247 – O ex-presidente Lula foi o político mais atacado pelo Jornal Nacional após a divulgação da chamada "lista de Fachin" – relação de 105 pessoas investigadas no Supremo Tribunal Federal no âmbito da Operação Lava Jato, tornada pública na última sexta-feira 11, de acordo com um levantamento feito pelo portal
Poder 360.
De 4 horas, 24 minutos e 51 segundos dedicados a reportagens sobre o tema, o JN separou 33 minutos e 32 segundos para Lula. O segundo nome mais mencionado pelo principal telejornal da TV Globo é o de Dilma Rousseff, com 18 minutos e 7 segundos.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), campeão em número de inquéritos (cinco), entre os quais é acusado de receber R$ 50 milhões em propina em troca de favores em projetos do setor elétrico, recebeu metade do tempo de Lula: 16min27seg. José Serra, acusado de ter recebido milhões em caixa 2 em suas campanhas, entre eles os R$ 23 milhões em uma conta no exterior, vem em seguida de Aécio, com pouco mais da metade do tempo: 9min03seg.
Já Michel Temer, citado por delatores por ter participado de uma reunião em que foi combinado o repasse de 40 milhões de dólares em propina pela Odebrecht ao PMDB, parece ter sido esquecido pelo telejornal. O atual presidente foi alvo de uma reportagem de 5 minutos e teve o vídeo em que se defende exibido pelo JN.
Temer não é alvo de investigação porque o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, valeu-se de um
entendimento equivocado para dizer que o presidente desfruta de "imunidade temporária", uma vez que a Constituição anota que "o presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções".
No entanto, o veto constitucional não impede que o presidente seja investigado. Esse entendimento foi reconhecido em despacho assinado no dia 15 de maio de 2015 pelo então ministro Teori Zavascki, morto em acidente aéreo. No âmbito da Lava Jato, existem elementos para a abertura de pelo menos dois inquéritos contra Temer.
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