Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

MT reage! Equipe se reúne para a contra-ofensiva kkkkkkkkkkkkkkkk

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​MT ​reuniu os aliados no Palácio​ para​ discutir as perspectivas de seu governo diante das mais recentes revelações da delação da​ empreiteira​ e da acachapante reprovação nas pesquisas.
Em seguida chegaram Corredor, Misericórdia, Tuca, Boca Mole​ - cada vez mais mole - e Todo Feio, visivelmente aborrecido com a alcunha.
Constataram-se as ausências de Caranguejo, que está preso desde que deixou a Presidência da Câmara, e Proximus, também preso.
Entretanto, apenas Decrépito justificou a ausência, alegando forte incontinência urinária.​
Ministro Supremo, criador de cangurus, não precisava nem comparecer: está sempre pronto para batalhas gloriosas!
- ​De um alto foncionário (revisor, não mexa!), 
conhecido como Ausêncio Trancato​​


Em tempo
: faltaram Reco-Reco, Bolão e Azeitona!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

LULA VAI À JUSTIÇA E DIZ QUE FOTO COM AÉCIO REFORÇA PARCIALIDADE DE MORO

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Metrô: Justiça (sic) absolve Serra A Fel-lha também


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Empurrado pela TV Record, Governador (sic) se dispõe a ir à cratera (Reprodução: IstoÉ)
Na Fel-lha:

Justiça inocenta 14 acusados por cratera do Metrô que deixou sete mortos

A Justiça de São Paulo inocentou todas as 14 pessoas acusadas de responsabilidade em acidente nas obras do metrô de SP que deixou sete mortos em janeiro de 2007. À época, o desabamento no canteiro de obras da estação Pinheiros, na zona oeste da capital, abriu uma cratera que engoliu caminhões, maquinários e quem passava por uma das ruas no entorno.

Após a tragédia, a maior da história do metrô paulistano, viraram réus de ação penal 5 funcionários da estatal (de médio ou baixo escalão, como gerentes e fiscais, mas ninguém da cúpula) e 9 do consórcio construtor ou de empresas terceirizadas (engenheiros, projetistas e um diretor).

As obras na linha 4-amarela eram de responsabilidade do Consórcio Via Amarela, liderado pela Odebrecht e integrado também por OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.

De acordo com a decisão da juíza Aparecida Angélica Correia, da 1ª Vara Criminal de SP, não ficou provado no processo que os técnicos do consórcio e do Metrô tinham condições de evitar o acidente.

Autor da ação, o Ministério Público de São Paulo recorreu da sentença em segunda instância. O recurso deve ser analisado em novembro pelo Tribunal de Justiça. Segundo a magistrada, em decisão de maio, as medidas de segurança disponíveis foram adotadas. "Ora, os acusados não tinham como prever o acidente", afirmou.

Ela ainda prossegue: "Todas as equipes acompanhavam cuidadosamente cada passo da execução e não apontaram qualquer situação que indicasse a possibilidade de um acidente". Ainda segundo a juíza, "o plano de emergência foi colocado em prática e de maneira eficiente, o que se verificou por meio das provas realizadas".

TÚNEL
O acidente nas obras do metrô de Pinheiros ocorreu em janeiro de 2007, quando desabou a parede de um dos túneis em construção. Segundo a Promotoria, os responsáveis pela obra detectaram problemas no túnel desde o mês anterior à tragédia. Na véspera do acidente, decidiram reforçá-lo com tirantes.

A obra continuou, porém, sem que isso fosse feito. Quando o túnel começou a ruir, os funcionários foram retirados, mas não foi adotada medida de segurança no entorno. A interdição da rua Capri, por exemplo, evitaria a maioria das mortes, já que seis das sete vítimas passavam pela via na hora do desabamento. A outra vítima era um caminhoneiro do consórcio.

Segundo a Defesa Civil, houve intervalo de cerca de dez minutos entre a retirada dos funcionários e o rompimento do túnel, tempo suficiente para interditar uma via.

Procurados, Metrô e Odebrecht não quiseram comentar.

 NAVALHA


Como se percebe, a Fel-lha só vem a citar o governador (sic) José Serra no nono parágrafo do texto.

Ela o absolveu, também...

Cerra tinha acabado assumir o (des)governo de São Paulo, plataforma que usou para chegar à Presidência (quando foi retumbantemente derrotado pela Dilma, em 2010).

Ele tentou fingir que a cratera do metrô nao era com ele.

Ficou escondido no Palácio.

O azar dele é que foi num domingo e o Domingo Espetacular, da Rede Record, ao vivo, sob a coordenação de Celso Zucatelli, fez uma cobertura devastadora da catástrofe.

E o ansioso blogueiro perguntava ao Zucatelli:

- Mas quem deixou a obra continuar, depois de saber que exigia uma proteção adicional: será que o Governador sabe?

Cerra foi lá.

De saída, inocentou-se e a todos.

No decorrer da apuração, se soube que o financiamento da obra - sob a imaculada batuta tucana - era totalmente irregular, cheia de "aditivos"...

E sumiu o Governador.

E sumiram os responsáveis.

Que somem de novo agora, protegidos pela Justiça!

A mesma que absolveu, ainda em São Paulo, os carniceiros do Carandiru.

PHA

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Silvia Hunold Lara: Jornalões tentam intimidar Historiadores pela Democracia usando linguagem que lembra o fascismo

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viomundo

O ofício do historiador e os formadores de quadrilha
por Silvia Hunold Lara, Historiadora, pela democracia
 
Nos últimos meses, um grupo de historiadores decidiu se manifestar publicamente em defesa da democracia.
Fazendo uso de meios de comunicação alternativos, criou nas redes sociais o grupo Historiadores pela Democracia, produziu vídeos e textos, além de um manifesto em defesa do governo legítimo que está sendo deposto por meio de um golpe.

Há ali gente de tendências diversas, tanto do ponto de vista político como profissional.
O que os une é a certeza de que o Legislativo e o Judiciário, com apoio dos grandes meios de comunicação, associaram-se para afastar do poder a presidente democraticamente eleita que, apesar da crise e de vários erros (incluindo relações ambíguas com a corrupção), vinha se mantendo na defesa de direitos básicos estabelecidos na Constituição.

Em 7 de junho, uma parte desse grupo foi ao Alvorada, prestar sua solidariedade a Dilma Rousseff, afastada da presidência sob a alegação de ter cometido “crimes de responsabilidade” que, aliás, também foram praticados por seus antecessores e por vários governadores e prefeitos.

