Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Grécia, a receita infalível para destruir um país

*BRASIL SEM ARROCHOGoverno Dilma oferece corte orçamentário de R$ 55 bi aos mercados para lubrificar a queda dos juros**diferente da receita ortodoxa de ajuste, Brasil preserva e incentiva a demanda interna através do consumo das familias, com crédito e salário mínimo recorde** estratégia diferenciada impulsiona o investimento que deve crescer 11% este  ano e atingir uma taxa robusta da ordem de 21% do PIB **em 2002,  último ano de FHC, a taxa de investimento foi de 16,4% (leia nesta pág) ** PASSO A PASSO: COMO ESMAGAR UMA NAÇÃO: leia o artigo de Marco Aurélio Weissheimer sobre o 'arrocho à grega', nesta pág)



Fotos: Um homem come uma refeição distribuída aos pobres , Thessalonique, setembro de 2011. (Presseurop)

O FMI e as autoridades financeiras da União Europeia aumentam a pressão sobre a Grécia e dizem que país "ainda não reúne todas as condições" para receber ajuda. Querem mais cortes de gastos públicos. Enquanto isso, na Grécia, crescem os casos de abandono de crianças e de desnutrição infantil, o desemprego bate na casa dos 20%, as camas dos hospitais foram reduzidas em 40%, alunos não receberam livros escolares e cidadãos deficientes, inválidos ou portadores de doenças raras tiveram subsídios e medicamentos cortados. Saiba como destruir um país e seu povo em nome da austeridade.




A Grécia deveria prestar atenção no que está acontecendo em Portugal, onde o governo decidiu cumprir tudo o que a troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) exigiu e a situação econômica do país só está piorando. A advertência foi feita por Landon Thomas, colunista econômico do jornal The New York Times, em um artigo intitulado Portugal’s Debt Efforts May Be Warning for Greece. Portugal, diz Thomas, vem fazendo tudo o que a troika exigiu em troca dos 78 bilhões de euros de “resgate” liberados em maio de 2011. No entanto, o resgate está fazendo a economia do país afundar cada vez mais no buraco. Neste momento, a Grécia está sendo pressionada a seguir o mesmo caminho para garantir um “resgate” de 130 bilhões de euros.

Em Portugal, o portal Esquerda.net destacou a advertência de Landon Thomas que vem apoiada em um dado eloquente: quando Portugal fechou o acordo para receber o “resgate” de 78 bilhões, a relação dívida/PIB do país era de 107%. Agora, a expectativa é que ela suba para 118% até 2013. Na opinião do colunista do New York Times, isso não se deve ao fato de que a dívida de Portugal está crescendo, mas sim ao encolhimento da economia do país. “Sem crescimento, a redução da dívida torna-se quase impossível”, resume. Os números mais recentes ilustram bem essa tese. O PIB português caiu 1,5% em 2011, sendo que, no último trimestre do ano passado, a queda foi de 2,7%. A taxa de desemprego no país chegou a 13,6% e o governo admite que esses números não devem melhorar em 2012.

Grécia “ainda não reuniu todas as condições”
A resistência da Grécia em aceitar os termos exigidos pelo FMI e pela União Europeia está fazendo aumentar o tom das ameaças dirigidas contra o país. Os ministros de Finanças da zona do euro cancelaram uma reunião marcada para terça-feira (14) para discutir a situação grega alegando que o país “ainda não reuniu todas as condições” para conseguir um novo empréstimo. As autoridades monetárias europeias querem que o governo grego especifique em que áreas serão executados cortes para atingir a meta de 325 milhões anuais exigida pelo bloco europeu. O problema é onde cortar na penúria? A cobertura jornalística sobre a crise na Grécia e em outros países europeus é abundante em números, mas escassa em relatos sobre os dramas sociais cada vez maiores.

Uma exceção nessa cobertura é uma matéria da BBC que fala sobre como a crise financeira grega causou tamanho desespero em algumas famílias que elas estão abrindo mão dos próprios filhos. Há casos de abandono de crianças em centros de juventude e instituições de caridade em Atenas. “No último ano, relatou à BBC o padre Antonios, um jovem sacerdote ortodoxo grego, “recebemos centenas de casos de pais que querem deixar seus filhos conosco por nos conhecerem e confiarem em nós. Eles dizem que não têm dinheiro, abrigo ou comida para suas crianças e esperam que nós possamos prover-lhes isso”. Até bem pouco tempo, a Aldeias Infantis SOS da Grécia costumava cuidar de crianças afastadas de seus país por problemas com álcool e drogas. Agora, o problema principal é a pobreza (ver vídeo acima).

Crescem casos de abandono e desnutrição infantil
Segundo os responsáveis pelas Aldeias SOS está crescendo o caso também de crianças abandonadas nas ruas. De acordo com as estatísticas oficiais, 20% da população grega está vivendo na pobreza e cerca de 860 mil famílias estão vivendo abaixo da linha da pobreza. No final de janeiro, o governo grego anunciou que iria começar a distribuir vales-refeição para as crianças após quatro casos de desmaios em escolas por desnutrição. A medida, segundo o governo, seria aplicada principalmente nos bairros mais afetados pela crise econômica e pelo desemprego. Em um segundo momento, também receberiam os vales as famílias em situação econômica mais grave. “Há casos de alunos de famílias pobres que passam o dia todo na escola sem comer nada”, denunciou, em dezembro de 2011, Themis Kotsifakis, secretário geral da Federação de Professores de Ensino Médio.

Apesar desses relatos, para as autoridades do FMI, do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia, a Grécia ainda não reuniu todas as condições para receber uma nova ajuda. A perversidade embutida neste discurso anda de mãos dadas com o cinismo. No dia 24 de janeiro deste ano, Sonia Mitralia, membro do Comitê Grego contra a Dívida e do Comitê para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo (CADTM), denunciou, diante da Comissão Social da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, em Estrasburgo, a crise humanitária sem precedentes que está sendo vivida na Grécia. Segundo ela, as medidas de austeridade propostas pela troika representam um perigo para a democracia e para os direitos sociais.

“Dizimaram toda uma sociedade europeia para nada”
Mitralia lembrou que as próprias autoridades financeiras admitem que, se suas políticas de austeridade fossem 100% eficazes, o que não é o caso, a dívida pública grega seria reduzida para 120% do PIB nacional, em 2020, ou seja, a mesma percentagem de 2009 quando iniciou o processo de agravamento da crise. “Em resumo, o que nos dizem agora cinicamente, é que dizimaram toda uma sociedade europeia...absolutamente para nada!”. Estamos vendo agora, acrescentou, “o sétimo memorando de austeridade e destruição de serviços públicos, depois dos seis primeiros terem provado sua total ineficácia. Assiste-se a mesma cena em Portugal, na Irlanda, na Itália, na Espanha e um pouco por toda a Europa, disse ainda Mitralia: afundamento da economia e das populações numa recessão e num marasmo sempre mais profundos.

