Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

DEFINA NECESSIDADE.

Rodrigo Vianna: Folha e Veja na TV Cultura. Sem concorrência pública



Trincheira da oposição
Folha e Veja terão espaço na TV Cultura: parceria com os tucanos agora é oficial
publicada sexta-feira, 03/02/2012 às 00:49 e atualizada sexta-feira, 03/02/2012 às 00:51
A “Folha” já pediu, em editorial, o fechamento da TV Brasil - emissora pública criada pelo governo federal. O motivo alegado pelo jornal: audiência baixa. “Os vícios de origem e o retumbante fracasso de audiência recomendam que a TV seja fechada — antes que se desperdice mais dinheiro do contribuinte.”
A mesma “Folha” anuncia agora — de forma discreta, diga-se – uma curiosa “parceria” com a TV Cultura de São Paulo – emissora igualmente pública, mantida principalmente com dinheiro do contribuinte paulista.
Tenho orgulho de ter trabalhado na TV Cultura nos anos 90, à época sob a presidência do ótimo Roberto Muylaert. Mas o fato é que a Cultura também não tem uma audiência maravilhosa. Nos últimos anos, os índices só caíram. Mas aí a “Folha” não vê problema. Ao contrário, torna-se aliada da TV.
Sobre a parceria entre “Folha” e TV Cultura, você pode ver mais detalhes aqui.
O mais curioso é que a parceria se estenderá também à “Veja”, a revista mais vendida do país.
A “Veja”, como se sabe, gosta de escrever Estado com “e” minúsculo, para reafirmar seu ódio ao poder público. Ódio? Coisa nenhuma. A Abril adora vender revistas para o governo. E agora, vejam só, também terá seu quinhãozinho na emissora controlada pelos tucanos paulistas.
O “programa” da “Veja” deve ir ao ar às terças. O da “Folha”, aos domingos.
A notícia sobre o novo programa da revista mais vendida pode ser lida abaixo, em reportagem do site “Comunique-se”…
Recentemente, o Estadão chamou a oposição às falas, pedindo – em editorial – unidade e combatividade para barrar o PT em São Paulo. Alckmin parece ter escutado.
A TV Cultura transforma-se numa  tricheira, a organizar o que sobrou da oposição: “Veja”, “Folha”… E dizem que o “Estadão” também terá seu programinha por lá.
Faz sentido.
Como disse um leitor, no tuiter:
@RobertoToledo59 Estão apenas oficializando a parceria.
Trata-se de um movimento importante: estão preparando a trincheira pra defender a terra bandeirante da horda vermelha… Afinal, se o PT ganhar a capital esse ano, o Palácio dos Bandeirantes será o último bastião do tucanato paulista e de seus (deles) aliados na velha mídia.
Perguntinha tola desse escrevinhador: “Folha” e “Veja” vão pagar para usar o espaço da emissora pública? Ou será tudo na faixa?
Em entrevista ao Portal Imprensa, o editor da “Folha” deixou claro qual o objetivo da parceria: “trará a possibilidade de a marca Folha alcançar seu público no maior número possível de mídias. O jornal continua firme no propósito de levar seu conteúdo de qualidade a um número diversificado de plataformas, e chegar à TV parece um passo natural”.
Muito natural! Tá tudo em casa, eu diria.
Leia também:

Petrobras: “sabedoria” do mercado engasga o professor “sabichudo”

