta o juiz do STF diante do não pronunciamento deles? Da pior maneira possível. Por que não se pronunciou? "Porque a sobrecarga é inimaginável." Incrível. Se pronunciaram, entre outros temas relevantes, sobre a venda de pipoca nos cinemas, tema que pelo visto consideram que tem prioridade sobre o golpe. Caso de renuncia moral de um juiz do STF.
Melhor tivesse ficado calado, envergonhado, dando continuidade ao silencio cumplice com o golpe. Não poderia haver conivência mas escancarada com o golpe do que aquele silencia, tão vergonhoso quanto aquele strip-tease da Câmara, na votação daquele domingo.
O STF não se mostrou à altura da defesa da democracia e da Constituição. O Brasil não possui mais um Judiciário que defenda os cidadãos, o Estado de direito, a democracia. Deveriam todos renunciar, abandonar seus salários de marajás e ser julgados por um Estado de direito, quando a democracia for restaurada no Brasil.
Enquanto isso, o STF é cumplice também de ter impedido que o Lula, sem ser réu de nenhum processo, não pudesse ser ministro do governo da Dilma, enquanto 14 ministros do atual governo o fazem, diante do silencio cumplice do STF. E o ministro afirma que não estão engajados em qualquer política governamental". Ele considera que os brasileiros são beócios, ignorantes, incapazes de saber que eles forma coniventes com o golpe e agora são coniventes com a perseguição politica ao Lula. Atuam da mesma forma que o STF atuou em 1964, conivente com o golpe militar que destruiu a democracia no Brasil, sob o os olhos cumplices do STF. Um dia serão julgados por um Judiciário que defensa a Constituição, o Estado de direito e a democracia no Brasil e pagarão por seus crimes.

domingo, 25 de dezembro de 2016

A degradação do Judiciário

É certo que, ao compactuar com o golpe de 1964 e, assim, com a ditadura militar que durante mais de duas décadas assolou o Brasil, o Judiciário perdeu a identificação que parecia ter com o Estado de direito. Mas, ainda assim, especialmente depois do fim da ditadura, permanecia uma aura de respeitabilidade com o Judiciário brasileiro, uma expectativa de que fosse o guardião da Constituição democrática, dos direitos das pessoas, da democracia.
Junto com a perda da continuidade do processo democrático, o Brasil perdeu também, com o golpe de 2016, o respeito pelo Judiciário, a começar pela sua instância máxima, o STF. O mínimo que se pode dizer é que, diante da mais grave decisão tomada pelo Congresso brasileiro, a do impeachment, com versões polêmicas sobre os seus fundamentos, o STF assistiu tudo como se não tivesse nada a ver com ele. Como se não tivesse a responsabilidade de zelar pela Constituição, decidindo sobre se houve ou não crime de responsabilidade. Se não serve para isso, para que serve o STF?
Pior ainda. O silêncio foi acompanhado da vergonhosa negociação do aumento de 41% para o Judiciário. A FSP noticiou que, nos intervalos das gravíssimas sessões do Senado, que tomava a mais grave decisão da sua história, a do impeachment, o então presidente do STF fazia lobby a favor daquele aumento com os senadores, sem pudor, num troca-troca explícito. Buscava aumentar ainda mais os salários inconstitucionais de marajás que eles tinham recebido das mãos de Eduardo Cunha, em pleno processo de impeachment na Câmara de Deputados. Personagem poupado pelo STF até que ele tivesse feito o trabalho sujo de promover o impeachment da Dilma na Câmara.
Depois, uma vez aprovada a infundada decisão do impeachment pelo Congresso, o STF não se pronunciou sobre a sua constitucionalidade, questionada por tantos advogados. Seu papel, minimamente, de zelador da Constituição, seria o de abrir esse texto e definir se houver ou não crime de responsabilidade. Poderia até concordar com a decisão do Congresso, mas o que não poderia fazer, era ficar calado, deixando, com o seu silêncio cúmplice, que se terminasse com o mandato de uma presidente recém reeleita pelo voto popular, sem nenhum fundamento que justificasse esse ato de violência contra a democracia.
Mas fez e, com seu silêncio, sacramentou sua responsabilidade com a ruptura da democracia no Brasil, da qual deveria ser o zelador. Porém, mais do que isso, demonstrando que não se trata de um episódio fortuito, o STF participa ativamente do projeto do golpe. Impediu que o Lula, sem ser réu de qualquer processo, assumisse um cargo no governo da Dilma, mas permite que 15 ministros do governo Temer façam isso.
Aceita que a escandalosa parcialidade do Moro e dos seus comparsas, na ação unilateral contra o Lula, seja considerada "imparcial", permitindo que ele monte os processos contra o Lula, façam as acusações, julgue e provavelmente condene o ex-presidente. O STF aceita silenciosamente as monstruosidades cometidas contra o Lula, o único líder popular no Brasil, demonstrando que deseja romper qualquer traço de legitimidade do sistema político brasileiro, compactuando com sua exclusão.
Um STF como esse tornou-se uma vergonha para a democracia brasileira. Desonra a função que deveria ter de guardião da Constituição, violada semanalmente pelo governo golpista e por seu Congresso corrupto. Degrada a função do Judiciário. Provoca a necessidade de que a restauração democrática promova a reforma profunda do Judiciário brasileiro, sob o risco de impedir que a democracia volte a reinar no Brasil, através da decisão soberana do povo.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Lula: Lava Jato perdeu o senso do ridículo Márcio Anselmo é o notório delegado aecista

