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Cafezinho: o juiz Moro trabalhou em escritório de advocacia que 
assessorava prefeito do PSDB no Paraná; a mulher de Moro assessora o 
governo do PSDB no Paraná ; o irmão de Moro fez campanha
 pelo PSDB destilando ódio contra o PT nas eleições presidenciais... 
 Ditadura
 brasileira matou 434 pessoas, diz relatório final da Comissão da 
Verdade, que indica revisão da Lei de Anistia para punir os culpado.
 Congresso aprova a mudança na meta fiscal do governo para 2014  e joga a pá de cal no alarido conservador
  
Carta Maior
No meio da tarde da última terça-feira (9/12), estava reunido com 
blogueiros  discutindo o quadro político atual quando uma jovem que 
participava da reunião interrompeu o orador do momento para anunciar que
 alguma coisa chamada “Jair Bolsonaro” grunhiu, da tribuna da Câmara dos
 Deputados, que só não estupraria a deputada pelo PT gaúcho Maria do 
Rosário porque ela “não merece” ser estuprada por ele.
Desta vez, Maria do Rosário teve mais sorte. Em 2003, além de dizer a
 mesma coisa esse portento de “valentia” que atende por “Jair Bolsonaro”
 ainda empurrou a parlamentar enquanto a chamava de “vagabunda”.
Porém, esse “homem” não se limitou a agredir moralmente apenas a 
deputada petista; também cobriu outra mulher de insultos e calúnias, a 
presidente da República, Dilma Rousseff:
“(…) A Maria do Rosário saiu 
daqui agora correndo. Por que não falou da sua chefe, Dilma Rousseff, 
cujo primeiro marido sequestrou um avião e foi para Cuba, participou da 
execução do major alemão? O segundo marido confessou publicamente que 
expropriava bancos, roubava bancos, pegava armas em quarteis e assaltava
 caminhões de carga na Baixada Fluminense. Por que não fala isso? (…)”
O sujeito citou o “primeiro” e o “segundo” maridos de Dilma como um 
anátema. Acusou-os de crimes, mas, na mesma frase, a principal acusação 
que fez, de forma implícita, foi a de que uma mulher, veja só, é tão 
questionável moralmente que até já teve dois maridos (!). Para uma 
aberração como a que atende por “Jair Bolsonaro”, mulher que teve dois 
maridos dispensa maiores comentários.
Você, mulher de qualquer orientação político-ideológica, faixa 
etária, nível de escolaridade, de renda, que resida em qualquer parte do
 país e que tenha a cor da pele ou dos cabelos que tiver, gostaria de 
ser casada com esse sujeito? Algum dia, quando era uma adolescente, você
 sonhou que o homem da sua vida poderia ser alguém capaz de admitir a 
hipótese de estuprar uma mulher?
Você amaria essa coisa chamada “Jair Bolsonaro”? Que mulher pode amar
 um homem que demonstra prazer ao violar mulheres mental e moralmente e,
 pelo que propôs em sua teoria sobre meritocracia de suas vítimas, 
também fisicamente?
Não é preciso dizer mais sobre esse que atende por “Jair Bolsonaro”. O
 relato de sua última fala conhecida resume a sua vida pública e, mais 
ainda, a sua vida privada. O fato, porém, é que, apesar de sua ultra 
sinceridade, esse espécime não passa de um resumo da oposição a Dilma 
Rousseff.
Além da tese sobre meritocracia das vítimas de estupro, o que foi que
 “Jair Bolsonaro” expeliu, nessa diarreia verborrágica que o acometeu na
 Casa do Povo, que não diz a oposição formal a Dilma ou essa oposição 
envergonhada que habita os verdadeiros canis que teimam em se 
autodenominar “redações”?
Eis um trecho da “argumentação” padrão da oposição a Dilma Rousseff:
“(…) Dilma Rousseff, deve estar 
envergonhada, sim, Vossa Excelência, por ter roubado, só, dois milhões e
 meio de dólares da casa do Ademar. Agora, são bilhões da Petrobrás. 
Presidente do Conselho de Administração, ministra das Minas e Energia, 
chefe da Casa Civil, Presidente da República, não sabe de nada… Quantas 
dezenas de milhares de pessoas morrem por esse dinheiro desviado para o 
seu partido, para a sua casa (…) Esteve agora na Unasul reunida com a 
escória da América Latina tratando, entre outras coisas, da abertura do 
espaço aéreo para os países aqui da Unasul… Cuba não faz parte mais; tá 
no bolo. Além do tráfico de drogas e o tráfico de armas e munições… Já 
tem onze mil cubanos aqui (…)”
Ufa! Não é fácil ouvir esse animal…
Mas o mais engraçado é que ele acusa o partido de Maria do Rosário 
apesar de o partido a que pertence, pelos seus critérios, ser muito 
pior. “Jair Bolsonaro”, do PP, acusa o PT baseado, por exemplo, nas 
“delações” de gente como o doleiro Alberto Youssef, o mesmo que, segundo
 matéria do 
Estadão do último dia 1º, deu declarações nada abonadoras sobre o grupo político do agressor de deputada e da presidente da República.
Abaixo, trecho da matéria do jornal paulista:
“(…) O doleiro Alberto Yousseff 
afirmou a investigadores da Operação Lava Jato que ‘só sobram dois no 
PP’ ao reforçar o envolvimento de políticos do partido no esquema de 
corrupção da Petrobrás (…)”
Detalhe: O PP, de “Jair Bolsonaro”, tem 39 deputados e 5 senadores. 
Se “sobram dois” no partido, de onde esse energúmeno tirou coragem para 
acusar o partido de Maria do Rosário?
Enfim, a parte publicável da catilinária do agressor de mulheres 
emula o que diz, por exemplo, Aécio Neves. A tese de que Dilma “deve se 
envergonhar” foi usada à exaustão pelo tucano ao longo da recente 
campanha eleitoral. Se fosse dito que a fala acima sobre corrupção na 
Petrobrás partiu do senador pelo PSDB mineiro, ninguém duvidaria. A 
oposição encontra seu símbolo nesse monumento à covardia.