Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

É presidenta, mesmo ! Com “a”


Marcos Bagno: É presidenta, sim!


O Brasil ainda está longe da feminização da lín-gua ocorrida em outros lugares. Dilma Rousseff adotou a forma “presidenta”, que assim seja chamada.

Se uma mulher e seu cachorro estão atraves-sando a rua e um motorista embriagado atinge essa senhora e seu cão, o que vamos encontrar no noticiário é o seguinte: “Mulher e cachorro são atropelados por motorista bêbado”. Não é impressionante? Basta um cachorro para fazer sumir a especificidade feminina de uma mulher e jogá-la dentro da forma supostamente “neutra” do masculino. Se alguém tem um filho e oito filhas, vai dizer que tem nove filhos. Quer dizer que a língua é machista? Não, a língua não é machista, porque a língua não existe: o que existe são falantes da língua, gente de carne e osso que determina os destinos do idioma. E como os destinos do idioma, e da sociedade, têm sido determinados desde a pré-história pelos homens, não admira que a marca desse predomínio masculino tenha sido inscrustada na gramática das línguas.

Somente no século 20 as mulheres puderam começar a lutar por seus direitos e a exigir, inclusive, que fossem adotadas formas novas em diferentes línguas para acabar com a discriminação multimilenar. Em francês, as profissões, que sempre tiveram forma exclusivamente masculina, passaram a ter seu correspondente feminino, principalmente no francês do Canadá, país incomparavelmente mais democrático e moderno do que a França. Em muitas sociedades desapareceu a distinção entre “senhorita” e “senhora”, já que nunca houve forma específica para o homem não casado, como se o casamento fosse o destino único e possível para todas as mulheres. É claro que isso não aconteceu em todo o mundo, e muitos judeus continuam hoje em dia a rezar a oração que diz “obrigado, Senhor, por eu não ter nascido mulher”.

Agora que temos uma mulher na Presidência da República, e não o tucano com cara de vampiro que se tornou o apóstolo da direita mais conservadora, vemos que o Brasil ainda está longe da feminização da língua ocorrida em outros lugares. Dilma Rousseff adotou a forma presidenta, oficializou essa forma em todas as instâncias do governo e deixou claro que é assim que deseja ser chamada. Mas o que faz a nossa “grande imprensa”? Por decisão própria, com raríssimas exceções, como CartaCapital, decide usar única e exclusivamente presidente. E chovem as perguntas das pessoas que têm preguiça de abrir um dicionário ou uma boa gramática: é certo ou é errado? Os dicionários e as gramáticas trazem, preto no branco, a forma presidenta. Mas ainda que não trouxessem, ela estaria perfeitamente de acordo com as regras de formação de palavras da língua.

Assim procederam os chilenos com a presidenta Bachelet, os nicaraguenses com a presidenta Violeta Chamorro, assim procedem os argentinos com a presidenta Cristina K. e os costarricenses com a presidenta Laura Chinchilla Miranda. Mas aqui no Brasil, a “grande mídia” se recusa terminantemente a reconhecer que uma mulher na Presidência é um fato extraordinário e que, justamente por isso, merece ser designado por uma forma marcadamente distinta, que é presidenta. O bobo-alegre que desorienta a Folha de S.Paulo em questões de língua declarou que a forma presidenta ia causar “estranheza nos leitores”. Desde quando ele conhece a opinião de todos os leitores do jornal? E por que causaria estranheza aos leitores se aos eleitores não causou estranheza votar na presidenta?

Como diria nosso herói Macunaíma: “Ai, que preguiça…” Mas de uma coisa eu tenho sérias desconfianças: se fosse uma candidata do PSDB que tivesse sido eleita e pedisse para ser chamada de presidenta, a nossa “grande mídia” conservadora decerto não hesitaria em atender a essa solicitação. Ou quem sabe até mesmo a candidata verde por fora e azul por dentro, defensora de tantas ideias retrógradas, seria agraciada com esse obséquio se o pedisse. Estranheza? Nenhuma, diante do que essa mesma imprensa fez durante a campanha. É a exasperação da mídia, umbilicalmente ligada às camadas dominantes, que tenta, nem que seja por um simples – e no lugar de um –a, continuar sua torpe missão de desinformação e distorção da opinião pública.