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Da Revista Fórum:
Delegado militante acusa Lula por apartamento e terreno que não são dele
Delegado, que fez postagem no Facebook chamando Lula de Anta e defendendo Aécio Neves na campanha presidencial de 2014, acusa Lula por apartamento que ele aluga e por terreno que jamais foi seu e onde jamais funcionou o Instituto Lula.

O Instituto Lula respondeu em nota que “o delegado Márcio Anselmo e a Operação Lava-Jato, perderam hoje qualquer pudor ou senso de ridículo ao apresentar um relatório com acusações sem qualquer base”.

O indiciamento se deve a dois inquéritos: um sobre a compra de um terreno em São Paulo para o Instituto Lula que nunca ocorreu e outro sobre a compra de um apartamento em frente ao que o ex-presidente mora, em São Bernardo do Campo (SP), que na verdade ele apenas aluga.
E do Facebook do Instituto Lula:
LAVA-JATO PERDE QUALQUER SENSO DO RIDÍCULO PARA ATACAR LULA

O delegado Márcio Anselmo e a Operação Lava-Jato, perderam hoje qualquer pudor ou senso de ridículo ao apresentar um relatório com acusações sem qualquer base contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua esposa Marisa Letícia, seu advogado Roberto Teixeira, entre outras pessoas.

As acusações tratam do apartamento vizinho ao do ex-presidente, o qual ele paga aluguel, e um terreno que jamais foi e onde jamais funcionou o Instituto Lula, que tem uma única sede, adquirida em 1990 pelo Instituto de Pesquisas e Estudos do Trabalhador (IPET), entidade que antecedeu o Instituto Cidadania e o Instituto Lula.

Perguntas foram encaminhadas pela Polícia Federal ao ex-presidente apenas na última quarta-feira, com prazo de dois dias para respostas, que foram enviadas às 20:30 de sexta-feira. E hoje, o delegado, que já emitiu ataques ao ex-presidente no Facebook dizendo que "alguém precisa parar essa anta", e defendeu o candidato Aécio Neves, ao invés de se declarar suspeito para atuar nos casos envolvendo o ex-Presidente, apresenta um relatório sem qualquer base factual e legal ou fundamento lógico.

O relatório sai no mesmo dia em que pesquisas revelam que Lula lidera a corrida presidencial, e quando outro processo fútil da Lava Jato, sobre um tríplex do Guarujá que tentam atribuir a propriedade ao ex-presidente e alguma relação com desvios da Petrobras, tem suas testemunhas afirmando que Lula e sua família jamais tiveram as chaves do tal apartamento ou sua propriedade.

As práticas contra Lula consistem em mais um exemplo de "lawfare" e foram denunciadas por seus advogados perante o Alto Comissariado de Diretos Humanos das Nações Unidas. O governo brasileiro tem até o dia 27 de janeiro para responder contra os abusos de autoridade cometidos com fins políticos contra o ex-presidente da República.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Derretimento de Temer e tucanos pode suspender eleição de 2018