Além do abandono de crianças e da desnutrição infantil, Mitralia aponta outros deveres de casa que estão sendo cobrados da Grécia e cuja execução é considerada insuficiente: o desemprego é de 20% da população e de 45% entre os jovens; as camas dos hospitais foram reduzidas em 40%; já não há nos hospitais públicos curativos ou medicamentos básicos, como aspirinas; em janeiro de 2012, o Estado grego não foi capaz de fornecer aos alunos os livros do ano escolar começado em setembro passado; milhares de cidadãos gregos deficientes, inválidos ou que sofrem de doenças raras tiveram seus subsídios e medicamentos cortados. Mas, para o FMI e a União Europeia, a Grécia ainda não está fazendo o suficiente...


 

Legado da Copa: Ricardo Teixeira sai da CBF

 

Ricardo Teixeira e José Roberto Arruda: negócios do amistoso da seleção em Brasília envolveram amigos de Daniel Dantas?
A matéria da Folha, hoje, ligando o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, à empresa acusada de superfaturar a realização de um amistoso da seleção em Brasília parece ter sido a pá de cal no longo e polêmico mandato do dirigente à frente da entidade máxima do futebol brasileiro.
Mas, se a imprensa for atrás, essa pá de cal pode levantar muita poeira.
A Ailanto foi registrada pelo advogado Eduardo Duarte, apontado como laranja do banqueiro Daniel Dantas pela Operação Satiagraha, segundo informou, em 2009, o jornalista Juca Kfouri. Eduardo foi quem criou, com capital de mil reais, a empresa que hoje tem o nome de GME4, um  negócio milionário do banqueiro de compra e venda de lavras minerais.
Seja qual for a razão, há hoje  um imenso diferencial em relação aos outros imbróglios em que se meteu o ainda presidente da CBF: a Copa, que é um assunto que vai além dos cordões controlados por Teixeira. E que diz respeito ao país e, portanto, tem como maior responsável a presiddenta Dilma Rousseff.
Dilma, todos sabem, fechou a cara e recolheu os tapetes vermelhos que normalmente se estendiam para Ricardo Teixeira.
Parece que, dois anos antes de começar e antes que fiquem prontas as grandes obras para a competição, parece que a Copa já está por nos dar o seu primeiro grande legado.
Embora, em matéria de dirigentes de futebol, tudo sempre possa piorar, a ausência de Ricardo Teixeira talvez preencha uma lacuna no esporte que é a grande paixão do brasileiro.

50 números de 201.Tão loucos que é quase impossível acreditar neles

 