Marcos Bagno é professor de Linguística na Universidade de Brasília.

Via CartaCapital



Em tempo: este ansioso blog adota também a forma “presidenta”.

O TESTE DA ESPOLIAÇÃO


Portugal conseguiu passar pelo corredor-polonês da espoliação financeira montado em torno das economias periféricas da Europa. Para obter recursos da ordem de 1,25 bilhão de euros, indispensáveis ao financiamento de seu déficit, o governo português pagou, porém, juros de 6,75% para papéis de dez anos, nesta 4º feira. Títulos alemães de prazo equivalente pagam 2,87%. Amanhã, 5º feira, será  a vez da Espanha submeter-se ao teste de sobrevivência no corredor  rentista. Bélgica pode ser a próxima vítima. Um tropeço no financiamento das economias periféricas da europa acentuará a migração maciça de capitais especulativos para países emergentes, como o Brasil, com danos colaterais conhecidos em termos de valorização do real e seus desdobramentos em  importações predatórias à indústria local.  As conexões entre a guerra cambial e a guerra comercial explicam a ênfase certeira do governo Dilma, nesses passos iniciais,  em desmontar a farra cambial e obstruir corredores de livre trânsito dos capitais especulativos no país. (Leia mais: " A cicatriz não fechou: quem é a bola da vez?" e "Nó cambial --antecedentes ")
TROMBA D'ÁGUA MATA MAIS DE 70 PESSOAS EM TERESÓPOLIS (RJ). EM SP, TEMPORAL DE 54 mm DISSOLVE GESTÃO TUCANA NA ENXURRADA O mapeamento das áreas de risco em SP está desatualizado e atrasado; sem ele a administração pública bóia  na enxurrada como saco de lixo à deriva. Serra investiu no ala(r)gamento da Marginal; não deu prioridade  à limpeza do rio. A Marginal alargada alagou.
Desde 1998, foram construídos 43 dos 134 piscinões previstos na Grande São Paulo. Das 22 ações antienchentes incluídas no orçamento de 2010, 14 
receberam recursos abaixo do estipulado; entre elas
cinco registraram investimento zero.  O gasto com publicidade da prefeitura demotucana quase dobrou em relação a 2009. Foi cumprido integralmente. Um homem morreu afogado na avenida Nove de Julho, no centro da capital, na chuva da 2º feira. O PSDB governa o estado há 16 verões.

(Carta Maior; Quinta-feira, 13/01/2011)

Santayana: Tucson, a doença americana


Santayana: os que decidirem matar, como o rapaz de Tucson, sempre encontrarão armas


Por Mauro Santayana


Não há povos felizes, e poucas são as pessoas no mundo que se sentem em paz. Viver não é apenas perigoso: é uma aventura difícil. Sempre foi assim, mas como o passado pesa, e nos conduz, a cada época os homens se sentem mais impotentes diante das circunstâncias, que escapam de sua vontade e poder.


Os Estados Unidos são o país mais poderoso, mais rico, mais adiantado do ponto de vista científico e cultural do mundo. Talvez em razão disso, a angústia de viver ali seja mais acentuada.


Em seu editorial de ontem, Le Monde atribui à liberdade de portar armas de fogo os repetidos atentados – políticos em sua maior parte – nos Estados Unidos. É verdade que essa liberdade favorece os crimes, desde a morte de Lincoln até a dos Kennedy e os assassinatos em massa de nossos dias. Esta é uma das causas, mas há outras.


Um historiador de um futuro distante, se o mundo chegar a esse futuro, verá os Estados Unidos como um caso singular no conjunto das civilizações. Logo depois da independência, decidiram que, para garantir a liberdade individual e proteger o povo contra a eventual tirania do governo, todos poderiam portar armas.


O direito é previsto na segunda emenda do Bill of Rights, aprovado em 15 de dezembro de 1791. É importante notar que James Madison, o redator das dez emendas históricas, colocou-a logo depois da primeira, que assegura a liberdade religiosa e a liberdade de expressão. Sendo necessária a um estado livre uma bem regulamentada milícia, o direito de o povo portar armas não deverá ser infringido.