O Legislativo fez uso de mecanismos constitucionais e o Judiciário estabeleceu o ritual do processo.
A aparente legalidade não esconde, entretanto o golpe articulado por forças retrógradas que se instalaram no poder e esforçam-se por dar uma guinada ultra liberal na economia, diminuir conquistas dos trabalhadores, limitar políticas sociais e restringir direitos humanos.
Os historiadores não foram os primeiros nem os únicos profissionais a se manifestar, nem a denunciar o golpe em curso.

Mas chamaram a atenção de dois dos principais jornais do sudeste brasileiro: um publicou um editorial agressivo contestando a qualidade profissional dos participantes do grupo (“O lugar de Dilma na história”O Estado de São Paulo, 14/06/16), e o outro um artigo, assinado por um de seus articulistas habituais, criminalizando o movimento (Demétrio Magnoli, “Formação de Quadrilha”, Folha de São Paulo, 25/06/16).

Ambos têm uma ideia bem tacanha do que seja o ofício do historiador.

O primeiro afirma que o papel da história é “o de reconstituir o passado para entender o que somos no presente”.

O segundo diz que “o historiador indaga o passado, formulando hipóteses que orientam a investigação e reconstrução da trama dos eventos”.

Pois aí está o problema: o papel do historiador nunca foi o de “reconstituir” o passado.
Analisando os documentos produzidos pelos diversos sujeitos que participam de um acontecimento ou fazem parte da sociedade, nós interpretamos o passado, procurando explicá-lo.
Essa explicação nunca é unívoca, posto que deve compreender as diversas forças que produziram os “fatos”.

Nem tampouco é singular: a história – como aprendem os alunos desde o primeiro ano do curso – não se escreve com verbos regulares e, geralmente, usa o plural.

Isso acontece com o passado histórico que, pela sua própria natureza, como o presente, é prenhe de tensões e vozes dissonantes.

O mesmo se dá com o trabalho dos historiadores, que só se realiza no diálogo com interpretações e explicações diversas.

Ao supor a unicidade da história e dos profissionais que denunciam o golpe, os dois jornalistas produzem um efeito de verdade muito útil para a defesa de suas posições.

O Estado de São Paulo acusa os Historiadores pela Democracia de serem “intelectuais a serviço de partidos que se dizem revolucionários”, registrando que todos aqueles profissionais estão a serviço do “lulopetismo”.

O articulista da Folha de São Paulo os coloca como militantes de um Partido totalitário.
O primeiro recorre a um neologismo depreciativo.

Ele faz par com outros, mais recentes, como “esquerdopata”, “petralha”, “feminazi”.
São substantivos coletivos que servem claramente para desqualificar todos os que não pensam como o emissor do discurso.

O uso varia conforme a ênfase que se queira dar: contra uma opção político-partidária, contra os que defendem princípios democráticos e/ou libertários ou os direitos das mulheres e de outras minorias.

Como se em cada um desses registros só coubesse uma forma única de ser e de pensar.

O tratamento coletivo e pejorativo serve, assim, a uma visão incapaz de abarcar a pluralidade.

O mesmo acontece quando se tenta explicar que a atitude desses historiadores estaria sendo conduzida por um Partido, com “P” maiúsculo.

Tal fantasmagoria só revela a completa ignorância do colunista em relação à diversidade de posições desses profissionais da área de História – alguns dos mais competentes e destacados, no Brasil e no exterior.

Além de associar dessemelhantes, o colunista da Folha acusa os Historiadores pela Democracia de possuírem “alinhamento ideológico” próximo ao “alinhamento corporativo” dos juízes do Paraná que tiveram seus salários divulgados em uma reportagem.

Como se trata de um atentado contra a liberdade de imprensa, ele analisa contradições entre a pretendida defesa dos valores democráticos por associações de magistrados e o assédio judicial cometido contra os jornalistas.
 
Aqui, o golpe e o “sequestro do sistema de justiça” podem ser denunciados.
Estranhamente, o articulista não associa os historiadores aos jornalistas, mas sim aos juízes, invertendo completamente a lógica mais elementar.

São os juízes que estão recorrendo a estratagemas e brechas do sistema legal para cassar, na prática (como diz o próprio Magnoli) os direitos dos jornalistas.

Se isso pode ser admitido nesse caso, por que não concordar com aqueles que denunciam que, “na prática”, o que se assiste é à produção lenta e gradual de um golpe contra a democracia?
Ao xingar, acusar e desqualificar, juntando desiguais sob o signo de comportamentos deploráveis, o colunista se aproxima – ele sim – mais dos juízes do que de seus colegas jornalistas.

O que, na manifestação dos Historiadores pela Democracia teria incomodado tanto os autores desses dois textos e seus patrões?

A pista está nos títulos.

O lugar que todos nós ocupamos na história não está nas mãos dos historiadores, nem terão esses profissionais uma só verdade sobre ela, como já expliquei.

Como são partidários de uma história unívoca e “verdadeira”, temem que a narrativa histórica não lhes faça “justiça”.

Historiadores do presente e do futuro certamente lerão os documentos produzidos ao longo desse processo e poderão mostrar, com base neles, as forças atuantes, seus protagonistas, os vencedores e vencidos, e aqueles que ficaram em cima do muro.

Todos nós temos um lugar – e aqueles que lutaram pela pluralidade e pela diversidade poderão estar juntos, mesmo sendo diferentes.

O nome disso é democracia.

Os que usam malabarismos retóricos para criminalizar os que não pensam como eles estão fora deste campo.

Ao imaginar uma quadrilha, usar neologismos pejorativos e maiúsculas generalistas, imputam ao outro unicidades que buscam apenas intimidar.
 
Certamente exageros e figuras de linguagem fazem parte da disputa de ideias e argumentos.
Mas nesses textos há mais que isso.

A história tem exemplos dolorosos desse tipo de comportamento – basta lembrar textos e atitudes de alguns jornalistas, militantes e intelectuais da Alemanha ou da Itália nos anos 1930.
O nome disso é fascismo.

Leia também:

Laura Carvalho resume o golpe do Temer

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Pedro Serrano: Se não invalidarem as provas na casa da senadora Gleisi, não temos mais lei no País

Gleisi, Moro e e Teori

Pedro Serrano*, em sua página no Facebook 

A cautelar de busca e apreensão em residência onde mora senadora da República, aliás também investigada, deveria ter sido concedida pelo STF, não por Juiz de primeiro grau.
Se as provas não forem invalidadas, não temos mais lei, Constituição, nem Judiciário independente e imparcial no País. Simples assim.

