*Gurgel, o amigão de Demóstenes, quer passar à história como carcereiro do PT; a história saberá retribuir.
Recorrente, como um soluço no imaginário social, o milenarismo, não contagia apenas mentes ingênuas e visões de mundo primitivas. Autoridades e forças políticas muitas vezes se comportam também como peças de uma mecânica inexorável de desfecho irreversível. A crise sistêmica do capitalismo, blindada desde 2008 pelo poder de persuasão do seu aparato ideológico, encerra certo incentivo milenarista. A percepção do matadouro existe; seus contornos se estreitam. Alternativas são desautorizadas . A história apertou o passo nesse final de 2012. Insistir na inércia fatalista é quase um contrato de suicídio à vista.A opção à paralisia converge cada vez mais para quatro letras que romperam seu ostracismo no vocabulário do PT e de ministros próximos a Lula nos últimos dias: ruas. Ao ex-presidente da República coube nesta quarta-feira dar ao resgate vernacular a dimensão de um novo calendário político para 2013. (LEIA MAIS AQUI)
Na primeira tentativa de Golpe de Estado com o mensalão, em 2005, Lula também avisou que, se o Golpe tentasse subir a rampa, ele voltava para o ABC e enfrentava o Golpe.
Os historialistas pátrios, esses que dizem que o Jango caiu porque gostava de pernas – de coristas e de cavalos – poderão argumentar que Lula será enforcado como Jango, porque “o esquema” não vai funcionar.
No caso de Jango, fracassou o “esquema militar”.
No de Lula, fracassará o “esquema sindical”.
Tem uma pequena diferença.
Jango não nasceu na Vila Euclides – clique aqui para ver o vídeo na TV Afiada.
Jango não tinha acabado de realizar um Governo do tipo Nunca Dantes, re-eleito duas vezes.
O sindicalismo de hoje é diferente, também.
O Rafael, o Sergio e o Vagner não são pelegos.
Têm muitos anos de experiência na batalha política, num ambiente de competição com as forças do insigne Paulinho da Força, cerrista explícito.
Eles seguem a tradição, ali no ABC, do próprio Lula, do Feijóo, Marinho, por exemplo.
O Celso de Mello não sabe onde se meteu.
O Luis Fux não sabe onde se meteu.
(O Gurgel já, já vai pra casa, com o Collor atrás dele. Será depositado na nota de pé de página a que tem direito na História Sinistra do Ministério Público, que transformou numa excrescência.)
Não foi por acaso de o Nunca Dantes anunciou no seu berço político que ia voltar à rua.
No Sindicato dos Metalúrgicos.
Lula vai defender na rua não apenas o seu legado.
Mas, um de seus legados, o Governo Dilma.
(Ou o Zé Cardozo, que amarelou e traiu o Maia,falou pela Dilma ?)
E vai defender a ordem constitucional, que o Supremo se prepara para rasgar de novo, com a decretação da prisão do José Dirceu.
A Casa Grande não tem candidato.
Não há de ser o Aécio Never, pífio nas pequisas pré-eleitorais, e pendurado nas denúncias repetidas de corrupção – como na Lista de Furnas.
Só pode ser o “elite da elite”, o cérebro e centro da Privataria Tucana.
A elite só tem uma saída.
O Golpe.
A Globo sabe disso: ela não ganha eleição.
Só serve para o Golpe.
O Golpe no Supremo.
Em que ela e o Ataulfo Merval de Paiva se tornaram o 12º Voto.
No Supremo, a Globo suspende o Orçamento de 2012.
No Supremo, a elite pretende cassar os direitos políticos do Lula, o “safo”.
Decretar o impeachment da Dilma.
E realizar o sonho que os mexicanos acabaram de materializar, com a eleição de Peña Nieto: privatizar a PEMEX.
Já já um Daniel Dantas da vida entra com um HC Canguru no Supremo e derruba a obra magna do Nunca Dantes – o pré-sal é nosso !
Não se iluda, amigo navegante.
A elite não aguenta mais seis anos de governos trabalhistas.
Dois da Dilma e mais quatro (da Dilma ou do Lula).
Só o Golpe !
E é por isso que o Lula vai para as ruas.
Já que o PT amarela, vai ele.
Esse é o significado do ato político de São Bernardo.
Clique aqui para ver fotos das recentes manifestações do #mexeucomLulamexeucomigo.
Em tempo: clique aqui para ler excelente artigo de Saul Leblon, na Carta Maior. Ele explica por que os banqueiros sabem que esse Governo não é o deles – como diz o Mauricio Dias - e porque o Lula teve que voltar às ruas. – PHA
Paulo Henrique Amorim