O problema não está nas armas, em si mesmas. A arma é um instrumento, que tanto pode servir para o ataque como para a defesa. Em princípio só deveriam andar armadas as pessoas que tivessem pleno domínio de sua mente e de suas emoções.


A proibição do uso de armas, nos Estados Unidos, não resolverá o problema dos atentados políticos. Os que decidirem matar, como decidiu o rapaz de Tucson, sempre encontrarão armas para usar.


A arma é uma mercadoria, como qualquer, e o mercado, na sociedade norte-americana, como na do mundo em geral, prevalece sobre o Estado, a sociedade, e suas razões. Os arsenais encontrados nos morros cariocas comprovam essa verdade.


Mais ainda: grande parte dessas armas só chegou aos morros por intermédio da polícia. Qualquer repórter encarregado de cobertura policial sabe como é fácil conseguir uma arma – em alguns casos, de graça.


Como lembrou Paul Krugman, em artigo no New York Times, há uma retórica de direita na imprensa e nas emissoras de rádio, tevê e outros meios de comunicação, nos Estados Unidos, contra o governo de Barack Obama e os democratas.


A pregação do ódio é diária, e alimenta psicopatas como o assassino de Tucson. Não foi a sua pistola Glock que disparou contra a parlamentar democrata e matou seis pessoas, mas a instigação continuada da extrema-direita, em seu ódio contra as tímidas reformas pretendidas pelo governo de Obama.


Para nós, brasileiros, é uma séria advertência. Também aqui estamos percebendo uma orquestração da extrema-direita contra o governo que se inicia. Há um limite para a tolerância democrática.


Como lembrou Marcuse, em seu ensaio sobre o tema, quando Hitler iniciou sua pregação na Alemanha, estava bem claro o que ele e seus sequazes pretendiam. A República de Weimar não soube contê-los a tempo, e dezenas de milhões de vítimas pagaram por esse descuido.


Os sinais da rearticulação da direita, no Brasil, mediante a imprensa, o rádio e a televisão, e da extrema-direita, pela internet, são evidentes. Os jornais, as emissoras de rádio e de televisão que lhes dão acolhida, ao que parece, não se lembram do que ocorreu durante o regime militar. Ou disso não querem lembrar-se.

A blindagem de Serra no episódio das enchentes

Enviado por luisnassif

Leiam esse trecho do Editorial do Estadão:

(...) todos sabiam que, sem um trabalho de manutenção adequado, com a limpeza constante do leito, essa importante conquista estaria ameaçada. Infelizmente, foi o que aconteceu. 

Quem são os "todos" que sabiam? Leitores de blog, dentre os quais se inclui o editorialista. No ano passado - e neste ano - nenhum veículo da velha mídia noticiou que a causa central do agravamento das enchentes de São Paulo foi a decisão do governo José Serra de reduzir as verbas para os trabalhos de desassoreamento do rio Tietê.
Quando terminaram os trabalhos de aprofundamento da calha - longuíssima duração, com verbas do Banco Mundial e do JBIC (Japan Bank International Cooperation) - um conhecido meu investiu em um processo de transporte de barcaças pelo rio. As barcaças passariam por todo o Tietê, atravessando São Paulo e indo desembocar em Mato Grosso. Essa era a expectativa do rio, depois de vultosos investimentos feitos no decorrer dos anos 90.
Todo esse investimento foi por água abaixo por conta do abandono dos trabalhos de dessassoreamento.
Não se trata de um mero descuido da uma gestão - de Serra - desinteressada. Trata-se do episódio que afetou o maior número de pessoas em toda história da cidade. Duvido que tenha havido outro com essa extensão.
No entanto, a velha mídia mentiu. Escondeu a história, poupou o governador, que sumiu durante todo o episódio. Jogou a culpa nas costas do prefeito da cidade e de seus habitantes. Atribuiu as enchentes ao lixo jogado na rua.
Agora, o Estadão usa no seu editorial as informações levantadas pela blogosfera.

Matérias sobre o rebaixamento da calha:

E Ainda QUerem o Batisti de Volta

Itália se nega a extraditar ex-capitão da ditadura uruguaia

O governo italiano, tão empenhado na extradição de Cesare Battisti, adota postura diferente no caso do uruguaio Jorge Troccoli.

