Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sábado, 2 de agosto de 2014

Mais questionamentos sobre o aecioporto

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A história do aecioporto ainda possui inúmeros pontos obscuros. Alguns diretamente ligados ao aeroporto, outros vinculados indiretamente. Os vínculos indiretos, que oferecem interesse jornalístico se houvesse imprensa comercial séria no país, são:
1) descoberta de trabalho escravo na empresa de familiares de Aécio, na mesma fazenda em Cláudio cujo terreno foi desapropriado por R$ 1 milhão pelo governo Aécio.
2) os donos do jatinho, a dupla Clemente de Faria (já falecido) e Oswaldo Borges da Costa Filho, têm um histórico obscuro, que mereciam uma profunda investigação jornalística. Isso por uma razão simples: ninguém “empresta jatinho” de graça, nem mesmo para o filhinho da mamãe, como tentou justificar Aécio. “Oswaldinho” (como é conhecido) foi presidente de estatais e empresas mistas mineiras ligadas à exploração do nióbio em Araxá. É preciso apurar melhor isso.
Aécio justifica o gasto de R$ 14 milhões dizendo que se trata de uma região economicamente importante. Uai, sô! Se era importante, por que o aecioporto ficou fechado esse tempo todo?
Em suas palavras, no artigo que publicou na Folha:
A pista de pouso em Cláudio existe há 30 anos e vem sendo usada por moradores e empresários da região. Com as obras, o governo de Minas Gerais transformou uma pista precária em um aeródromo público. Para uso de todos.
A explicação de Aécio é errada duplamente. A pista não é homologada pela Anac, então não poderia ser usada por ninguém, nem por ele nem por nenhum “morador ou empresário”. Usar pista clandestina é atentar contra a segurança aérea nacional. Aécio fez propaganda de um crime.
Em segundo lugar, as reportagens mostram que só ele tem usado a pista, que fica fechada. Dizer que é para uso de todos é mentir na cara “de todos”.
É preciso ainda investigar o valor da desapropriação em si. Não apenas se deve discutir se o R$ 1 milhão pago foi justo, como se deve fazer uma estimativa da valorização da fazenda do tio de Aécio, e da fazenda do próprio Aécio, após a construção do aeroporto.
Há uma especulação constante em torno das doações da construtora do aecioporto ao candidato, e se procura sempre, junto ao TSE, os dados relativos às prestações de conta. Esquece-se, contudo, que doações feitas após conchavos clandestinos com o poder público acontecem, por razões óbvias, por baixo dos panos, através de esquemas de caixa 2 eleitoral.
É preciso ainda investigar o aecioporto II, em Montezuma. A Anac disse que sequer há pedido para registro, revelando mais uma vez que ele pode ter sido construído por Aécio Neves apenas para uso particular. Aliás, o Brasil quer uma outra “confissão” de Aécio. Ele também pousou na pista clandestina (embora feita com verba pública) de Montezuma?
Quanto mais se remexe nessa história do aeroporto, mais podres vêm à tôna. A blogueira Helena Sthephanowitiz iniciou uma linha de investigação interessante, que deveria ser aprofundada. Ela identificou que as três empresas que disputaram a licitação do aeroporto de Cláudio apresentaram orçamentos praticamente iguais.
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Reproduzo abaixo post da Helena, em seu blog na Rede Brasil Atual.
Disputa em construção do aeroporto de Cláudio teve preços quase iguais
Entre os três concorrentes na licitação para a obra realizada na fazenda do tio de Aécio Neves, diferença entre maior e menor preço foi de 0,61%
por Helena Sthephanowitiz publicado 01/08/2014 13:40, na Rede Brasil Atual.
A polêmica construção do aeroporto na cidade mineira de Cláudio pelo governo Aécio Neves (PSDB) não termina nas questões do terreno desapropriado de seu tio. Nem da localização a 6 quilômetros da fazenda do ex-governador e atual senador, quando existe outro aeroporto bem próximo, em Divinópolis, que já atende a região. E vai além ainda do uso privativo pelo senador, quando ainda está fechado ao uso público.
O processo de licitação também levanta polêmica. Cinco empreiteiras apresentaram propostas. Duas foram desqualificadas. As três propostas restantes tiveram valor muito próximo. A diferença entre o menor preço apresentado e o maior foi apenas 0,61%.
O edital do Departamento de Obras Públicas do Estado de Minas Gerais estipulou o valor máximo de R$ 13.568.033,63. A vencedora, com menor preço, apresentou o valor de R$ 13.413.562,71 apenas 1,14% abaixo do máximo.
O custo final da obra, com aditivo de 3,96%, ficou em R$ 13.945.341,80 ou seja, acabou ultrapassando em R$ 377 mil o valor máximo licitado.
A proximidade de valores não é, por si, prova suficiente de combinação de preços, pois pode ser coincidência. Mas sugere acender o sinal amarelo no Ministério Público e em outros órgãos de controle, como indício que merece ser investigado. Afinal, coincidência de dois valores acontece, mas de três é bem mais raro.
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