Apesar de a maioria dos estadunidenses estar bastante furiosa com esta economia, a realidade é que grande parte deles continua a não ter ideia do quão intenso tem sido o declínio económico do país. Este artigo publicado no blogue The Economic Collapse é um bom contributo para alertar as pessoas.
A economia norte-americana está em mau estado e a pobreza alastra, 
como provam os indicadores aqui reunidos.
Apesar de a maioria dos estadunidenses estar bastante furiosa com esta economia, a realidade é que a grande parte deles continua a não ter ideia do quão intenso tem sido o nosso declínio económico ou quais os problemas que vamos enfrentar se não fizermos mudanças drásticas rapidamente. Se não educarmos o povo estadunidense sobre o quão mortal se tornou a economia dos EUA, então eles vão continuar a seguir as velhas mentiras que os políticos continuam a contar. “Ajustar” umas coisas não vai consertar esta economia.
De facto, precisamos de uma mudança profunda de direcção. A América está a consumir bastante mais do que aquilo que produz e a nossa dívida está a explodir. Se continuamos por este caminho, o colapso económico é inevitável. Espero que os números loucos de 2011 que incluí neste artigo sejam suficientemente chocantes para acordar algumas pessoas.
Nesta altura do ano, muitas famílias juntam-se e na maioria dos lares, a certa altura, a conversa gira em torno da política. Espero que muitos de vós usem a seguinte lista como ferramenta para ajudar a partilhar com a vossa família e amigos a realidade da crise económica dos EUA. Se trabalharmos juntos, conseguiremos que milhões de pessoas acordem e percebam que os “negócios dos costume” resultarão no apocalipse económico nacional.
Os 50 números económicos de 2011 que são quase demasiado loucos para acreditarmos neles...
#1 48% dos estadunidenses são considerados como tendo “baixos rendimentos” ou vivem na pobreza.
#2 Aproximadamente 57% de todas as crianças dos EUA vivem em lares que se consideram de “baixos rendimentos” ou empobrecidos.
#3 Se hoje o número de estadunidenses que “queriam trabalho” fosse o mesmo que em 2007, a taxa de desemprego “oficial” do governo chegaria aos 11%.
#4 A média de tempo que um trabalhador fica no desemprego nos EUA é agora mais de 40 semanas.
#5 Uma sondagem recente descobriu que 77% das pequenas empresas dos EUA não planeiam contratar mais pessoas.
6# Hoje existem menos empregos pagos do que em 2000 apesar de termos mais 30 milhões de pessoas desde essa altura.
#7 Desde Dezembro de 2007, a média dos rendimentos familiares diminuiu 6,8% depois da inflação.
#8 De acordo com o Gabinete de Estatística para o Trabalho, em Dezembro de 2006, 16,6 milhões de estadunidenses encontravam-se em situação de auto-emprego. Hoje o número diminuiu para 14,5 milhões.
#9 Uma sondagem Gallup do início deste ano revelou que aproximadamente um em cada cinco estadunidenses que têm trabalho consideram-se subempregadas.
#10 De acordo com o autor Paul Osterman, cerca de 20% de todos os adultos têm empregos onde ganham salários ao nível da pobreza.
#11 Em 1980, menos de 30% de todos os empregos dos EUA eram de baixo rendimento. Hoje representam mais de 40%.
#12 Em 1969, 95% de todos os homens entre os 25 e os 54 tinham um trabalho. Em Julho, apenas 81,2% dos homens nessa faixa etária trabalhavam.
#13 Uma sondagem recente revelou que um em cada três estadunidenses não teriam possibilidades de pagar a próxima mensalidade do empréstimo de habitação/renda se de repente perdessem o emprego.
#14 A Reserva Federal anunciou recentemente que o total do rendimento líquido dos lares desceu 4,1% apenas no terceiro trimestre de 2011.
#15 De acordo com um estudo recente do Instituto de Investimento Black Rock, o rácio da dívida/rendimento pessoal é agora de 154%.
#16 À medida que a economia abrandou, o mesmo aconteceu ao número de casamentos. Segundo a análise do Pew Research Center, apenas 51% dos estadunidenses que têm pelo menos 18 anos estão casados. Em 1960, 72% dos adultos eram casados.
#17 O Serviço Postal dos EUA perdeu mais de 5 mil milhões de dólares durante o ano passado.
#18 Em Stockton, California, os preços das casas caíram 64% desde o auge do mercado imobiliário.
#19 O Estado do Nevada tem a maior taxa de vencimentos de hipotecas (foreclosures) desde há 59 meses consecutivos.
#20 Se não acredita, o preço médio de uma casa em Detroit é agora de seis mil dólares.
#21 De acordo com o Gabinete dos Censos, 18% de todas as casas no Estado da Florida estão vazias. Isto representa um aumento de 63% nos últimos dez anos.
#22 O baixo ritmo de construção de novas casas nos EUA está a caminho de bater um novo recorde em 2011.
#23 Como escrevi anteriormente, 19% de todos os homens estadunidenses entre os 25 e os 34 vivem com os pais.
#24 Nos últimos cinco anos, as contas de electricidade nos EUA subiram mais depressa que a taxa de inflação.
#25 De acordo com o Gabinete de Análise Económica, em 1980, os custos com os cuidados de saúde representavam 9,5% do consumo pessoal. Hoje, representam 16,3%.
#26 Um estudo revelou que cerca de 41% de todos os cidadãos capazes de trabalhar têm problemas com custos de saúde ou estão a pagar uma dívida médica.
#27 Se é possível acreditar, um em cada sete estadunidenses tem no mínimo 10 cartões de crédito.
#28 Os EUA gastam cerca de 4 dólares em bens e serviços provenientes da China para cada dólar que a China gasta em bens e serviços provenientes dos EUA.
#29 Estima-se que o défice comercial dos EUA em 2011 seja de 558 mil milhões de dólares.
#30 A crise das reformas continua a ficar pior. De acordo com o Instituto de Pesquisa dos Benefícios do Empregado, 46% de todos os trabalhadores estadunidenses têm menos de 10 mil dólares poupados para a reforma, e 29% têm menos de mil dólares.
#31 Hoje, um em casa seis idosos vive abaixo da linha federal de pobreza.
#32 Segundo um estudo recentemente publicado, os salários dos administradores executivos nas maiores empresas subiu 36,5% num período de 12 meses.
#33 Hoje, os bancos “demasiado grandes para cair” são maiores do que nunca. Os total de activos detidos pelos seis maiores bancos dos EUA subiu 39% entre 30 de Setembro de 2006 e 30 de Setembro de 2011.
#34 O seis herdeiros do fundador do Wal-Mart, Sam Walton, têm um rendimento líquido quase igual ao dos 30% de estadunidenses mais pobres.
#35 De acordo com a análise do Pew Research Center aos dados reunidos pelo Gabinete dos Censos, a média do rendimento líquido dos lares liderados por cidadãos com 65 anos ou mais é 47 vezes mais alto que a média do rendimento líquido dos lares liderados por cidadãos abaixo dos 35.
#36 Se é possível acreditar, 37% de todos os lares nos EUA liderados por alguém abaixo dos 35 anos possuem um rendimento líquido de zero ou abaixo de zero.
#37 A percentagem de estadunidenses que vive na pobreza extrema (6,7%) é a maior registada.
#38 A percentagem de crianças sem abrigo é 33% mais alta do que em 2007.
#39 Desde 2007, o número de crianças pobres no Estado da California subiu 30%.
#40 Tristemente, a pobreza infantil está a explodir pelos EUA fora. De acordo com o Centro Nacional para a Pobreza Infantil, 36,4% de todas as crianças que vivem em Filadélfia estão na pobreza. 40,1% das crianças que vivem em Atlanta estão na pobreza, 52,6% das crianças que vivem em Cleveland estão na pobreza e 53,6% das crianças que vivem em Detroit estão na pobreza.
#41 Hoje, um em cada sete estadunidenses e uma em cada quatro das crianças usam cupões de comida.
#42 Em 1980, as transferências feitas pelo goveno representavam 11,7% de todo o rendimento. Hoje, representam mais de 18%.
#43 Uns inacreditáveis 48,5% de todos os estadunidenses vivem num lar que recebe alguma forma de ajuda do governo. Em 1983, o número estava abaixo dos 30%.
#44 Actualmente, os gastos do governo federal representam cerca de 24% do PIB. Em 2001, representavam 18%.
#45 No ano fiscal de 2011, o défice federal era de 1,3 biliões de dólares. É o terceiro ano consecutivo em que o défice ultrapassa o bilião de dólares.
#46 Se o Bill Gates desse toda a sua fortuna ao Governo, apenas cobriria o défice por cerca de 15 dias.
# 47 Incrivelmente, o governo acumulou uma dívida total de 15 biliões de dólares. Quando Barack Obama tomou posse a dívida era de 10,6 biliões.
#48 Se o governo federal começasse a pagar agora a dívida nacional ao ritmo de um dólar por segundo, levaria mais de 440 mil anos para pagar tudo.
#49 Desde o início da administração Obama, a dívida nacional tem aumentado a uma média de 4 mil milhões de dólares por dia.
#50 Durante a presidência de Obama, o governo acumulou mais dívida do que o período entre a presidência de George Washington e a presidência de Bill Clinton.
Obviamente, no centro dos nossos problemas económicos está a Reserva Federal. É uma máquina perpétua, destruiu quase completamente o valor do dólar e tem um registo terrível de incompetência. Se o sistema da Reserva Federal nunca tivesse sido criado, a economia estadunidense estaria em melhor forma. O governo tem de acabar com a Reserva Federal e emitir moeda não baseada em dívida. Seria um passo importante para restaurar a prosperidade dos EUA.
Durante 2011 fizemos muitos progressos ao educar o povo estadunidense sobre os nossos problemas económicos, mais ainda há muito para fazer.
Espero que no próximo ano, mais cidadãos acordarão porque 2012 vai ser um ponto de viragem para este país.
No Esquerda.net

Prisioneiros Sendo Transportados Para Guantánamo

Prisioneiros de Guantánamo sendo "transportados" de avião por soldados estadunidenses. Circular Baghdad-Guantánamo...
Mais um Militar cobrindo o rosto com a mão!
Eles nunca assumem as merdas que fazem...
E esse país pede direitos humanos em Cuba... Vão se lascar!!!
No Cachete

Paulo Teixeira: “Aliança com o Kassab em SP não dá liga”