Capitão da marinha uruguaia, Troccoli teve uma atuação bastante ativa na tristemente famosa “Operação Condor” (que contou com a participação das ditaduras militares do Uruguai e de outros países sul-americanos), tendo sido responsável pela tortura e morte de mais de uma centena de opositores desses regimes, entre 1975 e 1983. Em 2002, o governo do Sr. Silvio Berlusconi – em sua segunda passagem pela chefia do gabinete de ministros da Itália - concedeu cidadania italiana ao Capitão Troccoli, mesmo sabendo das acusações de crime contra a humanidade que pesavam contra ele.

Em setembro do ano passado, o ministro da justiça da Itália, Angelino Alfano, negou-se à extraditar Troccoli para o Uruguai, alegando que ele é cidadão italiano, tomando como base jurídica um tratado assinado entre os dois países em 1879. Portanto, o mesmo governo que nega-se a extraditar um notório torturador, utilizando dessas filigranas jurídicas, é o mesmo que se considera ofendido pela não-extradição de Battisti, que seguiu todas as normas da legislação brasileira, que por sua vez se baseia em uma série de convenções internacionais.

"O curioso é que o governo de Berlusconi negou a extradição de Troccoli para o Uruguai, alegando dupla cidadania", comentou o editor da página Gramsci e o Brasil, Luiz Sérgio Henriques. Henriques argumenta que o caso Troccoli tem "muitas semelhanças" com o de Battisti: "não faltaram pressões diplomáticas do governo uruguaio, recursos às instâncias do Judiciário italiano, etc.", e conclui: "mas o governo de Berlusconi parece irredutível na sua decisão sobre Troccoli, 'o Battisti uruguaio', no dizer do jornal L’Unità. E se trata de um episódio recente, cujas escaramuças diplomáticas e judiciárias mais dramáticas ocorreram em 2008".

Da redação, com agências
Atualizado às 13h30 para acréscimo de informações.

O jornalismo que a velha mídia não fez

Enviado por luisnassif

Nas enchentes de 2009, a mais importante matéria do período foi da Conceição Lemes, no blog Vi o Mundo.
Nela, o engenheiro Júlio Cerqueira César Neto mostra que as enchentes foram fruto de duas irresponsabilidades: redução das obras de limpeza do rio Tietê na gestão Serra e não cumprimento das metas de construção de piscinões nos últimos dez anos.
Levei o engenheiro em um Brasilianas sobre defesa civil. Ele foi taxativo: "Qualquer geólogo e qualquer técnico do DAEE sabe disso. Mas os jornais estão escondendo".
A velha mídia escondeu a causa da maior tragédia coletiva da história da cidade.  
Cerqueira César: Enchentes em SP refletem falta de governo | Viomundo - O que você não vê na mídia
Matéria trazida do Viomundo antigo. Publicada originalmente  em 20 de dezembro de 2009

Júlio Cerqueira César Neto: “São Pedro e o lixo jogado na rua não foram os responsáveis pelas enchentes de 8 de setembro e 8 de dezembro em São Paulo”
por Conceição Lemes


Filho feio não tem pai. Já se o rebento tem pedigree, sobram candidatos.
O governador de São Paulo, José Serra, é hors concours na área.  Assume como dele a criação do Programa Nacional de DST/Aids, do Ministério da Saúde, considerado um exemplo no mundo. Só que os verdadeiros criadores são a doutora Lair Guerra de Macedo Rodrigues e o professor Adib Jatene.
“Serra, pai dos genéricos? PSDB, criador dos genéricos? Assumir como deles é um embuste!”, disse em junho ao Viomundo, o médico Jamil Haddad, falecido na semana passada, aos 83 anos. Ex- deputado federal, ex-prefeito do Rio Janeiro e ministro da Saúde de outubro de 1992 a agosto de1993, Jamil Haddad é o verdadeiro pai dos genéricos do Brasil.
Em compensação, Serra nunca é pai de perebentos. Inexoravelmente culpa os outros. Tanto que terceirizou a paternidade das inundações em São Paulo. Além do desplante de dizer que o noticiário negativo era obra do que chamou de PT Press,  o governador afirmou que problema da enchente foi a enorme, anormal, atípica chuva.
Para colocar os pingos nos is, o Viomundo entrevistou o engenheiro Júlio Cerqueira César Neto. Durante 30 anos – está com 80 – foi professor de Hidráulica e Saneamento da Escola Politécnica/USP. É considerado um dos grandes especialistas do Brasil nessa área.