 
Como o “especialista” Adriano Pires tem parcos recursos intelectuais, e ficha graduada na ANP de FHC, O Globo escalou agora um economista da PUC carioca – que, com honrosas exceções é o grande consulado tucano no Rio de Janeiro – para atacar a Petrobras. Rogério Werneck, em artigo publicado hoje, à guisa de “dar conselhos” à nova presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster toma a si a tarefa de não baixar o fogo de artilharia contra a maior empresa brasileira.
E adivinhem o que ele aconselha, no artigo intitulado “O engasgo da Petrobras” ?
Lógico, abrir o pré-sal às empresas privadas – e estrangeiras – e interromper o ” faustoso programa de favorecimento à produção local de equipamentos”, ou seja, importar navios, sondas, maquinario, etc.
Justiça seja feita, nem o “líder e guia espiritual” da privataria, Fernando Henrique Cardoso jamais foi tão explícito.
A Petrobras, segundo Werneck, por estabelecer conteúdos elevados de produção nacional, teria sido transformada em um “poderoso cartório de distribuição de benesses a produtores de equipamentos”.
Leia-se, à indústria brasileira, aquela mesmo que o tucanato serrista vive falando que está se acabando.
Diz ele que, comprando fora, a empresa será mais eficiente.
E usa como exemplo a contratação, no Brasil, de sondas para águas ultraprofundas, que teria gorado por preços elevados demais.
Ora, sondas têm mesmo preços elevados em todo o mundo. Aqui, para serem feitas pela primeira vez, certamente não atingirão os preços de indústrias que as fazem há décadas e em escala em outros países. Mas podem chegar bem perto, até porque o horizonte de produção destes equipamentos não se encerrará nas primeiras encomendas.
A Petrobras está sendo criteriosa e dando as “freadas de arrumação” que são necessárias para moderar os apetites de lucro dos possíveis fornecedores. E a nova presidente da empresa, pelo seu estilo, teve nisso uma das razões de sua escolha. Porque Graça Foster irá, certamente, endurecer e exigir isso, e até mesmo, pontualmente, recusar um ou outro preço exorbitante comprando lá fora.
Mas a Petrobras e o Brasil não podem abrir mão de criar aqui um parque produtivo da indústria do petróleo para, em lugar disso, simplesmente importar ou alugar lá fora os equipamentos indispensáveis.
Não apenas porque isso seria um crime contra o povo brasileiro, que tem o direito de aproveitar em empregos, renda, impostos e aquisição de conhecimento aquilo que a cadeia produtiva do petróleo tem a dar como, sobretudo, porque é uma estupidez acelerar importações de alto valor agregado – como são os equipamentos petrolíferos – para apressar exportações de petróleo bruto, cujo preço de daqui a dois anos não se pode precisar e dificilmente se sustentará nos atuais patamares.
Mas o professor Werneck é um “fundamentalista de mercado”, parte de uma corrente sectária que acha que a “sabedoria” dos agentes privados irá despejar o maná sobre nós. Ou, pelo menos, sobre o Leblon e os Jardins.
Há muitos anos defende o dogma dos preços absolutamente livres dos derivados de petróleo, na base do “quem pode, paga, quem não pode que se dane”.
E o faz com bravura, em sua duradoura cátedra no Estadão e agora em O Globo. Em 2002, criticava Serra por ser “pouco fernandista”, em 2006, criticava Alckmin por ter “caído na esparrela” de não defender as privatizações de peito aberto. E em 2010, sem mais santos aos quais apelar, maldizia o favoritismo de Dilma Rousseff afirmando que se devia a políticas absurdas como as compras no Brasil feitas pela Petrobras e à, como classificava, “custosa” política de “reajuste sistemático do salário-mínimo a taxas substancialmente mais altas que a inflação”.
Mas o cultuador da sabedoria do “mercado” acabou se engasgando, ele próprio, diante do seu Oráculo. A Petrobras acaba de fazer uma captação no exterior de US$ 7 bilhões, às menores taxas de juros já obtidas pela empresa, dinheiro que será usado para acelerar o desenvolvimento da exploração de petróleo em bases racionais e não no esquema “Agnelli” do minério de ferro, o do “arranca tudo depressa, vende logo e o país que se lixe”.
E os US$ 7 bilhões, notem, foram menos de um terço da demanda do mercado por títulos da Petrobras. Porque o mercado sabe que a Petrobras é um dos mais sólidos investimentos do mundo.
E o mercado, que o professor Werneck julga sábio, é mais sabido do que ele.
Por: Fernando Brito