Posted by eduguim



Conversei hoje (quarta-feira, 15.02) por telefone com o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), que, até a semana passada, foi o líder do PT na Câmara dos Deputados, tendo sido substituído pelo também paulista deputado Jilmar Tatto.
A conversa girou em torno da agenda básica da política neste momento, que passa pela instalação da CPI da Privataria, pela aliança eleitoral do PT de São Paulo com o PSD e pelo envio da Lei da Mídia ao Congresso.
Sobre a CPI da Privataria, o parlamentar julga que é açodamento dizer que não será instalada. O assunto ainda estaria sendo objeto de avaliações políticas que não soube me dizer exatamente quais seriam porque ainda precisaria se “atualizar” sobre o tema.
Também negou ter qualquer informação sobre arquivamento do pedido de investigação pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que é quem detém a palavra final sobre o assunto.
Teixeira se nega a fazer um prognóstico sobre a instalação ou não da CPI, não soube informar por que não seria instalada se já tem as assinaturas necessárias, mas ressalta que é favorável a ela.
Sobre possível aliança entre o PT e o PSD em São Paulo – a dita “aliança com Kassab” –, o deputado não só é contra como desdenha de sua concretização por julgar que “não dá liga”, ou seja, porque seria completamente inaceitável para a militância.
Perguntado sobre qual seria a diferença entre o PT se aliar ao PSD de Kassab e a outras siglas de viés conservador com as quais já mantém alianças, Teixeira ressalta que os entendimentos eleitorais com o PSD existem e se reproduzem no nível nacional, em várias cidades. Todavia, em São Paulo tal aliança seria inviável.
A dificuldade maior seria a desmoralização do discurso do PT. “Em São Paulo, localmente, não temos como desdizer tudo o que dissemos sobre o PSD e sobre Kassab. Tal aliança geraria ampla desmobilização da militância”, ponderou o entrevistado.  E o deputado descrê de que tal aliança se concretize.
Já sobre a Lei da Mídia, não há novidades. Segundo ele, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, prometera que seria enviada ao Congresso no fim do ano passado e nada ocorreu. O que pôde informar é que a bancada do PT na Câmara cobrará o que lhe foi prometido pelo ministro.
Finalmente, o deputado Paulo Teixeira lembra que sempre foi – e que continua sendo – favorável à regulamentação das comunicações eletrônicas no Brasil. Entretanto, negou-se a dar certeza de que o governo enviará o projeto de lei ao Congresso.
—–
Da leitora Ana Quaiato
14.12.12
Da Agência Carta Maior
Novo marco da mídia vai a consulta pública nos próximos dias
por Najla Passos
Paulo Bernardo (Comunicações) prepara-se para pedir aval à presidenta Dilma Rousseff para fechar data e iniciar consulta. Segundo ele, objetivo é adequar Código Brasileiro de Telecomunicações, que em agosto completa 50 anos, à Constituição de 1988. Em seminário, ministro diz que é contra controle de conteúdo e a favor de limitar capital estrangeiro na internet.
Brasília – A proposta de um novo marco regulatório para emissoras de rádio e TV, engavetado no ministério das Comunicações desde o início do governo Dilma, vai entrar em consulta pública nos próximos dias, informou nesta-terça (14) o ministro Paulo Bernardo. E já promete pelo menos duas grandes polêmicas. Criar ou não mecanismos de controle público do conteúdo das emissoras. E limitar ou não da presença de capital estrangeiro em portais de internet de conteúdo jornalístico.
Na abertura de um seminário sobre políticas de telecomunicações nesta terça-feira (14), Bernardo se alinhou, no caso da regulação de conteúdo, com o que pensam as empresas de radiodifusão, para as quais a única forma de controle deve ser o controle remoto. Para movimentos pela democratização da mídia, deveria haver critérios mais rígidos para a garantia da qualidade.
“A nossa Constituição não prevê o controle prévio de conteúdo, a não ser em casos bem específicos, como na proibição de propaganda de cigarros, bebidas alcoólicas e agrotóxicos, como já é feito hoje”, afirmou.
O ministro reconheceu que o setor de radiodifusão é capaz de fazer pressão suficiente para intimidar o governo, como tem ocorrido historicamente. “O setor tem um peso muito grande no Brasil, não só economicamente, já que movimenta R$ 20 bilhões, mas porque seus serviços são extremamente populares entre a população”.
Entretanto, Paulo Bernardo disse que o governo não vai se deixar acuar pela alegação de que regulamentar a mídia é tolher a liberdade de expressão. “Essa discussão de limitação da liberdade de expressão está fora. O que vamos fazer é readequar a legislação do setor, que é de 1962, dentro dos aspectos que estão na Constituição”, explicou.
Em relação à participação de capital estrangeiro em sites jornalísticos, o ministro também defendeu posição que agrada grandes veículos de comunicação, em oposição às gigantes multinacionais das telecomunicações. Para Paulo Bernardo, se a limitação de 30% serve para TVs, rádios, jornais e revistas, deve pautar também os veículos da internet.
“Nós teremos que discutir se um jornal eletrônico é veículo de comunicação. Eu acho que é. O governo ainda não tem posição, ainda não discutimos isso. Mas se ficar definido que é, vamos ter que fazer cumprir a lei”, explicou. Segundo ele, a Advocacia Geral da União (AGU) já foi acionada para emitir parecer sobre o assunto, que também será debatido em outras esferas do governo.
Para o ministro, a discussão será jurídica, mas também técnica. “Precisamos saber também se esse reconhecimento teria efetividade, já que as empresas de conteúdo internacionais, a princípio, podem simplesmente alojar seus sites em outros países”, acrescentou.
A limitação da presença de capital estrangeiro nos sites de conteúdo jornalístico interessa as grandes empresas jornalísticas, que já sofrem a restrição nos veículos impressos, de rádio e TV, mas é vista com maus olhos pelas multinacionais das telecomunicações, que exploram serviços de telefonia e internet no Brasil e querem continuar como acionistas principais dos veículos que operam.
Paulo Bernardo confirmou que o projeto de novo marco toma como base a proposta herdada do governo Lula , de autoria do ex-ministro da Comunicação Social da Presidência Franklin Martins. “Nós trabalhamos no projeto e conseguimos avançar em alguns pontos. Agora, estamos realizando conversas internas no governo para finalizá-lo”, acrescentou.
Segundo ele, já estão agendadas conversas com outros órgãos do governo, como Casa Civil e Ministério da Cultura. Depois, o projeto será debatido com a presidenta Dilma, que irá bater o martelo sobre prazo e formato para disponibilizar a consulta pública. Só depois as conversas envolverão o Congresso Nacional e, por fim, a sociedade civil organizada.

Kroll: Eu acuso Daniel Dantas



A Justiça Federal de São Paulo absolveu Daniel Dantas da acusação de formação de quadrilha, no âmbito da Operação Chacal, que investigou como Daniel Dantas contratou a empresa americana Kroll para grampear ilegalmente.

A Dra Cecíclia Melo, da Justiça de São Paulo, foi quem desbastou as acusações contra Dantas e deixou essa última – formação de quadrilha – para ser agora, provisoriamente, encerrada.

A Dra Melo chegou a desconsiderar a confissão de uma testemunha-chave, que confessou ter mentido – pago – para tirar Dantas ou um enviado especial da casa de um espião/grampeador.

É uma decisão singular: são condenados os membros de uma quadrilha que espionava e não há mandantes.

Espionar para quem ?

Para ninguém.

Espionavam por deleite.

Por voyeurismo, como os espectadores do BBB.