Pedro Serrano é professor de Direito Constitucional na PUC-SP

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O espetáculo da Lava Jato para o Jornal Nacional

Eis a nota dos senadores do PT:

A bancada de senadoras e senadores do Partido dos Trabalhadores vem a público manifestar total solidariedade à senadora Gleisi Hoffmann e sua família em face da prisão de seu marido, Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento e das Comunicações, cuja residência foi objeto de ação de busca e apreensão pela Polícia Federal.

A bancada estranha que tal prisão tenha ocorrido no momento em que a Nação toma conhecimento de fatos gravíssimos de corrupção que atingem diretamente o governo provisório, o qual se instalou justamente para tentar paralisar as investigações da Lava Jato. 

No entendimento da bancada, tal prisão e a invasão da sede do PT desviam o foco da opinião pública do governo claramente envolvido em desvios, para a oposição democrática, que sempre buscou a apuração de todos os fatos com isenção e transparência.

A bancada lembra, a esse respeito, que foram os governos do PT que aperfeiçoaram os mecanismos de combate à histórica corrupção em nosso país. Por isso, a bancada não teme quaisquer investigações, desde que sejam efetuadas com isenção e com o devido respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana e aos princípios constitucionais que regem o Estado Democrático de Direito.

Entretanto, a bancada repudia, com veemência, o claro abuso de poder cometido. A residência oficial da Senadora Gleisi Hoffmann foi invadida, na presença de seus filhos menores, pela Polícia Federal, sem a devida autorização do Supremo Tribunal Federal. Com isso, usurparam-se atribuições constitucionais exclusivas do STF e da Procuradoria-Geral da República. Trata-se de fato gravíssimo, que atenta contra o Estado Democrático de Direito.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Ao defender Azeredo, PSDB perde condição de criticar o PT

azeredo

 EDUGUIM
Ora, ora… Quer dizer, então, que toda aquela conversa dos tucanos de que o PT “protege” seus expoentes que foram condenados pela Justiça não passa de hipocrisia, caradurismo, falta de caráter, desrespeito supremo à inteligência alheia?
Por que não me surpreendo? Simples, porque é óbvio que aquele discurso, como 200% de tudo o que esse partido diz, não passa de canalhice.
O tucano mineiro Eduardo Brandão de Azeredo foi um dos fundadores do PSDB (1988). Governou Minas Gerais pelo PSDB de 1995 a 1999. Em 2005, quando foi acusado pelo Ministério Público de desvio de dinheiro público, era presidente nacional do PSDB.
Na semana passada, foi condenado pela Justiça a 20 anos de prisão por esses atos de corrupção.
Nesse momento, vale lembrar que há anos que o PSDB acusa o PT de defender expoentes condenados pela Justiça. Aécio Neves chegou a afirmar que o PT trata “como heróis” réus ligados ao partido e que foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal no escândalo do mensalão.
As críticas ao PT por não ter expulsado alguns de seus membros condenados pela Justiça também estão sempre presentes na grande mídia antipetista, isso não é segredo para ninguém.
Voltemos, pois, ao caso de Azeredo.
No despacho em que condenou o tucano, a juíza Marisa Pinheiro Costa Lage, da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, afirmou que ex-governador de Minas e ex-presidente nacional do PSDB falou mentiras aos investigadores “em todas as oportunidades que teve”.
Para a magistrada, que se debruçou nos 55 volumes dos autos desde março deste ano, a responsabilidade de Azeredo nos crimes de peculato (desvio de dinheiro) e lavagem ficou comprovada “mesmo que somente após um trabalho extremamente árduo de retirar, das entranhas do processo, o detalhe, a contradição, a mentira”, afirma na sentença.
A juíza não fez por menos e detalhou, passo a passo, sua afirmação de que Azeredo é um mentiroso:
1 – “Mentiu sobre as relações pessoais que possuía com os demais envolvidos,tentando fazer parecer que eram superficiais”, apontou a juíza em referência a proximidade de Azeredo com os outros investigados que participaram de sua campanha, alguns deles inclusive tendo se licenciado de cargos públicos para atuar na campanha tucana na época.
2 – “Mentiu ao afirmar que não se envolvia na campanha e de nada sabia sobre questões financeiras, o que restou comprovado por meio das declarações e depoimentos dos colaboradores de campanha, demonstrando, inclusive, que o acusado realizou reuniões com lideranças políticas, conforme declararam as testemunhas Carlos Welth Pimenta de Figueiredo, Ricardo Desotti Costa e Antônio do Valle Ramos. Além disso, o acusado realizou contratações diretas, conforme depoimento da testemunha coordenadores, Otimar Ferreira Bicalho, que afirmou ter recebido ligação telefônica de Eduardo Azeredo solicitando sua participação na campanha como gerente da equipe de pintura, afirmando ainda que Eduardo Brandão de Azeredo devia ter conhecimento das irregularidades, notadamente superfaturamento.”
3 – “Mentiu ao afirmar que Claudio Mourão (tesoureiro da campanha de Azeredo em 1998) fora o único responsável por toda a questão financeira da campanha, o que restou esclarecido pelas contradições no próprio interrogatório do acusado e pelos depoimentos das testemunhas referidas anteriormente.”
4 – “Mentiu sobre a participação de Marcos Valérios e a SMP&B na campanha eleitoral à reeleição de 1998, diante das declarações de Clésio Andrade, Marcos Valério, Cláudio Mourão, Denise Landim, Leopoldo José de Oliveira, José Vicente Fonseca e Alezandre Rogério Martins da Silva”.
5 – ” Mentiu sobre os patrocínios determinados pelo Governo do Estado às empresas estatais Copasa, Comig e Bemge, restando claro que foi o acusado Eduardo Azeredo quem os determinou para financiar sua campanha, diante de todas as provas relatadas no item respectivo.
6 – “Mentiu sobre o pagamento das dívidas de Cláudio Mourão e Marcos Valério, sendo que, nesse caso, a mentira foi tão despudorada que prescindível depoimento de testemunha. A análise das próprias declarações do acusado já seria suficiente para demonstrar o tamanho da inverdade.”, afirma a magistrada em referência ao episódio quando Cláudio Mourão procurou Azeredo em 2002 para cobrar uma dívida de R$ 700 mil da campanha de 1998 que acabou sendo quitada por meio de um cheque de Marcos Valério.
7 – “Enfim, aliados a todos os depoimentos, declarações e documentos que, por si sós, foram capazes de demonstrar o caminho de mentiras em que se enveredou o acusado Eduardo Azeredo, encontram-se as declarações de Clésio Andrade, que afirmou que todas as decisões da campanha eram tomadas por Eduardo Azeredo, Walfrido dos Mares Guia, Cláudio Mourão, Álvaro Azeredo e João Heraldo, as quais, associadas às declarações e depoimentos das testemunhas Nilton Monteiro, Vera Lúcia Mourão e Carlos Henrique Martins Teixeira, são uníssonas em afirmar que o acusado tinha conhecimento de toda trama envolvida em sua campanha eleitoral, tornando-se essa, portanto, a única versão possível e plausível para os fatos dos autos.”, segue a juíza na sentença.
Diante dessa enxurrada de acusações da magistrada para embasar sua decisão de mandar o tucano para a cadeia por mais de duas décadas (sentença que supõe crimes ainda mais graves que os atribuídos, por exemplo, a José Dirceu, do PT, cuja pena, no julgamento do mensalão, não foi metade disso), qual foi a reação do PSDB?
Em nota oficial, o partido diz que “Conhece a trajetória política e a correção que sempre orientou a vida do ex-senador e ex-governador” e, assim, deu a ele todo seu apoio, dizendo-o “inocente”.
A posição do PSDB em nada difere da posição do PT em relação, por exemplo, a José Dirceu. Os dois partidos apoiaram seus expoentes após serem condenados pela Justiça. Qual a diferença, então, que autoriza o PSDB a acusar o PT de defender os seus expoentes condenados pela Justiça?
O argumento dos tucanos para justificar tal postura é de revolver o estômago: Azeredo “só” teve “um” julgamento, na primeira instância.
É mesmo, é? E quantos julgamentos, diabos, teve Dirceu? Dez? Vinte? Dirceu também só teve um julgamento, no STF. E o que é pior, a lei foi violada ao não lhe conceder o benefício dado a Azeredo de não ter sofrido com um rito sumário (extremamente rápido) no STF.
Explico: Dirceu não tinha “direito” a “foro privilegiado” (ser julgado pelo STF) quando foi submetido a julgamento simplesmente porque não tinha mandato popular no momento da aceitação de seu julgamento. E Azeredo tinha.
Azeredo não poderia ter sido julgado em primeira instância porque era parlamentar. Então, em uma manobra imoral, em fevereiro do ano passado renunciou ao mandato de deputado federal para não enfrentar o julgamento no STF, já que é irrecorrível e, assim, diminui as chances do acusado.
Só faltaria, pois, alguém vir dizer que é melhor ser julgado pelo Supremo; se assim fosse, Azeredo não teria promovido essa atitude covarde que, aliás, não foi tomada por Dirceu, que se recusou a renunciar ao mandato de deputado federal quando foi denunciado pelo mensalão.
Os tucanos se julgam muito espertos e, assim, acreditam que enganam a sociedade ao terem a cara-de-pau de acusar o PT por ficar ao lado de seus expoentes condenados enquanto faz o mesmo com os seus expoentes igualmente condenados.
É por isso que o PSDB perdeu as quatro últimas eleições presidenciais e perderá a próxima, mesmo que, dessa vez, não seja para o PT, porque o Brasil sabe o quão hipócritas e mentirosos são os tucanos. E eles apenas acabam de dar mais uma prova disso.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O juiz do Porsche tem direito de defesa ou vamos metê-lo numa cela da PF?