O dia em que SP quis ir à guerra

Os desdobramentos da operação de reintegração de posse de terreno no bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, em 22 de janeiro último, insinuam que o Executivo e o Judiciário do Estado de São Paulo atuam, em sintonia, em prol de interesses privados. Atuam de forma escandalosa, ao arrepio da lei e sem qualquer preocupação com as consequências.
Testemunhos de membros do Ministério Público de São Paulo, da Defensoria Pública de São José dos Campos e de juristas renomados afirmam que o Estado de Direito, as leis e o interesse público foram solenemente ignorados pelo governador do Estado e pelo Tribunal de Justiça de São Paulo ao promoverem verdadeiro massacre da população do bairro “higienizado”.
Contudo, o fato que mais impressiona nesse processo parece estar passando despercebido. Apesar de a informação que vem a seguir ter sido razoavelmente difundida, está sendo pouco debatida.
Ocorre que o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que a Polícia Militar “repelisse” a Polícia Federal caso esta tentasse impedir o cumprimento da reintegração de posse. Trocando em miúdos, a Justiça paulista pareceu achar que o governo federal enviaria efetivos da PF para impedir a expulsão das famílias do Pinheirinho e, assim, determinou o que poderia ter ocasionado o ensaio de uma guerra civil no país.
Vale rever trecho da decisão do TJ-SP que permitiu a desocupação do terreno em São José dos Campos:
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Autorizo (…) requisição ao Comando da Polícia Militar do Estado, para o imediato cumprimento da ordem da 6ª Vara Cível de São José dos Campos, repelindo-se qualquer óbice que venha a surgir no curso da execução, inclusive a oposição de corporação policial federal, somente passível de utilização quando de intervenção federal decretada nos termos do art. 36 da Constituição Federal e mediante requisição do Supremo Tribunal Federal, o que inexiste.
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Essa decisão foi tomada pelo presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Sartori, que assumiu integral responsabilidade por tudo que viesse a ocorrer em São José dos Campos naquele 22 de janeiro. Ele achava que o governo federal poderia tentar impedir à força a invasão do Pinheirinho.
Se isso tivesse ocorrido, haveria uma reedição da Revolução Constitucionalista de 1932, movimento armado desencadeado por São Paulo que tinha por objetivo a derrubada de Getúlio Vargas e a independência desse Estado.
A Revolução de 1932 desejava a independência de São Paulo e sua conversão em uma República autônoma. E o que impressiona, em termos de semelhança com o caso em tela, é que, entre os principais defensores do separatismo no século passado, destacava-se o então presidente do mesmo Tribunal de Justiça de São Paulo, Costa Manso.
As intenções belicistas do governo e da Justiça de São Paulo transparecem na ordem de reintegração de posse expedida pelo TJ-SP. E ficam ainda mais claras devido ao tamanho do efetivo policial usado na operação (2 mil homens).
Imaginem o que aconteceria se o governo federal tivesse destacado a sua polícia ou até o Exército para impedir uma medida que, para muitos juristas, procuradores da República e parlamentares foi flagrantemente ilegal e inconstitucional. Teria havido uma mini guerra civil.
E as ilegalidades não se resumiram ao 22 de janeiro. Nos dias seguintes, foi rápida a demolição das casas do Pinheirinho, o que foi feito de forma absolutamente ilegal porque havia determinação da Justiça suspendendo qualquer ato demolitório. E o pior: não havia nem recurso judicial contra tal determinação. Assim mesmo, as casas foram demolidas.
A história paulista, pois, é marcada pelo golpismo.  O episódio do Pinheirinho deixou claro que as autoridades do Estado de São Paulo consideram-no quase um país à parte e que estão dispostas a ir até as últimas conseqüências para mantê-lo assim.
A imprensa paulista, que teve protagonismo em todos os movimentos golpistas que este país já viu – como em 1932 ou em 1964 –, continua igualzinha. O governo e a Justiça de São Paulo, idem. E depois há quem não acredite na possibilidade de uma nova ruptura institucional no Brasil. A declaração de guerra ao país feita pelo TJ-SP em 22 de janeiro, porém, diz outra coisa.
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Veja depoimento do defensor público Jairo Salvador durante Audiência em defesa dos moradores do Pinheirinho, realizada na Assembléia Legislativa de São Paulo no último dia 1º de fevereiro de 2012