Eu, Paulo Henrique Amorim, cidadão de uma República, jornalista e pai de família, acuso Daniel Dantas de me grampear.
Entre outros crimes.
Conheço essa história na palma da mão.
Fui testemunha de acusação contra Dantas no processo da Kroll.
Estive na mesma sala em que se encontravam dezenas de advogados dele, notadamente Varões da Advocacia Brasileira, como Wilson Mirza e Nélio Machado.
Conheço o coronel da PM de São Paulo contratado para me espionar.
Conheço o espião/trapalhão israelense que fazia lista por escrito dos clientes e serviços prestados – e que a Justiça parece não ter lido.
Conheço o parente de Dantas que foi à casa do espião/trapalhão acertar o negócio em nome de Dantas.
E ele sabe que o conheço muito bem.
Conheço tudo desse mar de lama.
Dantas me grampeou.
Grampeou uma ligação minha com o empresário Antoninho Marmo Trevisan.
Conhece a minha dieta.
Meus horários.
Meus amigos mais diletos, como Mino Carta.
Espionou membros de minha família.
Grampeou minha filha, enquanto estava noiva.
A Polícia Federal pode não ter conseguido filmar com foco o encontro do parente de Dantas com o espião/trapalhão.
O Ministério Público pode não ter conseguido demonstrar que ele fazia parte da quadrilha – no papel inequívoco de mandante.
E a Justiça errou.
A Justiça errou em todas as etapas.
Desde quando o processo esteva nas doutas mãos da Dra Cecilia Melo.
E agora, na decisão final (e provisória).
Uma quadrilha sem chefe.
Nem em filme dos Irmãos Marx.
E tem mais.
O ansioso blogueiro suspeita que, no caso do desembargador corrupto que a Dra Eliana Calmon mandou para casa (com aposentadoria integral. Viva o Brasil !), ali tem impressões digitais de Dantas.
Como não tem nenhuma dúvida de que o dinheiro do valerioduto do Marcos Valério, desde o Mensalão tucano de Minas, sob o comando de Eduardo Azeredo, era dinheiro de Dantas.
Aliás, a CVM sabe disso melhor do que ninguém, porque tem lá os documentos que mostram a grana que o Dantas, na Brasil Telecom, despejava no cano do Valério.
Eu acuso: a Justiça Federal de São Paulo inocentou- provisoriamente – um culpado.
Dantas me grampeou.
E como diz o sábio Mino Carta, não precisava da Operação Satiagraha.
A Operação Chacal da Kroll, por si só, botava o Dantas atrás das grades.
Para onde voltará,inelutavelmente.

Em tempo: quando Dantas promover a enésima ação judicial contra mim – o que faz toda quarta-feira -, a certa altura dos acontecimentos invocarei como testemunha um dos filhos do Roberto Marinho. Como se sabe, Dantas contratou a Kroll quando brigava com a Telecom Italia. Por causa disso, grampeou os filhos do Roberto Marinho porque tinham relações empresariais com a Telecom Italia. Sei disso, porque o então presidente da Brasil Telecom, Ricardo K, me contou. Pegou os grampos de Dantas recolhidos nos arquivos da Brasil Telecom e mostrou a um dos filhos do Roberto Marinho. Eu trabalhava no iG, da Brasil Telecom, até ser devidamente defenestrado por um Caio T. (“T” de tartufo) Costa.

Em tempo2: este ansioso blogueiro já disse que o business plan de Dantas é ratificar na Justiça (brasileira) as trampas empresariais que monta com a juda de notaveis Ådvogados. Disse isso apoiado num depoimento de Samuel Possebon, excelente jornalista da Teletime, que acompanha a carreira de Dantas, um ícone do capitalismo (de Estado) brasileiro. O diálogo poderia ser assim: ele chega para o futuro sócio e diz: te faço a seguinte operação. O futuro sócio perguntaria: mas, isso é legal ? E ele responde: comigo é !

Em tempo3: foi nessa peleja de Varões de Plutarco, que o Zé se transformou em Zé. Clique aqui para ler por que os amigos de Dantas se referem ao Ministro da Justiça com tanto carinho … Zé.




Paulo Henrique Amorim

A Justiça refunda a censura. (No Pará, também)


Na foto, Cecílio, um empresário que dignifica a Justiça!