Brazilian President Dilma Rousseff: From Imprisoned Guerrilla Fighter to "The Most Powerful Woman in the World"

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Durante toda a campanha eleitoral nos foi insinuado por ex-"democratas" aliados a "Demo"cratas que sustentaram e serviram diuturnamente à Ditadura que ceifou vidas e sonhos de gerações inteiras de brasileiros, uma degenerada (i)lógica insana de que seria uma ameaça para a democracia a eleição de exatamente alguém que colocou sua vida em total risco para trazê-la de volta ao Brasil.

A isso se chama subversão mitológica pela desconstrução da lógica.
Continuam a fazê-lo agora encobertos sob uma difusa névoa que "discute" o mito Lula.
Durante toda a campanha, também, nenhuma menção jornalística ao evidente, gritante, retumbante, incandescente rastro brilhante de competência deixado pela então candidata durante toda a sua carreira.
A Secretária de Minas e Energia do único dos 27 estados da federação que se manteve aceso quando o Brasil apagou.
A Ministra que assumiu o Ministério do Apagão e entregou o Ministério Luz Para Todos.
Que entrou na Petrobras das plataformas que afundavam e saiu candidata do Pré-sal.
Que ofereceu, por fim, ao Brasil, um exemplo único de meritocracia na política ao se tornar a primeira técnica funcionária pública de carreira a chegar ao cargo máximo da República pela simples e sucessiva promoção por mérito de um cargo para o cargo imediatamente superior.
E seu último cargo, antes de ser indicada pelo Chefe e referendada pelos Acionistas nas urnas, era tão somente de Gerente-Geral do melhor Governo da História.
Mesmo assim, preferiram sofismar -- ex-democratas e grande mídia -- e desconstruir para reconstruir um mito tosco e torto de que o Exmo. Sr. Melhor Presidente da República a havia escolhido do nada, por súbito impulso ou falta de opção.
E ainda tiveram a infeliz infelicidade de presenteá-la com o impensado apelido de "poste".
Como conhecem pouco de humor estes soberbos suburbanos metidos a europeus.
E menos ainda de energia, aliás, especialidade especialíssima dela, "a poste".
Talvez, por isso, tenha se dado o tal apagão.
Eles nem sabiam que aos postes é dado isso mesmo: iluminar.
A nobre jornalista, ícone global do Jornalismo Investigativo e da Mídia Independente, Amy Goodman, e o Professor Greg Grandin da New York University sabem.
Como sabem também -- e com que ênfase e empolgação destacam isso -, (mesmo amando e vivendo num país que sorriu para nossos conspiradores ditatoriais), o quanto é motivo de honra, admiração e orgulho para qualquer povo e para qualquer ser humano, uma mulher que foi capaz de no melhor da sua juventude arriscar a vida na luta armada contra a repressão, pela liberdade em seu país.
Sim. Assim como o Exmo. Sr. Presidente Lula da Silva, a Exma. Sra. Presidente Dilma Vana Roussef desponta como um mito (ou mita? Prefiro mito!).
Mas não um dos muitos falsos mitos sempre fabricados pelos ex-democratas, pseudo-democratas, proto-democratas, meta-democratas, seus cúmplices, convenientes e coniventes.
Ambos, o Presidente Lula e a Presidente (ou Presidenta? Como referência afirmativa, acho melhor Presidenta!) Dilma são e serão intrínseca, natural e inevitavelmente mitos.
Mas mitos com a História por lastro, créditos e credenciais à frente. E o sacrossanto e imaculado direito a novas opções, confirmações ou correções divergentes de sua própria trajetória, no porvir.
Mitos com pessoas acima do mito.
Que bom ver esse reconhecimento, respeito, admiração e carinho.
Não só no Democracy Now, mas espalhado todo dia por jornais e televisões mundo afora.
Como "nunca antes na história deste país"...
Tomara um dia essas boas falas sobre nós mesmos ecoem por aqui

Precisamos de 60 Rafales e outros tantos Scalp nucleares, além de dez submarinos.