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Veja, também, depoimento do secretário da Presidência da República Paulo Maldos


JUVENTUDE PAGA A CONTA DA RECUPERAÇÃO SEM EMPREGOS

 EGITO, A DEMOCRATIZAÇÃO INCONCLUSA: massacre no estádio de Port Said reacende  o ciclo de lutas políticas no país ** 4 mortos e 900 feridos é o saldo das últimas 24 horas de violência**  (leia o relato do correspondente de Carta Maior nas jornadas de Tahrir, Eduardo Febbro, nesta pág)

"A produção industrial norte-americana cresceu 15% desde o nível mais baixo da recessão em 2009. Porém, a produtividade respondeu por quase todo o avanço, com um crescimento de 10,7%. A jornada de trabalho mais longa respondeu por quase todo o resto. O nível de emprego ficou virtualmente estável" (Dow Jones). O emprego que crece nos EUA --como agora em janeiro, com 234 mil vagas-- é de má qualidade e baixos salários. Para retornar aos níveis pré-crise, a economia norte-americana precisaria gerar seis milhões de vagas. N ritmo atual isso demandaria tres anos, sem considerar o acréscimo líquido anual.  Segundo a OIT, um em cada três trabalhadores do mundo encontra-se hoje desempregado ou vive na pobreza; isso equivale um contingente de 1,1 bilhão de pessoas. Nesta década será preciso criar mais de 600 milhões de vagas para enxugar o estrago causado pela crise e absorver as novas levas que chegam ao mercado de trabalho. A receita  atual de 'saneamento financeiro', ou a 'contração fiscal expansiva', implementada a ferro e fogo sobretudo na Europa, não tem a mínima chance --nem o interesse-- de atender a essa demanda. A maior vítima do ocaso do emprego no planeta é a juventude. Na Espanha, na Grécia e na Itália as taxas de desemprego entre os jovens oscilam em torno de 48%: praticamente a metade da atual geração está fora do mercado de trabalho e tem poucas esperanças de ser incorporada um dia. Na Inglaterra, essa geração à deriva já forma um exército superior a um milhõa de pessoas. Não por acaso,  80% dos participantes dos saques de agosto de 2011, em Londres, tinham menos de 25 anos. No Egito em chamas, os jovens na faixa dos 15 aos 24 anos formam a maioria da população: o desemprego entre eles é da ordem de 25% a 30%. Sem trabalho e sem democracia, resta a revolta, que se derrama para as demais esferas da vida social: as ruas, as escolas, as torcidas organizadas, os estádios de futebol. É muito vapor na fornalha da insatisfação. Explosões  são inevitáveis.

Santayana denuncia um golpe contra a Petrobrás

Estrella tem esse "defeito" grave: é nacionalista
O Conversa Afiada reproduz texto de Mauro Santayana:

Mudanças na Petrobrás e a soberania do país


por Mauro Santayana


Certos jornais e alguns de seus analistas políticos estão, de maneira dissimulada e com as artimanhas conhecidas, insinuando e apoiando a saída do geólogo Guilherme Estrella da mais importante das diretorias da Petrobras, a que cuida, exatamente, da pesquisa e produção. Do ponto de vista técnico, parece improvável que o Brasil disponha de outro quadro como Estrella. Ele entrou para a empresa mediante concurso público, há 48 anos, logo depois de formado – e se destacou, em seguida, como um dos mais competentes profissionais da instituição.