O Conversa Afiada atende a sugestão dos professores Venício Lima e Bernardo Kucinski e publica esse depoimento histórico: como a Justiça (do Pará, também) refundou a censura a jornalistas do Brasil.
Alô, alô, D Judith, não vai protestar ?
Caros amigos:
Peço que disseminem a mensagem recebida do Lucio Flavio Pinto de Belem do Para.
B. Kucinski
O Grileiro vencerá?
Como já é do conhecimento público, em 1999 escrevi uma matéria no meu Jornal Pessoal denunciando a grilagem de terras praticada pelo empresário Cecílio do Rego Almeida, dono da Construtora C. R. Almeida, uma das maiores empreiteiras do país, com sede em Curitiba, no Paraná. Embora nascido em Óbidos, no Pará, Cecílio se estabeleceu 40 anos antes no Paraná. Fez fortuna com o uso de métodos truculentos. Nada era obstáculo para a sua vontade.
Sem qualquer inibição, ele recorreu a vários ardis para se apropriar de quase cinco milhões de hectares de terras no rico vale do rio Xingu, no Pará, onde ainda subsiste a maior floresta nativa do Estado, na margem direita do rio Amazonas, além de minérios e outros recursos naturais. Onde também está sendo construída a hidrelétrica de Belo Monte, para ser a maior do país e a terceira do mundo.
Os 5 milhões de hectares já constituem território bastante para abrigar um país, mas a ambição podia levar o empresário a se apossar de área ainda maior, de 7 milhões de hectares, o equivalente a 8% de todo o Pará, o segundo maior Estado da federação brasileira. Se fosse um Estado, a “Ceciliolândia” seria o 21º maior do Brasil.
Em 1996, na condição de cidadão, atendi a um chamado do advogado Carlos Lamarão Corrêa, diretor do Departamento Jurídico do Iterpa (Instituto de Terras do Pará), e o ajudei a preparar uma ação de anulação e cancelamento dos registros das terras usurpadas por C. R. Almeida, com a cumplicidade da titular do cartório de registro de imóveis de Altamira e a ajuda de advogados inescrupulosos. A ação foi recebida pelo juiz da comarca, Torquato de Alencar, e feita a averbação da advertência de que aquelas terras não podiam ser comercializadas, por estarem sub-judice, passíveis de nulidade.
Os herdeiros do grileiro podem continuar na posse e no usufruto da pilhagem, apesar da decisão, porque a grilagem recebeu decisão favorável dos desembargadores João Alberto Paiva e Maria do Céu Cabral Duarte, do Tribunal de Justiça do Estado. Deve-se salientar que essas foram as únicas decisões favoráveis ao grileiro nas instâncias oficiais, que reformaram a deliberação do juiz de Altamira.
Com o acúmulo de informações sobre o estelionato fundiário, os órgãos públicos ligados à questão foram se manifestando e tomando iniciativas para evitar que o golpe se consumasse. A Polícia Federal comprovou a fraude e só não prendeu o empresário porque ele já tinha mais de 70 anos. O próprio poder judiciário estadual, que perdeu a jurisdição sobre o caso, deslocado para a competência da justiça federal, a partir daí, impulsionado pelo Ministério Público Federal, tomando rumo contrário ao pretendido pelo grileiro, interveio no cartório Moreira, de Altamira, e demitiu todos os serventuários que ali trabalhavam, inclusive a escrivã titular, Eugênia de Freitas, por justa causa.
Carlos Lamarão, um repórter da revista Veja (que chegou a ser mantido em cárcere privado pelo empresário e ameaçado fisicamente) e o vereador Eduardo Modesto, de Altamira, processados na comarca de São Paulo por Cecílio Almeida, foram absolvidos pela justiça paulistana. O juiz observou que essas pessoas, ao invés de serem punidas, mereciam era homenagens por estarem defendendo o patrimônio público, ameaçado de passar ilicitamente para as mãos de um particular.
De toda história, eu acabei sendo o único punido. A ação do empreiteiro contra mim, como as demais, foi proposta no foro de São Paulo. Seus advogados sabiam muito bem que a sede da ação era Belém, onde o Jornal Pessoal circula. Eles queriam deslocar a causa por saberem das minhas dificuldades para manter um representante na capital paulista. A juíza que recebeu o processo, a meu pedido, desaforou a ação para Belém, como tinha que ser. Hoje, revendo o que passei nestes 11 anos de jurisdição da justiça do Pará, tenho que lamentar a mala suerte de não ter ficado mesmo em São Paulo, com todas as dificuldades que tivesse para acompanhar a tramitação do feito.
A justiça de São Paulo foi muito mais atenta à defesa da verdade e da integridade de um bem público ameaçada por um autêntico “pirata fundiário”, do que a justiça do Pará, formada por homens públicos, que deviam zelar pela integridade do patrimônio do Estado contra os aventureiros inescrupulosos e vorazes. Esta expressão, “pirata fundiário”, C. R. Almeida considerou ofensiva à sua dignidade moral e as duas instâncias da justiça paraense sacramentaram como crime, passível de indenização, conforme pediu o controverso empreiteiro.
Mesmo tendo provado tudo que afirmei na primeira matéria e nas que a seguiram, diante da gravidade do tema, fui condenado, graças a outro ardil, montado para que um juiz substituto, em interinidade de fim de semana, pela ausência circunstancial da titular da 1ª vara cível de Belém, sem as condições processuais para sentenciar uma ação de 400 páginas,
me condenasse a pagar ao grileiro indenização de 8 mil reais (em valores de então, a serem dramaticamente majorados até a execução da sentença), por ofensa moral.
A sentença foi confirmada pelo tribunal, embora a ação tenha sido abandonada desde que Cecílio do Rego Almeida morreu, em agosto de 2008; mesmo que seus sucessores ou herdeiros não se tenham habilitado; mesmo que o advogado, que continuou a atuar nos autos, não dispusesse de um novo contrato para legalizar sua função; mesmo que o tribunal, várias vezes alertado por mim sobre a deserção, tenha ignorado minhas petições; mesmo que, obrigado a extinguir a minha punibilidade, arquivando o processo, haja finalmente aberto prazo para a habilitação da parte ativa, que ganhou novo prazo depois de perder o primeiro; mesmo que a relatora, confrontada com a argüição da sua suspeição, que suscitei, diante de sua gravosa parcialidade, tenha simplesmente dado um “embargo de gaveta” ao pedido, que lhe incumbia responder de imediato, aceitando-o ou o rejeitando, suspendendo o processo e afastando-se da causa; mesmo que tudo que aleguei ou requeri tenha sido negado, para, ao final, a condenação ser confirmada, num escabroso crime político perpetrado pela maioria dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Pará que atuaram no meu caso, certamente inconformados com críticas e denúncias que tenho feito sobre o TJE nos últimos anos, nenhuma delas desmentida, a maioria delas também completamente ignorada pelos magistrados citados nos artigos. Ao invés de cumprir as obrigações de sua função pública, eles preferem apostar na omissão e na desmemoria da população. E no acerto de contas com o jornalista incômodo.
Depois de enfrentar todas as dificuldades possíveis, meus recursos finalmente subiram a Brasília em dezembro do ano passado. O recurso especial seguiu para o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Ari Pargendler, graças ao agravo de instrumento que impetrei (o Tribunal do Pará rejeitou o primeiro agravo; sobre o segundo já nada mais podia fazer).
Mas o presidente do STJ, em despacho deste dia 7, disponibilizado no dia 10 e a ser publicado no Diário da Justiça do dia 13, negou seguimento ao recurso especial. Alegou erros formais na formação do agravo: “falta cópia do inteiro teor do acórdão recorrido, do inteiro teor do acórdão proferido nos embargos de declaração e do comprovante do pagamento das custas do recurso especial e do porte de retorno e remessa dos autos”.
Recentemente, a justiça brasileira impôs novas regras para o recebimento de agravos, exigindo dos recorrentes muita atenção na formação do instrumento, tantos são os documentos cobrados e as suas características. Podem funcionar como uma armadilha fatal, quando não são atendidas as normas formais do preparo.
A falta de todos os documentos apontada pelo presidente do STJ me causou enorme surpresa. Participei pessoalmente da reunião dos documentos e do pagamento das despesas necessárias, junto com minha advogada, que é também minha prima e atua na questão gratuitamente (ou pró-bono, como preferem os profissionais). Não tenho dinheiro para sustentar uma representação desse porte. Muito menos para arcar com a indenização que me foi imputada, mais uma, na sucessão de processos abertos contra mim pelos que, sendo poderosos, pretendem me calar, por incomodá-los ou prejudicar seus interesses, frequentemente alimentados pelo saque ao patrimônio público.
Desde 1992 já fui processado 33 vezes. Nenhum dos autores dessas ações teve interesse em me mandar uma carta, no exercício de seu legítimo direito de defesa. O Jornal Pessoal publica todas as cartas que lhe são enviadas, mesmo as ofensivas, na íntegra. Também não publicaram matérias contestando as minhas ou, por qualquer via, estabelecendo um debate público, por serem públicos todos os temas por mim abordados. Foram diretamente à justiça, certos de contarem com a cumplicidade daquele tipo de toga que a valente ministra Eliana Calmon, Corregedora Nacional de Justiça, disse esconderem bandidos, para me atar a essa rocha de suplícios, que, às vezes, me faz sentir no papel de um Prometeu amazônico.
Não por coincidência, fui processado pelos desembargadores João Alberto Paiva e Maria do Céu Duarte, o primeiro tendo como seu advogado um ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, à frente de uma das mais conceituadas bancas jurídicas do Distrito Federal. O ex-ministro José Eduardo Alckmin, que também advogava para a C. R. Almeida, veio a Belém para participar de uma audiência que durou cinco minutos. Mas impressionou pela sua presença.
O madeireiro Wandeir dos Reis Costa também me processou. Ele funcionou como fiel depositário de milhares de árvores extraídas ilegalmente da Terra do Meio, que o Ibama apreendeu em Altamira. Embora se declarasse pobre, ele se ofereceu para serrar, embalar e estocar a madeira enquanto não fosse decidido o seu destino. Destino, aliás, antecipado pelo extravio de toras mantidas em confinamento no próprio rio Xingu. Uma sórdida história de mais um ato de pirataria aos recursos naturais da Amazônia, bem disfarçado.
Apesar de todas essas ações e do martírio que elas criaram na minha vida nestes últimos 20 anos, mantenho meu compromisso com a verdade, com o interesse público e com uma melhor sorte para a querida Amazônia, onde nasci. Não gostaria que meus filhos e netos (e todos os filhos e netos do Brasil) se deparassem com espetáculos tão degradantes, como ver milhares de toras de madeira de lei, incluindo o mogno, ameaçado de ser extinto nas florestas nativas amazônicas, nas quais era abundante, sendo arrastadas em jangadas pelos rios por piratas fundiários, como o extinto Cecílio do Rego Almeida. Depois de ter sofrido todo tipo de violência, inclusive a agressão física, sei o que me espera. Mas não desistirei de fazer aquilo que me compete: jornalismo. Algo que os poderes, sobretudo o judiciário do Pará, querem ver extinto, se não puder ser domesticado conforme os interesses dos donos da voz pública.
Vamos tentar examinar o processo e recorrer, sabendo das nossas dificuldades para funcionar na justiça superior de Brasília, onde, como regra, minhas causas sempre foram vencedoras até aqui, mesmo sem representação legal junto aos tribunais do Distrito Federal.
Decidi escrever esta nota não para pressionar alguém nem para extrapolar dos meus direitos. Decisão judicial cumpre-se ou dela se recorre. Se tantos erros formais foram realmente cometidos no preparo do agravo, o que me surpreendeu e chocou, paciência: vou pagar por um erro que impedirá o julgador de apreciar todo meu extenso e profundo direito, demonstrado à exaustão nas centenas de páginas dos autos do processo. Terei que ir atrás da solidariedade dos meus leitores e dos que me apoiam para enfrentar mais um momento difícil na minha carreira de jornalista, com quase meio século de duração. Espero contar com a atenção das pessoas que ainda não desistiram de se empenhar por um país decente.
Belém (PA), 11 de fevereiro de 2012
Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal

Não existe racismo


Novo marco da mídia vai a consulta pública nos próximos dias

Paulo Bernardo (Comunicações) prepara-se para pedir aval à presidenta Dilma Rousseff para fechar data e iniciar consulta. Segundo ele, objetivo é adequar Código Brasileiro de Telecomunicações, que em agosto completa 50 anos, à Constituição de 1988. Em seminário, ministro diz que é contra controle de conteúdo e a favor de limitar capital estrangeiro na internet.

Brasília – A proposta de um novo marco regulatório para emissoras de rádio e TV, engavetada no ministério das Comunicações desde o início do governo Dilma, vai entrar em consulta pública nos próximos dias, informou nesta-terça (14) o ministro Paulo Bernardo. E já promete pelo menos duas grandes polêmicas. Criar ou não mecanismos de controle público do conteúdo das emissoras. E limitar ou não da presença de capital estrangeiro em portais de internet de conteúdo jornalístico.

Na abertura de um seminário sobre políticas de telecomunicações nesta terça-feira (14), Bernardo se alinhou, no caso da regulação de conteúdo, com o que pensam as empresas de radiodifusão, para as quais a única forma de controle deve ser o controle remoto. Para movimentos pela democratização da mídia, deveria haver critérios mais rígidos para a garantia da qualidade.

“A nossa Constituição não prevê o controle prévio de conteúdo, a não ser em casos bem específicos, como na proibição de propaganda de cigarros, bebidas alcoólicas e agrotóxicos, como já é feito hoje”, afirmou.

O ministro reconheceu que o setor de radiodifusão é capaz de fazer pressão suficiente para intimidar o governo, como tem ocorrido historicamente. “O setor tem um peso muito grande no Brasil, não só economicamente, já que movimenta R$ 20 bilhões, mas porque seus serviços são extremamente populares entre a população”.

Entretanto, Paulo Bernardo disse que o governo não vai se deixar acuar pela alegação de que regulamentar a mídia é tolher a liberdade de expressão. “Essa discussão de limitação da liberdade de expressão está fora. O que vamos fazer é readequar a legislação do setor, que é de 1962, dentro dos aspectos que estão na Constituição”, explicou.

Em relação à participação de capital estrangeiro em sites jornalísticos, o ministro também defendeu posição que agrada grandes veículos de comunicação, em oposição às gigantes multinacionais das telecomunicações. Para Paulo Bernardo, se a limitação de 30% serve para TVs, rádios, jornais e revistas, deve pautar também os veículos da internet.

“Nós teremos que discutir se um jornal eletrônico é veículo de comunicação. Eu acho que é. O governo ainda não tem posição, ainda não discutimos isso. Mas se ficar definido que é, vamos ter que fazer cumprir a lei”, explicou. Segundo ele, a Advocacia Geral da União (AGU) já foi acionada para emitir parecer sobre o assunto, que também será debatido em outras esferas do governo.

Para o ministro, a discussão será jurídica, mas também técnica. “Precisamos saber também se esse reconhecimento teria efetividade, já que as empresas de conteúdo internacionais, a princípio, podem simplesmente alojar seus sites em outros países”, acrescentou.

A limitação da presença de capital estrangeiro nos sites de conteúdo jornalístico interessa as grandes empresas jornalísticas, que já sofrem a restrição nos veículos impressos, de rádio e TV, mas é vista com maus olhos pelas multinacionais das telecomunicações, que exploram serviços de telefonia e internet no Brasil e querem continuar como acionistas principais dos veículos que operam.

Paulo Bernardo confirmou que o projeto de novo marco toma como base a proposta herdada do governo Lula, de autoria do ex-ministro da Comunicação Social da Presidência Franklin Martins. “Nós trabalhamos no projeto e conseguimos avançar em alguns pontos. Agora, estamos realizando conversas internas no governo para finalizá-lo”, acrescentou.

Segundo ele, já estão agendadas conversas com outros órgãos do governo, como Casa Civil e Ministério da Cultura. Depois, o projeto será debatido com a presidenta Dilma, que irá bater o martelo sobre prazo e formato para disponibilizar a consulta pública. Só depois as conversas envolverão o Congresso Nacional e, por fim, a sociedade civil organizada.




Os novos cães de guarda



“Por que os jornalistas não deveriam responder por suas palavras, dado que eles exercem um poder sobre o mundo social e sobre o próprio mundo do poder?” Assim o atual diretor do Le Monde Diplomatique francês, Sege Halimi, abre o seu livro “Os novos cães de guarda”. O livro retoma, no seu titulo, o livro de Paul Nizan, “Os cães de guarda”, publicado originalmente em 1932, e tornado famoso pela sua reedição em 1960, quando Sartre prefacia um outro livro de Nizan, Aden Arabie, relançando sua obra.