O discurso do desarmamento no galinheiro alheio é meio de roubar-lhe as galinhas. Nesse assunto – como geralmente nas coisas sérias de vida – vale o tudo ou nada. O contrário é hipocrisia e moralismo de escravos, de jornal das oito da noite. Ou seja, coisa que pressupõe superioridades morais que não existem nas relações internacionais.
Com relação à detenção de armamentos nucleares, pouco não é diferente de tudo. Para o mundo, é indiferente que um, dois ou mil países detenham armas nucleares, pois os riscos são os mesmos. Diferença haveria se nenhum  as detivesse: essa é a verdade despida dos mil-e-um acessórios que existem para estupidificar a discussão.
A pergunta óbvia que esclarece o raciocínio é a seguinte: por que eu quero que você não tenha bombas atômicas, embora queira eu tê-las? Porque eu quero mandar em você, roubar-lhe e ser árbitro final de suas decisões.
Mas eu digo que você não pode tê-las porque elas só estão seguras comigo. Por que essa idéia obtém tantos adeptos, a repeti-la como a um frase mágica? Porque é a idéia mais tola e falsa e, precisamente por isso, a mais apta a ser maioritariamente seguida.
Embora canse e não atraia atenções, um pouquinho de lógica vem a calhar. Se alguém, ou mais de um, têm bombas em quantidades suficientes para dar cabo do mundo, não há qualquer sentido em afirmar-se que a segurança mundial diminui se outros mais as tiverem.  O elemento principal, que deve ser apontado como qualquer obviedade deve, é a quantidade suficiente para acabar com tudo. Pronto, eis o risco, o número mágico; depois disso, o absurdo.
Para manter-me honesto comigo mesmo devo dizer que haveria também diferença se apenas um as detivesse. Sim, porque bastaria a ele ameaçar usa-las. Mas essa suposição é inútil, por duas razões: a primeira, de cunho fático. Ora, as armas nucleares são possuídas por mais de um, então, volta-se ao caso de a única solução ser ninguém as deter.
A segunda razão é que um mundo em que só um as detivesse seria a dominação absoluta e a redução dos restantes à mais aviltante subserviência e miséria. Algo difícil de afirmar-se preferível a qualquer outra situação, até mesmo ao fim total.
A bomba é das coisas mais geniais que já se inventaram, ao lado da penicilina e dos opiáceos sintéticos. Ela é a maximização do poder de negociação, com os menores custos. Ela é, inclusive, o que torna as escaladas militares o contra-senso de despesas absurdas que se vê. Prova que o complexo industrial-militar – na terminologia brilhante de Eisenhower – é um sistema auto-alimentado e sem sentido.
Depois das 100 ogivas e dos mísseis para leva-las, quem precisa de biliões de dólares gastos em navios, metralhadoras, soldados e outras coisas mais deste gênero? Quem precisa são os militares e os industriais que vivem em perfeita simbiose para roubar o dinheiro do povo pagador de impostos.
Os países roubam-se e isso não constitui qualquer novidade. Rouba quem pode e é roubado quem não pode evitar e tem o que ser levado. Depois do assalto consumado, o aparelho de propaganda vem fazer seu serviço de convencer os roubados de que nada aconteceu, de que se trata de livre mercado, meritocracia e outras tolices mais.
Sempre roubou-se e sempre se produziram discursos para justificar os roubos. Uns roubam para civilizar, outros roubam para converter a uma fé. Alguns não são roubados porque conseguiram evita-lo.
O Brasil é um país extremamente atraente para ser roubado. Hoje, nem tanto o roubo da força de trabalho, que essa é melhor de roubar-se na Ásia. Mas, quanto a recursos naturais, é bastante atrativo. Trata-se de óleo combustível, minérios sólidos metálicos e não-metálicos, água e soja, basicamente, embora não apenas.
Coisas que, não à toa, a propaganda vem dizendo que serão menos necessárias, por conta do avanço tecnológico. Discurso para tentar convencer os roubados de que seus recursos valem ou valerão pouco. Mentiras, enfim, porque não há tecnologias que permitam a redução significativa da demanda por tais recursos.
Mentiras rasteiras que seduzem pseudo-modernos com discursos pueris como, por exemplo, o do carro elétrico. Ora, a energia que move o carro elétrico não sai do nada, ela sai da queima de alguma coisa que alguém deixou de comer, das quedas d´água, da fissão do urânio…
A única forma de equalizar a produção e o consumo de recursos naturais e, consequentemente, a necessidade de rouba-los, seria o que ninguém quer falar: o empobrecimento de quem está mais rico. Claro que acontecerá, mas haverá percalços.
Para não sermos roubados, mais imediatamente falando de óleo, precisamos da bomba. Claro que precisamos dos seus vetores, os aviões, mísseis e submarinos, mas isso é o mais fácil. Precisamos da bomba, a despeito de tratados de imposição de subserviência – como o de não proliferação nuclear.
Coisas de pequena monta, bastando lembrar o exemplo israelense, que revela a desimportância de ONUs da vida e suas resoluções, reiteradamente descumpridas por Israel sem quaisquer consequências pois, afinal, Israel tem a bomba e a ONU que se f… A imprensa cuida bem de demonizar os outros por tolices e fazer esquecer quem descumpre os papéis da ONU, com sucess0 e, provavelmente, com a anuência da própria ONU.
Há um risco? Sim, há. De termos a bomba e passarmos a querer, além de evitar o roubo dos nossos recursos, roubar os dos outros. Há precedentes disso? Muitos, basta lembrar o que fazem todos que as detém em nome de sua segurança.
Risco foi tê-las inventado…