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Se não levássemos em conta os retrocessos institucionais que o golpe parlamentar contra a presidente Dilma Rousseff já acarreta, não seria de todo mau os brasileiros estarem tendo a oportunidade de experimentar o que é ser governado pela direita, sobretudo por uma direita tosca como a que congrega PSDB e PMDB.
O golpe se abateu sobre o Brasil em um momento em que muitos, à esquerda, já não valorizavam as conquistas sociais da era petista, atribuíam a si mesmos a melhora de vida que tiveram só a partir de 2003 e, loucura das loucuras, afirmavam que PT e PSDB seriam “a mesma coisa”.
O golpe, como era previsto, além de não melhorar a economia – já que a crise política continua, apesar de, com Temer, o Congresso ter parado de sabotar o governo federal – ainda trouxe uma avalanche de projetos de medidas antipopulares que prometem piorar a vida do brasileiro – hoje e pelas próximas gerações.
Até antes das eleições, muitos não acreditavam em uma reforma draconiana da Previdência, em terceirização descontrolada do mercado de trabalho e, pior do que tudo, em uma reforma trabalhista que permitisse aos empresários contratar funcionários sem pagar direitos trabalhistas como férias, 13º salário, fundo de garantia etc.
Como se não bastasse, o golpe ainda gerou uma proposta de mudança da Constituição de um teor destrutivo tão grande que fez com que a Organização das Nações Unidas se manifestasse.
Na semana que finda, o relator especial da ONU sobre a extrema pobreza e os direitos humanos, Philip Alston, advertiu que os planos do governo do Brasil de limitar durante 20 anos os gastos sociais “são totalmente incompatíveis” com as obrigações do país em relação aos direitos humanos.
Como se sabe, o Senado deve votar em 13 de dezembro uma emenda à Constituição, conhecida como PEC 55, que limitaria durante 20 anos o crescimento da despesa federal com relação à taxa de inflação do ano anterior.
“O principal e inevitável efeito desta proposta de emenda à Constituição (…) prejudicará os pobres durante décadas”, afirmou Alston em comunicado.
“Se for adotada, esta emenda bloqueará despesas em níveis inadequados e rapidamente decrescentes em saúde, educação e seguridade social e colocará em risco uma geração inteira de receber uma proteção social abaixo dos padrões atuais”, advertiu.
Na opinião do relator especial, “é completamente inadequado congelar só a despesa social e atar os mãos de todos os futuros governos durante outras duas décadas”.
Nesse sentido, o relator da ONU sustentou que, se a emenda for aprovada, o Brasil entrará em um “retrocesso social”.
Não foi o PT que disse isso, foi a ONU, através da pessoa indicada pela organização para fiscalizar as políticas públicas relativas à pobreza e aos direitos humanos. A direita brasileira, claro, dirá que a ONU é “comunista”, apesar de ser controlada pelas maiores potencias capitalistas do planeta.
O mundo está boquiaberto com o que está acontecendo no Brasil, país que, com anuência de grande parcela do seu povo, tirou um governo voltado para a dramática questão social do país para colocar, no lugar, fanáticos de ultradireita que se mostram dispostos a promover um genocídio social.
Em resumo, o que ocorreu no Brasil é que tiraram a parte boa do governo Dilma (ou seja, ela própria e o PT) e deixaram a parte ruim, que logo se aliou ao PSDB, outra excrescência ultraconservadora conhecida pela insensibilidade social.
É por essas e por outras que a comunidade internacional já vê o processo político no Brasil como uma ameaça. Um sólido indício desse fenômeno foi justamente um órgão de imprensa internacional famoso pelo seu conservadorismo decidir premiar duas mulheres derrotadas pela ultradireita em seus respectivos países.
A escolha de Dilma Rousseff e Hillary Clinton como “mulheres do ano” pelo jornal britânico Financial Times sinaliza preocupação da comunidade internacional com os governos que estão ascendendo em dois dos maiores países do mundo, Brasil e Estados Unidos.
A ascensão de Donald Trump nos EUA e do consórcio tucano-peemedebista no Brasil deve acirrar problemas sociais nas Américas e, muito provavelmente, desencadear novas aventuras militares dos norte-americanos.
O mundo vê com preocupação a ascensão fascista nas Américas.
É nesse contexto que o drama brasileiro chega a uma nova etapa, a etapa em que começa a cair a ficha de boa parte dos brasileiros que aderiram ao golpe ou que ao menos condescenderam com ele.
Um bom indício disso é a súbita mudança de atitude da grande imprensa conservadora. Prevendo o que vem por aí, Globos, Folhas, Vejas e Estadões já se preparam para descartar Temer, o PMDB e até o PSDB, como forma de “salvar a cara” diante da comunidade internacional, para a qual já não há mais dúvida de que o Brasil sofreu um golpe de Estado.