Sua trajetória, a partir de então, se insere na construção da história da  empresa. Participou das primeiras pesquisas e exploração do óleo no mar brasileiro. A partir de suas investigações teóricas sobre a geologia marítima, conduziu os estudos pioneiros que levaram à descoberta das jazidas do pré-sal. Como geólogo de campo, e trabalhando para a Petrobrás no Iraque, descobriu, em 1976,  o gigantesco campo de Majnoon, com reservas superiores a 10 bilhões de barris. Como se sabe, o Brasil renunciou à exploração desse campo, por iniciativa do então Ministro de Minas e Energia, Shigeaki Ueki.


Estrella foi o coordenador da instigante investigação científica, que atribui a origem do petróleo brasileiro a depósitos lacustres, anteriores à separação dos continentes africano e sulamericano. Assim se formou o pré-sal, com o Atlântico ocupando o  espaço lentamente aberto, durante séculos geológicos. O diretor de Pesquisa e Produção da Petrobrás é, assim, um dos mais importantes geólogos do mundo. Sem dúvida, é o mais competente profissional da área em nosso país, ao associar o saber teórico à prática, como pesquisador de campo – que foi durante décadas – e ao êxito no cumprimento da responsabilidade pela descoberta e produção de nossas jazidas.


Mas o geólogo Guilherme Estrella tem dois defeitos gravíssimos, e, por isso, todos os interesses antinacionais – internos e externos – se unem para derrubá-lo, neste momento de mudanças na empresa. O primeiro deles é o seu confessado nacionalismo. O diretor de pesquisas e exploração foi nomeado pelo governo Lula, em sua política de recuperar a empresa, minada pela administração entreguista e irresponsável do governo Fernando Henrique Cardoso.


Seu antecessor no cargo, José Coutinho Barbosa,  protelava as perfurações exploratórias, a fim de que, ao vencer o prazo para as prospecções, em agosto de 2003, as áreas novas fossem devolvidas à ANP. Com isso, seriam outra  vez levadas a leilão, a fim de serem arrematadas pelas empresas  estrangeiras. Em poucos meses – de janeiro a agosto – Guilherme acionou a equipe de geólogos, conduziu-a com seu entusiasmo e capacidade de trabalho, e conseguiu descobrir mais seis bilhões de barris, dos 14 bilhões das reservas brasileiras antes do pré-sal.  Assim, impediu a grande trapaça que estava em andamento.


A outra razão é a transparente visão humanística de Guilherme Estrela. O geólogo não separa a ciência de sua responsabilidade pela busca da justiça e da igualdade social para todos os homens. Em dezembro último, ao falar em Doha, no Qatar, durante o 20º Congresso Mundial do Petróleo, ele, depois de seu excurso técnico sobre o óleo no mundo, suas reservas e perspectivas, aproveitou sua palestra para denunciar o sofrimento de grande parte da humanidade, sobretudo da parcela africana, em conseqüência da desigualdade e da injustiça. “Todos nós devemos ter vergonha disso” – resumiu.


Os maiores interessados na substituição de Guilherme Estrella são, em primeiro lugar, as empresas multinacionais, que têm, no profissional, o principal guardião dos interesses brasileiros. Não só as petrolíferas, mas, também, as fornecedoras de equipamentos. Desde 2003, o diretor de Pesquisa e Exploração da Petrobrás vem revertendo, na medida do possível, a danosa situação imposta pelo governo neoliberal, que, ao nivelar, nos mesmos direitos legais, as empresas estrangeiras com as brasileiras, promoveu a falência de indústrias nacionais, entre elas algumas  fornecedoras de equipamentos para a Petrobras.