Nizan dizia que os intelectuais não devem ser os taquígrafos da ordem, mas aqueles que saibam a necessidade de superá-la, isto é, de subvertê-la. “O homem jamais produziu nada que testemunhasse a seu favor, senão com atos de cólera: seu sonho mais singular é sua principal grandeza, reverter o irreversível.” Recusar “esconder os mistérios da época, o vazio espiritual dos homens, a divisão fundamental de sua consciencia, e esta separação cada dia mais angustiante entre seus poderes e o limite real de sua realização”.

Halimi escreveu “Os novos cães de guarda” (Jorge Zahar, no Brasil), na coleção de combate dirigida por Pierre Bourdieu, para atualizar o fenômeno, que tornou-se um fenômenos essencialmente midiático nos nossos dias. A mercantilização neoliberal arrasou o campo midiático: “A informação tornou-se um produto como outro qualquer, comprável e destinado a ser vendido...”

Halmim faz um livro devastador, porque simplesmente retrata como são produzidas as informações e as interpretações a favor do poder e da riqueza. “Reverência diante do poder, prudência diante do dinheiro...”- resume ele, que revela as tramas de cumplicidade e de promiscuidade entre a velha mídia e os poderes economicos e políticos. E, também, como esses empregados das empresas de comunicação se promovem a si mesmos, alegremente, numa farsa de fabricação de opinião publica – expressão de Chomsky – de forma oligárquica e elitista.

Quem ousa romper com o consenso dominante é desqualificado como “populista”, “demagogo” pelos “cardeais do pensamento único”, que nos venderam suas mercadorias como a única via possível de “governos responsáveis”, afirmações pelas quais nao respondem hoje, quando essas certezas revelam suas misérias e os sofrimentos que causam para os povos cujos governos ainda se guiam por esses dogmas.

“Mídias cada vez mais concentradas, jornalistas cada vez mais dóceis, uma informação cada vez mais medíocre”, conclui Halimi. Perguntado pela razão de que a velha mídia não se reforma, não se renova, o ex-ministro da educação da França, Claude Alegre, político de direita, respondeu com franqueza: “Eu vou lhes dar uma resposta estritamente marxista, eu que nunca fui marxista: porque eles não têm interesse... Por que os beneficiários dessas situação não têm o menor interesse em mudá-la.”

O livro de Halimi foi transformado em documentário e é o filme mais interessante para se ver em Paris atualmente, com o mesmo titulo do livro: “Os novos cães de guarda”. Dirigido por Gilles Balbastre e Yannick Kergoat, com a participação do próprio Halimi no roteiro, o filme poderia ser transporto mecanicamente para o Brasil, a Argentina, a Veneuela, o México, qualquer país latino-americano, apenas mudando os nomes dos jornalistas, dos donos das empresas midiáticas e dos supostos especialistas entrevistados, representantes da riqueza e do poder nas nossas sociedades.

Entre outras informações sonegadas pela velha mídia, cada vez que alguém é entrevistado ou chamado para alguma reunião na velha mídia, aparecem os créditos da pessoa: seu cargo nas empresas privadas, sua participação em outras, as ações que dispõem, etc. Para que se saiba quem está falando, sem disfarçá-lo na qualidade de “especialista”, grande economista, etc, etc.

Mais informações sobre o filme podem ser obtidas em http://www.lesnouveauxchiensdegarde.com/.
Postado por Emir Sader às 16:05


FIM DE UM CICLO, NASCE UMA NOVA AGENDA:DA TAXA TOBIN AO CONTROLE PÚBLICO DA BANCA

*Como enfrentar o intolerável? economia grega desmancha sob a ação de solventes implacáveis**a receita boa para os credores obterem os juros sobre o principal requer  a dissolução da sociedade e da economia** PIB da Grécia despencou 7% no final de 2011; já havia recuado 2,3% em 2009; 4,3% em 2010 e pode cair mais de 5,5% este ano**oposição de esquerda tem 40% das intenções de votos nas eleições legislativas marcadas para abril. A ver.

Em dezembro de 1997, quando a riqueza financeira representava 15 vezes o valor do PIB mundial, Ignacio Ramonet, então diretor do Le Monde Diplomatique, escreveu um célebre editorial, 'Desarmar os Mercados', em que defendia a bandeira da Taxa Tobin. O ativista que foi um dos criadores do Forum Social Mundial alvejava a supremacia das finanças desreguladas que "contorna e rebaixa as nações e seus Estados", para disparar a indagação que guarda brutal atualidade nas ruas de Atenas, Lisboa, Madrid ou Roma: "Até quando as sociedades podem tolerar o intolerável?"  Quinze anos depois, a massa da riqueza financeira é 60 vezes superior ao PIB mundial. A crise de proporções sistêmicas encerrou um ciclo e um agenda. Não há mais sentido em se colocar um grão de areia numa engrenagem financeira colapsada nos seus próprios termos. É hora de cobrar a natureza pública do crédito e da gestão da riqueza. (LEIA MAIS AQUI) 

 

Ainda sem decisão, CPI da Privataria deve ser negociada em março

Presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), diz que ainda não há definição e empurra decisão para março, quando pretende negociar com deputados de PT e PCdoB. Segundo líder do PT, decisão é só de Maia. Para proponente da CPI, não há motivo para não cumprir regimento da Câmara e instalar comissão.

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), empurrou para março uma decisão sobre instalar ou não a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Privataria, que investigaria denúncias de desvios de recursos durante privatizações no governo Fernando Henrique Cardoso.

“Nós ainda não temos uma definição sobre isso”, disse Maia nesta terça-feira (14), depois de reunião de líderes dos partidos sobre a pauta de votações.

Autor do pedido de CPI, formulado a partir do livro-denúncia A Privataria Tucana, campeão de vendas no fim de 2011, o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) disse estar confiante.

Segundo ele, Maia vai se reunir com as bancadas de PCdoB e do PT, na primeira semana de março, para avaliar se há sustentação política suficiente para instaurar a CPI. E ele diz que tem.

“Como toda a bancada do PCdoB e 80% da bancada do PT assinaram o requerimento, creio que não haverá problemas para o presidente fazer cumprir o regimento da Casa”, disse à Carta Maior.

O líder do PT, Jilmar Tatto (SP), esquivou-se. Disse que a decisão só compete a Marco Maia, que também é petista.

Por enquanto, não existe nenhum obstáculo legal ou formal à criação da CPI. Ela atende o requisito básico de reunir o apoio mínimo de 177 deputados (o pedido foi acompanhado de 185 assinaturas válidas).

Além disso, pelo regimento da Câmara, só é possível que cinco CPIs funcionem ao mesmo tempo, e isso também não é problema. Atualmente, existem três na Câmara (Tráfico de Pessoas, Trabalho Escravo e Exploração do Trabalho Infantil).

Na Secretaria Geral da Mesa Diretora, tramitam ainda mais dois pedidos (Privataria e dos Radares). Para Protógenes, não há risco de que apareça outro pedido de CPI que deixa a da Privataria de fora da lista de cinco.

Portanto, a decisão ou não sobre instalar a CPI será apenas política. Ainda que falte um parecer da assessoria jurídica da direção da Câmara, que é comandada por Marco Maia, sobre o objeto de investigação da CPI.