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O juiz do Porsche tem direito de defesa ou vamos metê-lo numa cela da PF?

Autor: Fernando Brito
O Dr. Flávio Souza, colega e aluno da escolinha do Dr. Sérgio Moro, mostrado ontem cedo aqui, horas depois foi flagrado dirigindo, gostosamente, o Porsche apreendido de Eike Batista, além de guardar, com alto espírito público, uma picape do empresário na garagem do seu prédio.

Ele, o juiz vingador, que ameaçava “esmiuçar a alma” do réu, “pedaço por pedaço” parece ter começado pelo pedaço mais agradável e invejado.

Eike decorava a sala de sua casa com um Lamborghini, o Dr. Flávio parece ter preferido decorar o Fórum com o carrão.

Abriu-se contra ele uma sindicância, não um processo criminal por peculato.

Muito menos fez-se a prisão – neste caso em flagrante, porque o carro ali estava, no momento da denúncia – contra o magistrado.

Ao contrário, o Juiz Flávio ainda tem a caradura de dizer à Folha que isso é praxe.

“É absolutamente normal, pois comuniquei em ofício ao Detran que o carro estava à disposição do juízo. Vários juízes fazem isso.”

Será que os valentes integrantes do Ministério Público vão pedir a prisão provisória de Sua Excelência, numa cela coletiva com “privada em público” até que ele confesse, talvez em “delação premiada” que são os outros “vários juízes (que) fazem isso”?

Não seria o caso de um “ato exemplar” de Justiça?

Terá o Dr. Flávio o privilégio que não teria, certamente, o funcionário da garagem do Tribunal se decidisse “dar uma voltinha” com o possante?

Não, o Dr. Flávio deve responder por seus atos como qualquer pessoa e não pode ser coagido, pela prisão, a delatar os outros juízes bandalhos.

Tem o direito que não se lhe “esmiuce a alma”, mas apenas seus atos.

Pois, meu caro amigo e querida amiga, o Dr. Flávio é um ser humano e um cidadão e não deve ser submetido a ilegalidades, não importa o quão imoral tenha sido o ato praticado. O critério para a prisão é o da periculosidade e o de ter capacidade de impedir ou distorcer a investigação do crime, o que até se poderia alegar neste caso, “forçando a barra”.

Quando publiquei o post de ontem, saltava aos olhos que o Dr. Flávio havia perdido o decoro ao sair da posição de juiz isento e austero para a de “vingador da corrupção”.

E o decoro, como se sabe, é a antessala da violação.

Por isso, caro amigo, quando encontrar um moralista arrogante, que se quer mostrar “paladino da honestidade”, cuide da carteira e prepare o estômago.

E lembre que o Vinícios de Moraes, há uns 50 anos, cantou: “O homem que diz “sou”, não é!”

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O suplício de Hércules

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Este Hércules, de sobrenome Menezes Santos, não é nenhum gigante musculoso, nem parece ter a proteção dos deuses.