Nas últimas semanas, ocorreu o impensável. Tanto o Jornal Nacional quanto a revista Veja atacaram os políticos mais importantes do PSDB.
2018Provavelmente foi a primeira vez no século XXI que o Jornal Nacional e a Veja divulgaram acusações contra Geraldo Alckmin e José Serra.
Aliás, quando a Folha de São Paulo, em 28 de outubro, publicou manchete de primeira página acusando Serra de corrupção, o Jornal Nacional escondeu. Na noite da última sexta-feira (9/12), o telejornal deu a notícia sobre Serra que ocultou em outubro e ainda a denúncia do mesmo jornal, no mesmo dia, contra Alckmin.
O que significa isso? Por que, do nada, o JN e a Veja, que jamais noticiaram nada contra Serra e Alckmin, mudaram tão radicalmente de atitude?
Alguns dirão que a má fama que a grande mídia brasileira está construindo mundo afora, após o golpe, a está obrigando a mudar de atitude. Porém, convenhamos: quem, nesse mesmo mundo afora, não sabe que Globo, Folha, Estadão etc. apoiaram a ditadura militar?
Ora, a imagem internacional da imprensa golpista brasileira nunca foi boa. Por que ela haveria de se preocupar, agora, com isso?
Nas sondagens que o Blog vem fazendo, o consenso é o de que Temer só será mantido no poder até tomar as medidas impopulares que a direita golpista, que congrega megaempresários, grupos de mídia e políticos querem – reformas da Previdência, Trabalhista e do teto de gastos (sociais) do governo.
Feito o serviço sujo, ele não teria mesmo mais como governar. Haverá uma convulsão social que, no plano dos golpistas, só será contida derrubando Temer e colocando um “nome de consenso” no lugar.
O consórcio golpista tem três nomes na manga, na ordem de preferência em que são apresentados:
1 – Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente e xodó da mídia desde sempre
2 – Cármen Lúcia, presidente do STF e quarta na linha sucessória
3 – Nelson Jobim, que foi ministro de FHC e de Lula e ministro do STF
Uma observação: Carmén Lúcia ser a 4ª na linha sucessória não tem a menor importância nesse caso, porque se Temer cair após 31 de dezembro próximo a lei impõe que o presidente substituto seja escolhido via eleição indireta, pelo Congresso Nacional.
Aí, então, vem a bomba: poucos analistas bem informados acreditam (1) que Temer chegue a 2018 e (2) que haja eleição presidencial em 2018.
Nos últimos dias, este blogueiro conversou com grande parte dos blogueiros e jornalistas de esquerda mais influentes e uma infinidade de outros analistas políticos. Praticamente ninguém acredita que, com a desmoralização da direita que vem por aí, esta vai se arriscar a disputar a eleição daqui a quase dois anos.
As reformas da Previdência e trabalhista e o teto de gastos do governo farão cair a ficha dos brasileiros. Até na classe média alta haverá uma grande parcela de frustrados pelo golpe. Sim, os paneleiros não vão gostar do que vem por aí.
2018, portanto, encerra duas possibilidades preocupantes para a direita golpista-midiática.
A principal preocupação da direita é a eleição de um político de esquerda, porque um governo de esquerda, após tudo que ocorreu no Brasil, não iria ser “paz e amor” como os governos Lula e Dilma. Iria para as cabeças já desde o início, para cima dos golpistas.
Uma preocupação menor, mas ainda assim uma preocupação, seria a eleição de um psicopata como Jair Bolsonaro, que poderia jogar um Brasil em uma rota imprevisível e até em uma nova ditadura militar.
Aliás, o teto de gastos do governo e as reformas trabalhista e da Previdência também podem fazer os militares saírem da toca. É grande a possibilidade de essas medidas, aliadas à queda livre da economia – que não vai parar enquanto prosseguir a crise política –, acarretarem uma convulsão social de proporções inéditas e assustadoras.
Aí os militares interviriam. Sem a menor sombra de dúvida.
O mais interessante em tudo isso é que praticamente ninguém ganha nesse jogo de soma zero. O Brasil vai se tornando uma incógnita tão obscura que, nessa toada, uma fuga de capitais é até lógica.
Aonde tudo isso vai parar? A depender do ânimo de grande parte da militância golpista, não vai parar, vai piorar. Já os protagonistas do golpe, não se sabe o que pensam.
A postura da mídia de parar de proteger os tucanos poderia indicar desejo de se afastar do golpe e voltar para seu papel institucional, mas chega a ser ingênuo supor isso. O mais provável é que a direita-midiática ainda tenha planos para transformar o Brasil em uma grande Senzala, com uma Casa Grande habitada por muito poucos.
Oremos – ou torçamos.