Guilherme Estrella tem procurado encaminhar as encomendas para as empresas genuinamente brasileiras, sem prejudicar o desempenho da Petrobrás como um todo. Graças a essa política, ditada pelo interesse nacional, e recomendada pelo governo, reativou-se a indústria naval, e as plataformas, antes encomendadas no Exterior, estão sendo produzidas no Brasil, com a redução da participação estrangeira ao absolutamente necessário.


Outros interessados pela substituição do diretor são os notórios fisiólogos do PMDB. Como é de incumbência dessa diretoria as compras de equipamentos caros e pesados, ela vem sendo disputada pelo partido. Está claro que o ministro Edison Lobão deseja a substituição de Guilherme Estrella. Mas é improvável que o padrinho político do Ministro, o senador José Sarney – reconhecidamente um nacionalista – aceite, e nesse momento internacional difícil, a co-responsabilidade pela saída do atual diretor de Pesquisa e Produção da Petrobrás. Recorde-se que em seu governo o presidente Sarney resistiu e não privatizou nenhuma empresa. E quando Fernando Henrique decidiu privatizar a Vale do Rio Doce, Sarney escreveu-lhe uma carta vigorosa condenando a iniciativa.


O conhecimento é o principal instrumento da soberania. Homens como Guilherme Estrella não se escolhem com critérios políticos menores, mas, sim, em decisões maiores de política de Estado. E cabe um esclarecimento: quando Lobão diz que o diretor está pretendendo deixar o cargo, emite um palpite, ou expressa desejo pessoal – que não lhe cabe manifestar. Ao ministro cabe executar uma política de governo.


É certo que os inimigos do geólogo o têm submetido a  solerte guerra de desgaste, com o propósito, deliberado, de provocar uma reação emocional de sua parte. Mas Estrella é bastante arguto para perceber quem está por detrás da campanha para  afastá-lo. Aos 69 anos, está ainda jovem para abandonar a missão de que se encarregou, no dia em que começou a trabalhar na empresa – a primeira e única ocupação de sua vida. Ele sabe, que, no fundo, isso constituiria quase um ato de traição ao Brasil e ao seu povo.


Não lhe cabe, por isso mesmo, demitir-se do cargo que ocupa.

O imundo macartismo “faxineiro”

Os hospitais que receberam emendas em Campina Grande e, à direita, o de Brejo da Madre de Deus, para onde o líder tucano enviou dinheiro para "patrolar" estradas
Nem bem se anunciou a (possível) nomeação do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP) para o Ministério das Cidades, o Estadão já parte para cima do ministeriável.
Aguinaldo Ribeiro favoreceu no Orçamento de 2012 o curral eleitoral da irmã, a deputada Daniella Ribeiro“, diz o jornal, dizendo que ele apresentou emendas que seriam destinadas a favorecer eleitoralmente a irmã.
Bem, o “curral eleitoral” é nada menos quea  cidade de Campina Grande, de “apenas” 600 mil habitantes, só ligeiramente menor que a capital do Estado da Paraíba, João Pessoa. Campina é, inclusive, centro de uma região metropolitana de 23 municípios e a maior do interior do Nordeste.
E o que foi este terrível fisiologismo nepotista?
R$ 450 mil para equipar melhordois hospitais filantrópicos que realizam atendimento público na cidade. O Pedro I, fundado em 1932 pela maçonaria e o Escola, criado em 1965 por uma associação mantida pelo Governo da Holanda, que depois passou a ser administrado por brasileiros e  é hoje onde são atendidos os acometidos por câncer na região, porque oferece quimio e radioterapia.
E mais R$ 330 mil para uma Universidade Federal ali localizada. Note, um órgão federal e uma universidade pública.
Ora, pode até se discutir se devem existir emendas parlamentares ao Orçamento, o que é considerado errado, com razão, por muitos. Mas o fato é que elas existem e quase todos os deputados as utilizam, individual ou coletivamente, através das emendas de bancada.
Se o Estadão quer ser coerente, deveria dizer que o líder do PSDB, deputado Bruno Araújo, aprovou uma emenda no valor de R$ 400 mil para beneficiar seu “curral eleitoral” da cidade de Brejo da Madre de Deus, em Pernambuco, para passar a patrol em dez quilômetros de estradas vicinais no pequeno município, de apenas 45 mil habitantes, onde o prefeito (e médico) Edson Souza deixa o Hospital Municipal José Carlos de Santana caindo aos pedaços, sem colchões ou lençóis e imundo, como você pode ver aqui.
Não conheço o deputado Aguinaldo, mas acho que ele fica bem, pelo menos nessa comparação de emendas parlamentares.