É “negro, baixo e troncudo” e isso lhe valeu um ano – mais precisamente, um ano, um mês e dois dias – de cadeia “preventiva”, como nos conta o bom texto da repórter Constança Rezende, em O Dia.
Durante o qual perdeu, certamente, mais do que a namorada, o emprego e o pouco que conseguira guardar como  funcionário de uma rede de supermercados.

Perdeu, com certeza, algo por dentro de si, que terá de fazer um esforço hercúleo para voltar a existir dentro deste Hércules de Nova Iguaçu: fé na Justiça e que o Olimpo é longe, muito longe da Baixada Fluminense.

Hércules estava no Facebook de um homem acusado de ser receptador de rodas de automóvel roubadas.
Negro, baixo e troncudo, foi “reconhecido” por testemunhas de um dos roubos.

Ora, crioulo, ainda mais “baixo e trocudo”, só podia ser.

Assim, tipo o Obiang da Globo no Sambódromo.

Hércules não fugiu da acusação, ao contrário.

“Reuni meus documentos e fui correndo para a delegacia para tentar esclarecer algum mal entendido. Mas lá já me algemaram, como se eu fosse um criminoso”.

E não era, assim “negro, baixo e troncudo”?

Também não adiantou que pessoas presentes ao aniversário da filha de amigos, onde Hércules estava na hora em que, supostamente, estaria roubando o carro, adiantou.

Sabe como são os pobres, eles se protegem uns aos outros, não é?…

Não sei, mas é provável que Hércules de início não tivesse advogado – essa raça que protege bandido – e mesmo um defensor público – outra praga que vive protegendo criminosos.

Depois, passou a ser defendido pelo escritório Fernando Fernandes.

Mas tinha “testemunhas” de seu crime, que reconheceram o “negro, baixo e troncudo” Hércules .

O Sr. Doutor Promotor, com certeza muito preocupado em defender a segurança das rodas de automóvel, mandou o Hércules para a cadeia, com o “de acordo” de um Juiz de Direito igualmente cioso da integridade de aros e pneus.

Um ano, um mês, dois dias e depois de as testemunhas terem dito em Juízo que podia, quem sabe, talvez, ser outro “negro, baixo e troncudo” que tivesse roubado.

Ainda assim, negaram-lhe um habeas-corpus na 8a. Câmara Criminal, agora em janeiro. Afinal, o que é o princípio da presunção da inocência, perto da presunção de infalibilidade do doutor delegado, do doutor promotor e do doutor juiz, que não são nem negros, nem baixos ou troncudos.

Então, Suas  Excelências, num gesto largo de bondade, mandaram soltar Hércules, ou o Hércules sem o pedaço da alma que perdeu nesta história. Da alma e da vida, como conta o advogado Marcelo Dias, da Comissão de Igualdade Racial da OAB do Rio:

“Hércules deixou de receber salário e teve danos morais e psicológicos. Ficou amargando na prisão neste período todo. Ele trabalhava com carteira assinada, tinha endereço fixo, e não tinha antecedentes criminais. Pelo Código Penal, ele não apresentava risco à sociedade e poderia responder o caso em liberdade”.

Se alguém queria saber dos riscos de uma prisão provisória ser prolongada e prolongada e como “garantismo” é essencial para a humanização da Justiça, aí está uma boa história.

Para os que não são negros, baixos, troncudos e pobres refletirem o que lhes poderia acontecer, como acontece aos que são.

PS. Ah, só como ilustração: o Hércules que não era de Nova Iguaçu, mas da Tessália, na Grécia, morreu queimado por uma poção que sua amante, Djanira, colocara em sua roupa, e que pensava lhe garantir-lhe seu amor. Quando Djanira soube que, em lugar do amor, lhe trouxe a morte, enforcou-se. Não haverá, certamente – que bom – a necessidade de tanto: aos pedaços, este Hércules sobreviveu.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Dr. Moro, o senhor está dizendo que o STF pode ser corrompido?

 
O Conversa Afiada reproduz comentario do amigo navegante André Crasoves, a propósito de “Moro ter dito que o da Justiça coonestou a pressão política que sofreu de advogados de empreiteiras :



Reprovável, senhor magistrado, é atropelar a lei, renegando a Constituição, ao mesmo tempo em que usa das prerrogativas por ela asseguradas em favor do seu projeto de desmonte da Petrobras e da soberania do Brasil. Reprovável é atacar o Estado democrático de direito, reconquistado após anos de luta e das atrocidades cometidas pela ditadura contra aqueles que se insurgiram contra ela. Reprovável é conduzir sob vara cidadão que não fora intimado e, portanto, não se recusara a comparecer perante o Juízo; ainda mais reprovável é ordenar que, para tanto, se invadisse o domicílio desse cidadão, contra quem nada está provado. Reprovável é ser casado com assessora de membro do PSDB e, estranhamente, só haver acusação contra membro do PSDB já morto. Reprovável é manter em cárcere cidadãos, não importando sua classe social ou ocupação, sob condições desumanas e sofrendo humilhações e tortura física (sob a forma das condições do cárcere) e psicológica, mediante o terror infundido, envolvendo eventual prisão de familiares e a manutenção indeterminada de prisão francamente ilegal. Reprovável, senhor juiz, é atropelar os procedimentos legais e agir conforme seus delírios de grandeza e … Reprovável, senhor magistrado, é a omissão do STF e do CNJ, perante os atos reprováveis que você tem praticado, assim como os atos dos outros … a seu serviço. Espero, senhor magistrado, que a História e a Justiça, diferente do que tem sido, julgue seus atos e lhe dê o merecido lugar de traidor deste país e deste povo.
Leia também:

AMAURY QUER A LISTA DO HSBC




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Registrou-se alguma tentativa de interferência do Ministro da Justiça sobre o Sr. Dr. Juiz Sérgio Moro?
Acaso José Eduardo Cardozo telefonou-lhe pedindo para “aliviar” alguém?

Seu trabalho – que não é o de acusar, mas o de julgar – foi obstaculizado por alguma ação do Ministério da Justiça?

Não.

Então, Dr. Moro, o senhor está cometendo os maiores pecados que pode praticar um Juiz.

O de falar sobre o que está fora do processo judicial aos seus cuidados.

Referir-se aos advogados dos réus como “emissários dos presos” é fazer uma redução criminosa do papel da advocacia.