‘GESTÃO TUCANA' ROLA NA ENXURRADA COMO SACO DE LIXO

O mapeamento das áreas de risco em SP está desatualizado e atrasado;sem ele a administração rola na enxurrada como saco de lixo. Serra investiu no ala(r)gamento da Marginal mas não cuidou da limpeza do rio. Desde 1998, foram construídos 43 dos 134 piscinões previstos na Grande São Paulo. Das 22 ações antienchentes previstas para a cidade de SP em 2010, 14 tiveram investimentos abaixo da meta e, entre elas,  registrarm investimento zero. Um homem morreu afogado na avenida Nove de Julho, centro da capital, na chuva desta 2º feira. O PSDB governa o estado há 16 verões.(Carta Maior, 12/01/2011)

A CICATRIZ NÃO FECHOU:PORTUGAL, ESPANHA... QUEM É A BOLA DA VEZ?

 Grandes desequilíbrios entre credores e devedores gerados pela crise mundial de 2007/2008 formam uma cicatriz planetária que ainda não se fechou. O rastilho de contaminação dos balanços chegou à contabilidade dos Estados nacionais. Pressionados a socorrer bancos, famílias e especuladores, governos assumiram dívidas privadas e agora são coagidos pelos próprios mercados a promover ajustes de gastos sociais para garantir o pagamento de juros sobre seus déficits. Arisco, o dinheiro especulativo exige mais e mais cortes, mais e mais  juros  na rolagem de dívidas públicas mais e mais explosivas.
 
O jornal Financial Times tomou o pulso desse confronto silencioso colhendo previsões e sentenças de conselheiros e gestores dos grandes fundos mundiais , cujos impulsos nervosos poderão decidir a sorte de povos, governos e nações nos próximos meses. A Europa é a usina da turbulência. Mas ninguém está a salvo. Quem será a bola da vez? Excertos das opiniões colhidas pelo FT, em tradução do Valor: 

"Primeiro foram os lares, depois os bancos, o setor privado e agora os governos" ( Mohamed El-Erian, executivo-chefe do Pimco, um dos maiores fundos de investidores do mundo).   ‘Os próximos meses deverão se mostrar vitais. Governos da zona do euro precisam captar bilhões de euros; companhias dos chamados países periféricos da zona do euro, incluindo Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha, têm necessidades parecidas" ( Steven Major, diretor de análises do HSBC).  "Tudo isso está alimentando especulações de um conflito iminente entre credores e devedores globais, com grandes implicações para os países mais endividados. Teremos essas batalhas entre credores e devedores" (Matt King, diretor de estratégia do Citigroup).   "Um grande fator diferenciador é a soberania ". (Steven Major, do HSBC, sobre o poder dos Estados para reagir às pressões com medidas fiscais e monetárias em defesa do interesse social.) Leia mais.

(Carta Maior; Quarta-feira, 12/01/2011)