A mão que massacra é a mesma que vota

Na segunda-feira, quando fui a São José dos Campos para ouvir depoimentos e colher denúncias dos flagelados do Pinheirinho, conversei com outras pessoas que lá estiveram com a mesma finalidade e elas me disseram que se sentiam da mesma forma. Parecia que estávamos em um velório.
Hoje, liguei para alguns daqueles com os quais dividi a missão de tentar dar voz ao povo massacrado pelos que elegeu. Como acontece comigo, todos continuam se sentindo da mesma forma.
Chego a sentir inveja dos comentaristas deste blog que conseguem vir aqui fazer piadas com o sofrimento daquela gente e até comemorá-lo. Gente desalmada talvez sofra menos na vida. Alguém sem sentimentos talvez não possa ser magoado…
Mas o que dói mesmo é saber que a mão que massacra o povo pobre do Brasil é a mesma que estende o indicador para premer o botão de voto na urna eletrônica. Ou não é aquele em quem o povo vota que massacra esse mesmo povo?
Quem votou em um lunático como Geraldo Alckmin, alguém que chega ao ponto de dizer que aquelas pessoas que viviam em habitações precárias agora vivem de forma digna? São os mesmos que ele está massacrando, ora.
E a gente não pode nem descansar de uma desgraça que aparece outra. Uma passadinha de olhos pelo Twitter e aparece a desocupação de um prédio na esquina da avenida Ipiranga com a avenida São João. Na matéria, a informação de que 230 famílias seriam jogadas na rua.
O Executivo e o Judiciário, que deveriam acabar com o problema da população de rua, são os mesmos que jogam pessoas na rua, entendem? Aliás, até o povo maltratado, que deveria proteger a si mesmo, não apenas não se protege, mas vota nos Alckmins da vida…
Mais uma olhada nas redes sociais e aparece o caso da mulher grávida que foi presa, entrou em trabalho de parto, foi levada ao hospital e lá deu à luz… ALGEMADA!
Quem disse que o Brasil saiu da ditadura? As violências que o Estado praticava em favor de um número infinitesimal de ricos contra a gigantesca massa de pobres, continuam idênticas. Torturas, execuções sumárias, estupros, expulsão de famílias de suas casas. Tudo igual.
A democracia, no Brasil, é uma fachada, uma mentira, simplesmente não existe. Conto da carochinha. Lenda. Que democracia? Houve democracia no Pinheirinho, em 22 de janeiro? Nem Deus estava lá…
E pensar que por todo o país, o tempo todo, acontecem coisas parecidas. Talvez não tanto, não tão frequentemente e com a dimensão que em São Paulo, pois não há outro lugar, neste país, que tenha um povo que goste tanto de sofrer. Mas acontecem.
E, muitas vezes, o silêncio de autoridades diante desses massacres ocorre porque elas têm o rabo preso. Ou, ao menos, não têm coragem de confrontar esse amaldiçoado status quo, o famigerado “sistema”. Acabaram-se, pois, os heróis, os idealistas…
Sim, este país precisa de heróis. Infelizmente, pois, como dizem, pobre do país que precisa de heróis. E este país precisa. Muito. Um herói que se projete ao ponto de sua voz não poder ser ignorada e que não hesite em ficar do lado certo na hora certa.
Lula foi um protótipo de herói. Fez mais do que qualquer outro já fez no sentido de ao menos dizer o que deveria ser dito, apesar de ter logrado reduzir a injustiça de forma prática e não apenas retórica. Mas faltou muito para chegar a ser o herói de que o Brasil precisa.
Não o culpo. Suas dificuldades foram maiores do que a maioria dos políticos enfrentaria se tentasse fazer o que ele fez. Sua origem o debilitou tanto quanto debilita a qualquer outro que vem da pobreza extrema. O preconceito é uma entidade sobrenatural.

Defensoria Pública de São Paulo desmonta toda a história oficial sobre o Pinheirinho

por Conceição Lemes

Os deputados estaduais Adriano Diogo (PT) e Carlos Giannazi (Psol) promoveram nessa quarta-feira audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo para discutir a situação dos despejados do Pinheirinho. Participaram ex- moradores do acampamento, entidades e movimentos sociais, representantes do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), da Defensoria Pública e do Ministério Público do Estado.

O depoimento do defensor público Jairo Salvador desmonta toda a história oficial sobre Pinheirinho.

“Finalmente, alguém explica de forma clara, nua e crua, todo o imbróglio jurídico envolvendo o Pinheirinho”, afirma Adriano Diogo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alesp. “Um depoimento corajoso, que põe por terra desde as justificativas legais para a reintegração de posse até a da derrubada das casas. ”

Assista-o:

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Juízes queriam desmoralizar Calmon


“Queriam minar minha credibilidade no Judiciário”


Acusação de ter cometido crime, feita por associações de magistrados, foi o que mais abalou a corregedora


“Quando ouvi o voto da ministra Rosa Weber [pela manutenção dos poderes do CNJ para investigar juízes] minha cabeça não aguentou. Estou de enxaqueca, não tenho condições de comemorar. Eu vou dormir. Foi um desgaste muito grande”.


Foi o relato da ministra Eliana Calmon por telefone, ao editor deste Blog, pouco depois de ver reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira (2/2) a competência concorrente do CNJ para investigar magistrados.


A corregedora diz que acompanhou a sinalização da mídia e dos analistas, de que o resultado, em decisão apertada, seria desfavorável à posição da Associação dos Magistrados Brasileiros. “Mas, até o final, a gente viveu um clima de muita tensão”.


“O que mais me incomodou foi a posição das associações [AMB, Anamatra e Ajufe] ao me acusarem de ter cometido crime. Isso me deixou muito amolada, quase me desestabilizou. Queriam minar minha credibilidade no Judiciário”, afirmou.


A Corregedora Nacional de Justiça prometeu fazer uma avaliação do julgamento nesta sexta-feira.

(Collor de) Melo perde. Calmon vence


Weber, a Ministra que desempatou.


O Supremo Tribunal Federal, por 6 a 5, deu a vitória à heroína Eliana Calmon, aquela que pretende investigar os “bandidos de toga”, nos limites legais do Conselho Nacional de Justiça.

Perderam: o relator, (Collor de ) Melo, Peluso, que deixa a Presidência do STF melancolicamente, Celso de Melo, Fux e o murista Lewandovsky

Segundo levantamento do Prefessor Joaquim Falcão, que merecia estar no Supremo, diretor da Faculdade da FGV, do Rio, em 70% das questões que envolvem a Constituição (Collor de ) Melo perde

Ou seja, o ministro da Corte Constitucional não entende de Constituição.

Note-se que a Ministra Weber designada pela presidenta Dilma Rousseff, votou a favor da heroína Eliana Calmon.

A Associação dos Juízes perdeu.

O Corporativismo perdeu.

Os Juízes ganharam.

A Justiça ganhou.

O Brasil Ganhou.

Perderam: (Collor de ) Melo, Peluso, Celso de Melo, Fux, e Lewandovsky.

Lamentável.

Cinco votos contra a Democracia.

Viva o Brasil!


Paulo Henrique Amorim