Pretender que eles não possam discutir o procedimento do juízo e, até, suas decisões – desde que as cumpram – é manifestar uma visão autoritária da Justiça, própria dos absolutistas, que consideram o exercente do poder algo próximo de Deus, sobre quem não se permite dúvida ou discordância.

Coisa de tiranos, não de homens da Justiça.

O senhor, por acaso, tem a seu lado o acocoramento do espírito da liberdade que, um dia, já ficou de pé neste país.

Dizer que é necessária a manutenção de uma prisão preventiva para  “preservar a integridade da Justiça contra a interferência do poder econômico” é o mesmo que dizer que as instâncias judiciais acima da sua – porque, certamente, só o que erode sua independência é  o arreganho autoritário que lhe acompanha o narcisismo – são corruptíveis.

No caso, o Supremo Tribunal Federal.

É a ele que o senhor acusa de estar sujeito à “interferência do poder econômico”.

Mais especificamente,  chama de corruptível ao Ministro Teori Zavaski, a quem cabe apreciar, em segunda instância, suas decisões?

Porque é essa a exegese de suas palavras desabridas.

O senhor acha que o Ministro da Justiça, que não tomou sequer a providência de mudar a equipe de delegados que se refestelaram no facebook em politicagem eleitoral, vai ser portador de pressões econômicas sobre os ministros do Supremo?

Porque é o Supremo, e  só ele, quem pode revogar suas decisões.

Se em relação a Cardozo é um delírio, em relação aos integrantes do STF é uma ofensa.

O senhor está fazendo, na prática, uma acusação à honra dos ministros do STF que, se tiverem brio, hão de lhe chamar às falas mediante simples representação.

Infelizmente, brio parece estar mais escasso no Brasil do que as chuvas.

Mas, apesar do avassalamento dos caráteres, haverá pessoas do povo, simples como eu, a perguntar-lhe:

afinal, Dr. Moro, a quem o senhor está chamando de corruptor e de corrupto, além dos réus a quem o senhor, generosamente  – depois de te-los chamado de “bandidos profissionais” já perdoou-

A quem o senhor diz que haveria a malsinada “interferência do poder financeiro”?

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Terminou a “semana Aécio”. Agora é a hora da verdade

memoria

A fase que naturalmente viria depois do surpreendente resultado positivo alcançado nas urnas por Aécio Neves no primeiro turno terminou ontem, com a melancólica adesão de Marina Silva contorcendo-se em palavras pedantes para explicar como não a tendo atendido em nada, o  PSDB terá seu voto e seu apoio, tudo o que disse antes que os tucanos não teriam, sem meias-palavras, devidamente gravadas.

Foi o último ato de uma semana de artilharia pesada, a começar pela utilização asquerosa da Justiça como ferramenta de campanha, com um “sigilo seletivo” inexplicável, ainda mais quando envolve a formação da decisão de voto do eleitor, um magistrado que dependerá do próximo presidente para ser indicado, como sugere a Associação de Juízes Federais – que aliás decretou uma “greve branca” para aumentarem-se os R$ 30,5 mil que recebem entre vencimentos e auxílio moradia.

Mas o canhoneio não foi somente este: a barragem de fogo da mídia e das oligarquias políticas foi intensa e impiedosamente monolítica.

E temperada com pesquisas produzidas sem que ninguém as contratasse e, depois, vendidas no varejo a quem quer converncer a população de que esta eleição está ganha por Aécio Neves.

Agora, porém, começa um novo período, em que o povo brasileira vai poder olhar diretamente não o que dizem dos candidatos, mas o que dizem os candidatos, no confronto direto dos debates, agora sem o diversionismo de candidatos que, em geral, nada visavam senão a promoção pessoal.

Aécio Neves, como qualquer um a quem faltam ideias e origens, vai buscar o papel de bom-moço, daquele que está sendo atacado, mas que está interessado em “apresentar propostas”.

Claro, não precisa “atacar”, mas apenas se vale dos ataques que faz a mídia ao governo Dilma de maneira furiosa, num desequilíbrio monstruoso do qual já se tornou enfadonho falar, mas é imperioso fazê-los nos debates, até como forma de “vacinar” a população pelo que ainda virá.

Desta maneira, também, Aécio protege-se do seu principal defeito: é frágil no confronto direto.
Natural, aliás, para quem teve uma formação na vida fácil de “filhinho de papai” e “netinho de vovô” e viveu, desde antes de completar 18 anos, do nepotismo político administrativo.

Tão natural que ele próprio o registra em seus dados biográficos na Câmara dos Deputados, que aos 17 anos (ele nasceu em 1960) já fora nomeado para o Conselho de Defesa Econômica e, depois, para um cargo de assessor na Câmara.

Dilma, ao contrário, terá de ser firme e se fixar mais na postura política e no significado de uma eleição presidencial do que nos debates anteriores, onde buscava, essencialmente, apenas preservar seu favoritismo.
Agora, porém, chegamos à batalha decisiva, onde é preciso demonstrar claramente que Aécio, o “novo” é o que de mais velho existe na política e que é a reencarnação medíocre de um passado de sofrimentos para o povo brasileiro.

E que não pode voltar.

sábado, 11 de outubro de 2014

O caso Petrobras e a Justiça das incríveis coincidências

coincid
O mundo, realmente, deve ser muito pequeno.
O doleiro Alberto Yousseff já foi acusado, processado, firmou um acordo de delação premiada, rompeu-o e foi condenado por um juiz criminal do Paraná.
Em 2004, dez anos atrás, pelo caso Banestado, que envolvia lavagem  de dinheiro para campanha da dupla Jaime Lerner (DEM), que tinha uma coligação informal com Álvaro Dias (PSDB) em 1998.
Quem era o juiz?
O Dr. Sérgio Moro, que definia o doleiro como “um bandido profissional”.
Um década depois, outro  processo envolveu Yousseff e, por uma destas artes incríveis do destino  o juiz é o mesmo Dr. Sérgio Moro.
A menos que haja uma conexão entre os dois casos, separados por mais de uma década, só pode ser uma imensa coincidência.
Yousseff ficou preso até fevereiro de 2004. Dois meses antes de seu atual comparsa, Paulo Roberto Costa, conseguir, indicado pelo falecido deputado José Janene, do PP.
E passa a ser operador de Costa.
Não parece crível que um executivo corrupto vá chamar para ajuda-lo em operações secretas um camarada que acaba de ser solto, depois de gramar meses de cadeia por corrupção empresarial (e política).
Afinal, há dúzias de operadores financeiros “ficha limpa”, sem condenação criminal e muito menos cadeia, prontos a “fazer o serviço” por polpudas comissões.
Fica-se sabendo agora que o Dr. Moro nada tem a opor ao vazamento dos depoimentos de Yousseff e Costa porque seriam ”um consectário normal do interesse público e do princípio da publicidade dos atos processuais em uma ação penal na qual não foi imposto segredo de justiça” e que não estariam relacionados com a delação premiada de Costa e Youssef.
Mas, diga o leitor, se dizer que se pagava propinas a partidos políticos não está relacionado à delação premiada negociada com o STF, o que estaria?delação
Porque Yousseff e Costa, num estranho balé verbal, usaram a expressão “agentes políticos”, para fazerem suas acusações a políticos e não tenham se referido a ninguém que, por deter mandato, estivesse sob foro do STF?
Porque isso foi uma ordem do juiz Moro, transcrita na Folha:
“Esse processo em participar diz respeito a supostos desvios de valores da Petrobras através de empresas contratadas da Petrobras. Antes de lhe indagar a esse respeito, vou fazer alerta: não tratamos autoridades com foro privilegiado porque vão ser tratadas pelo STF, então, não decline nomes de autoridades. Pode se referir a agentes políticos, agentes públicos. Evidentemente, isso vai vir a público no momento adequado”.
Quer dizer, então, que se não se falar o nome do “agente político” que deve ser julgado no STF, qualquer juiz de comarca pode tratar daquele suposto ilícito que teria de ser apurado e julgado numa ação penal da Suprema Corte?
Porque, se era público, não se permitiu o acesso de todos e “vazou” um vídeo, com características de gravação clandestina, sem imagens e apenas o áudio? Certamente não foi por obra do advogado de Yousseff, Dr. Figueiredo Basto, que só por acaso era, até poucos meses,  integrante nomeado (pelo  governador  tucano Beto Richa) do conselho de uma estatal paranaense e ele próprio advogado de Richa em pelo menos uma ocasião, não é?
E o  seria  ”momento adequado” para vir a público, Dr. Moro, o senhor poderia fazer a fineza de explicar-nos, a todos quantos confiamos na isenção do Judiciário”?
Seria no momento em que todas as tevês e jornais iriam colocar acusações de um ladrão e seu doleiro “bandido profissional” – na sua própria definição, Dr. Moro –  como imputações a partidos e candidatos que não têm sequer o direito de saber das acusações que existem, porque, para negar-lhes acesso a elas, aí vale o segredo de Justiça?
Ah, foi tudo casual, espontâneo, coincidência….

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Grupo “antipetista” da PF prepara denúncia para o 2º turno


Escrevo da capital da República. Estou aqui desde a tarde de quinta-feira (25) para participar, nesta sexta, de evento a ser divulgado em breve. Devido a tais compromissos, divulgo, de forma sucinta, informação (não tão) surpreendente a que tive acesso aqui em Brasília.

Lula e Dilma Rousseff dizem que fortaleceram e deram condições de trabalho à Polícia Federal para investigar a qualquer um, “doa a quem doer”. Contudo, fizeram bem mais do que isso, como será demonstrado a seguir.

O Ministério da Justiça permite que funcione na Polícia Federal um conclave de agentes e delegados que, segundo as informações obtidas, tem pessoas com “grande influência” junto ao diretor-geral da instituição, Leandro Daiello Coimbra, e que anuncia, abertamente, que pretende “tirar o PT do poder”.

Segundo a minha fonte, o recente “vazamento” de “convites” da PF a Lula para depor teria sido produto de ações desse grupo “antipetista” da Polícia Federal. Os agentes procuraram Folha de São Paulo e Estadão simultaneamente e passaram a “informação” de que “há 7 meses” tentam “ouvir” o ex-presidente.

Mas não é só. Esses policiais estão vasculhando a vida de expoentes do PT e desencadearam uma busca frenética por qualquer dossiê, por qualquer denúncia que possam usar no segundo turno para tentar impedir a reeleição de Dilma Rousseff.

A atuação desse grupo, inclusive, não é um segredo tão bem guardado. Minha fonte afirma que a campanha de Dilma sabe de sua existência, o ministro da Justiça sabe, o diretor-geral da PF sabe. E ninguém faz nada, apesar de ser ilegal uma instituição como essa ter grupos promovendo atuação político-ideológico-partidária.

O que não se sabe, o que não se compreende, o que é difícil de aceitar é que dinheiro público seja usado para financiar perseguições políticas por setores de uma Polícia que NÃO PODE – ou não deveria poder – usar critérios políticos ou ideológicos em seu trabalho.

O governo do PT dar liberdade a órgãos de controle, é compreensível e até desejável. Contudo, permitir aparelhamento político e ideológico da PF – e ainda contra o próprio governo e o partido do governo -, é absurdo. Esse fato precisa ser apurado. Já.

domingo, 16 de março de 2014

Gilmar Mendes será interpelado por 214 pessoas no dia 21 de março


Após mais de um mês, finalmente chega ao fim uma verdadeira epopeia para reunir mais de duas centenas de pessoas dispostas a interpelar o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes por ter afirmado que os cidadãos que doaram recursos financeiros aos condenados pelo julgamento do mensalão estariam envolvidos em “lavagem de dinheiro”.
A iniciativa foi proposta por este Blog no dia 14 de fevereiro, no post Gilmar Mendes o caluniou e a mídia o amordaçou. Você quer reagir? O texto propôs interpelação judicial do ministro, para que explique suas acusações genéricas e sem provas. Essa proposta recebeu 532 comentários favoráveis.
Pela lógica, no entanto, como José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e João Paulo Cunha receberam milhares e milhares de doações, o número de interessados em interpelar Mendes deveria ter sido muito maior. Mas não é assim que as coisas funcionam. Interpelar judicialmente um ministro do STF não é igual a colocar seu nome em um abaixo-assinado na internet.
Enfim, diante dessas centenas de pessoas inconformadas com as declarações de Mendes, o Blog, com o auxílio de duas leitoras, fez uma triagem e chegou ao número de 411 pessoas que se mostraram dispostas a levar a cabo a iniciativa da interpelação.
Havia um sentimento difuso de que alguma reação se fazia necessária. Assim, o signatário desta página saiu em busca de um advogado que se dispusesse a levar essa iniciativa adiante. Não foi fácil. Três advogados consultados preferiram não se envolver por terem causas no STF que acreditaram que poderiam ser prejudicadas caso interpelassem um ministro daquela Corte.
É uma barbaridade ou não é advogados acreditarem que pode acontecer uma retaliação na Suprema Corte de Justiça do país? Isso diz muito – até demais – sobre a nossa democracia.
Seja como for, acabei encontrando um escritório de advocacia disposto a levar o processo de interpelação adiante. São três advogados jovens – dois com pensamento de esquerda e um de direita. E cobraram caro para promover a interpelação, até porque terão que organizar centenas de nomes, verificar centenas de documentos, dando tratamento individual a cada cidadão.
Por conta desse sentimento de que o cidadão brasileiro ainda não é totalmente livre para exercer seus direitos, das 411 pessoas que receberam e-mails deste Blog com a relação de documentos que deveriam enviar para participar da ação, após semanas 214 dessas pessoas enviaram tudo que foi pedido até o prazo final para adesão – o último dia 12.
A partir daqui, não poderá haver mais adesões.
As pessoas que se dispuseram a levar adiante essa iniciativa estão assumindo uma responsabilidade muito séria e é compreensível que essa maioria esmagadora dos doadores não tenha querido participar.
Contudo, foi um ato de extrema coragem e ousadia dos que aderiram, pois, neste país, ainda subsistem os efeitos deletérios gerados por duas décadas de ditadura militar.
Em uma democracia na acepção da palavra, um ministro do Supremo Tribunal Federal é apenas um servidor público. Não tem mais ou menos direitos do que o mais humilde dos cidadãos. Contudo, Mendes tem fama de ser vingativo e truculento. Pelo menos é o que dizem por aí. Sendo ou não justificada essa fama, foi o que bastou para intimidar as pessoas.
Claro que outros sentimentos também se fizeram presentes. Muitos julgam que não têm o que explicar e que se esse ministro vê alguma ilegalidade no processo de arrecadação aos condenados do mensalão, ele que prove. Afinal, apesar do famigerado Domínio do Fato – instrumento autoritário usado para condenar os réus do mensalão –, o ônus da prova ainda é de quem acusa.
Na semana que entra, portanto, o processo será finalizado. Na segunda-feira (17), enviarei nomes e documentos ao escritório de advocacia. Na terça-feira (18), irei até lá com cheque administrativo do valor arrecadado para pagar a ação. Como o advogado pediu dois dias para prepará-la, na sexta-feira (21) a interpelação será protocolada no STF.
Vale comentar, ainda, sobre pessoa de Minas Gerais que entrou antes com interpelação de Mendes. Uns 10 dias após eu ter encontrado um escritório de advocacia que aceitou representar as centenas de pessoas supracitadas, apareceu um advogado do interior dizendo que decidiu interpelar também o ministro, mas que a interpelação teria que ser “em seu nome”.
Não entendi direito o que propunha, mas, naquele momento, já havia enviado relação de documentos a centenas de pessoas e pelo menos uns 70% delas já havia retornado. Propus a esse advogado que esperasse terminarmos o processo de documentação dessas 214 pessoas, mas ele tinha pressa para chegar antes com a sua interpelação isolada.
Conforme vários advogados consultados por este Blog, porém, essa interpelação de uma só pessoa não terá legitimidade sequer parecida com a de outra que congrega 214 pessoas. Aliás, ação coletiva de 50 pessoas costuma ser considerada expressiva; de centenas de pessoas, então, mostrará ao Judiciário um sentimento latente na sociedade.
A medida que está sendo anunciada por esta página é histórica. Jamais grupo tão expressivo de cidadãos se organizou dessa forma para questionar tão alta autoridade da República por ter violado a honra de cidadãos comuns. Demorou para organizar toda essa gente, mas o processo chegou ao fim. 214 brasileiros exigirão satisfação de Gilmar Mendes.
Parabéns ao envolvidos. Vocês estão fazendo história.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Aécio ficou doidão? Ação judicial secreta para censurar Google e Facebook? Pó pará…

censura
Incrível.
Mas é a Folha que traz a noticia.
Aécio Neves quer proibir, nos sites de busca e nas redes sociais, links, perfis, páginas, tudo o que eventualmente faça menção a ligações entre ele e o “uso de entorpecentes” e à ação em que foi acusado de não aplicar o mínimo constitucional na Saúde durante sua gestão como governador de Minas Gerais.
Está movendo, sob sigilo, duas ações judiciais em São Paulo contra aos sites de busca e o Facebook.
Resumindo: quer impor a censura prévia na rede.
Na primeira ação, já perdida em primeira instância, Aécio quer suprimir menções a um eventual “desvio de verbas”, pelo fato de o Ministério Público tê-lo acusado de “maquiar”  as contas estaduais contabilizando recursos aplicados em  saneamento básico para completar aparcela constitucional obrigatória para a Saúde.
Na segunda, iniciada em dezembro passado, diz a Folha, “o tucano pede providências contra “comunidades e perfis” em redes sociais que “atribuem ao político a condição de usuário de entorpecentes”.
Como o processo, a pedido dos advogados de Aécio, corre em segredo de Justiça, não é possível saber se ele também pede providências contra o Estadão, que publicou artigo de amigo de José Serra, Mauro Chaves,  com o famoso “Pó pará, governador”. Até então os hábitos privados de Aécio, verdadeiros ou não, ficavam no âmbito de sua vida pessoal.
Da mesma forma que foi no Uol, através da coluna de Juca Kfouri, que se sou de seu currículo como estapeador de mulheres.
Os advogados do Google disseram, na ação,  que Aécio “parece sensível’ demais às críticas sobre sua atuação”.
É aquele famoso ditado: “quem foi mordido por cobra até de minhoca tem medo”.
Claro que Aécio vai perder, porque estamos numa democracia e ele tem todo o direito de processar os autores do que considera – e pelo volume de menções na rede, o povo não – mentiroso e ofensivo.
Aécio, além de autoritário, é burro.
Primeiro, porque permite imaginar o que faria como presidente da República em matéria de liberdades, se não bastasse saber o que fez da  liberdade de imprensa em Minas Gerais.
Segundo, porque agora qualquer um pode dizer, sem medo de processo, que ele é Aécio Neves, aquele que quer proibir, na Justiça, que digam que ele é usuário de…
Desculpem, mas só dizendo: Pó pará, senador…

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

BARBOSA QUER CONTRATAR AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE